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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Reserva de mercado

por JJcomunic
A internet derrubou as fronteiras da informação. Apesar disso, os grupos que controlam a mídia brasileira querem manter uma reserva de mercado fora de época. O mercado de comunicação do país perdeu nos últimos dez anos, só para citar alguns, veículos do porte de Manchete (e, com ela, cerca de 20 revistas, entre as quais Fatos&Fotos, EleEla, Amiga, Desfile, publicações que empregavam milhares de profissionais), Jornal do Brasil (edição impressa), Gazeta Mercantil, Tribuna da Imprensa (versão impressa) etc. Além disso, vários jornais enfrentam queda de circulação em um ambiente de concorrência com a internet cujos rumos ainda não são inteiramente claros para o futuro dos meios impressos. Pois bem: em meio a tudo isso, crescem as pressões contra a entrada no Brasil de investidores como o Ongoing, que injetou dinheiro em publicações como O Dia, Marca, Brasil Econômico e Meia Hora. O Ministério Público Federal de São Paulo acaba de abrir investigação sobre o grupo português sob a alegação de que este teria usado artifício para maquiar o controle por estrangeiros de jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão no país, proibido pela Constituição (artigo, no mínimo, retrô, já que a TV por assinatura, por exemplo, oferece centenas de canais, inclusive jornalísticos como CNN e Fox News, sob total controle de estrangeiros). E o Brasil não vem abaixo por isso, nem a "segurança nacional" está ameaçada.
O Ongoing afirma que está dentro da lei.
A ofensiva contra a entrada de novos investidores não se limita à campanha contra o grupo português. A entrada das teles como provedoras de conteúdo na internet também é vista como uma ameaça ao mercado cativo da comunicação no Brasil.
O mercado da mídia, no Brasil, está precisando do choque de modernidade de, digamos, um D. João VI. É hora de uma nova Abertura dos Portos.