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sexta-feira, 19 de julho de 2019

Sem propostas concretas, Neymar se oferece a vários clubes e sofre bullying midiático

ESPN/Reproduçõa twitterAdicionar legenda

A ESPN lançou no Twitter a questão acima. Aproveitando o gancho de La Casa de Papel, cuja terceira temporada a Netflix disponibiliza a partir de hoje, o canal especula sobre o complicado destino de Neymar, que pretende sair do PSG, mas não recebeu proposta concreta.

O jornal espanhol Mundo Desportivo também publicou uma "lista de Ney", citando clubes para os quais Neymar pai já teria oferecido o filho que está no desvio e acrescentando o Bayern às supostas possibilidades.

Enquanto espera, o PSG fez dois amistosos preparatórios, sem Neymar, que finaliza recuperação. O jogador acompanhará a delegação do clube à China, ainda como parte da pré-temporada. O PSG não confirma se ele entrará em campo. Neymar tem contrato com o time francês até junho de 2022 e corre contra o tempo - as janelas europeias de transferências começam a se fechar nas próximas semanas - para encontrar uma saída.

Há pouco tempo tido como um dos jogadores mais valorizados do mundo Neymar vive fase de baixíssimo astral: responde a processos nos fiscos da Espanha e do Brasil; é alvo de investigação sobre acusação de estupro e soma uma incômodas sequência de contusões.

Caso não apareça um proposta que atenda aos interesses do PSG - o clube não abre mão de recuperar o alto investimento - Neymar terá que cumprir o contrato. O seu ambiente no clube vai ser testado na turnê chinesa. Ao final da Copa da França, quando o PSG foi derrotado pelo Rennes, ele criticou companheiros e provocou mal estar interno.

Nessa época do ano, enquanto aguarda o início da temporada 20019-2020, a mídia esportiva europeia tem menos notícias. As especulações sobre o mercado do futebol são o tema principal e algumas transferências milionárias já se efetivaram. Com isso, o impasse sobre o destino do Neymar ganha ainda mais espaço.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Vale a pena ler de novo: saiba porque o mercado quer se apropriar do voto popular

O professor de Economia da Unicamp, Eduardo Fagnani, publicou na Carta Capital, em 29/7/2017, o artigo "Capitalismo" brasileiro: todo poder emana do mercado". Na sua análise, mostrou o "fosso profundo entre os anseios da população e os desígnios dos detentores da riqueza financeira". 

É oportuna a releitura agora, na boca da urna.

As linhas gerais dos programas de Jair Bolsonaro, Geraldo Alckmin, Álvaro Dias, Marina Silva, Henrique Meirelles e João Amoêdo soam, com uma ou outra variação de tom, como música de harpa do paraíso aos fones do mercado.

Colunistas de política e economia da mídia dominante vão aos poucos relevando as questões morais, sociais, de comportamento etc, pregadas pelo capitão inativo à medida em que seu futuro ministro detalha sua certidão de casamento com comunhão de bens com o poderoso mercado financeiro.

Daqui a quatro dias começa a propaganda eleitoral na TV e no rádio, vista como a última chance para um candidato conservador, Alckmin, por exemplo, se viabilizar como opção a Bolsonaro. Caso isso não ocorra, a mídia porta-voz do mercado vai vestir de vez suas gandolas táticas e cravar apoio à trifeta mercado-capitão-general. Nessa ordem unida.    

Pouco mais de um ano depois da publicação do artigo de Fagnani, torna-se claro, quanto mais se  desenvolvem as campanhas eleitorais, que a maioria dos candidatos se apresenta mais sob a identidade de operador financeiro de faixa presidencial à disposição do mercado do que como um representante do povo. Para estes, o povo, esse obsoleto, é um mero ativo social desvalorizado a importunar o sistema com reivindicações recorrentes como emprego, saúde, educação, qualidade de vida, enfim, essas "irrelevâncias" que enchem o saco do mercado.

