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quinta-feira, 23 de abril de 2020

Fotojornalismo: o trabalho que não pode ser remoto...

Repórteres fotográficos estão na linha de frente da cobertura da pandemia de COVID-19 na América Latina

Velório improvisado na mala do carro em São Paulo. Foto: Yan Boechat (link abaixo)

por Julio Lubianco - do Blog Jornalismo nas Américas 

A pandemia do  Covid-19 mudou a rotina de jornalistas no mundo inteiro. A regra é trabalhar de casa e na América Latina muitas redações se adaptaram à situação. Isso vale para repórteres, editores e designers.

No entanto, um grupo de profissionais de imprensa não têm esta possibilidade: fotojornalistas precisam estar nas ruas para retratar a crise de perto. No caso deles, a rotina foi alterada, com medidas de segurança e proteção comparáveis às necessárias na cobertura de conflitos armados.

É o caso do brasileiro Yan Boechat, que tem ampla experiência na cobertura de conflitos armados pelo mundo, em lugares como Afeganistão, Líbano e Iraque. Atualmente, está engajado na cobertura da pandemia nas ruas de São Paulo, a maior cidade da América Latina, e tem encontrado semelhanças com as guerras que cobriu:

“Estamos num processo inicial de algo que talvez se pareça com situação de conflito, com muitas vítimas e a incapacidade dos serviços de saúde de tratar todo mundo. Há um paralelo também com a incerteza sobre como a situação vai se desenrolar, sem saber o que vai acontecer. Eu fico angustiado de não saber se estou indo para o lugar certo, de não estar cobrindo a coisa certa”, disse Boechat ao Centro Knight.

Como freelancer, publicou reportagens sobre a pandemia de coronavírus na Folha de S. Paulo e no Yahoo Notícias. Na falta de repórteres de texto que o acompanhem, ele mesmo apura e escreve as reportagens, já que passou boa parte da carreira como repórter e editor de texto antes de incorporar a fotografia no rol seu rol de atividades.

“A cobertura tem sido muito remota. Não tem muita gente fazendo matéria. Tem gente, mas é pouco. Encontrei fotógrafo de um grande jornal numa favela. Ele relatou que estava ali sozinho porque nenhum repórter quis ir pra rua. É óbvio que tem risco envolvido e cada um sabe do risco a que quer se expor. Uma crise como essa, que é uma crise humana, o foco principal das histórias é gente morrendo, perdendo a vida. Fazer a cobertura remotamente a torna fria, distante. É um momento de o repórter estar na rua, mas entendo quem não quer correr esse risco, é uma decisão particular”, disse Boechat.

Para minimizar o risco de contágio, tem se equipado com máscaras e luvas, além de desinfetar todo o equipamento fotográfico que carrega diariamente. Em busca de histórias, o jornalista tem feito plantões nos cemitérios e grandes hospitais da cidade, além de visitar áreas periféricas e pobres da cidade. E foi graças ao trabalho na rua que pôde antecipar o que os números confirmaram mais tarde: o aumento do número de mortes e o desafio de enterrar vítimas do coronavírus.

“Fui no cemitério, dei plantão em porta de cemitério, para ver se estava aparecendo vítima da Covid-19. Encontrei bastante vítimas quando os números ainda não mostravam isso. (...) A questão das despedidas solitárias, a incerteza de como a se morte se deu, é um assunto que veio à tona. É uma parte muito doída deste processo. Não pode ver o corpo, não poder olhar nem dar o último adeus”.

Risco adicional para freelancer sem contrato fixo

Para o salvadorenho Juan Carlos, uma das maiores preocupações na cobertura da pandemia é o risco de se contaminar e precisar interromper o trabalho. Como freelancer para publicações estrangeiras, ele é responsável por garantir a própria segurança, seu seguro de saúde e do seu equipamento.

