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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Surreal! Manchete inventou a capa da meme pronta...

Em uma matéria sobre a ABL, Manchete apresentou Sua Majestade, o Fardão. É como
se uma revista fizesse hoje uma reportagem sobre a seleção brasileira
e  botasse na capa um cabide com a camisa do Neymar ou do Tite.

O papagaio ilustrou reportagem sobre "bichos que choram". 
Essa aí não seria politicamente correta hoje: foi a capa para uma matéria sobre homens que usam
o cérebro e mulheres que usam as pernas. O exemplo de intelectual é o autor teatral
da Teófilo de Vasconcelos. As pernas são das vedetes dos anos dourados.

Afinal, uma atriz. Maria Della Costa na capa.
Pena que quase a soterraram com uma montanha de flores. 

Reportagem sobre o Mosteiro de São Bento rendeu essa estranha capa: dois religiosos,
de mãos dadas diante de um altar. A capa podia ser inocente, mas o efeito foi pro lado oposto.

A intenção era fazer da modelo uma margarida. Ficou parecendo um ovo estrelado. Dizem que
Adolpho Bloch proibia capas de mulheres com chapéus.
Deve ter sido após a experiência acima.

Uma das primeiras capas de praia. Levaria muitos anos até uma musa como Rose Di Primo
 chegar a uma capa de verão. 
Danuza Leão posou para matéria de moda sobre noivas.
E virou a cara, sabe-se lá porque.

Hoje, com as redes sociais na ativa, capas de revistas, se bobear, viram memes e gozações na web.

Nos seus primeiros números ao longo de 1952, a Manchete (que comemoraria 65 anos no próximo mês de abril) tinha foco editorial tão indefinido que algumas das suas capas já saíam com a meme pronta. Embora memes não estivessem nem no radar da melhor ficção científica.

Geralmente, revistas que se lançam vão sendo sintonizadas aos poucos. Não há exemplos de um projeto que não sofra adaptação e não tenha que se ajustar ao seu público-leitor edição a edição.

Mas a Manchete dos primórdios parecia atirar para todos os lados, com um certo toque de surrealismo.

Quem, em estado de sobriedade, faria uma matéria sobre a Academia Brasileira de Letras e poria na capa apenas um fardão em um cabide? Ou escolheria como assunto de capa da semana uma reportagem sobre bichos que choram ilustrada por um papagaio de perfil? Ou um especial de moda para noivas com uma chamada no quadro superior, ao lado do logotipo: "300 abortos por dia"?  Ou uma matéria sobre a vida no Mosteiro de São Bento com dois religiosos placidamente de mãos dadas, e de costas à frente de um altar?

Se involuntário ou não, o fato é que havia um certo humor nas capas-memes dessa fase surreal da Manchete.

Hoje, seriam candidatas a viralizar e quebrar a internet.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Revista ilustrada: quer ver quando e onde a palavra se juntou à imagem?

por Gonça
A Mauad Editora acaba de lançar um livro que merece entrar na estante dos jornalistas "revisteiros". "Revistas Ilustradas - Modos de Ler e Ver no Segundo Reinado, obra organizada por Paulo Knauss, Marize Malta, Cláudia de Oliveira e Mônica Pimenta Velloso, desvenda um período pouco conhecido do Brasil oitocentista. Começou ali, pelo menos para o nosso jornalismo, a dobradinha palavra e imagem.