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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Leilão do Arquivo Fotográfico da extinta Bloch

por José Carlos Jesus
No proximo dia 4 de maio as 14hs, no Atrio do Forum, irão a leilão, pela segunda vez,  os arquivos fotograficos da massa falida de Bloch Editores. São mais de 20 milhões de fotos em cromos e fotogarfias. O lance mínimo é de 1.249.249,30 (um milhão duzentos e quarenta e nove mil duzentos e quarenta e nove reais e trinta centavos). O vencedor levará também a pesquisa das puplicações (coleções encadernadas). Para conhecer o  acervo fotográfico, os interessados devem agendar visitas com o leiloeiro Fernando Braga nos telefones 21. 2224.7478 / 7811.
Amigos: o mês de maio será fundamental para as pretensões dos ex-empregados ainda não habilitados a receber os seus créditos trabalhistas e para o pagamento da correcão monetária daqueles que já receberam suas indenizações. 
Abaixo a historia destes arquivos:
ACERVO FOTOGRÁFICO DO ARQUIVO MANCHETE/BLOCH EDITORES
Durante os anos 1950, as fotos da revista Manchete eram predominantemente em preto-e-branco, com exceção das capas, sempre em cor, a não ser quando enfocavam um acontecimento da atualidade cuja cobertura fora feita em p&b.
Fatos que emocionaram o país nesta década foram registrados exemplarmente pelas câmaras de Manchete: os funerais de Francisco Alves, o Rei da Voz (1952), Getúlio Vargas (1954), Carmen Miranda (1955). Outros fatos que não escaparam ao olho arguto dos fotógrafos da Manchete: o atentado contra Carlos Lacerda na Rua Toneleiros, Rio, estopim da crise que levaria ao suicídio de Vargas; o incêndio da boate Vogue (1955), com fotos dramáticas de pessoas se atirando do prédio para não morrerem queimadas; as rebeliões fracassadas contra o governo JK: antes da posse, a bordo do navio Almirante Tamandaré (1955) e o levante de Jacareacanga, uma base na floresta amazônica, que estourou no sábado de Carnaval de 1956 e não durou muito. Outros fatos sociais, políticos, culturais e esportivos foram documentados com arte e presteza pela equipe fotográfica de Manchete: o nascimento de três mitos da beleza brasileira, três segundos lugares no concurso de Miss Universo que marcaram a vitória moral da baiana Martha Rocha (1954), da amazonense Terezinha Morango (1957) e da carioca Adalgisa Colombo (1958); a conquista da primeira Copa do Mundo da seleção brasileira em campos da Suécia (1958); o surgimento de dois movimentos que se tornariam sucesso até mesmo fora do país: a bossa nova e o cinema novo. Não só Manchete acompanhava estas “ondas” culturais, como criou uma linguagem nova e instigante ao retratar suas principais estrelas, como João e Astrud Gilberto, Nara Leão, a dupla imortal Tom e Vinicius, Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli, este repórter da Manchete quando compôs O Barquinho. Um dos grandes temas nacionais em que a revista de Adolpho Bloch investiu desde o início foi a construção de Brasília: fotos excepcionais dos protagonistas da mudança da capital (JK, Oscar Niemeyer, Lúcio Costa e o engenheiro Bernardo Sayão, que morreria acidentalmente durante as obras) figuram lado a lado com imagens históricas das grandes estruturas que vão se erguendo na vastidão do Planalto Central pelas mãos dos “candangos”, os heróis anônimos da epopéia brasiliense.

Imagens dos Anos 60
A partir dos anos 1960, Manchete aderiu à nova tecnologia da fotografia em cores — com as câmaras de 35mm ocupando o espaço das pesadas Rolleiflex de formato quadrado — modernizou seu parque gráfico para permitir a impressão de revistas totalmente em quatro cores. Foi a partir dessa década que a Bloch ampliou o seu leque de revistas, com os lançamentos de Fatos e Fotos (uma versão mais “jornal” da Manchete, inicialmente só em p&b;) Enciclopédia Bloch, depois Geográfica Universal; a masculina EleEla, a feminina Desfile (em substituição à antiga Jóia), a semanal de TV e fofocas Amiga, além de uma série de publicações especializadas e fascículos.
Cada novo veículo da Bloch inaugurou um novo estilo de fotografia, sendo que as mensais como Desfile, Ele Ela e Pais e Filhos se exprimiram principalmente a partir de fotos de estúdio invejadas por publicações do mundo inteiro. Mas, até encerrar suas atividades em 1º de agosto de 2000, Manchete manteve o alto padrão de qualidade e de criatividade, constituindo-se numa espécie de janela para o Brasil e o mundo.