"Sair para cobrir essa pandemia é como cobrir uma frente de batalha. Quando você está em uma zona de conflito ou zona de risco de pandemia, precisa fazer um plano de preparação, pensar nas situações que pode encontrar e como sair delas. O mesmo aqui. Você precisa ter sua atenção em 1000%, como em uma zona de conflito. (...) Nós, como freelancers, não temos seguro de saúde. Você se fornece tudo. Ninguém responderá por você", disse ao Centro Knight Juan Carlos, que, entre outros conflitos, cobriu a Batalha de Mossul, no Iraque.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO BLOG JORNALISMO NAS AMÉRICAS AQUI

domingo, 29 de março de 2020

A cobertura da Covid-19: na Europa, a mídia mostra a verdade chocante; no Brasil, a opção ainda é por jornalismo de serviço e informações úteis

A opção da mídia europeia pela dura realidade e...

...a escolha da imprensa brasileira pela "esperança" e otimismo. 
O governo federal culpa a imprensa por "exagerar" a tragédia na cobertura da Covid-19.
Imaginem se a mídia brasileira imitasse os veículos europeus.

Aqui, o verdadeiro drama nos hospitais ainda não chegou à TV, aos jornais, às revistas ou aos meios digitais. Coletivas de autoridades, divulgação de números e de medidas, alertas para distanciamento social, a palavra dos especialistas e dicas para proteção fazem a essência do trabalho.

Lá, a população acompanha o verdadeiro campo de batalha em que os hospitais se transformaram. O desespero de vítimas do vírus e das equipes que tentam salvar os doentes é estarrecedor.

Constatar de forma tão dramática o perigo devastador do vírus ajuda a tirar os europeus das ruas. Um exemplo está na matéria de capa da italiana L'Espresso. Em comparação com a escolha da Veja para a matéria principal, vê-se que a opção da mídia brasileira ainda é, de certa maneira, asséptica. Não mostrar o drama hospitalar acaba favorecendo o "gabinete do ódio" do governo na sua cruzada para provar que o coronavírus é "gripezinha" e não justifica confinamentos. Nos hospitais brasileiros já se desenrola uma terrível e ainda não mostrada batalha pela vida. O drama humano ainda não rendeu pauta. 

domingo, 24 de março de 2019

Fotomemória da redação - JK e Temer: a diferença entre o legítimo e o ilegítimo...

Ao desembarcar no Galeão, JK é intimado a depor. 

A multidão que o esperava cerca a viatura. 

Depois de duas horas de depoimento, JK deixa o quartel da PE. 

Na frente do prédio onde o ex-presidente morava, o povo fez vigília.

Essas fotos mostram o contraste.

A última semana foi marcada pela prisão de Michel Temer, sob a acusação de corrupção, recebimento de propina, lavagem de dinheiro etc.

Temer chegou à presidente no embalo de um golpe jurídico-parlamentar. Sua prisão, após deixar o cargo, foi acompanhada pelas emissoras de TV a partir de helicópteros. Apenas uma imagem repetida à exaustão mostrava o político na rua, em um carro, ao ser abordado por policiais.

Uma solidão que a ilegitimidade explica.

Temer pegou carona em um golpe. Não havia multidões a defendê-lo. Nem mesmo aquelas que foram às ruas apoiar sua posse envergonhada.

Em 1965, outro ex-presidente, este legítimo, era vítima e não beneficiário de um golpe.

A quartelada de 1964 cassou Juscelino Kubitschek. Apesar disso, os militares não se conformavam com a sobrevivência política do ex-presidente e decidiram processá-lo. Alegavam que JK tinha responsabilidade na "deterioração do sistema de governo" e o acusavam em Inquérito Policial-Militar, vagamente, de corrupção. Nada foi provado, mesmo assim ele foi silenciado e perseguido pela ditadura até o fim da vida. Nos seus últimos anos, JK foi acolhido na Manchete em cujo edifício mantinha um escritório cedido pelo velho amigo Adolpho Bloch. Ao morrer, em 1976, deixou um patrimônio considerado modesto.

