sábado, 29 de março de 2014

Está provado mais uma vez: nem todos os assassinos vão para a cadeia

por Eli Halfoun

É de estarrecer que a Comissão da Verdade traga finalmente a público o que todos sabíamos: em nome de uma "revolução" que só serviu para atrasar o país (e ainda assim tem quem ache que o período militar foi ótimo) foram cometidos muitos e bárbaros crimes. É triste saber que os assassinos fardados confessam as atrocidades cometidas e nada lhes acontece: são assassinos confessos (às vezes parecem se orgulhar disso) e, portanto, como assassinos não poderiam estar por aí livres, leves e soltos. Ou seja: continuam impunes e até orgulham do que fizeram. Muita coisa ainda surgirá: conta-se entre outras coisas que um militar do Exército, alta patente, muitas vezes acordava em casa no meio da madrugada noite, vestia o uniforme e ia para os porões da ditadura torturar os presos políticos só pelo prazer de torturar. Anos depois adoeceu e foi visto por um dos torturados abandonado em um hospital praticamente vegetando e sem a visita de nenhum parente ou amigo. Nesse aspecto com os crimes bárbaros confessados agora fica a certeza de que os filhos são os únicos punidos: com a vergonha de saber o que os pais (ou avós) fizeram. No país da impunidade não se poderia mesmo esperar que fosse diferente. O Brasil de tantas virtudes também tem muitos defeitos, mas esse tipo de impunidade é o que mais estarrece. Lamentável é só o que nos resta gritar agora torturados pela dor da vergonha. (Eli Halfoun)

Um comentário:

J.A.Barros disse...

O que me deixa intrigado e perplexo 'é que na Argentina todos os militares golpistas foram presos, julgados e condenados e um deles – que foi general presidente –morreu, na cela da prisão em que cumpria a sua pena, sentado no vaso sanitário da cela. " O Vaso Sanitário é o Único Túmulo digno de um Ditador".