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quarta-feira, 21 de junho de 2023

Todas as faces da atriz, jornalista, escritora e militante política Vera Gertel (1937-2023)

  
Vera Gertel na redação da Desfile. Foto Acervo Vera Gertel

Com o elenco da peça "Eram Todos Nossos Filhos".
Reprodução Revista Manchete

No espetáculo "Arena Conta Zumbi". 
Reprodução Revista Manchete

Com Jardel Filho na peça "O Sr. Puntilla e seu Criado Matti".
Reprodução Revista Manchete


A atriz, jornalista e escritora Vera Gertel viveu entre os anos 1950 e 2000 duas fases distintas na Manchete

Na primeira foi assunto jornalístico motivado pela sua atuação em teatro e cinema. A revista registrou seus momentos marcantes nos palcos e sets. Vera atuou em peças como "Eram Todos Meus Filhos", de Arthur Miller, em 1965, dirigida por Aurtimar Rocha; no mesmo ano, participou de "Arena Conta Zumbi", de Gianfrancewsco Guarnieri e Augusto Boal, ao lado de Nilton Gonçalves, Dina Sfat, Francisco Milani e Isabel Ribeiro; em 1968, foi a vez de "O Sr, Puntilla e Seu Criado Matti, de Bertold Brecht, quando contracenou com Jardel Filho. Ela atuou também na primeira montagem de "Eles Não Usam Black-tie", de Gianfrancesco Guarnieri, em 1958.  

Na segunda e longa etapa na Bloch, firmou-se como uma das mais brilhantes jornalistas da editora. Em plena ditadura, quando a censura e os militares hostilizavam a cultura e o teatro sofria um cerco financeiro e ideológico, Vera Gertel viu no jornalismo uma opção de sobrevivência. 

Talvez, naquele momento, começo dos anos 1970, não imaginasse que permaneceria na Bloch até o fim da editora, em 2000. Na Desfile, Manchete e como editora do suplemento Manchete Saúde, ela mostrou sua versatilidade. Tanto entrevistou personalidades como Darcy Ribeiro, Ruth Cardoso, Dina Sfat e Dias Gomes como cobriu desfiles de moda em Paris. Nos anos 1990, editou um elogiado e inovador suplemento que, em torno do tema saúde, abordava bem-estar, arte, celebridades e literatura. Na revista Desfile, ela deixou sua marca ao provar que uma publicação voltada para o público feminino podia ser um instrumento para valorização da mulher, discutir suas causas e  combater chavões, bordões e lugares-comuns daquele segmento jornalístico.

Outro importante capítulo da sua vida foi a militância política e artística que a levou a ser presa durante a ditadura. Sua trajetória de atriz e a inseparável luta política estão contadas na autobriografia "Um Gosto Amargo de Bala" (Record). 

Vetra Gertel faleceu na última segunda-feira, no Rio de Janeiro. Faria 86 anos em outubro. Ela deixa um filho, o roteirista Vinicius Vianna, do seu casamento com Oduvaldo Vianna Filho, e o marido e jornalista Jânio de Freitas.   

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Angela do Rego Monteiro: uma perda, uma lembrança

Angela do Rego Monteiro
Foto Jornal da PUC
A jornalista e professora Angela do Rego Monteiro tem sua trajetória ligada a uma era profícua do jornalismo brasileiro. Foi do JB nos anos 1960, e do Globo, onde participou da equipe que criou o Ela, do qual foi editora. Em 1977, Angela foi surpreendida com um convite para se transferir para a Bloch Editores. Na coletânea "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou" (Desiderata), ela reproduziu um diálogo que teve com Roberto Barreira, o diretor do grupo de revistas femininas da Rua do Russell. 

- Você gostariha de trabalhar com cor? 

- Claro, seria um desafio. Algo absolutamente novo.  