Mas naquele outubro de 1965, JK voltava de Paris, onde se refugiara após a cassação e ameaças, quando soube que ao desembarcar seria conduzido para depor no quartel da Polícia do Exército. Uma multidão o esperava à saída do Galeão. O depoimento durou pouco mais de duas horas. Ao sair, JK foi recebido por amigos e admiradores. No dia seguinte, seria novamente ouvido pelos funcionários da ditadura.




Sua detenção motivou protestos que repercutiram internacionalmente. O povo fez vigília na frente do prédio onde ele morava e volta e meia exigia sua presença à janela. Em um desses momentos, foi feita a capa da edição.

A Manchete publicou uma grande reportagem sobre o assunto, parcialmente reproduzida acima. Murilo Mello Filho era o repórter. Jáder Neves, Gervásio Baptista, Hélio Santos, Orlando Abrunhosa e Eveline Muskat formavam a equipe de fotógrafos.

JK não estava sozinho.


quarta-feira, 3 de maio de 2017

Imprensa: quando o bom jornalismo também falta ao trabalho

(do bqvMANCHETE) 

Ainda sobre a mídia e as manifestações contra as reformas e o governo Temer. Paula Cesarino Costa, ombudsman da Folha, analisou o comportamento da mídia na cobertura da Greve Geral de 28 de abril. E conclui que o bom jornalismo também não foi ao trabalho.

De fato, os três principais jornais, seus sites e as principais redes de TV apenas amplificaram as teses do governo que ignoravam a realidade de que cerca de 130 cidades foram afetadas e milhares de pessoas foram às ruas em protestos, aliás, violentamente reprimidos pelas polícias.

Por afinidades políticas e financeiras, os jornalões desqualificaram os atos e defenderam as reformas patrocinadas por setores patronais.

Cesarino analisa apenas a imprensa dominante, a dos "coronéis" da mídia. Essa fracassou, não fez jornalismo, adotou a política de comunicação oficial com a qual mantém boas relações e de quem recebe gordas verbas.

Faltou dizer apenas que a mídia alternativa, desde as dezenas de sites e blogs jornalístico às várias páginas de instituições e de movimentos sociais, que hoje atingem, somados, um público estimado em mais de 20 milhões de pessoas, levou aos leitores informações mais precisas sobre o que estava acontecendo em centenas de cidades e os motivos da greve.

Leia a seguir o texto da ombudsman da Folha.

por Paula Cesarino Costa (para a Folha de São Paulo)

A imprensa e a greve geral

Assim como a de milhões de brasileiros, minha rotina diária foi alterada pela greve geral da sexta-feira, 28. Lojas de que precisei estavam fechadas; no supermercado, o gerente disse que apenas um terço dos funcionários comparecera; a experiência nos aeroportos de amigos e familiares que viajaram foi sofrida, apesar de a Folha ter dito que os aeroportos funcionaram normalmente. Pode não ter sido um caos, mas normal não foi.

De modo geral, esse foi o problema da cobertura da greve geral convocada contra as reformas da Previdência e das leis trabalhistas. Focou a alteração da rotina das cidades, de modo previsível, sem inventividade nem relatos ricos.

Em suma, os jornais se concentraram no impacto sobre as árvores e deixaram de abordar a situação da floresta. A velha imagem é eficiente por condensar a mensagem de modo tão claro.

Um parágrafo do editorial da Folha trazia o resumo do que pretendo dizer quando cobro abordagem mais ampla: "Em nenhum país do mundo, propostas de redução de direitos relativos à aposentadoria contarão com apoio popular. Governantes, em geral, só as apresentam quando as finanças públicas já estão em trajetória insustentável. Este é, sem dúvida, o caso do Brasil".

Essa é a visão da floresta que deveria ser discutida nos jornais. É preciso acrescentar que a discussão sobre a reforma trabalhista é também uma discussão sobre perda de direitos, contraposta à possibilidade de dinamização e crescimento do mercado do trabalho –promessa de comprovação difícil. Esses são os dois lados da moeda.

