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quinta-feira, 23 de maio de 2019

João Máximo: "Ninguém merecia mais este Camões do que Chico Buarque"


Em seu blog no G1, nosso caro João Máximo, com passagem pela Manchete e Fatos & Fotos, escreve sobre Chico Buarque e o Prêmio Camões de  Literatura, que o escritor e compositor acaba de receber.

Chico foi agraciado pelo conjunto da obra, segundo a unanimidade de um júri formado por Antonio Carlos Hohlfeldt e Antonio Cicero (Brasil); Clara Rowland e Manuel Frias Martins (Portugal); Nataniel Ngomane (Moçambique); e Ana Paula Tavares (Angola).

Seus livros - A bordo de Ruy Barbosa, Fazenda Modelo, Estorvo, Benjamim, Budapeste, Leite Derramado, O Irmão Alemão -, suas peças - Calabar, Gota d'Água, Ópera do Malandro - e as incontáveis poesias que várias gerações de brasileiros se acostumaram a cantar formam uma obra de grande importância para a língua portuguesa.

Trechos do artigo de João Máximo:

*"São de 1968 esta palavras de Vinicius de Moraes: 'Não resta dúvida de que Chico Buarque é também um escritor. Não um escritor como a maioria dos que existem por aí, meros ajuntadores de palavras escritas num léxico convencional ou modernoso'".

* "A entrega da medalha, diploma e 100 mil euros a Chico buarque está prevista para setembro, em  Lisboa. Integrantes da comissão que coroou seu nome garantem não ter havido qualquer injunção política naescolha. E não houve mesmo. Até porque o cidadão que sempre esteve do outro lado daquele governo parece contar cada vez mais com o apoio dos que já estiveram do lado do atual".

LEIA O TEXTO COMPLETO NO BLOG DO JOÃO MÁXIMO, NO G1. AQUI

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Ghiggia: o jogador que transformou Carlos Heitor Cony em ateu...

por José Esmeraldo Gonçalves

"Apenas três pessoas, com um único gesto, calaram o Maracanã com 200 mil pessoas; Frank Sinatra, o Papa João Paulo 2° e eu. Acredito que poucas pessoas o farão neste século". 

A frase de Ghiggia é tão certeira quanto seu chute contra as traves de Barbosa, aos 34 minutos do segundo tempo, no dia 16 de julho de 1950. Sessenta e cinco anos, ontem.
Por uma dessas inexplicáveis coincidências, Alfredo Ghiggia morreu no data em que deixou sua marca no Maracanã, quando o Brasil perdeu do Uruguai por 2x1. Aos 88 anos, último jogador vivo entre os participantes do jogo que deu a Copa ao seu país, o autor do gol da vitória uruguaia sofreu um ataque cardíaco, em casa, enquanto assistia a uma reprise do jogo Internacional x Tigres pela Libertadores das Américas.
O escritor e jornalista João Máximo, que foi chefe-de-redação da Fatos & Fotos, já disse que aquele gol de Ghiggia pode ter sido recebido em silêncio por todos no estádio mas estava destinado a ecoar para sempre. "Nunca na história do futebol mundial, um único lance acarretou tantas discussões, tantas análises, tantas evocações, talvez porque nenhum, como este, tenha transcendido sua simples condição de fato esportivo para alçar-se às dimensões do drama e mitologia, para converter-se em um momento histórico na vida de uma nação". Já Carlos Heitor Cony, escritor e jornalista, também ex-combatente da velha Manchete, foi bíblico ao relembrar o gol do uruguaio: "Deixei de acreditar em Deus no dia em que vi o Brasil perder a Copa do Mundo no Maracanã". E Cony dá as razões para sua "consagração" em ateu : "Duzentas mil pessoas viram quando Ghiggia fez o gol. Foi um lance claríssimo, sem qualquer confusão que pudesse suscitar dúvidas. Pois bem, depois do jogo não encontrei uma só pessoa que descrevesse aquele lance da mesma maneira. Então, como acreditar na versão de meia dúzia de apóstolos, os poucos que viram Cristo ressuscitar, meio na penumbra, num local ermo e obscuro?"
Paulo Perdigão, um entre tantos jornalistas e escritores que transitaram pelas redações da Manchete nas ruas Frei Caneca e Russell, escreveu o livro "Anatomia de uma derrota" (L&PM), sobre o fatídico 16 de julho de 1950. Mas não se trata de um livro qualquer. Perdigão, um dos 200 mil torcedores que testemunharam a tragédia, era obstinado pelo tema. Em 1975, ele publicou na revista EleEla um conto no qual volta ao passado, coloca-se atrás do gol de Barbosa e tenta alertá-lo para o que sabia que ia acontecer: a investida fatal de Ghiggia. Um segundo antes de o uruguaio desfechar seu chute, Perdigão, o viajante do tempo, grita Parem tudo!. "Nos olhos de Barbosa" - escreveu em "Anatomia de uma derrota" - "vislumbrei por uma fração de segundos uma resposta acolhedora. Pelo menos ele entendeu o apelo. Exatamente. O grito atingiu-o como um raio". (...) "Meu grito distraíra a atenção de Barbosa, num ínfimo instante. O suficiente para que Ghiggia tomasse partido do pequeno ângulo entre o goleiro e a trave esquerda e desferisse o tiro fatal". 
Perdigão encerra o conto com uma dramática confissão: 
"Pois na dolorosa viagem ao fundo da minha neurose, descobri porque no dia 16 de julho de 1950 comecei a morrer em vida. E aqui tenho essa verdade a carregar para o resto dos meus dias. O Uruguai não derrotou o Brasil!. Eu, somente eu, fui o responsável pelo gol de Ghiggia". 
Pesquisador determinado, Perdigão trabalhava em uma monografia sobre o PRK-30, o famoso programa da Rádio Nacional, quando ao revirar os arquivos da emissora encontrou quatro discos de 78 rotações contendo a narração completa de Brasil 1x2 Uruguai. Percebeu que relato era tão esclarecedor, em meio às infinitas e variadas versões do jogo e do gol, como cita Cony, que decidiu transcrevê-lo no livro, na íntegra, A narração do jogo mostra que o gol de Ghiggia não foi assim tão imprevisível.
No primeiro tempo, o Uruguai perdeu gols feitos, colocou bola na trave. Ghiggia, por várias vezes, desceu ameaçador pela direita. O tom de voz do locutor. assustado, e a reação da torcida, temorosa, mostravam que a Celeste não estava no Maracanã a passeio.
O gol de Friaça, a 1min e 21s do segundo tempo (acima, reprodução do livro "Anatomia de uma derrota"), trouxe otimismo ao estádio e reacendeu o clima de "já ganhou" que antecedeu a final da Copa..
Mas o gol de Schiaffino, aos 20min e 13s, aliás com a participação de Ghiggia, devolveu a tensão ao jogo. Pela primeira vez naquela tarde, o Maracanã "ouviu o silêncio", mas caberia a Ghiggia, 14 minutos depois, calar definitivamente o estádio.
Elegante, o "carrasco" uruguaio sempre mostrou respeito pelo goleiro Barbosa, a quem defendeu em inúmeras entrevistas ao longo da vida. Ghiggia explicava que durante a partida recebera muitas bolas pela direita e levantara cruzamentos sobre a área. Ele tinha certeza de que o goleiro brasileiro esperava que ele repetisse a jogada e por isso se deslocou ligeiramente para cortar uma possível bola centrada. Ao perceber tarde demais que o chute viria no canto esquerdo, Barbosa pula, toca a bola, mas não consegue desviá-la.
E foi assim que o gol à direita das cabines de rádio entrou para a história para não sair mais. Virou o "gol de Ghiggia", o Ghiggia que transformou Carlos Heitor Cony em ateu.
Alguma lição ou dever de casa, o dia traumático deixou. Ao sair do Maracanã naquele 16 de julho, nenhum torcedor imaginaria que nas duas décadas seguintes o Brasil ganharia três Copas. Talvez por isso o tempo tenha concedido uma aura épica à derrota de 50. que seduziu ou assombrou gerações que nem eram nascidas na época. Virou lenda, como as grandes derrotas.
 Nada a ver com um certo e patético 7x1, do Mineirão, que o Maracanã foi poupado de receber. Aquele foi apenas o dia em que a farsa se eternizou como farsa.
Velório de Ghiggia no Salão dos Passos Perdidos, Palácio Legislativo, em Montevidéu: honras para um herói do Uruguai. Foto: Presidência do Uruguai

