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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Fotomemória da redação: em 1977, 25 anos depois da Manchete número 1, o encontro dos pioneiros

 


por José Esmeraldo Gonçalves

A foto rara mostra Gervásio Baptista, Nelson Alves, Wilson Passos, Nicolau Drei e, à direita, Dirceu Torres Nascimento. Em abril de 1977, a redação preparava uma edição especial sobre os 25 anos da Manchete. O jornalista Joel Silveira escrevia um texto que reconstruía os bastidores do fechamento do número 1 da revista. Com um reconhecido talento para mostrar os fatos através dos protagonistas, tal como fazia nas suas grandes reportagens, Joel foi buscar alguns  "pioneiros" que ainda trabalhavam na Manchete, como a própria história viva de parte da primeira redação 25 anos depois. 

O quarteto subiu ao oitavo andar do prédio da Rua do Russell e posou junto para o registro acima. Foto relâmpago, os dois fotógrafos, Gervásio e Nicolau estavam de saída para pautas. Wilson, o  chefe da Arte da revista, tinha páginas a fazer, Dirceu e Nelson eram solicitados pela administração da editora, mesmo assim ajudaram Joel Silveira a contar a saga do número 1. 

Àquela altura, 1952, lançar uma semanal ilustrada para concorrer com a poderosa O Cruzeiro equivalia a mandar David ir à luta contra Golias sem levar pedras no alforje nem a funda para derrotar o filisteu. Manchete tinha então poucos recursos para enfrentar a revista de Assis Chateaubriand. E, de fato, com pouca publicidade, quase não sobreviveu ao primeiro ano. 

Passados aqueles difíceis primeiros meses, o potencial da revista em progresso começou a aparecer. Um bom time de cronistas, criatividade para cobrir os acontecimentos, embora ainda sem condições de fazer grandes reportagens, a vocação para o fotojornalismo e uma surpreendente agilidade para levar os fatos importantes às bancas. Em setembro de 1952, Manchete mostrou essas qualidades ao cobrir a morte do cantor Chico Alves, então o maior ídolo nacional. Foi o primeiro sucesso de vendas. Em 1954,  a crise institucional, a morte e o enterro de Getúlio Vargas, com o país em estado de comoção, resultaram em grande repercussão. Era como se a Manchete estivesse finalmente se apresentando aos leitores. Em 1955, em outro acontecimento marcante, a morte de Carmen Miranda, Manchete mostrou mais uma vez a capacidade de chegar antes às bancas das principais capitais. Nos anos seguintes, a industrialização do Brasil, os bens de consumo desembarcando nos lares da classe média em ascensão e gerando publicidade, a extraordinária cobertura da construção e da inauguração de Brasília, as reportagens, o fotojornalismo, a qualidade gráfica, a agilidade e a reforma editorial liderada por Justino Martins foram os gatilhos que levariam a revista a superar O Cruzeiro já na virada dos anos 1960. E os "pioneiros" fotografados naquela tarde de abril de 1977, no oitavo andar, simbolizaram as centenas de profissionais que integraram as redações que tornaram isso possível. 

terça-feira, 1 de setembro de 2020

STF lança o catálogo "Supremo, Gervásio Baptista" em homenagem ao fotojornalista que fez história na Manchete

 


O Supremo Tribunal Federal (STF) acaba de lançar "Supremo, Gervásio Baptista", um catálogo com parte da obra do fotojornalista, que trabalhou na Corte por 17 anos, de 1999 a 2015.  O saudoso Gervásio fez carreira na Manchete, onde registrou os principais fatos e as maiores personalidades do país durante mais de quarenta anos. Após deixar a revista, Gervásio foi fotógrafo oficial de Tancredo Neves e de José Sarney. 

Ao anunciar o lançamento do catálogo, o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, ressaltou que "apreciar a obra fotográfica de Gervásio, construída em oito décadas de fotojornalismo, é navegar pela história do Brasil e do mundo a partir de fragmentos eternizados pelo olhar sensível e perspicaz do homenageado”. 

O catálogo conta a trajetória profissional de Gervásio e reproduz fotos célebres, além de registros de ministros de diversas épocas. Foi realizado por Charles Cosac, que fez trabalho de pesquisa e seleção de imagens e pelo designer paulistano Raul Loureiro. 

Na capa, ensaio realizado por Gervásio capta a expressão dos ministros, através das mãos, durante julgamentos.

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Revolução dos Cravos, 45 anos: Manchete viu Portugal renascer, com texto e fotos de Irineu Guimarães e Gervásio Baptista



Reprodução da revista Manchete. Edição 1171. 

No dia 25 de abril de 1974, a Revolução dos Cravos libertou Portugal de uma ditadura que remontava ao Estado Novo, dos anos 1930, comandado por Salazar.  O regime autoritário tinha inspiração fascista e sua polícia política, responsável, durante décadas, por milhares de prisões, torturas e assassinatos, foi treinada pela Gestapo.