Pode-se até afirmar que essa discussão está presente no jornal. Não com a clareza do dilema exposto pelo editorial da Folha: está em jogo a perda de direitos em nome do ajuste fiscal. Jornais estrangeiros assim enquadraram a manifestação. A imprensa brasileira abriu mão da discussão sobre a floresta.

A greve geral convocada por centrais sindicais e movimentos de esquerda mostrou que a mídia precisa se qualificar para esse tipo de cobertura, complexa e de altíssimo interesse do público leitor.

Quase em uníssono, os três principais jornais destacaram nas manchetes de suas edições impressas o efeito no transporte e a violência com que terminaram manifestações em São Paulo e no Rio.

Será que o vandalismo em pontos isolados do Rio e de São Paulo era notícia a destacar em enunciado de manchete, se a própria Folha escreveu que a calmaria reinou durante quase todo o dia? Por que valorizar as cenas de confronto, em vez de imagens que pudessem, por exemplo, mostrar o que diziam as faixas levadas às manifestações.

A greve paralisou, segundo o noticiário da Folha, parcialmente as atividades nas principais capitais do país e em ao menos 130 municípios, em todos os Estados e no Distrito Federal. Os organizadores classificam como a maior greve da história do país: cerca de 40 milhões paralisaram suas atividades.

Não há reportagem ou quadro na edição que diga qual era exatamente o objetivo da greve ou, se fosse o caso, a análise de seu impacto nos objetivos do movimento.

Há dois pontos básicos a que o jornal, na minha avaliação deveria ter respondido:

Qual foi o tamanho da paralisação? Era preciso encontrar parâmetros que permitissem ao leitor entender o que foi o movimento de agora em comparação com convocações anteriores.

Quais as possíveis consequências da greve? Terá algum efeito em seu objetivo principal de parar a tramitação das reformas trabalhista e da Previdência, obrigando Executivo e Legislativo a negociar com a sociedade e os sindicatos?

Eram desafios difíceis, mas a imprensa não conseguiu nem chegar perto de enfrentá-los.

À exceção dos colunistas André Singer e Demétrio Magnoli, não houve tentativa de interpretação do que aconteceu. Cientistas políticos, sociólogos e analistas não estão nas páginas da Folha ajudando a entender o que aconteceu e o que pode vir a acontecer.

Deputados e senadores não se manifestaram de forma a sinalizar se o protesto pode vir a ter algum efeito objetivo nos projetos em discussão. Apenas o governo federal fala, expressando a óbvia e obrigatória avaliação de que adesão foi pequena, fracassou.

Ainda há muito a aprender e a ser desenvolvido em cobertura de casos dessa magnitude.

Na sexta-feira, o bom jornalismo aderiu à greve geral. Não compareceu para trabalhar.

sábado, 5 de novembro de 2016

Mídia: a atual ofensiva contra Mossul é a guerra da rede social, do smartphone e da Go Pro. Com um clique você entra no campo de batalha. Basta digitar Mossul, no You Tube...




Durante a Segunda Guerra, apesar da precariedade das radiofotos, imagens dos combates eram vistas em jornais um dia ou dois depois do fato, dependendo do tempo gasto em revelação, deslocamento e transmissão.

Já as revistas ilustradas, como a Life e a Look, perdiam em atualidade para os jornais mas eram favorecidas ao receber material de melhor definição, via postal, a ainda pela boa qualidade do papel e da impressão. Também com um delay, os cinemas exibiam cinejornais dos campos de batalha. E lotavam salas. Os filmes eram oficiais, ufanistas, claro, mas atraiam multidões.

A Guerra do Vietnã foi a da TV, essencialmente, embora tenha produzido clássicas e dramáticas fotografias. Ao levar cenas de combates à mesa de jantar dos americanos, a TV influenciou a opinião pública e, embora não fosse a intenção das corporações da mídia, ajudou a fortalecer o movimento pacifista. A cobertura da TV não era ainda ao vivo, mas quase isso: as primeiras redes de satélites aceleravam a veiculação do material.

