Mostrando postagens com marcador Grécia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Grécia. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Com licença de García Márquez, as putas tristes da Grécia...

por Flávio Sépia
No Brasil, pode-se dizer que a política econômica de manjados "ajustes" e festa dos juros altos é uma espécie de prostituta virtual dos especuladores financeiros e traficantes de dinheiro. Eles deitam e rolam. Já na Grécia, são as prostitutas reais que estão pagando a conta do mercado financeiro descontrolado e despirocado. Com o país extorquido por bancos e instituições especuladoras, metade dos jovens gregos está desempregada. Os salários se desvalorizaram, o endividamento aumentou. Mas há um lado até agora pouco conhecido da crise grega: os índices de prostituição no país cresceram em 150%. A imprensa inglesa se interessou pelo assunto e repórteres do Mail on Line, do Daily Mirror e The Telegraph foram em peso a Atenas.
Na Grécia, o trabalho sexual não é ilegal, embora a prostituição na rua seja considerada crime. Normalmente, as mulheres se cadastram para prestar serviços em "estúdios" com licenças emitidas pelo governo, fiscalização, cartão de saúde etc. Com a crise, muitas mulheres e jovens estudantes estão procurando os "estúdios". Como esses não absorvem a demanda, elas são obrigadas a ir para as ruas, em situação de risco. Ao mesmo tempo, os preços dos programas desabam diante do aumento da oferta. De 50 euros, caíram para apenas 2 euros.
Nas últimas semanas, os prostitutas organizaram protestos nas ruas de Atenas. Não chegaram a chamar a atenção do FMI, do Banco Central Europeu, nem da cafetinagem financeira em geral. Voltando a García Márquez, é o amor em tempo de crise na noite de Atenas

domingo, 5 de julho de 2015

Grécia diz NÃO. É a vitória da dignidade. "Mesmo nas circunstâncias mais difíceis, a democracia não pode sofrer chantagem" , diz o primeiro-ministro Aléxis Tsípras

Gregos dão ao mundo uma lição de resistência à especulação financeira. Foto Makis Sinodinos

Nas ruas, população festeja a vitória do Não ao FMI, ao Banco Central europeu e ao conselho da UE. Foto Makis Sinodinos

Com respaldo ainda maior do povo grego, o país que retomar negociações. Foto Makis Sinodinos
Os gregos dizem "Não" em referendo à pressão dos credores e especuladores e às exigências da União Europeia, com a Alemanha à frente, para que o país faça um violento ajuste fiscal, aumente o desemprego e corte programas sociais. O resultado não neutraliza a crise que a Grécia vive desde 2008 quando passou a praticar um arrocho fiscal sobre pressão dos credores - como resultado, o país ficou estagnado e a dívida aumentou - mas pode dar ao país posição mais forte na mesa de negociações. O governo grego, que é vítima de chantagem por parte da UE - uma afirmação que economistas renomados endossam - diz que pretende retomar as negociações, agora com um respaldo ainda maior da população. Diante do resultado, aguarda-se agora a reação da Alemanha e da França, especialmente. A julgar pelo autoritarismo demonstrado por Angela Merkel, a UE deve querer transformar em chucrute com patê o fígado do primeiro-ministro Aléxis Tsípras."O referendo de hoje não teve ganhadores nem vencedores. É uma grande vitória em si mesma. Mesmo nas circunstâncias mais difíceis, a democracia não pode sofrer chantagem", disse Tsípras.