Veja abaixo alguns tópicos selecionados do artigo que você pode ler na íntegra AQUI

* "No passado, um prócer da ditadura sentenciou que "a economia vai bem, mas o povo vai mal". Hoje os sábios das finanças e seus porta-vozes não se cansam de repetir que a economia vai bem, apesar de o País ser governado pelo "chefe da quadrilha mais perigosa do Brasil", da gravíssima crise institucional e da putrefação do sistema político e partidáriol A economia vai bem, a despeito da taxa de desemprego ter mais que dobrado em dois anos por conta das políticas de austeridade que provocaram a maior recessão da história."

* Vale tudo, desde que a equipe econômica seja preservada, pois nela se reúnem os únicos iluminados supostamente capazes de "proteger o País contra medidas populistas" e encontrar saídas para a recessão resultante das ideias desses mesmos atores, falsas saídas, as quais, por irônico que pareça, foram acolhidas pela candidata vitoriosa em 2014."

* "Sem desfaçatez e com aparente normalidade, os intérpretes do tal mercado arrogam-se o direito de falar em nome da sociedade que eles desprezam absolutamente. Se "todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição", como reza o primeiro artigo da Carta de 1988, soa como deboche a declaração do parlamentar que a preside de que e que 'a Câmara dos Deputados vai manter a defesa da agenda do mercado'."

* "Sem base científica consistente, impõem-se reformas "para o Brasil não quebrar, voltar a crescer e gerar emprego". Tanto faz se, no caso da reforma tributária e da reforma previdenciária, elas sejam rejeitadas, respectivamente, por 71% e 58% dos brasileiros. "Mas o mercado vai adorar, porque o capitalismo não é antiético, é aético."

 * "Escárnios à parte, o fato é que no Brasil todo o poder emana do mercado, que o exerce diretamente, ou por meio de representantes eleitos e porta-vozes travestidos de economistas e jornalistas. O fato é que, em ultima instância, o golpe jurídico-parlamentar é bem-vinda oportunidade para radicalizar o projeto liberal derrotado nas últimas quatro eleições. Em trinta anos, não há nada de novo no front. Parafraseando Cazuza, a conjuntura é 'um museu de velhas novidades'.

* "Essa construção inicia-se nos anos 1990s e prossegue com a "Agenda Perdida" (2002-2003), com o "Programa do Déficit Nominal Zero" (2005); após breve pausa, retorna com a "Agenda Brasil" (2015) e, de forma odiosa e antidemocrática, aí está hoje, no documento "Uma ponte para o futuro" –, que é uma negação do documento "Esperança e Mudança" (1982), escrito pelo mesmo PMDB –, agora transformado em "programa de governo" da coalizão espúria que está no poder. O mesmo projeto velho, com nova roupagem."

* "Em terceiro lugar, destruir o Estado Social de 1988, pois "as demandas sociais da democracia não cabem no orçamento". Privatizações, teto para gastos não financeiros, ampliação da desvinculação constitucional de recursos (de 20% para 30% do percentual de impostos da Desvinculação de Receitas da União), Reforma da Previdência e da Assistência Social, terceirização irrestrita, desmanche da legislação do Trabalho e Reforma Tributária a favor dos mais ricos (além dos ataques recente ao FGTS e ao programa Seguro-Desemprego), estão em curso, sob o rolo compressor do Congresso e contra a sociedade, mas afinado com 'a defesa da agenda do mercado'."

* "Os donos do Brasil jamais aceitaram os avanços sociais de 1988, fruto da longa luta pela redemocratização do país. O "capitalismo" brasileiro não aceita, sequer, conquistas mínimas da socialdemocracia europeia, aqui taxadas de 'populistas' e 'bolivarianas'. "