No Vietnã, a imprensa trabalhou sem maiores restrições, a não ser aquelas decorrentes dos riscos nas batalhas. O enorme impacto que tal cobertura provocou nos corações e mente da opinião pública parece ter servido de lição para os militares americanos.

E, na oportunidade seguinte, a da primeira guerra do Iraque, um pacote de restrições e controle foi imposto aos repórteres, fotógrafos e câmeras. Surgiu a figura do jornalista embeeded. A TV cobria batalhas ao vivo mas com os profissionais incorporados às tropas, sem autonomia para sair da rota. Em troca do acesso, a mídia submeteu-se a uma extensa lista de vetos e filtros.

Bem ao contrário da Guerra do Vietnã, as campanhas no Iraque foram editadas. O espetáculo - quem não se lembra das bombas caindo sobre Bagdá e da artilharia antiaérea rasgando os céus da cidade? Ou das imagens das bombas guiadas a laser atingindo seus alvos? - foi privilegiado. Foi uma guerra vista mais pela grande angular e menos pelos detalhes humanos que pudessem chocar ou assustar a opinião pública, com risco de comprometer o apoio popular à Tempestade no Deserto.

Nesse momento, tropas do Iraque, milícias xiitas e combatentes pershmergas curdos avançam sobre Mossul, última cidadela do Daesh, o autodenominado e terrorista Estado Islâmico.

Do ponto de vista da comunicação, essa é a guerra das câmeras GoPro e dos smartphones. Além da cobertura profissional, os próprios soldados, agora com a mídia social à disposição, especialmente o You Tube, estão compartilhando on line cenas impressionantes da ofensiva.

Muitas vezes, com a crueza da guerra, sem censura nem photoshop.

Com direito a curtidas e seguidores.

sábado, 30 de julho de 2016

Band anuncia que será a rede que mais abrirá espaço para a Rio 2016...

A Band está divulgando em comunicado à imprensa que é a emissora de TV aberta que mais abrirá espaço e tempo para a Rio 2016. Serão cerca de 200 horas de programação. Já no começo da semana que vem equipe de narradores e comentaristas se muda para o Rio, mais precisamente para um estúdio montado no Parque Olímpico. Além da TV aberta, o canal por assinatura BandSports vai acompanhar os Jogos durante 23 horas e 30 minutos a cada dia. Os outros 30 minutos serão reservados para noticiários fora da Rio 2016. Rádios BandNews, Bandeirantes FM e Bradesco Esportes e o portal da Band também se integram ao esquema de cobertura.
Entre os comentaristas, André Domingos (atletismo), Cacá Bizzocchi (vôlei), Cláudio Roberto (atletismo), Danilo Castro (basquete), Dayane Camilo (ginástica rítmica), Fabio Vanini (handebol), Flávio Saretta (tênis), Gabriel de Oliveira (boxe), Helen Luz (basquete), Henrique Guimarães (judô), Marcelo Negrão (vôlei), Marcos Biekarck (vela), Márcio Wenceslau (taekwondo), Patrick Winkler (natação), Renato Messias (tênis), Vanderlei Oliveira (atletismo), Victor Rosa (ginástica artística) e Virna (vôlei).


domingo, 24 de julho de 2016

Fox Sports: Oscar Schmidt, Robson Caetano, Djan Madruga, Dante, Carlos Honorato e a cubana Mireya Luis no time de comentaristas da Rio 2016

por Clara S. Britto
O canal Fox Sports reuniu um time de comentaristas da Rio 2016 de nível olímpico: Oscar Schmidt, Robson Caetano, Mireya Luís, Dante Santos, Carlos Honorato, Djan Madruga, Moises Cohen e, na maratona de humor, o Porta dos Fundos. O Fox Sports transmitirá em dois canais, com cerca de 300 profissionais em ação.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Faltam 21 dias... SporTV prepara a maior cobertura da Rio 2016

