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segunda-feira, 5 de junho de 2023

Fotomemória da redação: em alguma data dos anos 1990, o 'bonde" da Bloch no restaurante do decimo-segundo andar da Rua do Russell

 

Era uma data festiva. Sabe-se lá qual. Pode ser de um almoço de fim de ano, com alguns colegas usando o branco de lei. Vamos aos nomes: em pé, esq. para dir., Hélio Carneiro, dona Bella, Haroldo Jacques, Adolpho Bloch, Carlos Heitor Cony, Roberto Muggiati, Janir de Hollanda, Pedro Jacques Kapeller, Claudia Richer, Roberto Barreira, Lena Muggiati e Tarlis Batista; e, sentados, a partir da esquerda, Vera Mendonça, Marilda Varejão, Celso Arnaldo Araújo, Ateneia Feijó, José Esmeraldo Gonçalves, Lincoln Martins, Sylvia de Castro e Silvia Leal Fernandes. (José Esmeraldo Gonçalves)

quarta-feira, 1 de maio de 2019

Ayrton Senna na Manchete: recortes do eterno campeão

Ao longo de 12 anos, entre 1982 e 1994, Manchete acompanhou de perto da carreira de Ayrton Senna. O primeiro contrato importante, a afirmação do talento ainda nas pistas brasileiras, os primeiros passos no automobilismo internacional. Uma parceria que iria bem além da tragédia em Ímola, no dia 1° de maio de 1994, há 25 anos. A partir daquele triste domingo, não mais e apenas o Senna, mas Ayrton Senna, eterno mito mundial. Um ídolo que jamais deixou de estar presente no circuito de Fórmula 1. Vive na admiração de gerações de pilotos, é quase sempre citado nas entrevistas do atual tetracampeão Lewis Hamilton.

A primeira vez que uma foto de Senna foi publicada na revista, o mérito não foi do próprio, então desconhecido do grande público. Explica-se: a seção Brasil em Manchete destinava-se a notas que interessavam a anunciantes ou autoridades. Foi lá que Senna estreou, ao lado do pai e de diretores do Banerj, quando assinou contrato com o banco, bem antes de outro banco, o Nacional, agregar a marca à trajetória internacional do brasileiro.

Na sequência, alguns breves recortes da longa parceria Senna-Manchete.

A primeira foto de Senna na Manchete; em 1982, o piloto assina contrato com o Banerj
para correr na Fórmula Ford.

Um ano depois, ganhou mais espaço.

O primeiro destaque: em 1983, o repórter Celso Arnaldo Araújo e o fotógrafo Orípides
Ribeiro fazem o primeiro perfil de Senna. a matéria apostava em ele se tornaria "um dos
maiores ases do automobilismo mundial".

Em 1988, o primeiro título na F-1. 

A celebridade

O domingo trágico

A despedida. 

Aos 10 anos da morte de Senna, a Manchete já não estava nas bancas. A Bloch Editores
foi à falência em 2000. Durante pouco mais de um ano, uma cooperativa de ex-funcionários, a Nova Bloch,  autorizada pela Justiça, havia mantido a revista viva. Pouco depois, a marca foi a leilão. Em 2004, o empresário Marcos Dvoskin, da Editora Manchete, nova proprietária do título, lançou uma edição comemorativa editada por Lincoln Martins, ex-diretor da EleEla, Geográfica e da Manchete. Foi o ponto final da parceria Senna-Manchete.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Memórias da redação - Watergate? O que Manchete teve a ver com aquilo?

Reprodução cedida pelo jornalista Lincoln Martins, ex-diretor da Ele/Ela

por José Esmeraldo Gonçalves 

Em 1973, Watergate fervia em Washington. O filme The Post, em cartaz 45 anos depois, reaquece o escândalo que derrubou Nixon.

Naqueles dias da tempestade jornalística gerada pela invasão do escritório do Partido Democrata e pela cobertura implacável do Washington Post, a Casa Branca sob pressão consumia quilos de Diazepam, o ansiolítico da moda.

Mas, em um dos escritórios, havia um funcionário que encontrou tempo e calma para enviar à Manchete uma prosaica carta de congratulações, em nome de Nixon, saudando a distribuição da revista brasileira em Nova York, Washington e Boston.

