segunda-feira, 1 de março de 2010

Livro sobre fotos roubadas da Biblioteca Nacional

"Cinco anos depois do furto, apenas 101 das quase 800 imagens foram recuperadas e ninguém foi responsabilizado pelo crime. A artista Rosângela Rennó lançou o livro "2005-510117385-5" (o título é o número do inquérito policial que apura o roubo). A publicação traz fotografias recuperadas, a maior parte delas da Coleção D. Thereza Christina Maria, nome dado à biblioteca particular do imperador D. Pedro II e por ele doada à Biblioteca Nacional após a proclamação da República em 1889.
No livro, estão reproduzidas as 101 fotografias roubadas que foram devolvidas à Biblioteca Nacional entre 2006 e 2008. Rosângela desenvolveu o de livro de artista em dois formatos distintos: um com características de álbum, com pranchas soltas, de grande formato e tiragem limitada e outro em offset, com tiragem de 500 exemplares, para distribuição entre as principais bibliotecas do país.
O projeto teve a aprovação e o apoio institucional da Fundação Biblioteca Nacional e a autorização da Polícia Federal — que ainda mantém aberto o inquérito criminal de número "2005-510117385-5" para a apuração do roubo. Leia a introdução do livro de Rosangela Rennó: "Em algum momento entre 02 de abril e 14 de julho de 2005, durante uma greve de funcionários da Fundação Biblioteca Nacional, 946 peças, entre elas 751 fotografias, foram furtadas da Sala Aloísio Magalhães, local conhecido como Divisão de Iconografia da FBN. Não havia sinal de arrombamento. Os autores do furto trabalharam com sutileza, escolhendo autores e temas, esvaziando álbuns, substituindo fotografias, para que o crime só fosse descoberto algum tempo depois. Passados quatro anos, com uma investigação criminal ainda em curso, apenas 101 dessas fotografias foram recuperadas, e todas elas foram encontradas mutiladas, pois os criminosos tentaram, de diversas maneiras, apagar as marcas de registro de patrimônio da FBN. Alguns meses antes da greve e do furto, outro setor da FBN foi vítima de um golpe de outra natureza: do Laboratório de Fotografia e Digitalização da FBN foram furtados os principais discos rígidos dos computadores, nos quais vinham sendo arquivadas todas as reproduções digitais do acervo da Divisão de Iconografia. Da mesma maneira, nenhum vestígio foi deixado na cena do crime, os autores do furto não foram encontrados e ninguém foi punido."
Fonte: Assessoria de Comunicação/Secretaria de Políticas Culturais/Ministério da Cultura. A reprodução da foto de J.O.L Niemeyer/Coleção Dona Thereza Christina Maria/Biblioteca Nacional mostra a Colônia Dona Francisca, em 1866, núcleo da cidade de Joinville.

Um comentário:

Elisabeth Mazzarelo disse...

Infelizmente, o patrimônio ´público e tratado assim, há verdadeiros tesouros históricos em todo o país. Especialistas e abnegados se esforçam mas há poucos recursos. No Brasil, empresários metem a mão no bolso para ajudar Madonna em um projeto indeefinido mas fazer doações para instituições culturais nem pensar. Cois comum na Europa e nos Estados Unidos é rara por aqui. E olha que4 a lei dá direito da descontar do pimposto de renda mas a mentalidade é mais para lavagem de dinheiro em paraíso fiscal.