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sábado, 18 de fevereiro de 2012

João X Tom, o grande duelo. De Roberto Muggiati para o Estadão

por Roberto Muggiati
Naquela noite, olhando as montanhas de Montreux, era quase possível ver o Corcovado. O ano começou com uma nostalgia incontrolável de bossa nova. Isso praticamente me obriga a lembrar um episódio- chave do qual fui testemunha privilegiada: a Noite Brasileira do Festival de Jazz de Montreux de 1985, que entrou para a história como uma das mais brilhantes e conturbadas.O evento juntava –na verdade,opunha– João Gilberto e Tom Jobim, o yin e o yang da bossa nova. João, 54 anos, sozinho, com banquinho e violão. Tom, 58 anos, com a Banda Nova, incluindo quatro Jobins (Tom, Paulo, Elizabeth e Ana Lontra), dois Caymmis (Danilo e Simone), dois Morelenbaums (JacquesePaula), mais Maúcha Adnet(vocais), Tião Neto (baixo) e Paulo Braga (bateria). Eu cobria o festival para a revista Manchete e não resisti a chamar a banda de “nepotista”. O Maestro não achou nenhuma graça: caí em desgraça e levei algum tempo para reconquistar suas boas graças.
O encontro daquela quinta-feira, 18 de julho, logo se desenhou como um grande choque de egos. João tinha tudo a seu favor. Estava em Montreux desde o dia anterior e teve todo o tempo do fazer a passagem de som, segundo um jornal local,assessorado por dois “personals” – advogado e terapeuta,uma psiquiatra portuguesa que era também sua namorada. Embora o ritual do sound check fosse vedado à imprensa,fiquei sabendo de tudo através de Patrick Ciocca, um jovem suíço da produção que tinha morado em Niterói. Patrick ficou impressionado com o perfeccionismo do cantor. As exigências de João nada tinham de charme ou frescura, eram de uma precisão de relojoeiro suíço. Ele testou 12 microfones até escolher um modelo que cortava a interferência dos refletores no sistema de som. Foi o único artista a conseguir esse milagre em Montreux, que tinha o palco montado mais para shows de jazz e rock do que para uma apresentação intimista de bossa nova. Para dar uma ideia de quem estava no elenco de 1985, vão aí alguns nomes: Miles Davis, Modern Jazz Quartet, Astor Piazzola, Shorty Rogers & His Giants, o saxofonista Johnny Griffin, Paolo Conte, a Vienna Jazz Orchestra e Stevie Ray Vaughan.
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