"Esse é, resumido em duas linhas, o diálogo que me levou para a Bloch. Eu estava na plateia dos desfiles do Grupo Moda Rio, no Copacabana Palace, no inverno de 1977, quando Roberto Barreira, o todo-poderoso diretor do grupo de revistas femininas da Bloch Editores, fez o convite. Para mim, que trabalhava no Globo - onde me iniciei como repórter e aquela altura era editora do Globo Feminino, uma página diária, e do suplemento Ela - a proposta era tentadora. A Bloch, com suas revistas, era um sonho para quem atuava no mundo do jornalismo de moda. E era uma aspiração colorida para uma jornalista que até então se prendera ao preto e branco dos jornais. Lá fui eu. Despedi-me dos meus amigos da Rua Irineu Marinho (para onde voltaria ainda por duas vezes e onde me aposentaria em junho de 2002) e levei todo o meu entusiasmo para a Rua do Russell. 

Depois de descrever o primeiro contato com Roberto Barreira, Angela relatou no seu capítulo, além da experiência pessoal, todo o modus operandi que fazia da Desfile um das principais revistas femininas do Brasil e a renovação da cobertura de moda. E foi precisamente a capacidade de entender os rumos da comunicação em todas as suas vertentes que ela abraçou, depois, a carreira acadêmica e compartilhou experiências e talento como  professora da PUC do Rio de Janeiro.

Angela do Rego Monteiro faleceu ontem, no Rio, aos 78 anos. 

segunda-feira, 1 de março de 2021

Fotomemória da redação: quando Roberto Barreira localizou, nos Alpes italianos, o irmão do embaixador suíço sequestrado no Brasil

 

1971: Roberto Barreira, de terno escuro, localiza e entrevista para a Manchete o irmão do embaixador Giovanni Bucher, então sequestrado no Brasil. Reprodução Manchete

Em 7 de dezembro de 1970, a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), organização que combatia a ditadura, sequestrou o embaixador suíço Giovanni Bucher. Foi o assunto da mídia nas semanas seguintes.

Roberto Barreira, então chefe da Sucursal da Manchete em Milão, viajou para a região do Lago Como, no Alpes Italianos e ali localizou o hoteleiro Rodolpho Bucher, irmão do diplomata suíço. Depois de quebrar uma resistência natural - os Bucher até então não haviam sido procurados pela mídia -  Roberto foi recebido na residência da família e conversou com o apreensivo Rodolpho. Um feito do saudoso Roberto que, poucos anos depois, voltou ao Brasil para dirigir a revista Desfile e a transformou em um dos sucessos editoriais e comerciais da Bloch.

Giovanni Bucher foi liberado pelos guerrilheiros em 16 de janeiro de 1971 em troca de 70 prisioneiros políticos. Na mesma ocasião, com outra dupla - o repórter Carlos Freire e o fotógrafo Alécio de Andrade - Manchete ouviu, em Luxemburgo, Anne Marie Mailet,  irmã do embaixador sequestrado, 

quinta-feira, 30 de março de 2017

Manchete, 65 anos - Fotomemória da redação: um dia qualquer no estúdio fotográfico

Estúdios de Fotografia da Bloch. Reprodução

por José Esmeraldo Gonçalves

A foto é da virada da década de 70 para 80. Era uma tarde de rotina do estúdio de Fotografia do Edifício Manchete, na Rua do Russell. Ali eram produzidas capas, editoriais de moda e fotos de abertura de matérias temáticas para as diversas revistas da Bloch, além de anúncios e rótulos.

O complexo dispunha de baias que recebiam simultaneamente várias equipes. Se em uma delas um bebê era fotografado para a Pais & Filhos, outra recebia modelos para ensaios da Desfile ou atores e atrizes da Globo para capas e matérias da Amiga ou, ainda, um cesto de abóboras de DNA japonês para a Manchete Rural.

