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quarta-feira, 20 de outubro de 2021

“A China está nos estuprando!” • Por Roberto Muggiati

Chapéu de padeiro veio de
Foshan,China,
via Curitiba.

No outro polo dos paraísos fiscais estão os infernos da mão-de-obra barata. Não bastasse isso, vivemos o tempo dos presidentes grossos e boquirrotos. Mas Trump acertou na mosca ao chiar sobre produtos que, mesmo vindos do outro lado do mundo, custam bem mais baratos aqui  do que aqueles da produção local. 

Aqui na Rua das Laranjeiras, no que eu chamo de Baixo Glicério, existe um mini-camelódromo debaixo da marquise do Bradesco. Já encontrei ali bons livros, CDs e DVDs a preço de banana. (Alguns romances da Elena Ferrante novos em folha a três por dez reais. ) E roupas também. Na barraca da Thereza tenho achado coisas boas e baratas. Calças e camisas em estado novo a 20 reais cada. Como minhas malas estão há um ano num guarda-móveis, foi um jeito conveniente de remediar meu guarda-roupa. Afinal, na pandemia impera a moda pauvre chic. 

Descrevo alguns itens para vocês terem uma ideia da variedade incrível de procedências. Um short cinza escuro de moletom da ZARA Paquistão. Uma calça comprida marrom claro da ZARA Turquia. (Lembro-me de um amigo que fotografou em Istambul um quiosque que se gabava de vender “genuine fake watches”.) Uma camisa polo cor-de-abobora da NIKE Vietnã. Uma calça comprida preta da VILLA VITTIN Portugal. Sombreros Panamá do Ecuador made in China.  Outros originários da RPC, o que dá na mesma: República Popular da China. 

Foshan: o entreposto global

Também comprei alguma coisa pela internet. O site de roupas Shein promovia um simpático “chapéu de padeiro” por apenas R$ 38. Demorou a chegar, via Curitiba, descobri depois que era fabricado em Foshan, na província de Cantão, no poético Delta do Rio das Pérolas, não fosse Foshan uma megalópole industrial de oito milhões de habitantes. Apelando para o título brasileiro de um filme que no original tinha apenas cinco letras, Giant, “assim caminha a humanidade...”

domingo, 21 de fevereiro de 2021

O filme O Enigma de Andrômeda, lançado há 50 anos, antecipou a tese atual de um cientista britânico: o vírus da Covid-19 é um E.T

Cena de O Enigma de Andrômeda. Sem vacina, microrganismo
 extraterreste contamina pequena cidade.

por Jean-Paul Lagarride 

Em agosto do ano passado, o jornal português Diário de Notícias publicou matéria com o cientista britânico Chandra Wickramasinghe, que defende uma teoria polêmica. Segundo ele, que trabalha no Centro de Astrobiologia de Buckingham, o vírus da Covid-19 chegou à Terra através de um meteorito que caiu na China em 2019, dois meses antes do aparecimento do SARS-CoV2. 

Em meio a tantas teorias da conspiração, Wickramasinghe foi levado a sério por alguns - afinal, ele tem cerca de 80 artigos publicados em revistas científicas e a própria tese "espacial" saiu na revista  Advances in Genetics -  e ironizado e ridicularizado por outros. 

A suposta ameaça de vírus extraterrestres não é uma questão nova e não apenas a ciência abordou o assunto. Em 1971, há 50 anos, Andromeda Strain (no Brasil, O Enigma de Andrômeda) impressionou muita gente.  No filme, baseado em um livro de Michael Crichton, dirigido por Robert Wise e estrelado por James Olson, Arthur Hill, David Wayne, Charles Dutton e Ruth Leavitt, um grupo de cientistas é convocado para investigar a causa das mortes em uma pequena cidade logo após a queda de um satélite na região.

Em meio à pandemia, O Enigma de Andrômeda tornou-se atual. Principalmente porque cientistas da OMS ainda não chegaram a uma conclusão sobre a origem do vírus da Covid-19. Em pesquisas que ainda se desenrolam na China, a equipe descartou a tese de "acidente em laboratório biológico"  e ainda não se convenceu da alegada origem do microrganismo em frutos do mar ou animais silvestres. 

