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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Governo de São Paulo cria novo programa social: "Meu sigilo, meu governo".

por Omelete
O governo Alkmin descobriu a melhor maneira de não ter problemas futuros: decretar sigilo. Uma esperta política de governo que está se espalhando pelos diversos níveis administrativos do estado de São Paulo. Além de trabalhar em silêncio, melhor do que isso, mantém o silêncio em áreas, digamos, sensíveis, por 20 ou 50 anos, dependendo do teor explosivo do segredo. Depois da Sabesp e do Metrô, os tucanos agora determinam que a PM fique sob sigilo. Na verdade, oficializa-se o segredo. A mídia, espontaneamente, já mantinha sob sigilo escândalos paulistas como o das propinas do Metrô, esquemas de descontos do ISS, IPTU. Também tinha decretado sigilo sobre casos dos tempos de FHC do tipo Banestado, compra de votos para a reeleição, privataria, mensalão tucano etc.
Só que agora é lei. Uma espécie de Lei de Segurança Tucana inspirada na Lei de Segurança da ditadura militar.Mérito do PSDB por adotar a fórmula do governo perfeito. Nem o PMDB, que é profissa no ramo, teve essa sacada genial. Está fechando mil escolas? Bota no sigilo. Aumentou o índice de criminalidade? Um sigilo aí caía bem. Denúncia de superfaturamento? Aonde? Nada a declarar, isso aí está sob sigilo de 50 anos. Faltou água? Como assim? Tem sigilo aí saindo pelo ladrão. Verbas de publicidade foram distribuídas aos "parças"?
Deixa pra lá, a lei boca-de-siri resolve. Propina na Eletropaulo? Desliga. Alstom? Nunca ouvi falar. Cartões corporativos? Extraviou. Sucateamento do ensino estadual? Não sei de nada, é hora do recreio. Multiplicação de pedágios? Passa batido.
Na verdade, o sigilo está no DNA dos tucanos. Quem não se lembra de Rubens Ricúpero, o pássaro emplumado que foi o ministro da Fazenda escolhido pelo PSDB para substituir FHC quando este deixou o governo Itamar Franco para se candidatar a presidente, em 1994. Ricúpero protagonizou o escândalo da parabólica" ao pronunciar uma frase antológica sem perceber que som e imagem, embora fora do ar no estúdio, eram transmitidos naquele momento para todos os telespectadores que captavam a TV Globo via satélite através de antenas parabólicas.
Didático e assumidamente cínico, no sentido filosófico consagrado por Antístenes de Atenas, ele  ensinou ao jornalista Carlos Monforte, que o entrevistava para o Jornal Nacional: "Eu não tenho escrúpulos; o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde". Foi o momento sublime da gênese tucana da política de sigilo que agora se consagra em lei.
Uma última informação: o governo paulista acaba de informar que Alkmin perdeu o rumo de casa. Foi mal, um aspone tinha botado o endereço dele sob sigilo.