Estádio Olímpico

Parque Radical

Estádio Olímpico de Hóquei

Centro de Tênis

Centro Aquático Maria Lenk
Fotos Getty Images/Matthew Stockman/Divulgação/www.rio2016

O SporTV prepara uma megacobertura da Rio 2016, de 5 a 21 de agosto. Cerca de 250 profissionais produzirão conteúdo para 16 canais em TV por assinatura, 24 horas ao vivo, e em 40 canais exclusivos para a web. Entre os comentaristas, além dos profissionais dos canais, estão atletas que ganharam medalhas nos Jogos, como Carlão, Nalbert e Sandra Pires e os internacionais Carl Lewis, Nadia Comanecci e Mark Spitz. Os eventos destacados de super atletas, como Usain Bolt, e de equipes ou atletas brasileiros com chances de medalhas serão transmitidos pelos canais tradicionais do SporTV, enquanto as demais atrações estarão distribuídas nos canais alternativos que ocuparão provisoriamente os espaços do Première.
Como tudo no Brasil foi politizado nos últimos anos, incluindo o pastel do "seu" Manuel e o caldo verde de dona Luzanira e o puteiro da Glorinha, a Rio 2016 entrou nessa caldeira e sofreu críticas, algumas justas e outras sem fundamento e há preocupações legítimas com transporte e segurança. A violência urbana é um grave risco e é real a percepção de que casos de assaltos aumentaram nos últimos meses. A possibilidade de ato terrorista não pode ser descartada, principalmente após o cruel atentado em Nice. Eventos esportivos são uma vitrine para os fanáticos. Os Jogos de Atlanta,nos Estados Unidos, e Munique, na Alemanha, e a Maratona de Boston atraíram terroristas. Todo cuidado é pouco. Aqui e em qualquer lugar do mundo.
Mas está chegando a hora de torcer. Uma pesquisa do Sesc-RJ e FGV Projeto mostrou que 61% dos cariocas confiam no sucesso da Olimpíada.
Autoridades estão dando declarações otimistas, mas é preciso que os três níveis de governo com responsabilidades sobre a Rio 2016 se antecipem, negociem e resolvam pendências financeiras e reivindicações de categorias funcionais indispensáveis para o funcionamento da cidade. Se for impossível, que as manifestações aconteçam. Na recente Eurocopa, trabalhadores ameaçados por reformas que cassam seus direitos protestaram ao lado da Torre Eiffel e da Fan Zone instalada no mesmo local. Houve choques, mas não foi o fim do mundo. Aqui, não seria demais pedir bom senso aos ativistas - é possível organizar protestos respeitando não só o evento como o direito dos milhões que querem vê-los - e equilíbrio à polícia. Requisitos, aliás, que deveriam estar sempre presentes, independentemente da festa esportiva..
O Comitê Olímpico Internacional (COI) avaliou na semana passada que o Rio "está pronto para dar as boas-vindas ao mundo". O presidente da Comissão de Coordenação dos Jogos elogiou a cidade ("Não poderia imaginar um cenário mais espetacular para os atletas do mundo mostrarem seus talentos"). Mas não deixou o alertar sobre trabalhos a concluir nos próximos dias.
Faltam 21 dias. Centenas de jornalistas e equipes precursoras de comitivas esportivas ou de chefes de estado já estão se instalando na cidade.
O espírito olímpico é desde sempre associado à paz e à confraternização. Que a Rio 2016 seja um sucesso. Em todo o mundo, jovens atletas se preparam há anos para esse momento. Merecem ser vistos e o público merece vê-los.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