Se a investigação científica não tem uma resposta e Wickramasinghe insiste na contaminação via meteorito, a ficção científica se apresenta e O Enigma de Andrômeda é buscado no You Tube e nos serviços de streaming. Pelo menos no cinema, o alienígena já esteve entre nós.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Fotomemória da Rua do Russell: o restaurante que fazia revistas

O staff posa na cozinha da Bloch: com  o chef Severino Dias, no alto, aparecem, entre outros, Zé Maria, Nunes, China, Geraldo e Dona Arminda. Foto: Acervo José Carlos Jesus

O prédio da Manchete, na Rua do Russell, tinha três restaurantes e uma cozinha industrial. No décimo andar ficava o espaço mais restrito, destinado aos diretores e convidados. No terceiro andar - que também era frequentado pela cúpula da empresa -  e no térreo ficavam as praças de alimentação dos funcionários. A comida era de qualidade e, durante anos, 0800. Lá pelo fim dos 70, foi instituído um ticket que era descontados dos salários. 

Nos tempos da boca-livre, quando o prédio ainda não abrigava a TV, o restaurante do terceiro andar tornou-se um point da cidade. Não um endereço aberto ao público, mas bastante apreciado por artistas, empresários, publicitários, amigos da casa, visitantes ocasionais. Alguns eram nem um pouco ocasionais. Havia um ator famoso como vilão no cinema que era quase um colega, de tanto descolava o rango da Bloch. Geralmente ia ao Russell a pretexto de falar com o Justino Martins e se deixava ficar, ora consultava o relógio, ora ia à janela apreciar a vista, até que a redação descia para almoçar e ele se incorporava ao grupo. O vilão não escapava da ironia de Oscar Bloch dirigida ao próprio Justino. "Ele agora trabalha aqui?", repetia a pergunta semanalmente, mensalmente, anualmente. O pessoal de teatro e cinema, menos abonado, era, digamos, mais rotineiro. Um humorista que vivera melhores dias e estava em baixa também era um apreciador dos pratos do chef Severino. Na pior, a fome para ele não era piada.

É dessa época a frase "Manchete é um restaurante que faz revistas". Muitas vezes as duas habilidades se realizavam ao mesmo tempo. Da cozinha saiam os sanduíches das madrugadas que serenavam estômagos durante as longas e exaustivas horas de fechamentos de edições especiais ou de revistas atropeladas por fatos relevantes e urgentes. Ou, ainda, no Carnaval, levando uma boia fast food para as redações de Manchete, Fatos & Fotos e Amiga virando noites. No menu, invariavelmente, o tradicional pão francês com ovo que inspirou o nome deste blog segundo a versão latina por Carlos Heitor Cony.

A Manchete também oferecia muitas recepções monumentais. A principal talvez fosse por ocasião da entrega do Prêmio Tendência. A cada ano a revista de economia da editora premiava ministros e empresários. O PIB ia jantar no Russell ao lado de presidentes, tecnocratas em geral,  economistas e os donos das maiores agências de publicidade do país. A foto acima, com todo o staff embecado e reunido na cozinha é, provavelmente, dos bastidores de uma dessas ocasiões.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

China divulga agora fotos inéditas da Lua feitas em 2013 pelo jipe-robô Yutu. São as primeiras imagens lunares em HD

O robô Yutu explora a Lua. Foto Chinese Academy of Sciences

A trilha do Yuyu na superfície lunar. Foto Chinese Academy of Sciences

O jipe lunar chinês em ação. Foto Chinese Academy of Sciences

A nave Chang'e 3 fotografada por uma das duas câmeras panorâmicas do jipe-robô Yutu.
Foto Chinese Academy os Sciences
Em dezembro de 2013, a China enviou à Lua a sonda Chang'e 3 e o robô Yutu. Mas só agora a China National Space Administration liberou fotos coloridas, em alta definição, feitas durante a missão. Depois da URSS e dos Estados Unidos, a China foi o terceiro país a chegar à Lua. O Yutu transmitiu imagens até o ano passado. Coincidentemente, há exatos 50 anos, em janeiro de 1966, a Lunik 9 tornava-se a primeira nave a pousar na Lua, de onde enviou fotos consideradas impressionantes para a época apesar da resolução precária. E em 1976, há 40 anos, a Lunik 24 foi ao satélite da Terra, escavou o solo e voltou com 170 quilos de amostras. Foi a última missão lunar até que os chineses enviassem a Chang'e 3. O lançamento da Chang'e 4 está previso para 2018. Com um detalhe: a nave será a primeira a pousar no lado oculto da Lua. Enquanto o atual foco da NASA é Marte, os chineses se concentram na exploração lunar e planejam o envio de nave tripulada nos próximos anos.
A superfície lunar fotografada pela Lunik 9, lançada pela União Soviética.
Foi a primeira nave a pousar na Lua, em janeiro de 1966.