Foto; Reprodução O Cruzeiro
O estúdio era quase sempre movimentado. Mas nunca se agitou tanto quando, certa vez, uma famosa modelo cruzou as baias completamente nua, entre uma e outra troca de figurino. Dizem que o estúdio estava cheio de câmeras, mas ninguém teve coragem de fotografar o show de espontaneidade e o profissionalismo prevaleceu. Não havia celular, na época, nem redes sociais: a cena ficou gravada apenas na imaginação de quem viu aquele monumento que caminhava.  

Acima, no centro da foto, de roupa escura, vê-se Indalécio Wanderley, um dos maiores repórteres fotográficos da revista O Cruzeiro e, que, depois, transferiu-se para a Manchete. Ele está na foto aí ao lado, em 1955, ainda na revista de Assis Chateaubriand, empunhando a sua Leica, da qual não se separava,

Indalécio fez inúmeras capas para as revistas da Bloch e coordenou ensaios internacionais de moda numa época (coisa quase inimaginável até para as publicações brasileiras atuais) em que a Desfile levava para a Europa repórteres, fotógrafos e modelos que produziam memoráveis edições.

Como o tempo, esse filme foi rebobinado.

As fotos abaixo, de setembro de 2009, mostram o estúdio abandonado nove anos após a falência da Bloch.

Em setembro de 2009, uma das baias do estúdio ainda com um fundo infinito montado. Com destaque para uma garrafa vazia de  Johnny Walker, que o ar condicionado era forte e ninguém era de ferro. 

Caixas de filmes abandonados às pressas quando oficiais de justiça cumprindo mandato
de falência da Bloch lacraram o prédio, de surpresa, em agosto de 2000. Fotos. J.E.Gonçalves

 

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Universidade Federal do Paraná homenageia Daisy Benvenutti, ex-correspondente da Manchete na Itália e primeira aluna a se formar em Economia pela UFPR

Daisy Benvenutti. Foto de Samira Chami Neves/UFPR
Daisy Benvenutti; homenagem na UFPR. Foto de Samira Chami Neves




Daisy Benvenutti com a equipe da Desfile,em Veneza. A revista produzia especial de moda na cidade italiana.




A jornalista e economista Daisy Benvenutti, ex-correspondente na Itália da Manchete, Desfile e demais revistas da extinta Bloch Editores, foi homenageada pelo Coletivo Feminista, em evento realizado no dia 8 de junho, no Setor de Sociais da UFPR, como a primeira aluna a se formar em Economia, em 1953, pela Universidade Federal do Paraná.
VEJA EM VIDEO A TRAJETÓRIA DA JORNALISTA, CLIQUE AQUI

domingo, 7 de fevereiro de 2016

"Musa do Impeachment" tenta desfilar com tapa-sexo estampado com rosto de Dilma. Escola impede, ela se revolta, tira a roupa, é vaiada e agredida. A "musa" promete processar agressor. E a escola teme perder pontos

Reprodução

Reprodução Twitter
Conhecida como a Musa da Direita ou Musa do Impeachment, por ter feito topless em manifestação, Ju Isen era um dos destaques da Unidos do Peruche, em SP. A escola deve estar até agora arrependida pela ideia de usar um destaque coxinha sem qualquer identificação com o samba popular. Primeiro, ela quis desfilar com um tapa-sexo estampado com o rosto de Dilma Rousseff. A escola proibiu. Revoltada, a musa coxinha rasgou a fantasia que usava e ficou pelada na avenida. Foi vaiada pelos torcedores da Peruche. Integrantes da escola se apressaram em retirá-la da pista por medo de perder pontos. Após sair da avenida, a "musa" foi empurrada. A foto e o fato viralizaram na web. Na transmissão da Globo, o apresentador Chico Pinheiro comentou: "Quer ficar pelada, espera o desfile acabar". Resumindo: um, a "musa" brincou com fogo ao assumir o risco de prejudicar a escola; dois, a agressão é, claro, condenável.