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Memórias da redação: aconteceu na...


por Nelio Barbosa Horta
Ainda na Frei Caneca, no prédio que foi implodido sábado passado,  aí está a redação da Enciclopédia
Bloch, quando começou. Ficava no sexto andar, numa saleta ao lado da redação da Manchete.
Foi uma revista inspirada inicialmente na famosa ”National Geographic”, mas que acabou  tendo
personalidade própria, com matérias exclusivas e uma tiragem bastante considerável. Era disputada
por estudantes. Em uma de suas edições, publicamos, na capa, uma embalagem com a terra santa
de Israel, especialmente importada com esta finalidade. Na redação, além do José-Itamar de Freitas,
editor, tinha o Moacir Japiassu, redator-chefe, eu, Nelio Horta (sentado), editor de arte. Estamos na foto em no tempo em que nós tínhamos cabelo... Havia também a Célia Maria Ladeira, a Maria Eduarda Alves
de Souza e o Flávio de Aquino. Mais tarde, formaram também na equipe o Luiz Roberto Porto, o Robertão, o José Inácio Werneck e o João Máximo.  Quanta saudade... (Nelio Barbosa Horta, de Saquarema)




sábado, 25 de junho de 2011

"Gigantes do Futebol Brasileiro": livro de João Máximo e Marcos de Castro é um clássico do futebol

Marcos de Castro e João Máximo autografam "Gigantes do Futebol Brasileiro", na Livraria da Travessa, em Ipanema. Foto: Jussara Razzé
por José Esmeraldo Gonçalves
Em 1965, os jornalistas João Máximo e Marcos de Castro lançaram  "Gigantes do Futebol Brasileiro". O livro tornou-se um clássico da literatura esportiva.
Eram 13 perfis de grandes jogadores escritos por dois grandes craques.
Tive o prazer de trabalhar com ambos, na Manchete. Mais com o João, que nos anos 70 foi chefe de redação da Fatos & Fotos. Os dois formam uma tabelinha de gigantes do jornalismo. Cada um a seu tempo, foram editores de esporte do velho JB. João cobriu cinco Copas, ganhou dois Prêmios Esso e está hoje no Globo; Marcos de Castro faturou três, sendo dois com reportagens sobre futebol. Além da Manchete, trabalhou na Enciclopédia Bloch, Realidade, Veja Rio e Jornal da Tarde.
Precisa dizer mais?
Recentemente foi lançada pela Civilização Brasileira a segunda edição do "Gigantes do Futebol Brasileiro". Agora são 21 craques: Friedenreich, Fausto, Domingos das Guia, Leônidas, Tim, Zizinho, Heleno, Ademir, Danilo, Nilton Santos, Didi, Garrinha, Pelé, Gérson, Rivelino, Tostão, Falcão, Zico, Romário e Ronaldo.
Outro dia, vendo o jogo do Santos contra o Penarol, me perguntei se Neymar e Ganso algum dia farão parte dessa lista. Claro que falta muita estrada ainda para os "meninos da Vila". E vem aí, na curva, uma Copa América para mostrar que a camisa da seleção não pesará nos seus ombros. Mas estou otimista com esses dois. O fato de ainda estarem jogando no Brasil faz diferença. E torço para que fiquem no Santos por mais uma ou duas temporadas ou, quem sabe, o que é dificílimo diante do baú de euros que lhes oferecem, até à Copa de 2014. Há muito tempo não se apresentam à seleção dois jogadores tão identificados com a torcida. A relação dos torcedores com os convocados que jogam há anos no exterior, os expatriados, é mais fria. E mais fria a relação destes com a seleção. Kaká, que ao ser convocado já pediu dispensa várias vezes, é um exemplo. Ronadinho Gaúcho, outro. Mesmo Robinho, embora mais vibrante, não parece ter o coração nos pés quando veste a amarelinha. Diria que a distância e as características do futebol europeu quase apagam as referências tipicamente brasileiras. Acontece algo parecido com o argentino Messi, que não tem se saido bem na seleção do seu país. Para ele, a Copa América será também uma chance para se aproximar dos "hermanos".
Que Neymar e Ganso cheguem à próxima Copa ainda com o DNA de craques brasileiros. Que o futebol alegre de um e a inteligência e precisão do outro resistam aos euros.
E aí estarão a um passo de se tornarem "gigantes".

