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sábado, 21 de novembro de 2009

Sai pra lá, gordinha

 por Eli Halfoun
Sabe aquelas senhoras rechonchudas que faziam a alegria dos pintores e literalmente enchiam os salões de festa da antiga? Pois é, hoje elas não passariam (e não só porque não caberiam) pela porta de qualquer atelier. Enquanto “nas antigas” as gordinhas (só para usar um termo mais gentil) eram retratos da beleza hoje são sinônimos de doenças e falta de cuidados com o corpo. Se for verdade que somos aquilo que comemos estamos comendo mal, muito mal, embora não se possa negar que os alimentos menos ou nada saudáveis são os mais saborosos. A dieta do brasileiro está recheada de carboidratos, açucares e gorduras. Resultado: já temos gordinhos e gordinhas demais, o que significa dizer que não demora muito teremos mais e mais pessoas com diabetes, acidentes vasculares cerebrais e infartos. Recente estudo revela que 43,3% da população estão com sobrepeso e 13% já estão obesos. O estudo mostra também que em 1996 13,4% das crianças com menos de cinco anos eram atingidas pela desnutrição. O quadro mudou: em 2006 a desnutrição caiu para 6,7% (uma queda de 50% em dez anos). Há quem acredite que se o Brasil mantiver o ritmo, a desnutrição será praticamente nula entre 10 a 15 anos, mas em compensação seremos um país de gordinhos. É preocupante: se o acesso a alimentação contribui para a redução da desnutrição, por outro lado está proporcionando o aumento na estatura do brasileiro, ou seja, a má alimentação associada a falta de prática de exercícios físicos e, em conseqüência o sobrepeso é responsável por doenças evitáveis (diabetes, acidentes vasculares cerebrais, infartos), males para os quais os jovens se encaminham no prato nosso de cada dia: de acordo com a coordenação de Doenças não Transmissíveis, do Ministério da Saúde “os jovens estão se alimentando mal e não estão praticando esportes”, o que resultou no crescimento da Massa Corporal (já estamos com 82%) dos adolescentes entre 10 a 19 anos.
No Brasil quem passou, enfim, a poder comer pelo menos uma vez ao dia, é obrigado a recorrer, por conta dos custosa daqueles qualificados como alimentos saudáveis, aos carboidratos (arroz, macarrão, batata e pão, principalmente) e aos açucares, especialmente as sobremesas mais baratas como goiabadas, marmeladas, docinhos vendidos em camelôs, e biscoitos. Sabemos todos que a alimentação inadequada é uma das causadoras da obesidade. Essa é também uma das maiores preocupações dos Estados Unidos (continuamos copiando as besteiras de lá), onde os rechonchudos não conseguem fazer seguros de vida. Deixemos os americanos pra lá: aqui o que se faz necessariamente urgente é ensinar (até nas escolas) que alimentação saudável é vida. Gordura não é sinal de saúde. Nem de beleza. (Foto; Reprodução de matéria de capa recente da revista Glamour só com modelos que o editor considerou "gordas")