E o mico dourado do Oscar vai para a... TV brasileira




NAS REDES SOCIAIS, A ATRIZ GLÓRIA PIRES FOI A CAMPEÃ DOS MEMES. REPRODUÇÕES
por Flávio Sépia
Parecia a cobertura da TV da Coréia do Norte com link direto com a emissora do atol de Tuvalu. Um bate-cabeça sem fim. A rede social, atenta, registrava on line, segundos depois, cada mancada de Glória Pires, a campeã em memes da noite na bancada da Rede Globo. Enquanto Maria Beltrão e Arthu Xexéo tentavam segurar a onda, Glória confessava não ter visto filmes concorrentes, não demonstrava ter a informação cinematográfica do falecido José Wilker, que tradicionalmente ocupava aquele posto, e resumia suas opiniões em curtos vocábulos. Dramático. Não poucas vezes, Maria Beltrão era surpreendida por receber a bola de volta tão direta e rapidamente. Assim o papo não rendia. Restou a impressão de que a simpática atriz não tinha a menor afinidade com a tarefa para a qual foi escalada.
Foi duro de ver para quem não tinha TNT, que optou por tradução simultânea e comentários de Rubens Ewald Filho e Domingas Person, com a vantagem de ser "local" na terra do Oscar e ter quatro repórteres com acesso privilegiado ao tapete e aos bastidores da premiação.
Já a cobertura do GNT, ao vivo, no tapete vermelho, estava estranhamente desarticulada. Parecia aquele time de futebol que joga sem técnico confiando no atacante que diz 'passa pra mim que eu chuto' ou o goleiro que se garante na base do 'deixa comigo'. Excesso de confiança que resultou em desastre.
Claro que não é fácil obter entrevistas com atores e atrizes no disputado red carpet. Por isso, os repórteres contam com apoio de equipes de produtores que se dedicam a "pescar" entrevistados ou com a ajuda dos assessores das distribuidoras dos filmes concorrentes. O mercado de cinema, no Brasil, é um dos maiores do mundo, e em outras edições, repórteres brasileiros devem ter conseguido sensibilizar o staff das distribuidoras já que, em várias ocasiões e canais, conseguiram acesso e entrevistas, vá lá, poucas mas decentes.
No caso da GNT, no estúdio, o mais comum era o enquadramento do trio (Astrid Fontenelle, Lilian Pacce e Flávio Marinho) com olhar torto ou perdido para algum ponto ao lado do câmera onde deveria estar um telão, comentando cenas supostamente "incríveis" que infelizmente não eram acessadas pelo assinante, no caso, simplesmente, o mané que pagou para ver. Especialistas, ele em cinema e ela em moda, Flávio e Lilian parecia subaproveitados e também não resistiram ao improviso. Uma pergunta frequente na cobertura do GNT, seja da âncora ou do repórter que entrava numa fria, ao vivo, diretamente do tapete, era "vocês viram fulano?", "gente, fulano já passou?" "produção, ajuda aí".
Não, ninguém viu, nem o pobre do assinante que pagou para ver.
No tapete, jogado às feras, o "repórter" era o blogueiro Hugo Gloss, que atuava como se fosse apenas um fã no "sereno", aquele espaço informal das estreias onde tietes se limitam a ver os ídolos passarem enquanto emitem gritinhos para chamar atenção. Completamente "vendido", o máximo que ele conseguiu foi pedir para o "Brazil" um aceno de Matt Damon e todos da GNT ficaram aparentemente felizes com o feito, provavelmente o "ponto alto" e certamente o diferencial da trapalhada do canal.
Não sou dessa geração, apenas conheço a lenda, mas imagino que na Era Boni, o próprio teria entrado ao vivo no estúdio para botar ordem na casa.
No ano passado, algumas atrizes de Hollywood criaram a hastag #AskHerMore para incentivar repórteres a perguntarem no tapete vermelho algo mais consistente do que o vestido que elas usavam. Já estavam de saco cheio de responder a isso.
Não sei que hastag criariam se vissem o que vimos na TV. Provavelmente #OhMyGod. A mais indignada sigla da web: OMG!