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Foto Manchete em O Globo


A famosa foto Mil do Pelé, da Manchete, publicada no Caderno de Esportes do Globo com crédito da Keystone e a retificação do jornal
por Gonça
O Globo está publicando uma ótima série de autoria do jornalista João Máximo sobre os 70 anos de Pelé. Para se ter um ideia da importância do acervo fotográfico da extinta Bloch (que, alíás, foi vendido em leilão mas não se conhece ainda o comprador, suas intenções e principalmente o destino de milhões de cromos, negativos e reproduções históricas), o Globo tem utilizado reproduções de imagens feitas pelo famoso time de fotógrafos da revista, que acompanhou o futebol brasileiro desde os anos 50. Na abertura da série foi publicada a premiada foto de Orlando Abrunhosa que mostra a "pirâmide" de  Pelé, Tostão e Jairzinho na Copa de 70; na edição de quarta-feira (20), a capa do caderno de Esportes do Globo foi ilustrada com uma foto do Pelé, na Vila Belmiro (e não no Maracanã como o Globo diz), com bolas enfileiradas no gramado em forma de número 1000. O Globo creditou como sendo da Keystone. No mesmo caderno, edição de sexta (22), o jornal publicou  em nota devida retificação: "A foto de Pelé com o número mil formado por bolas, publicada anteontem, foi produzida para a revista Manchete. Ela foi feita pelo fotógrafo Mituo Shiguihara, na Vila Belmiro, por iniciativa do diretor de redação da época, Zevi Ghivelder".

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Canções do Rio: tarde de autógrafos


Autógrafos...
em Canções do Rio e o livro e o samba: tudo a ver.
Sérgio Cabral, de Costas, João Máximo, Esmeraldo, na fila, Muniz Sodré, Heloisa Seixas e Ruy Castro.


Esta que vos fala...

e o samba na Ouvidor, com a "canja" do cantor Zé Renato.

O fotógrafo Evandro Teixeira e o editor do Idéias Álvaro Costa e Silva , o Marechal, à dir., na foto, na fila de autógrafos.

Reencontro e abraço de ex-colegas da Fatos & Fotos: João Máximo e Esmeraldo

por Jussara Razzé
Organizado por Marcelo Moutinho, o livro Canções do Rio - a cidade em letra e música (Casa da Palavra) celebra sem preconceitos a música - todos os gêneros - que inspira e se inspirou nesta terra. João Máximo escreve o capítulo Dos Primórdios à Era de Ouro; Sérgio Cabral fala das Marchinhas; Nei Lopes diz do samba que o Rio canta; Ruy Castro é Bossa Nova; a Canção Moderna (festivais, Chico Buarque, Gil, Tim Maia) é o capítulo de Hugo Suckman; e Silvio Essinger vai de rock, rap e funk. Um roteiro cantado das paixões e do coração do Rio. A tarde de autógrafos não podia ser mais carioca: a tradicional Roda de Samba promovida pela Livraria Folha Seca, na Rua do Ouvidor. Curiosamente, Manchete, de certa forma, estava lá. Entre os autores, passaram pela revista João Máximo, Ruy Castro, Silvio Essinger e Hugo Sukman. Na fila, outros ex-passageiros do Russell: eu, Esmeraldo, Valéria Martins, Álvaro da Costa e Silva , o Marechal, Eduardo Souza Lima , o Zé José, e Muniz Sodré, presidente da Biblioteca Nacional.