O povo ainda comemorava nas ruas, em confraternização com as tropas de Otelo Saraiva e jovens capitães, quando a Manchete enviou a Lisboa a dupla Irineu Guimarães e Gervásio Baptista.  Como descreve o repórter, Lisboa, cidade considerada uma das mais mais tristes e cinza do mundo, despertou para a festa. Em cinco páginas, eles mostraram o dia seguinte da queda do regime e contaram a história, enquanto ela ainda se desenrolava, que o povo português contava nas ruas sobre o seu país que renascia.

quarta-feira, 13 de março de 2019

Fotomemória da redação: quando Gervásio Baptista "assediou" Miss Universo. Calma aí! Para a capa da Manchete, naturalmente.

Gervásio Baptista combina com a Miss Universo, Akiko Kojima, a capa da Manchete

por José Bálsamo 

Em tempo de mercado de trabalho precário, a jornalista Júlia Horta se reinventou Miss Brasil. Foi eleita no último sábado e representará o país no Miss Universo. Tem remotas chances de ser capa de revista.

As misses já deram mais ibope. Estampavam publicações nacionais e internacionais e saíam das passarelas já com carteirinha de celebridade e jet-set. Atualmente, a maioria desponta para o anonimato. O próprio concurso de Miss Universo desgastou-se tanto que já foi até propriedade do Donald Trump. Perdeu status na grande mídia, mas a empresa que organiza o concurso diz que a audiência na TV ainda é expressiva.

Akiko Kojima na Manchete ao lado da brasileira Vera Ribeiro, 5ª colocada. 

Nas décadas de 1950 e 1960 era um acontecimento para a "imprensa escrita, falada e televisada", como se apregoava na época. Que o diga Gervásio Baptista, o fotógrafo da Manchete que cobriu muitas edições.

Em julho de 1959, Gervásio estava em Long Beach quando a japonesa Akiko Kojima foi eleita Miss Universo. Em meio à correria de fotógrafos de todo mundo, Gervásio tirou partido dos olhos ligeiramente puxados, herança de índios baianos, e ganhou antes a atenção da japonesa. Apresentou-se como um brasileiro nissei e mais por gestos do que por palavras garantiu a pose exclusiva para a capa da Manchete.

Na Conversa com o Leitor, a revista vibrava com a logística montada para a cobertura ao informar  que entre o momento em que Gervásio jogou conversa na miss e a chegada da revista às bancas do Rio de Janeiro e São Paulo transcorreram pouco mais de 70 horas. "É evidente que os aviões de hoje são ultra-rápidos. Mas o que dizer das oficinas gráficas de Manchete que nos possibilitam a transposição quase instantânea de fotografias em cores? A foto de Akiko e Verinha representa uma vitória técnica admirável, da qual nos orgulhamos e para qual chamamos a atenção dos leitores" - escreveu o diretor Justino Martins.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Patrimônio fotográfico extraviado - Exposição que homenageou Gervásio Baptista conseguiu reunir apenas dez fotos históricas. A maior parte da obra do grande fotojornalista permanece sumida junto com o acervo de fotos que pertenceu à extinta Bloch Editores

Gervásio Baptista observa uma das suas mais famosas fotos: JK saudando a inauguração de Brasília. Esta imagem foi capa da Manchete e inspirou a estátua do ex-presidente fixada no alto do Memorial JK.

Gervásio no Vietnã, no começo dos anos 1970, e na Galeria Olhos de Águia, que expôs suas fotos históricas. 

Uma exposição de fotos que se encerrou no último dia 30 de janeiro, na Galeria Olhos de Águia, em Taguatinga, DF,  homenageou a trajetória de Gervásio Baptista, uma das grandes lendas da equipe da Revista Manchete.

Aos 96 anos, o repórter fotográfico teve uma pequena parte da sua obra exibida às novas gerações.

Gervásio cobriu incontáveis eventos e registrou personalidades de todas as áreas, de presidentes a atletas, de misses a líderes mundiais, de atores a atrizes, de tragédias, guerras, revoluções a crises políticas e crimes de repercussão.

São apenas dez fotos históricas entre as milhares que sua câmera captou desde 1954, quando foi para a Manchete após uma passagem pela revista O Cruzeiro.

Certamente, o fotojornalismo brasileiro merecerá um dia um livro que reúna uma ampla seleção da obra de Gervásio Baptista.

Infelizmente, a maior parte de sua produção permanece em lugar incerto e não sabido, assim como não se conhece as condições de conservação do material, desde que um advogado do Rio de Janeiro arrematou em leilão promovido pela Massa Falida da Bloch todo o acervo fotográfico reunido pelas revistas da editora em mais de meio século de existência.

O arquivo desaparecido, assim como a impossibilidade de contato com o detentor dos direitos patrimoniais do acervo (os direitos autorais pertencem aos fotógrafos, que também não têm acesso ao material) imobilizam um patrimônio histórico, com grave prejuízo à Cultura.