ATUALIZAÇÃO - A Rússia considera usar a  Lua como plataforma para as pesquisas tecnológicas e ensaios dos novos modelos de equipamentos espaciais, além de planejar a instalação do primeiro laboratório extraterrestre em solo. Segundo anúncio do governo, uma base lunar será construída até 2030.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Notícias fora da lei... e o "coxinha" que matou Lincoln há 150 anos...

por Omelete

China na área
* Enquanto colunistas com deprê política em pas de deux com analistas de apetite especulativo preconizam o caos, a China anuncia que está interessada em investir em infraestrutura no Brasil. Loucura, loucura? Pretende entrar no setores de energia elétrica, ferrovias (e para construir não para pegar concessão do que já está pronto, como é a regra por aqui) e indústria automobilística. Desde os vendilhões do templo - que pegaram carona no seguidores de Jesus como um vendedor de cerveja embarca nos bloco de carnaval - oportunidade é business. E crise é oportunidade. Mas há críticas na mídia sobre o apetite dos chineses no mercado. Sei lá porque.

Digitais
* A Light, controlada pela Cemig, empresa que foi administrada pelo tucanos durante mais de dez anos, aparece na Operação Zelotes com digitais de quase 1 bilhão de reais. Como se sabe, a mídia está "cautelosa" com a Zelotes que apura um mega esquema de sonegação envolvendo grandes empresas de vários setores, incluindo a própria mídia.

Boca livre
*Convênios, ONGs e terceirização no serviço público são, quase sempre, estruturas úteis para "atravessadores" limparem cofres da viúva. Procuradores informam que o escândalo envolvendo a Universidade Federal do Paraná e o DNIT resultou em aumento de mais 90% do custo em relação ao valor inicial.

E o complô?
* Um colunista esportivo, flamenguista declarado e que, dizem, guarda mágoa do Vasco desde que foi setorista em São Januário, vaticinou seguidamente que os juízes estavam beneficiando o gigante da Colina e insinuou que, com isso, queriam agradar o presidente da Federação apesar de o Vasco ter sido prejudicado em lances importantes ao longo da Taça Guanabara. No domingo, o Flamengo foi decisivamente favorecido pela arbitragem. O colunista reconheceu isso hoje. Devia reconhecer que sua "tese" não tinha provas. Era um "parpite".

Oposição quer faroeste
* A oposição que detonar o Estatuto do Desarmamento, facilitando a compra de armas e liberando o porte nas ruas. Dilma é contra, mas no Congresso" tá tudo dominado" por bancadas empresariais. Entre outras coisas, os conservadores querem permitir que em vez de seis (o que já é muito), a pessoa possa ter nove armas em casa. E permitir que sujeito que já tenha cumprido pena possa ter esse arsenal em casa. Traficante não vai mais precisar fazer paiol fora do lar doce lar.

"Coxinhas": manifestação a favor da muamba
* Leu isso? A Receita Federal passou a comparar o peso das malas do viajantes que embarcam para Miami com o número de quilos que trazem na volta. Com isso, os "coxinhas" que supostamente vão prá rua protestar contra a corrupção estão dando dicas na rede para facilitar o contrabando de produtos: sugerem que o elemento turista leve na ida malas cheias de jornais, sapatos velhos e outras. Na volta, é só encher a mala de celular, lap top, roupa de bebê, TV de plasma que a muamba vai enganar a Receita Federal. Pelo jeito, os viciados em fazer compras Miami são "profissas" no golpe.

Quem paga a conta do caos privado?
* O elemento faz uma negociação com um prédio que pertence ao Flamengo e foi arrendado, em pleno Morro da Viúva, no Rio. O projeto era construir um hotel para a Copa. Havia até uma linha especial de financiamento do BNDES para esse tipo de empreendimento. O elemento fracassa e abandona o prédio, segundo os vizinhos em meio a poças d'água para criar mosquito, ruínas, mau cheiro etc. Um grupo de famílias sem teto invade o local. E cabe à PM montar uma custosa e arriscada operação para retirada dos invasores. Um caso em que o Estado devia cobrar a conta dessa remoção ao elemento que largou o prédio pra lá. Não muito distante está o antigo Hotel Glória. Também seria reformado para a Copa com linha de crédito público. Dançou. O obra está lá inconclusa. Os vizinhos do Glória, que já foi uma referência do Rio, sofrem as consequências do abandono e temem que o prédio seja invadido. São duas ruínas assinadas pelo bilionário Eike Batista, que já foi incensado pelo governo e ganhou prêmios de mídia, incluindo o Faz Diferença, do Globo. Realmente, fez diferença. Pena que o contribuinte está pagando a conta do desmonte.

Degola
* Pelo menos por enquanto, o TRT mandou o Estadão parar com o passaralho em massa sem justa causa. O Estadão, que faz esse tipo de corte pelas terceira vez nos últimos dois anos, deverá apresentar explicações. A verdade é que dificilmente esses processos são revertidos.

Condenada pelo Swissleaks
* A herdeira da rede de perfumes Nina Ricci, Arlette Ricci, é a primeira condenada do Swissleaks, o caso de contas secretas do HSBC. Além de pagar multa de um milhão de euros, a empresária vai cumprir três anos de cadeia e teve confiscadas casas que tentou esconder do fisco passando-as para nomes de terceiros. Enquanto isso, aqui no patropi, a investigação patina e não merece muita atenção.

Carona olímpica
* Segundo o Globo, Anderson Silva se "oferece" para defender o Brasil no taekwondo na Rio 2016.  Não é piada. O lutador responde a processo por doping e vislumbra na Olimpíada uma chance de limpar a barra e a imagem.Os lutadores de taekwondo, os do ramo, estão ralando para disputar uma vaga e podem ser caroneados pelo paraquedas de Anderson.  Segundo o jornal, ele escreveu uma carta à Confederação Brasileira de Taekwondo comunicando sua intenção. E vai se reunir com o presidente da entidade para tratar do assunto. Há dois risco aí. Embora Anderson diga que está disposto a disputar vaga, a confederação tem direito a convidar um atleta sem que este precise passar pela seletiva. O que é um absurdo, mas existe a regra. O outro risco é ético e aparece na avaliação de que a acusação de doping do Anderson ocorre no MMA e não no âmbito da entidade que fiscaliza as modalidades olímpicas. Tem um alto cinismo aí; esporte, especialmente o olímpico, pressupõe um certa ética, envolve milhares de jovens competidores e milhões de jovens admiradores da competição. É no mínimo, um péssimo exemplo. Como interessa ao patrocinadores, há vários casas de atletas digamos mais veteranos que até estavam afastados das competições e subitamente mostram-se ansiosos por competir em 2016. Na maioria dos casos, puro oportunismo. Até seria ok se ganhassem a vaga nas quadras ou no tatame, mas a brecha do "convidado" é injusta com os novos atletas.

Um "coxinha' matou Lincoln
* Há 150 anos, em um 14 de abril igual a esse só que em 1865, o "coxinha" John Wilkes Booth, revoltado com da derrota dos confederados na Guerra Civil e mais raivoso ainda com o fim da escravidão, disparou contra o presidente Abraham Lincoln em um camarote do Teatro Ford, em Washington DC. O presidente morreu no dia seguinte.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Cachaça brasileira mistura frutas exóticas para conquistar o mercado chinês

por Eli Halfoun
Um dos maiores consumidores dos variados produtos genéricos fabricados e exportados pela China, o Brasil resolveu embebedar os chineses: a cachaçaria gaúcha Weeber Haus acaba de acertar a exportação de mais um lote com seis mil garrafas de coquetéis Lundu. São misturas de cachaça criadas com polpas de frutas exóticas (açaí, maracujá, coco e cupuaçu, entre outras). A cachaçaria tem como alvo os consumidores chineses de alto poder aquisitivo. Espera repetir o sucesso da cachaça conquistado no Japão onde a Premium, da mesma cachaçaria, é super consumida nos karaokês. Deve  ser por isso que até os japoneses mais desafinados não têm nenhuma vergonha de cantar nos barzinhos. Afinal, de porre vale tudo. Para quem canta e também para quem ouve. (Eli Halfoun)