Enumeramos brevemente a seguir alguns dos feitos de cobertura da revista ao longo das cinco décadas em que atuou:

Carnaval carioca — As edições de cobertura do carnaval do Rio de Janeiro primaram por sua velocidade aliada à qualidade. Poucas horas depois de encerrada a maior festa popular do mundo, Manchete chegava às bancas e esgotava em poucas horas.

Festivais de música — Os festivais de música, no Rio e em São Paulo, a partir de 1967, revelaram novos talentos que se tornaram os grandes ídolos da MPB e sustentam essa posição até hoje: Caetano, Gil, Mutantes, Milton Nascimento, Chico Buarque são apenas alguns nomes desta plêiade. E Manchete fixou em imagens os melhores momentos desta aventura musical.

“Furos” políticos — As melhores fotos de JK, em público e na intimidade; a última foto de Jânio Quadros antes de renunciar à Presidência em 1961; fotos de Fidel Castro e Che Guevara nos tempos turbulentos que se seguiram à revolução em Cuba, inclusive fotos destes líderes no Brasil; a última foto do Presidente Costa e Silva (1968), fotos exclusivas do Presidente João Baptista Figueiredo de sunga em Brasília; a última foto do Presidente Tancredo Neves (1985), o impeachment de Collor — os grandes instantes da nossa vida política foram registrados para sempre pelas Câmaras de Manchete.

• Vocação esportiva • Nos seus 48 anos de vida, Manchete cobriu 12 Copas do Mundo de Futebol (incluindo o Tetra, 58-62-70-94) e 12 Olimpíadas Mundiais, algumas das quais marcaram o surgimento de estrelas como Ademar Ferreira da Silva, João do Pulo, Eder Jofre, os meninos e as meninas do vôlei; no tênis, documentou os triunfos de Maria Ester Bueno e Gustavo Kürten; nas pistas, investiu desde cedo na Fórmula-1, colocando nas bancas uma edição especial áudio-visual sobre o primeiro título de Emerson Fittipaldi em 1972; as carreiras irresistíveis e Nelson Piquet e Ayrton Senna e várias edições especiais sobre o trágico fim do nosso maior piloto em 1994, no circuito de Imola.

Ciência espetacular — Os grandes saltos da ciência e da tecnologia viraram Manchete assim que aconteceram: a corrida espacial, o homem na Lua, os transplantes cardíacos, o bebê de proveta (a revista chegou até, em exclusividade internacional, a documentar os primeiros anos de Louise Joy Brown, a menina inglesa que foi a primeira criança reproduzida in vitro.)

Celebridades — Os fotógrafos de Manchete não só saíram em campo para fotografar as personalidades marcantes da metade mais vibrante do século (a segunda), como a revista, em diversas épocas e em diversos de seus prédios, recebeu e clicou figuras como Sartre e Simone de Beauvoir (comeram uma feijoada na gráfica de Parada de Lucas); Dizzy Gillespie, o mago do trompete do jazz, dançou samba na antiga redação de Frei Caneca; depois, a festa se mudou para o palácio de vidro da rua do Russell, desenhado por Oscar Niemeyer: Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na ua, dois meses depois pisava o restaurante do 3º andar; Jack Nicholson, Roman Polanski e Liza Minnelli foram fotografados no Teatro Adolpho Bloch; músicos de fama internacional como o violoncelista Mstislav Rostropovich também passaram pelo Russell, onde o amigo da casa e diletante do bel canto, Mário Henrique Simonsen, fez um dueto com o tenor Plácido Domingo, e o pai dos transplantes, o dr. Christiaan Barnard, tocou no piano do décimo andar. “Panteras” de classes tão distintas como a Rainha da Indonésia, Dewi Sukarno, e a deputada pornô Cicciolina fizeram poses eróticas engatinhando sobre a grande mesa de jantar. A feminista Betty Friedan, no auge da polêmica, debateu com a redação e discutiu a figura da iídiche Mame com o próprio Adolpho Bloch. Katherine Graham, a dona do Washington Post, o jornal que levantou o escândalo de Watergate e derrubou o Presidente Nixon, tomou chá com Adolpho. Tempos depois, Polanski voltou com a nova mulher, a ninfeta Emmanuelle Seigner, para tomar um chá, mas preferiu tomar vodca polonesa e conversar em russo com Adolpho. O grande bailarino Mikhail Barishnikov e o maestro Zubin Mehta hospedaram-se no belo palacete da Manchete em São Paulo, onde Juscelino Kubitschek dormiu a sua última noite. A modelo-ícone da swinging London, Jean Shrimpton, os Rolling Stones (em sua primeira visita ao Brasil) e o diretor de ópera e cinema Franco Zeffirelli, foram devidamente clicados circulando pelo Rio a bordo de caminhonetes de reportagem da Manchete. A estrela de Crepúsculos dos deuses, Gloria Swanson, o cineasta William Wyler, o coreógrafo Bob Fosse, o colunista Art Buchwald, os escritores E.L. Doctorow, Doris Lessing, Sidney Sheldon, o dr. Albert Sabin, o pai da aeróbica Kenneth Cooper — enfim, não há memória e não há espaço para citar os ricos e famosos que foram recebidos e fotografados por Manchete.