Pouco antes do leilão, ex-funcionários da Manchete tentaram mobilizar o Ministério da Cultura, o Arquivo Nacional e até instituições privadas para que se habilitassem a adquirir o acervo de milhões de imagens que acabaram vendidas por pouco mais de 300 mil reais.

Desde então, sumiram.

Um alento, para quem valoriza a memória jornalística, foi a iniciativa da Biblioteca Nacional que digitalizou a coleção da Revista Manchete e disponibilizou para consulta pública, a seção Periódicos do site oficial, milhares de exemplares.

Não resolve os problemas dos pesquisadores, escritores e documentaristas, que não sabem a quem se dirigir para obter licenças legais para uso de fotos (os direitos sobre textos não foram objeto de qualquer leilão), mas torna possível conhecer o trabalho de gerações de jornalistas, cronistas e fotojornalistas que atuaram na revista Manchete, entre estes, Gervásio Baptista, cuja exposição, louvável por revisitar seu talento, só conseguiu reunir 10 fotos entre milhares virtualmente perdidas.

* As fotos acima foram enviadas ao blog por José Carlos Jesus, presidente da Comissão dos Ex-Empregados da Bloch Editores (CEEBE), que as recebeu de Dalva Tosta e Gilberto Costa

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Alô, Manchete: Gervásio Baptista na Band...

Mensagem do fotojornalista ex-Manchete Hermínio Oliveira. O horário de exibição da matéria
será confirmado oportunamente.


domingo, 23 de setembro de 2018

Homenagem a Gervásio Baptista, 95 anos - "Importante é estar entre amigos", diz o fotojornalista que fez história na revista Manchete

Gervásio Baptista; uma vida dedicada ao fotojornalismo. Foto de Marcelo Camargo/Agência Brasil


Brincalhão e bem-humorado, Gervásio se emociona com a homenagem da Associação Baiana de Imprensa.
Foto de Marcelo Camargo/Agência Brasil


Com a Medalha Ranulpho Oliveira. Foto de Marcelo Camargo/Agência Brasil


Gervásio mostra uma das suas fotos. Foto de Marcelo Camargo/Agência Brasil

por Ana Cristina Campos - Repórter da Agência de Brasil)

Rodeado de amigos, o repórter fotográfico Gervásio Baptista foi condecorado ontem, em Brasília, (22) com a Medalha Ranulpho Oliveira, da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), destinada aos maiores nomes do jornalismo que trabalharam na imprensa da Bahia.

Ícone do fotojornalismo brasileiro, Gervásio emocionou-se com a homenagem e mostrou que o lado brincalhão e bem-humorado ainda predomina. “O importante é estar com os amigos”, destacou.

Ao receber a medalha, Gervásio, com 95 anos, repetiu com seu chapéu o gesto do presidente Juscelino Kubitschek, acenando com a cartola para o povo na inauguração de Brasília, em 21 de abril de 1960 – instante que Gervásio captou com suas lentes, em uma de suas fotos mais emblemáticas. “Tenho saudade do velho JK”, disse. “Para mim, é uma surpresa agradabilíssima relembrar JK”.

 Nascido em 1923 em Salvador, um dos maiores fotógrafos da história brasileira também foi homenageado com uma exposição de imagens e reportagens dos mais diversos períodos da sua longa carreira, iniciada aos 12 anos no extinto O Estado da Bahia. Atualmente, o fotógrafo está numa cadeira de rodas, depois de cair e fraturar o fêmur.

O diretor de divulgação da ABI, Valber Carvalho, disse que a homenagem tem como objetivo reconhecer a importância de Gervásio na história do jornalismo no Brasil, em particular, na Bahia. “Ele é fundador da Arfoc [Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos] na Bahia”, lembrou. “Gervásio tinha uma coragem extrema de enfrentar autoridades, militares, delegados, que, muitas vezes de maneira acintosa, não deixavam que ele fizesse a notícia.”

Para o fotógrafo Orlando Brito, Gervásio é um símbolo do fotojornalismo no país. “Ele é uma figura quase que onipresente na história do Brasil desde o governo de Getúlio Vargas”, disse. “Toda a carreira do Gervásio é ponteada de fotos magníficas. Mas a que mais vem à minha memória é a do JK com o chapéu que revela a novidade que era Juscelino e toda a modernidade de Brasília que está atrás da foto.”

Segundo a associação, aos 27 anos, quando já se destacava no Diário de Notícias de Salvador, Assis Chateaubriand viu o talento do jovem fotógrafo e o levou para o Rio de Janeiro para trabalhar na revista O Cruzeiro, mas logo Gervásio mudou-se para a revista Manchete de Adolpho Bloch no início dos anos 1950.

Em 80 anos de carreira, Gervásio registrou raridades de Getúlio Vargas, Tancredo Neves, José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Fotógrafo oficial de Tancredo Neves, Gervásio fez com exclusividade a clássica e última foto do presidente, acompanhado da equipe médica do Hospital de Base do Distrito Federal, em que ele aparece sentado de pijama e roupão.

Na ditadura, foi preso e, em uma das ocasiões, dividiu a cela com o ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes (avô do ex-governador Eduardo Campos, ambos mortos).

Registrou momentos da Revolução Cubana, em 1959, fotografou os líderes Fidel Castro e Che Guevara. Acompanhou a Revolução dos Cravos, em Portugal, em 1974, e foi ao Vietnã, nos anos de 1970, para registrar a guerra. Fotografou sete copas do mundo e 16 concursos de miss universo.

Até 2015, Gervásio Baptista fotografava no Supremo Tribunal Federal e na Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

domingo, 27 de agosto de 2017

Memória da redação: quando uma foto-bomba da EleEla abalou a moral e os costumes da ditadura...

Alexandre Garcia: Reprodução da foto principal da matéria "O porta-voz da Abertura"
publicada na EleEla, em novembro de 1980. A foto de Frederico Mendes provocou
a demissão do jornalista, na época assessor de imprensa do general João Figueiredo.

Em fins outubro de 1980, Alexandre Garcia, então porta-voz do general João Figueiredo, foi entrevistado pela EleEla. A foto de abertura da matéria incomodou a ditadura. Garcia foi fotografado por Frederico Mendes para uma entrevista sob o título: "O porta-voz da Abertura". A EleEla foi para as bancas no começo de novembro daquele ano. Em seguida, a Veja publicou na seção de política a nota "Vulgaridade Palaciana", onde criticava a matéria. As senhoras da República militar sofreram tremores morais noturnos e a alta cúpula do Planalto reagiu. O porta-voz foi demitido.

Gervásio Baptista e Alexandre Garcia.
Foto publicada no Facebook de Dalva Tosta, que atuou
nos setores administrativos e financeiros da Bloch
dos tempos áureos e assessorou Adolpho Bloch.
Na mesma época, Adolpho Bloch começava a equipe e a estrutura da Rede Manchete em Brasília e contratou Alexandre Garcia como diretor de jornalismo da sucursal de Bloch Editores e da futura Rede Manchete, que entrou no ar em 1983.

Foi lá que o jornalista conheceu Gervásio Baptista, o fotógrafo da Manchete, com quem acabou convivendo em Brasília durante quase quatro décadas (Alexandre Garcia transferiu-se para a Globo no fim dos anos 1980 e Gervásio foi fotógrafo oficial de Tancredo Neves e da Presidência no governo Sarney, a partir de 1985).

Na semana passada, Alexandre Garcia, 76, visitou Gervásio, hoje com 95 anos, em Brasília.

Quanto ao episódio da entrevista à EleEla, foi narrado pelo próprio Alexandre Garcia no seu livro de memórias "Nos bastidores da notícia", nos trechos abaixo. Em meio ao relato, uma informação curiosa: Figueiredo era leitor da seção Forum, da EleEla, um espaço da revista que selecionava depoimentos e fantasias sexuais nada constitucionais.

"Entreguei  um (exemplar) para  o  presidente,  pedindo  que  lesse  a entrevista,  e  outro  para  Heitor (N.R. Heitor de Aquino,secretário particular de Figueiredo)  O  presidente  leu.  Foi  o  que demonstrou  no  dia  7  de  novembro,  uma  sexta-feira.  "Tínhamos trocado de avião no aeroporto Santos Dumont. Saímos do Boeing e tomamos um Buffalo, que nos levaria a Pindamonhangaba, para a inauguração  de  uma  aciaria  da  Villares.  Na  cabeceira  da  pista, estourou  um  conduto  hidráulico  dentro  da  fuselagem  e  o  fluido molhou toda a roupa do presidente. Eu estava sentado  diante  dele, do outro  lado,  pois era um avião de pára-quedistas. Ele começou a tirar a roupa e me olhou com um jeito maroto: "Será que estou seguro, tirando as calças na tua frente?" Eu  ri  e  ele  continuou,  contando  uma  história  que  o impressionara  e  estava  no  "Fórum"  daquela  edição  de  Ele  &  Ela. Naqueles dias, a revista já estava nas bancas." (...)

"Na  segunda-feira,  10 de  novembro,  o Kraemer (N.R. Marco Antonio Kraemer, assessor de Figueiredo) veio avisar-me  de  que  Farhat (N.R. Said Farhat,  ministro da Comunicação Social do governo Figueiredo)  desejava  falar  comigo.  Eram  umas  quatro  da tarde, e  o  ministro estava  saindo  para  tomar um  jatinho da  FAB na  base  aérea.  Iríamos  conversar  no  Galaxie  ministerial,  no caminho para  o aeroporto. Mal deixamos  o  palácio,  Farhat pôs a mão no meu joelho e disse: 

—  Nós dois sabemos que o nosso relacionamento nunca foi bom.  Eu  falei  com  o  presidente,  e  achamos  que,  depois  daquela entrevista, é melhor você pedir demissão. 

—    Meu  presente  de  quarenta  anos  —  respondi.  E  pedi tempo para pensar. Queria confirmar se o presidente havia mesmo autorizado a demissão. Mas Farhat não queria esperar. 

