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sábado, 7 de janeiro de 2012

Eve Arnold: morre ao 99 anos fotógrafa que fez história na Agência Magnum

Marilyn Monroe em foto de Eve Arnold publicada na revista Manchete. Reprodução
 por José Esmeraldo Gonçalves
A épica Magnum teve o poder de tornar lenda muitos dos seus fotógrafos. Eve Arnold, uma dessas fantásticas profissionais que integravam o time da agência, morreu na última quarta-feira, em Londres. "Died pacefully", segundo a porta-voz da Magnum. Eve Arnold, que nasceu na Filadélfia e era filha de imigrantes russos, brilhou nos anos dourados das revistas semanais ilustradas como Life, Paris Match e, como não lembrar?, a  brasileiríssima Manchete. Figuras emblemáticas dos anos 50 e 60, como Marilyn Monroe (a personagem mais fotografada por ela), Marlene Dietrich, Jacqueline Kennedy. Margaret Thatcher e Malcolm X estão no seu célebre acervo. Publicou vários livros, como "Flashback: The 50's", "In China, 1980", In America, 1983", "Marilyn for Ever" e "All in a Day's Work". Seus retratos talvez fossem mais famosos, mas não representam toda a sua obra. Eve, como era aliás do estilo da Magnum, captou cenas memoráveis em reportagens na China, Europa Oriental e África. Era fotojornalista sem deixar de ser artista.  "Se o fotógrafo se preocupa mais com as pessoas do que com as lentes, se é compassivo e se entrega,  é ele o instrumento, não a câmera", dizia Eve Arnold. Talvez esteja aí uma das chaves da sua arte.  

A notícia da morte de Eve Arnold no Mail Online. Reprodução
Veja fotos de Eve Arnold no site da Magnum. Clique AQUI

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Cony na Folha: relembrando as previsões anuais da revista Manchete e revelando que o famoso "bruxo" Allan Richard Way nunca existiu

por Gonça
A crônica de Carlos Heitor Cony, hoje, na página 2 da Folha, fala sobre as previsões anuais que a Manchete publicava na última edição do ano.  "Não levando a sério o jornalismo e a literatura, mas praticando os dois ofícios por sobrevivência pessoal, durante alguns anos fazia as previsões na revista Manchete, atribuindo-as a um tal de Allan Richard Way, que morava nos subúrbios de Londres, numa casa estilo Tudor, tinha a honra de ser o único vidente cego da história. Enchia seis páginas (com fotos dos personagens citados) e entre os palpites que dava, sempre acertava alguns. Previ a eleição do cardeal Albino Luciani, patriarca de Veneza, na sucessão de Paulo 6º", escreve Cony na Folha.
De fato, a Manchete tornou Allan Richard Way tão famoso que até uma importante rede de TV brasileira, certa vez, vasculhou Londres, onde o "bruxo" morava, na tentativa de entrevistá-lo para um programa especial. Coitado do repórter que bateu pernas nas brumas londrinas... Allan Richard Way nunca existiu. Era uma criação do próprio Cony, que ao editar as previsões providenciou até uma foto do guru. O sujeito usava um turbante, tinha uma cara entre sábia e sinistra, visual meio indiano. Quem trabalhava na redação da Manchete, sabia, claro, que o Allan Richard Way era um pseudônimo. Mas um mistério persiste até hoje: quem seria o cara da foto que o Cony arrumou para representar sua criatura? 

sábado, 6 de agosto de 2011

Documentário focaliza vida de Roberto Marinho. Mas o livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou" tem um "causo' muito mais saboroso...

por Gonça
Na semana que vem será lançado o documentário "Roberto Marinho, o senhor do seu tempo". Vem com histórias inéditas e outras nem tanto. Como um fato dos anos 60, quando Roberto Marinho era um aliado de Carlos Lacerda. Em dado momento, os dois brigaram. O motivo teria sido um desentendimento em relação ao Parque Lage. Marinho queria costruir um espigão no local. Lacerda era contra e desapropriou o casarão e seu terreno.  Na época, dizia-se que o empreendimento que Marinho queria erguer no que é hoje o parque seria nada menos do que um cemitério vertical. Se esse episódio é citado no documentário, tenho certeza de que um outro, muito mais saboroso, não está lá. Era um história contada pelo redator da Manchete e crítico de arte Flávio de Aquino. O "causo" está no livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou" (Desiderata). Confira a seguir:
"Me vê um uísque aí, moreno!"
"Flávio de Aquino, grande figura e crítico de arte da Manchete, era, diga-se, desligado. E bota desligado nisso. Ele mesmo contava uma historinha deliciosa. O poderoso Roberto Marinho convidou embaixadores e adidos culturais para uma recepção na sua mansão do Cosme Velho. Entre outros intelectuais, estava na lista o nosso Flávio. Ao chegar à mansão, ele logo tratou de pedir um uísque duplo ao primeiro "garçom" que encontrou. "Moreno, me vê uma dose com duas pedras de gelo, faz favor", decretou, dirigindo-se ao sorridente senhor de summer impecável e pele queimada de sol. Solícito, o "garçom" se mandou e logo voltou com o pedido prontamente cumprido. Flávio agradeceu e foi circular, de copo na mãos, pelos salões da mansão. Papeando com amigos, não pôde deixar de notar que o "garçom" que o atendera era festejadíssimo pelos demais convivas. Embaixadores o abraçavam, jornalistas o paparicavam, enfim, o homem era a "alma" da festa. Antes de pedir mais um dose de uísque, Flávio olhou melhor para a cara do sujeito e... caiu-lhe a ficha. O "garçom" de branco e gravatinha borboleta era ninguém menos do que o anfitrião. O próprio Roberto Marinho.Flávio se mandou da festa sem se despedir do "Moreno"."  
(do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou")