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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A magia do Carnaval


por José Esmeraldo Gonçalves
A história do Carnaval carioca é rica e fascinante. Do entrudo às Grandes Sociedades, dos Clóvis aos bailes e aos banhos de mar à fantasia, dos blocos às Escolas de Samba, todas as autênticas manifestações de alegria na data ganharam forte cobertura das revistas movidas pelo apelo popular e interesse dos leitores. O Cruzeiro e, especialmente, a Manchete foram insuperáveis nesse quesito. Estava tudo lá: a grandiosidade das Escolas, a alegria dos blocos, a sofisticação dos bailes e a beleza incomum das cariocas. Quem, um dia, quiser ver a completa história visual do Carnaval do Rio de Janeiro nos últimos 58 anos pode ir ao arquivo fotográfico da extinta Bloch Editores. Ninguém cobriu com tanta precisão a evolução e as mudanças da maior festa popular do mundo (Alô, governador Sérgio Cabral, por falar nisso, que tal tentar adquirir em próximo leilão o extraordinário arquivo fotográfico da Bloch para o novo Museu da Imagem e do Som? E ainda leva o acervo do antigo Departamento de Pesquisa das revistas. A cidade agradece. Mas tem que ser logo, antes que cromos e negativos valiosíssimos para a história do Rio e do Brasil sejam corroídos pela umidade. Um alerta: nada contra, mas o acervo corre o risco de ir parar em São Paulo)..
Mas o recado deste post é outro: estão excelentes os dois cadernos especiais publicados ontem e hoje pelo O Globo, com a cobertura dos desfiles das Escolas. Ótimos textos, fotos expressivas, boas sacadas e análises precisas. Até os anos 70 e começo dos 80, coberturas de Carnaval como essas, assim com tanto espaço e mobilização de grandes equipes era coisa de revistas. Os jornais meio que torciam o nariz para a festa e reservavam ao tema uma edição quase formal. Havia até um certo preconceito contra as revistas, que vendiam milhares de exemplares e se esgotavam rapidamente nas bancas mas eram consideradas "apelativas" por "intelectuais" e editores de jornais "sérios". Mas esse tempo passou. Os jornalões há muito deixaram de remar contra a maré do povo e caíram no samba. Reproduzo aqui as duas páginas finais dos cadernos do Globo. Já viu tudo isso em algum lugar? Provavelmente, sim. A Fatos & Fotos era especialista nessas eternas e imbatíveis curvas das cariocas.