—    Aqui  está  a  minha  carta  aceitando  o  seu  pedido  de demissão.  

—  A  carta  tinha  a  data  de  meu  aniversário,  11  de novembro. 

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Fotomemória: há 30 anos, o povo gritava "Fora Sarney". E Gervásio Baptista estava na escada da história fotografado por Jorge Medeiros, que foi obrigado a se esconder após registrar a cena

Foto de Jorge Medeiros/Reprodução O Serventuário


Reprodução/Página 13
por Flávio Sépia 

O Brasil parece dar volta na História. Ou nó.

Há 30 anos, em 1987, as ruas gritavam "Fora Sarney".

A economia estava estagnada.

Assim como Michel Temer, Sarney chegara ao Planalto sem voto.

Se, agora, a polêmica é o golpe, em 1985 a discussão se deu em torno de quem deveria assumir a presidência após a morte de Tancredo Neves. Uma corrente afirmava que Ulysses Guimarães subiria a rampa já que Sarney era o vice de um presidente eleito que não tomou posse. Soube-se, mais tarde, que o general Leônidas Pires Gonçalves, já apontado por Tancredo como ministro do Exército, resolveu o impasse e Sarney subiu ao trono na alça do féretro do mineiro.

No dia 25 de junho de 1987, Sarney visitou o Rio. Com inflação em alta e salários comprimidos, ele acabou desembarcando em uma encrenca. O ônibus presidencial foi cercado e apedrejado na saída do Paço Imperial, que havia sido reformado com recursos da Lei Sarney, o que motivou sua visita ao local.

A mídia chegou a especular que um manifestante teria usado uma picareta para quebrar o vidro do veículo. Mas o fotógrafo Jorge Medeiros, que estava mais próximo da cena, viu a janela explodir com uma pedrada. A famosa picareta jamais apareceu. Um detalhe: Sarney atribuiu a indignação dos manifestantes à impopularidade de Moreira Franco, então governador do Rio de Janeiro. A propósito, em outro nó cego dos tempos, a história trouxe Moreira de volta ao poder, agora nos gabinetes do Palácio do Planalto, onde popularidade já não importa nem conta.

É de Jorge Medeiros a foto exclusiva, reproduzida no alto, feita segundos depois do impacto. Na imagem, o staff de Sarney ainda está perplexo. Na escada do ônibus, aparece Gervásio Baptista, o lendário profissional da Manchete, com longa trajetória no fotojornalismo, então fotógrafo da Presidência da República.

Anos depois, Jorge Medeiros, cuja foto histórica foi para as primeiras páginas de vários jornais, contou em entrevista que teve que chegar o mais perto possível do ônibus porque, como frila, precisava de algo exclusivo.

"Como fotojornalista independente minha pauta tinha que ser diferente dos outros fotógrafos para que meu material encontrasse publicação. E alí a única diferença era chegar o mais próximo possível para conseguir enquadrar o povo a menos de dois metros do presidente. Consegui uma foto de um manifestante gritando a plenos pulmões e com o dedo em riste quase tocando na janela do ônibus. A grande angular e um flash Metz eram parceiros fundamentais. Foi quando a janela do presidente explodiu numa pedrada. Fui o único a fazer a foto e durante um mês me escondi em São Paulo dormindo com meu negativo e recebendo o apoio dos companheiros da Agência Angular depois que Brossard  (Paulo Brossard, então ministro da Justiça) anunciou que iria confiscar todos os negativos dos jornais que cobriram o Sarney naquele dia sob o velho argumento da Segurança Nacional e para identificar manifestantes."

sábado, 26 de novembro de 2016

Manchete: nos passos de Fidel Castro



Morreu Fidel Castro. O comandante que sobreviveu a 11 presidentes americanos.

A histórica conta que a CIA gastou todos os seus gadgets e planos terroristas - de charutos explosivos a bombas disfarçadas em livros, de espiões infiltrados a assassinos contratados, de mojitos envenenados a Marita, a namorada contratada pela serviço secreto americano para matá-lo com pílulas de cianureto. Dessa última tentativa, Fidel, segundo o livro da própria Marita, escapou por sorte: ela guardou as pílulas em um pote de creme e o veneno foi inutilizado.

Entre 1958 a 2000, a CIA teria planejado 638 atentados contra o comandante. A maioria das ações foi denunciada por cubanos contatados para participar do assassinado do líder da Revolução. Mais de 160 desses atentados já estavam prontos para o ataque quando foram descobertos e neutralizados.

Fidel Castro também sobreviveu a uma tentativa de invasão da ilha, empreendida por John Kennedy, em 1961. Foi a fracassada operação Baia dos Porcos.

Fidel viveu mais até do que a revista Manchete, a primeira publicação brasileira a colocá-lo na capa, na edição 369, de 16 de maio de 1959. Após três anos de luta, os guerrilheiros haviam tomado Havana no dia 1° de janeiro daquele ano. O Brasil, sob a presidência de JK, logo reconheceu o novo governo cubano e Fidel quis agradecer o gesto em uma das suas primeiras viagens internacionais após a vitória dos guerrilheiros contra o regime do ditador Fulgêncio Batista. Mas a chamada da revista não parecia simpática ao comandante, embora, naquele momento, Fidel ainda tivesse um certo apoio até dos Estados Unidos (os dois países só romperiam relações em janeiro de 1961). Manchete o chamou de "Grande Ator".

Antes, ainda durante a revolução, Manchete enviara a Cuba o fotógrafo Gervásio Baptista.

Fidel Castro e Deborah Berman.
Em Brasília
Fidel só voltou ao Brasil 31 anos após a primeira visita. Foi em 1990, quando veio para a posse de Fernando Collor, o primeiro presidente eleito pelo povo após a ditadura militar. Em 1992 esteve no Rio para a Eco-92; prestigiou a posse de Fernando Henrique, em 1995; e três anos depois fez uma visita de cortesia a FHC e Lula, então candidatos à presidência. Manchete cobriu todas essas visitas. Em duas delas, em raras oportunidades jornalísticas, a repórter Deborah Berman o acompanhou por vários dias, em 1992, no Rio, e em 1999, durante a Cúpula América Latina, Caribe e União Europeia. E, em 1986, a Rede Manchete, em longa entrevista conduzida por Roberto D'Ávila, levou ao ar um "Conexão Internacional" com Fidel Castro. Foi a primeira entrevista exclusiva do líder cubano à televisão brasileira.




Reproduções/Cuba


Fidel morreu em casa, na noite de ontem, 24 de novembro de 2016, em Havana.

Em 13 de agosto, quando completou 90 anos, ele participou do seu último ato público. Nas imagens acima, o comandante entre Raul Castro e Nicolas Maduro. No último dia 15 de novembro, Fidel recebeu o presidente do Vietnã Tran Dai Quang. E a primeira página do Granma, hoje.

Foram as últimas fotos de uma das personalidades mais fotografadas de todos os tempos.


A HISTÓRICA ENTREVISTA EXCLUSIVA DE FIDEL CASTRO PARA O PROGRAMA CONEXÃO INTERNACIONAL, DA REDE MANCHETE



VEJA O VÍDEO COM A ENTREVISTA DE FIDEL CASTRO, LEGENDADA, À REDE MANCHETE, EM 1986. CLIQUE AQUI.


sexta-feira, 10 de junho de 2016

Gervásio Baptista visita o Palácio do Planalto e faz a crise rir...

Gervásio Baptista; emoção e...

...bom humor na visita do decano da fotografia, aos 94 anos, ao Palácio do Planalto, onde foi recebido pelo presidente interino. Fotos: Beto Barata/PR

Às vésperas de completar 94 anos, no dia 19 de junho, o fotógrafo Gervásio Baptista dava uma entrevista à TV Senado, na manhã de hoje, quando foi chamado ao Palácio do Planalto para um encontro fora da agenda com o interino Michel Temer. Gervásio é um habitué mais legítimo e uma testemunha mais íntegra da história política do Brasil do que muitos presidentes.

Pelas suas lentes já passaram Getúlio Vargas, Juscelino Kubistchek, João Goulart, o quarteto de ditadores militares, além de Tancredo Neves,  José Sarney (período em que foi fotógrafo oficial da Presidência), Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma. Para citar alguns gringos, John Kennedy, Fidel Castro e De Gaulle também posaram para o velho baiano.

A maioria passou ou vai passar. Gervásio ficou. É o decano da fotografia brasileira e uma lenda da Manchete.

Para a extinta revista, ele cobriu desde concursos de misses e Copas do Mundo à Guerra do Vietnã; da queda de Perón à Revolução dos Cravos; da Revolução Cubana ao golpe de 1964. É dele a última foto de Tancredo Neves, é dele a mais marcante foto de JK, a que mostra o presidente, cartola à mão, saudando a inauguração de Brasília e que foi capa da Manchete.

Por tudo isso, nesses tempos de crises e jogo político, o Planalto ganhou mais dignidade com a visita de Gervásio Batista. E bom humor também. Que este é uma das marcas do querido fotógrafo.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Gervásio Baptista: "Cadê sua Leica nova? Posso mostrar a vocês como estou atualizado com as câmeras digitais?"

Gervásio Baptista e Orlando Brito

Hermínio Oliveira, fotógrafo que trabalhou na Manchete ao lado de Gervásio, e Silvestre Gorgulho. Fotos Orlando Brito

por Orlando Brito (texto e fotos reproduzidos do Facebook do repórter fotográfico Orlando Brito).