Escrever aquela carta protocolar deve ter sido a atividade mais entediante do jornalista Herbert Klein no dia 17 de janeiro de 1973, principalmente porque ele era Diretor de Comunicação do Poder Executivo na gestão de Richard Nixon.

Nixon e Herbert Klein,
em 1971
Na verdade, o nome era pomposo para um cargo quase decorativo. Klein havia sido secretário de imprensa de Nixon durante várias campanhas eleitorais, incluindo a da primeira eleição para deputado, a corrida presidencial mal sucedida de 1960 (que Kennedy venceu) e, finalmente, a conquista da Casa Branca em 1968. Só que, ao assumir, Nixon escolheu como Secretário de Imprensa Ronald Ziegler, protegido de H.R.Haldeman, que se envolveu até a medula no Caso Watergate. Chefe de gabinete de Nixon, Harry Haldeman foi condenado a 18 meses de prisão por perjúrio, conspiração e obstrução da justiça

A mídia americana registrou que, por ser preterido, Klein ficou magoado com Nixon. O núcleo que cercava o presidente chegou a suspeitar, no auge do escândalo, que ele era o Deep Throat que passava informações aos repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein. "Ele não é o nosso cara, é?", duvidou  Nixon. Klein ouviu o próprio presidente falar isso em uma gravação e, logo após, recebeu uma ordem para passar a se reportar a Ronald Ziegler. Sua resposta foi pedir demissão.

Isso lhe aconteceu poucos meses depois de ter escrito a carta reproduzida acima e um ano antes da renúncia de Nixon, em 1974.

A carta foi endereçada a Amilcar Moraes, presidente da M&Z Representatives, que distribuía nos Estados Unidos, além da Manchete, o Jornal do Brasil, o Globo e o Pasquim. Amilcar encaminhou uma cópia da carta a Lincoln Martins, então diretor da EleEla, revista que sua distribuidora também levava a algumas bancas americanas.

Herbert Klein morreu em 2009, aos 91 anos, e nunca foi acusado de participar do escândalo de Watergate. A "traição" de Nixon acabou livrando seu antigo assessor de imprensa do valão a céu aberto do escândalo político.

Quando os repórteres queriam saber do envolvimento de Klein com o caso, ele apenas ironizava: "Se eu tivesse feito aquilo, teria feito melhor".

E, não, ele não era o Deep Throat. Como se sabe, a identidade do informante foi finalmente revelada em 2005 quando Mark Felt, diretor do FBI nos anos 1970, confessou em artigo que escreveu para a Vanity Fair que era o homem que passava informações para o Washington Post.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Fotomemória: a EleEla nos anos 80...

Lincoln Martins, que dirigiu a revista EleEla, envia para o blog a foto acima. Mostra parte da redação da revista nos anos 80. Da esq. para a dir., Alexandre Raposo, Leo Borges Ramos (o Barão), Rosana Pereira, Lincoln Martins, mestre Gualter Mathias Neto, diretor de arte Nicolas López e Jorge (Joca) Carvalho. Registro afetivo de uma época. Foto: Arquivo Pessoal.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Memória da redação: Aconteceu na...

Parada de Lucas
A foto é do começo dos anos 80. Era comum. naquela época, uma espécie de visita guiada dos jornalistas das redações da Rua do Russell a Parada de Lucas, subúrbio onde ficava o Parque Gráfico da Bloch. Geralmente, o próprio Adolpho Bloch era o guia. O pretexto, quase sempre, era a chegada de uma máquina nova ou, simplesmnete, ver a Cerutti, então o que havia de mais moderno, rodar milhares de páginas. Naquele dia, um dia qualquer da "década perdida", os tais anos 80, editores de várias revistas, diretores e redatores da Manchete participaram do tour a Lucas. A foto é do baú do Lincoln Martins que, no último fim de semana, encontrou a raridade e quis compartilhá-la com este blog.