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

A concentração de renda avança no mundo e o massacre financeiro das populações já é a maior tragédia social da Humanidade

por Flávio Sépia
O alerta foi dado por Thomas Piketty no livro "O Capital no Século XXI".
Estudos constataram um crescimento brutal da desigualdade de renda no mundo.
A atual e crônica crise financeira, com os governos demonstrando incapacidade de regular a especulação, projeta uma aceleração do processo.
Apesar disso, a grande mídia, como braço preferencial do sistema financeiro, permanece não apenas defendendo o modelo como advogando sua ampliação.
Caso explícito do Brasil.
Diariamente articulistas e "especialistas" defendem a anorexia do Estado. Na prática, trata-se de impôr uma dieta mortal à fiscalização, ao mínimo controle, abrindo campo livre, como já se afigura, para a ação das milícias financeiras e dos traficantes de dinheiro.
O artigo de Antonio Luiz M. Costa para a Carta Capital (abaixo) cita que a concentração de renda mundial alcançou níveis tão críticos quanto os do mundo industrializado antes da Primeira Guerra Mundial.
E a História mostra a desagregação das sociedades, a hecatombe econômica, as guerras e a explosão da pobreza que se seguiram ao quadro crítico da época.
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por Antonio Luiz M. C. Costa (para a Carta Capital)

Em 2013, com O Capital no Século XXI, Thomas Piketty alertou para o crescimento contínuo da desigualdade de riqueza desde a década de 1970, contrária à tendência dos 60 anos anteriores e muito mais acentuada e socialmente relevante que a desigualdade de renda, mais fácil de pesquisar e na qual se concentrava a maioria dos estudos anteriores.

 Na Europa, a parcela detida pelo décimo superior subiu de 60% em 1970 para 64% em 2010 e a do centésimo superior de 21% para 24%. Nos EUA, o décimo superior subiu de 64% para 72% e o centésimo superior de 28% para 34%. Na falta de políticas ativas contra a desigualdade (como, por exemplo, impostos progressivos sobre o capital), esses países retornarão em meados do século XXI a um patamar de desigualdade semelhante àquele do fim do século XIX e início do XX.

Nesse período, o 1% mais rico (“classes dominantes”, na terminologia de Piketty) detinha metade de toda a riqueza, o décimo superior (“classes superiores”, sendo os não incluídos no primeiro 1% referidos como “classes abastadas”) , quase 90%, enquanto o 50% mais pobre (“classes populares” na terminologia do economista) ficava com meros 5%. A nostalgia chama esses tempos e de belle époque, mas poucos, mesmo nos países mais ricos, puderam usufruir de sua beleza.

O ano de 2010 foi também aquele no qual o banco Credit Suisse publicou o seu primeiro Global Wealth Report (Relatório da Riqueza Global). Naquele ano, os 50% mais pobres dos 4,44 bilhões de adultos possuíam pouco menos de 2% dos ativos mundiais estimados em 194,5 trilhões de dólares, “embora a riqueza esteja crescendo rapidamente para alguns membros deste segmento”, acrescentava esperançosamente o relatório. Os 10% superiores possuíam 83% da riqueza mundial e o centésimo superior, 43%. A riqueza média equivalia a 43,8 mil dólares líquidos. Era preciso possuir 4 mil para deixar de pertencer aos 50% mais pobres, 72 mil para chegar aos 10% mais ricos e 588 mil para o centésimo superior.

Cinco anos depois, o relatório de 2015, publicado em 13 de outubro, mostra que a concentração de renda mundial alcançou níveis tão críticos quanto o do mundo industrializado antes da Primeira Guerra Mundial. Apesar do relativo otimismo de 2010, a metade mais pobre dos 4,8 bilhões de adultos ficou ainda mais depauperada: agora possui menos de 1% da riqueza planetária estimada em 250,1 trilhões de dólares, enquanto o décimo mais alto controla quase 90% (87,7%, para ser exato) e o centésimo no topo, exatos 50%. A riqueza média líquida subiu para 52,4 mil, um aumento nominal de 19,6% que se reduz a 9,3% se descontados 9,5% de inflação do dólar nos Estados Unidos em cinco anos, mas os níveis de corte passaram para 3,21 mil (27% mais baixo em termos reais), 68,8 mil (13% mais baixo) e 759,9 mil (18% mais alto), respectivamente.