"Fui - em companhia dos queridos Hermínio Oliveira e Silvestre Gorgulho - visitar o velho amigo Gervásio Baptista, hospedado há dois meses no Centro de Convivência Para Idosos, na cidade-satélite de Vicente Pires, em Brasília.
Na ida, ainda no carro, pus-me a relembrar de quantas coberturas por esse mundo a fora fizemos juntos. Das viagens nos confins da Amazônia e nos sertões do Nordeste do Brasil aos palácios de Lisboa, Londres, Paris, Washington; do dia-a-dia no Planalto e Alvorada ao inesperado de inúmeras reportagens; da monotonia das matérias no Supremo Tribunal Federal à agitação dos grandes estádios de Copas do Mundo, Jogos Olímpicos; dos campinhos de terra do interior aos maracanãs, etc etc.
Ao chegarmos, lá estava nosso querido amigo. Aos 93 anos, vigoroso como sempre. Elegante. Camisa polo com colarinho abotoado, paletó, barba feita e o sorriso maroto de baiano criado no Rio. E no mundo. Indaguei-lhe das novidades. Contou-me ao pé-do-ouvido dois ou três fuxicos de outros hóspedes. Depois, perguntou-me:
- Cadê sua Leica nova? Posso mostrar a vocês como estou atualizado com as câmaras digitais? Pensam que só sei fazer clics com Rolleyflex, Hasselblads, Canons e Nikons?
Na mesma hora, passei-lhe minha máquina. O danado não perdeu tempo. Colocou-a no olho esquerdo e, com a mesma firmeza de outrora, apertou o disparador, essa foto aí. Ao fim da sequência, disse-nos de sua eterna satisfação, a de fotografar. Relembrou ao seu antigo colega da revista Manchete, o Hermínio Oliveira, de alguns episódios com seu Adolpho Bloch. Contou novamente ao Silvestre Gorgulho das fotos que fez de Juscelino Kubitschek, Oscar Niemeyer e Lúcio Costa no início da construção de Brasília.
E a mim, trouxe de volta os tempos de O Globo, Veja e Jornal do Brasil, falando de coberturas em que estivemos lado a lado, de fotógrafos com quem trabalhamos ao longo de anos: Jáder Neves, Walter Firmo, Evandro Teixeira, Jean Manzon, Roberto Stuckert, Nicolau Drei, Erno Schneider, Jankiel Gongzarowska...
Batistinha, como ele refere a si mesmo fez misérias nessa vida de fotojornalista. Você nem imagina. Brigou com o presidente Dutra. Saiu no tapa com o lendário delegado Padilha, no Rio. Era amigo de Marta Rocha. Esteve no Vietnã durante a guerra. E ainda tomava umas e outras na noite da Lapa com Kid Morengueira, o sambista Moreira da Silva. Fotografou JK visitando Brasília escondido dos milicos. Era capoeirista. Jogou capoeira com Mestre Pastinha do Mercado Modelo, em Salvador. Fez a polêmica foto de Tancredo cercado pelos médicos antes de ser transferido do Hospital de Base de Brasília para o São Paulo.
Um momento de muita emoção: resolvi abrir o Google Image e mostrar a presença dele na profissão. Tadinho. Não disse nada enquanto deteve atenção à telinha do meu bravo aparelho celular. Mas vi que uma lágrima correu-lhe o rosto.
Ficou feliz com o livro que Silvestre Gorgulho lhe fez de presente. E com a ampliação da imagem dele, Gervásio Baptista, com o presidente José Sarney, de quem foi fotógrafo oficial. Pediu-nos que levássemos agradecimento a Ricardo Noblat, aos Stuckerts e tantos amigos que sempre vão visita-lo no Espaço Sênior, desde que ficou viúvo da Ivete.
Grande fotógrafo, sujeito positivo aquele Gervásio. Franco, generoso, pacificador, ponderado, espírito colaborador, bem-humorado, alma leve, Sabe piada de todo tipo de gente: senador, ministro, português, maluquete, preguiçoso, gaúcho... Sempre tem anedota adequada para amenizar situações tensas que um jornalista enfrenta no front da notícia. E mais, sabe cantar os melhores boleros de Nelson Gonçalves."
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domingo, 27 de setembro de 2015

Gervásio Baptista: notícias de um guerreiro do fotojornalismo



O jornalista Gilberto Costa, colega de Gervásio Baptista na EBC (antiga Radiobrás), esteve no Rio, no começo do ano, entrevistando alguns companheiros da Manchete, que conviveram com o decano da fotografia no Brasil, hoje com 93 anos. Gilberto colhia material para um livro sobre a vida e a trajetória profissional do nosso caro Gervásio.
Hoje, o jornalista de Brasília postou no Facebook cenas de uma visita ao Gervásio. Como se vê nas fotos que o blog toma a liberdade de reproduzir, o nosso amigo está bem, cercado de carinho e de demonstrações de amizade e de lembranças da sua bela carreira, de exemplos de vida e de companheirismo. E, certamente - o sorriso demonstra -, mantém o humor que, tal como a inseparável câmera, não largava nos melhores ou nos mais difíceis momentos. Daqui, vai o nosso abraço. E um obrigado ao Gilberto e amigos que compartilharam as fotos da visita ao grande fotógrafo, uma referência do fotojornalismo e da Manchete.