Primeira fila, no alto, da esq. para a dir.: Jiri Biller, da Gráfica, Lincoln Martins, diretor da EleEla e Geográfica, Tereza Jorge, da Pais & Filhos, Alda, da Circulação, e Wilson Cunha, da Manchete. Segunda fila; Justino Martins, diretor da Manchete, Maríla Campos, da Carinho, e Roberto Muggiati, da Manchete. Terceira fila; Adolpho Bloch, Edson Pinto, diretor da Amiga, José Guilherme, redator da Manchete, Carlos Heitor Cony e Murilo Melo Filho; Sentados, à frente, Flávio de Aquino, redator e crítico de Arte da Manchete, e Oscar Bloch.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Do baú do paniscumovum: a edição de Manchete que virou livro

A edição da MANCHET, de 29 de dezembro de 1979, há 30 anos...
... se transformou em um livro "fora do comércio", de tiragem restrita e hoje exemplar raro.

Logo mais, às 15h, no Fórum, centro do Rio, acontecerá o leilão do Arquivo Fotográfico da Manchete. A expectativa, como este paniscumovum já adiantou, é que apareçam interessados já nessa primeira chamada, que uma eventual disputa eleve o valor inicial do acervo e que os recursos arrecadados acelerem o pagamento das indenizações a cerca de 3 mil trabalhadores da extinta editora. Já falamos aqui da importância histórica e cultural deste arquivo, especialmente para o Rio de Janeiro. A torcida geral é para que ele não saia do Rio. Mas o propósito deste post é falar dos Anos 70. Há quase 30 anos, mais precisamente no dia 29 de dezembro de 1979, chegava às bancas a revista Manchete, o número da primeira semana dos Anos 80. Anunciava o lançamento de uma série especial: Para Entender os Anos 70. O curioso - e não sei se isso já aconteceu com outra revista - é que o série fez tanto sucesso que a Bloch resolveu transformá-la em um livro. Foi uma edição especial, fora do comércio, para anunciantes e agências de publicidade. Estão aí reproduzidas as capas da revista e do livro. No prefácio, Zevi Ghivelder, então diretor-executivo da Manchete, ao lado de Roberto Muggiati (Justino Martins era o diretor-editor), escreveu um texto preciso sobre a revista ilustrada, este segmento especial de jornalismo que produziu o fabuloso arquivo fotográfico que a Manchete e as demais publicações da Bloch legaram à memória e à cultura nacionais. Vale a transcrição: "Anos atrás a revista Time publicou a correspondência de um leitor que reclamava a propósito da publicação de uma reportagem de um professor universitório. Dizia mais ou menos o seguinte: 'vocês não deviam dedicar-lhe atenção. Fui seu aluno e ele sempre repetia em aula que nos Estados Unidos só há duas revistas. Uma para as pessoas que não sabem pensar, outra para quem não sabe ler'. O dito mestre naturalmente se referia a Time e Life. Este é apenas um pequeno exemplo da mística que envolve as revistas ilustradas no mundo inteiro. Alguém inventou aquele bela frase segundo a qual 'mais vale uma foto do que mil palavras' - e muita gente boa tomou isso ao pé da letra. Na verdade, não há regra fixa no que toca à forma de edição das revistas ilustradas, mas uma relação de interdependência entre o texto e a foto, ou mesmo a prevalência de um sobre o outro, conforme a oportunidade. Nos áureos tempos de Paris Match, um de seus maiores atrativos eram os artigos de Raymond Cartier que prescindiam de ilustrações. Eles se somavam à embalagem total da publicação, profusa em fotografias, como uma parte que lhe era integrante e inalienável. Assim como na França, em muitos países as revistas ilustradas também se impuseram junto ao público pela qualidade de seus textos. Creio que nós, na Manchete, seguimos igual curso em vinte e oito anos de trabalho. Ao lado de algumas das mais expressivas fotografias da imprensa brasileira, também publicamos alguns dos melhores e mais imporantes textos, entre os quais se insere a nossa análise da década de 70. Decidimos reproduzi-la neste livro rigorosamente fora do comércio, destinado a agências de publicidade de todo o país e aos anunciantes de Bloch Editores. Conservamos a sequência com que foram publicadas as respectivas matérias em quatro edições sucessivas da revista, no final de 1979, tarefa realizada por Roberto Muggiati (concepção visual) e Wilson Cunha (edição de texto). Essa coletânea em livro assim se torna um valioso documento e testemunha dos dias que vivemos."
Paniscumovum promete reproduzir parte dessa edição de Manchete na primeira semana de 2010, na marca dos 30 anos exatos. É um legítimo retrato do que o Brasil e o mundo pensavam, consumiam, liam e viam naqueles dias. A propósito, entre os autores da coletânea e da série, estão Carlos Heitor Cony, Fritz Utzeri, Arthur C. Clarke, Lincoln Martins, Flávio de Aquino, Artur da Távola, Roberto Muggiati, Zevi Ghivelder, Wilson Cunha, Irineu Guimaráes, Ney Bianchi, Roberto Barreira, Josué Montello, Murilo Mello Filho, Edmar Pereira, Ethevaldo Siqueira, Roberto Campos e Eduardo Celestino Rodrigues, cada um jogando no seu campo e falando de política, gente, medicina, ecologia, artes plásticas, cinema, literatura, música, televisão, esporte, religião etc. Um documento especialíssimo.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Controle (bem) remoto, canal 86