Percebeu-se há algum tempo, em vários países, como a limitada recuperação da economia após a crise de 2008 fluiu para os bolsos dos privilegiados, enquanto as classes média e popular ficaram ainda mais pobres pela estagnação (ou mesmo redução) dos salários reais, o aumento do desemprego e o maior endividamento. Na Espanha, por exemplo, o número de milionários em dólares (pelo critério do Capgemini e Royal Bank of Canada, que ao contrário do Credit Suisse, não inclui residência e bens de consumo) cresceu de 127,1 mil em 2008 para 178 mil em 2014, enquanto a renda per capita caiu de 35,6 mil para 30,3 mil, o desemprego subiu de 11% para 26% e a dívida pública saltou de 39,4% para 99,3% do PIB.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NA CARTA CAPITAL, CLIQUE AQUI

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Europa pode ser epicentro de nova crise. Alguns países defendem combate à especulação e regulação do mercado. Tudo indica que Brasil da chapa Cunha-Temer irá na direção oposta, a do bundalelê financeiro

por Jean-Paul Lagarride
Há poucas semanas, o governo italiano transferiu dinheiro público para a especulação privada, alegadamente para salvar bancos que, se quebrassem,"'colocariam em risco o sistema financeiro". Esse suposto risco é usado como uma espécie de chantagem em períodos de crise de liquidez geralmente provocada pelos próprios bancos.  Aconteceu no Brasil, no embalo do neoliberalismo predatório dos tucanos no final do anos 1990. Aconteceu em 2008, na crise americana, na festa especulatória do criminoso subprime, dos derivativos e de outros mecanismos de espoliação que arrastaram o mundo e estão até comprometendo economias.

Tem crescido na Europa a tendência para, finalmente, regular o mercado financeiro. Sem isso, a crise não será superada. Pior, há sinais claros de uma próxima grande crise. Mercados voláteis - como esse que vive atualmente o Brasil com a ajuda e o impulso da conspiração golpista e com muitos grupos, inclusive corporações da mídia, ganhando muito dinheiro em "aplicações" -, e a depreciação de preços de commodities estão entre os gatilhos do caos.

Economista que previu 2008, o britânico George Magnus disse em entrevista que desenha-se um quadro muito semelhante às vésperas do desastre de oito anos atrás. Durante a conversa, o repórterassinalou que Magnus bateu três vezes na madeira ao pronunciar o agouro.

Do jeito que está, como mercado fazendo o que quer, as crises financeiras tornaram-se cíclicas, obedecendo a um padrão: 1987 (quando o índice  Dow Jones  caiu em quase 23% em um dia); em 1994 (quando o México era o "queridinho" do mercado financeiro internacional, que gerou uma "bolha", afundou a terra de Pacho Villa e provocou o "efeito tequila" que atingiu dezenas de países. Um efeito agravado porque, para conter prejuízos, bancos americanos fizeram lobby para o FED aumentar brutalmente os juros no Estados Unidos, o que atraiu capitais para o país, fragilizando outras economias); em 2001, estourou a "bolha" das empresas de alta tecnologia (os especuladores valorizaram artificialmente a cotação da corporações da internet, decidiram realizar os lucros em manada e derrubaram os preços); em 2008, a "bolha" do subprime.
Economistas afirmam que só não estourou outra grave crise, ainda, porque a de 2008 não acabou totalmente. Mas os sinais estão aí: há alguns meses, títulos do governo americano sofreram uma queda-relâmpago de 40 pontos, logo recuperados, mas o fenômeno foi visto como uma luz vermelha de advertência. Especula-se que a próxima crise envolverá títulos de dívida pública da Europa, atualmente inflados e procurados por mercados do mundo inteiro já que proporciona, na prática, empréstimos mais baratos.

Reprodução/O Globo
Enquanto analistas sérios lançam, lá fora, essas advertências - e a necessidade de regulação - , no Brasil, os sinais apontam para direção oposta, uma virtual associação com o mercado, que pode levar o país a disparar junto com a manada da especulação. A mídia aponta como provável ministro da Fazenda do governo da chapa do golpe, Cunha-Temer, o presidente da Federação dos Bancos (Febraban) Murilo Portugal. Portugal era, em 1998, representante do Brasil no FMI. Foi a época em que  o governo - que hoje é credor - caiu de quatro diante do Fundo.