Fotos de Gilberto Costa/Reproduções Facebook

sábado, 14 de março de 2015

No site da revista Fotografe Melhor, vídeo com entrevista de Gervásio Baptista, 90 anos, o decano dos fotógrafos brasileiros que fez história na revista MANCHETE e continua trabalhando




GERVÁSIO BAPTISTA, UM DOS GRANDES FOTÓGRAFOS DA LENDÁRIA EQUIPE DA  MANCHETE, CONTA OS BASTIDORES DA ÚLTIMA E POLÊMICA FOTO DE TANCREDO NEVES, NO HOSPITAL, FEITA HÁ EXATOS 30 ANOS. 

Gervásio fotografou Tancredo Neves e os médicos do Hospital de Base, em Brasíila, no dia 25 de março de 1985. Tancredo tinha se submetido a duas cirurgias. Foto; Gervásio Baptista.

Em 1954, Gervásio fez outra foto histórica; Tancredo Neves chora a morte de Getúlio durante o enterro do ex-presidente em São Borja, Quando foi indicado pelo colégio eleitoral para a Presidência da República, em 1985, Tancredo o convidou, em visita à redação da revista Manchete, para ser seu fotógrafo oficial. Após a morte de Tancredo, José Sarney assumiu e manteve Gervásio com fotógrafo do Planalto. A foto acima foi reproduzida da revista Manchete.
(da revista Fotografe Melhor) 
O recém-criado canal de fotojornalismo no YouTube mostra histórias de dois monstros-sagrados da cobertura de política O programa Última Cortina, apresentado pelo repórter fotográfico Joedson Alves, tem como objetivo veicular vídeos feitos com depoimentos pontuais de grandes fotojornalistas que atuam na capital federal. Para a estreia, o convidado especial foi Gervásio Baptista que, do alto de seus 90 anos, é uma lenda viva do fotojornalismo de política.
Entre as tantas histórias que Baptista viveu, no vídeo ele fala sobre a polêmica última foto do ex-presidente Tancredo Neves vivo, da qual é o autor. Na época (1985), a veiculação da foto causou um certo alvoroço, pois surgiram teorias de que Tancredo estaria morto quando foi fotografado e que fora praticamente mumificado para posar diante da lente de Baptista, que trabalhava para a área de comunicação da presidência da república.
VEJA O VÍDEO DE GERVÁSIO BAPTISTA, CLIQUE AQUI


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domingo, 9 de março de 2014

Gervásio Baptista, 90 anos: Folha de São Paulo traz hoje matéria com o grande fotógrafo - e boa praça - que fez história na Manchete. Ainda em atividade, Gervásio trabalha atualmente no STF



LEIA A MATÉRIA E VEJA ÁLBUM DE FOTOS NA FOLHA DE SÃO PAULO, 
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Gervásio Baptista cobriu a Guerra do Vietnã. A Manchete o enviou para o front acompanhado do jornalista Murilo Melo Filho. Foto: Acervo Gervásio Baptista


Enterro de Vargas, 1954: Gervásio fez a capa da edição especial da Manchete. Foto: Acervo Gervásio Baptista


Brasilia em construção foi tema de dezenas de edições da Manchete. Acima, Gervásio em frente ao prédio do Congresso com a inseparável Rolleiflex nas mãos. A foto, que pertence ao acervo pessoal do fotógrafo, foi feita por outro brilhante profissional da Manchete: Nicolau Drei. 

Parte da trajetória de Gervásio Baptista e muitas das suas revelações de bastidores estão contadas em um dos capítulos do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou" (Editora Desiderata). Esgotado em livrarias, o livro ainda pode ser encontrado em sebos na internet.




Revolução cubana. Foto de Gervásio Baptista para a Fatos&Fotos. Reprodução do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou" (Desiderata)

domingo, 18 de outubro de 2009

Site do fotógrafo André Dusek conta e mostra histórias reais de jornalistas

O livro Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou (Desiderata) inovou ao expôr sem segredos a trajetória de grandes veículos jornalísticos e revelar seus bastidores através da vida e das vidas de quem também ajudou a construí-los: repórteres, fotógrafos, editores, produtores, colegas do setor administrativo, diretores etc. O resultado foi um surpreendente, curioso, humano e bem-humorado retrato das redações de revistas como Manchete, Fatos&Fotos, Fatos, Amiga, Desfile, Pais&Filhos, Ele&Ela, Mulher de Hoje, Carinho e outras publicações da extinta Bloch Editores. Nessa tendência, em que os protagonistas são os profissionais que fazem a linha de frente do jornalismo, o fotógrafo André Dusek lançou o site fotocoleguinhas.com com os registros que fez de colegas em entrevistas, plantões e viagens pelo mundo. Entre as histórias curiosas, Dusek narra um episódio entre Gervásio Baptista, o fotógrafo, que brilhou na Manchete e é um dos colaboradores da coletânea Aconteceu na Manchete, e o guerrilheiro Che Guevara. No site, estão reunidas imagens curiosas e "causos" como esse do grande Batistinha. Confira no link Imagens e Histórias da Imprensa