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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Clima: a Conferência foi pro brejo... poluído


por Gonça
Com todo o respeito, só há uma expressão para definir os rumos da Conferência do Clima na Dinamarca: os líderes mundiais, especialmente os presidentes dos países ricos, ligaram o foda-se. Rejeitam metas de controle do aquecimenmto global e, na prática, deixam para as próximas gerações, pra lá de 2050, a responsabilidade e o ônus de cuidar do planeta. Na sua fazenda no Texas, Bush deve estar rindo. Nem ele, um fanático defensor de CO2, esperava tão pouco do festivo encontro de Copenhague. O desprezo com que os governantes lidam com a questão na Dinamarca - Shakespeare veria que nunca houve algo de tão podre naquele país - terá efeito cascata e determinará reações conservadoras em muitos países. O raciocínio de empresas e predadores ambientais será simples: por que preservar se a cúpula mundial manda um claro recado autorizando a destruição? Então, vamos às queimadas, às usinas a carvão, derrubada de matas, vamos transformar a Amazônia em pastagens, o Pantanal em curral e o Cerrado em uma imensa roça.
Nessa linha, aproveitando que a turma faz nada em Copenhague, os ruralistas da Câmara dos Deputados contrabandearam um artigo em projeto de lei aprovado ontem que pode esvaziar radicalmente as atribuições do Ibama e, na prática, jogar no lixo toda a legislação ambiental brasileira. O projeto abre uma brecha tão grande para interpretações legais que é praticamente um liberou geral para desmatamento, licenças para construções de usinas e para desmonte de áreas de preservação ambiental. Para os ambientalistas e a população que sabe soletrar a palavra v-i-d-a resta torcer para que o presidente Lula vete esse perigoso projeto. Na foto (de Ricardo Stuckert/Presidência da República), Lula e Sarkozy em Copenhague. Segundo os jornais de hoje, Lula, diante do fracasso da COP-15, diz que "está rindo para não chorar". Os dois presidentes ainda tentam articular uma reunião de emergência para tentar salvar um tipo de acordo. Outra remota esperança é o último e reservado encontro de Obama com Lula e o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, previsto para hoje. China e EUA são os dois países mais resistentes a um acordo e, não por acaso, os mais poluidores, disparados, do mundo. Pode ser que saia alguma coisa daí mas registre-se que Obama, em uma demonstração da importância que dá ao tema, deixou para chegar a Copenhague no último dia. Isso significa que o presidente americano passou muito mais tempo na Dinamarca quando foi tentar levar as Olimpíadas para Chicago. Perdeu, Terra!