Edições especiais — Além das inúmeras edições especiais sobre temas brasileiros ou destinadas a divulgar o país no exterior (em inglês, francês e até mesmo em russo), Manchete publicou vários números extras alusivos a acontecimentos das atualidade, comemorativos de datas históricas ou conquistas esportivas e como homenagem póstuma a grandes figuras que desapareceram do cenário brasileiro. As edições da cobertura da primeira visita do Papa ao Brasil, em 1980, obtiveram recordes de tiragens.

Mestres da objetiva — Nos tempos de ouro, a equipe de fotógrafos de Manchete ultrapassava a centena, espalhada entre o eixo Rio-São Paulo, as sucursais nacionais e internacionais e free-lancers pelo mundo inteiro, sem mencionar os serviços das principais agências fotográficas. Alguns destes fotógrafos inscreveram seu nome como mestres da sua arte, ao lado dos grandes nomes como Cartier-Bresson, Robert Capa, Richard Avedon e outros. Alécio de Andrade, por exemplo, foi convidado para trabalhar na agência Magnum, fundada pelo mestre Bresson, e que funcionava como espécie de cooperativa de gênios da objetiva. Outros criaram um estilo pessoal, publicaram livros, realizaram exposições, firmando a marca de excelência da Manchete. Outros ainda, pela qualidade do seu trabalho, foram escolhidos para se tornar o fotógrafo oficial da Presidência da República, glória máxima a que pode almejar um fotógrafo profissional. Roberto Stuckert, foi o fotógrafo oficial do Presidente João Baptista Figueiredo;U. Dettmar foi o fotógrafo exclusivo do Presidente Fernando Collor de Mello. Mais curiosa é a história do baiano Gervásio Baptista. Em 1954, ele clicou a foto de capa que mostrava Tancredo Neves chorando sobre o caixão de Getúlio Vargas durante o enterro do Presidente em São Borja. A foto valeu prestígio eterno para Tancredo que, eleito pelo Congresso para presidir o Brasil em 1985, chamou imediatamente Gervásio para ser o seu fotógrafo oficial. Com a doença de Tancredo, na véspera do dia da posse, José Sarney assumiu a Presidência e confirmou Gervásio no posto. O baiano que havia adotado o Rio como sua cidade do coração, foi cativado por Brasília e continua lá, na ativa, passados 23 anos.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Deu no Dia on line: o leilão que não houve

Dia on line:Rio - Não houve proposta para a compra do acervo fotográfico e do arquivo jornalístico da Bloch Editores, levados a leilão nesta terça-feira, pela 5ª Vara Empresarial do Rio. Os cerca de 8,5 milhões de fotos, negativos e cromos, somados a coleções completas das revistas da editora - como Manchete e Fatos e Fotos - estão avaliados em R$ 1.967.438,42.Durante o leilão realizado no Fórum Central, o material chegou a ser oferecido condicionalmente pela metade do valor, mas não houve lances. Uma nova praça deverá ser marcada pela juíza Maria da Penha Nobre Mauro Victorino. De acordo com o leiloeiro Fernando Braga, durante o período de visitas, o acervo atraiu empresas de comunicação, informática e institutos (...)
Leia mais no link O leilão que não houve

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Dicas de leitura para quem arrematar o Arquivo Fotográfico da Massa Falida da Bloch Editores. Obras ilustradas com centenas de reproduções de fotos.

Aconteceu na Manchete - As histórias que ninguém contou (Desiderata)
Rede Manchete - Aconteceu Virou História (Coleção Aplauso - Imprensa Oficial do Estado de São Paulo


Os Irmãos Karamabloch - Companhia das Letras


O Pilão - Editora Bloch