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sábado, 21 de novembro de 2009

Tempo perdido (deu na revista Fatos, em 1986)



por Gonça
O Secretário-geral da reunião climática da ONU, Yvo de Boer, avalia que o Brasil terá um papel importante, como líder do bloco dos países em desenvolvimento e autor de iniciativas concretas para a redução da emissão dos gases-estufa. A Convenção de Mudanças Climáticas, que acontecerá em Copenhague, reunirá 192 países mas a busca de um acordo será complicada. China e Estados Unidos, apesar das promessas de campanha de Barack Obama, já anunciaram, no velho estilo Bush, que não vão assumir um compromisso de metas. Juntos, os dois países respondem por 40% das emissões globais e dependem de fontes de energia poluente. O Brasil avança, oferece metas, mas mostra contradições internas que podem comprometer a anunciada liderança ambiental. Por pressões de grupos privados associados a políticos, o governo tem autorizado a construção de usinas a carvão e de siderúrgicas a carvão vegetal, instalações altamente poluentes e danosas ao meio ambiente. Isso quando a oferta de gás natural, que polui menos, está crescendo. O fato é que enquanto cada país luta pelo que considera serem seus interesses econômicos, o mundo está perdendo o tempo e a batalha contra o aquecimento global. Em 1986, duarante uma reunião do Subcomitê de Poluição Ambiental do Senado dos Estados Unidos, o senador John Chaffe assegurou: "É possível que através de sua ignorância ou indiferença, o homem estaja alterando de forma irreversível a capacidade da nossa atmosfera suportar a vida". Vão-se 23 anos. Este, um dos primeiros alertas, foi publicado pela extinta revista Fatos (publicação semanal de informação e análise da Bloch Editores que durou cerca um ano e meio e foi fechada por motivos políticos). De lá pra cá, muita conversa e poucos avanços. (Na reprodução, matéria publicada na revista Fatos em julho de 1986)