Do baú do paniscumovum: o que a Rede Manchete exibia na semana de 23 a 29 de outubro de 1986. Nas reproduções, páginas do boletim de divulgação da programação. Esta publicação, com jeito e conteúdo de revista, era paginada por J.A.Barros. Na equipe, Aurea Balocco, hoje na Record, Marisa Borges, Marcelo Costa, Marcel Souto Maior, atualmente na Globo, Helio Muzis na produção. Na capa, Bia Seidl, anunciada como nova apresentadora do Programa de Domingo, ao lado de Paulo Figueiredo, sob direção de Mauricio Sherman. Naquela semana, a grande matéria do programa era sobre a violência contra as mulheres. Na pauta, ainda, uma entrevista com o cantor Paulo Ricardo, vocalista do RPM e a Crônica da Semana, por Alexandre Garcia, quadro anunciado como "uma crônica satírica que apresenta o lado bem-humorado das notícias e as contradições dos políticos e as fraquezas das autoridades". A matéria prima de Alexandre Garcia, hoje na Globo, eram as 60 fitas produzidas durante cada semana pela redação da rede em Brasília. A novela em cartaz, Novo Amor, era assinada por Manoel Carlos (atualmente no ar com a novela das 21h, Viver a Vida, na Globo). No elenco, Angela Leal, Esther Góes, Nathalia Timberg, Nuno Leal Maia, Jonas Bloch, Carlos Alberto, Renee de Vielmond e João Paulo Adour. O humorístico era o Aperte o Cinto, com Costinha, Geraldo Alves, Scarlet Moon, Zé Vasconcelos..., Miele comandava o Miele & Cia, programa que também tinha um quadro de humor apresentado por Paulo Cesar Pereio e Cissa Guimarães. Naquela semana era lançado um projeto ambicioso: a série Desafio do Mar, documentário mensal que a Rede Manchete exibiria durante um ano. Lincoln Martins, então diretor da Geográfica, e Hélio Carneiro, um dos editores da revista Manchete, escreveram o texto e planejaram o roteiro. O programa era dirigido por Maurício Capovilla e alertava, "com um show de imagens", para a necessidade de preservação dos recursos e belezas do mar. São alguns recuerdos da Rede Manchete, hoje fora da tomada.


Alexandre Garcia fazia a Crônica da Semana, do Programa de Domingo.



Lincoln Martins, Hélio Carneiro e Mauricio Capovilla: série de documentários que alertava sobre a necessidade de preservação do mar e do litoral brasileiros.

Hoje, os musicais estão praticamente relegados à Tv por assinatura. Esse aí era o Toque de Classe, gravado no Teatro Adolpho Bloch e comandado por César Camargo Mariano. Naquela semana, as atrações eram Beth Carvalho, Baby Consuelo, Celso Blues Boy e Eduardo Dusek. Na linha de musicais, o destaque era a música clássica, outra grande ausência nas programações de hoje. O violoncelista russo Mischa Maisky e o pianista brasileiro Nelson Freire eram os nomes do programa Grandes Solistas Internacionais, apresentado no sábado à noite e gravado no Theatro Municipal.