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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

As "Bruxas de Stalingrado": um livro conta a incrível história das meninas pilotos soviéticas que aterrorizaram as tropas nazistas...

O Regimento 588 usava velhos biplanos

Pilotos soviéticas do 588 ouvem instruções antes dos voos.

A maioria das meninas pilotos tinha 20 anos mas havia algumas recrutadas e treinadas com apenas 17 anos. 

Ao fim da guerra, elas acumulavam condecorações.
por Ed Sá
Um livro disponível no Kindle revela detalhes de um pouco divulgado episódio da Segunda Guerra Mundial: a atuação da chamadas Bruxas de Stalingrado. Para os aterrorizados soldados alemães, era as elas eram as "nachthexen", "bruxas da noite". Só atacavam após escurecer, surgiam das nuvens, silenciosamente, e despejavam bombas sobre guarnições, colunas de tanques e acampamentos das tropas nazistas.
De preferência, tais incursões aéreas era realizadas entre uma batalha e outra, no momento em que nas colinas, trincheiras e fortificações tanto a infantaria alemã quanto a soviética tentavam descansar em meio à campanha extenuante para ambos os lados. O fato surpresa era o feitiço mortal das bruxas.
Em 1942, a União Soviética sofria com a invasão nazista. Milhões de homens haviam sido mortos nos campos de batalha. Era preciso recorrer às mulheres que até então trabalhavam nos campos e fábricas como parte do esforço de guerra. Foi quando se formou uma pioneira unidade feminina, o 588 Regimento de Bombardeio Noturno. Centenas de jovens de 17 a 26 anos foram treinadas como pilotos e navegadores. Elas foram designadas para explodir alvos alemães, à noite, em ataques-surpresa e, às vezes até aleatórios. A ideia era, além dos danos dos bombardeios, levar uma guerra psicológica aos beiwache (a palavra alemã de onde se originou a expressão bivaque, o lugar onde as tropas estacionam, geralmente em abrigos naturais como cavernas, encostas ou florestas). O esquadrão feminino usava aviões biplanos, praticamente obsoletos - a maioria construída em 1928 -, lentos, frágeis e sem muita autonomia. Elas voavam tão baixo que os paraquedas era inúteis. Não tinham rádio: navegavam usando mapas, lanternas, bússolas e cronômetros. Levavam só duas bombas e a velocidade era apenas um pouco maior do que a de um Fusca de pé na tábua. Mas isso não evitou o estrago que as meninas do 588 fizeram nas linhas alemãs. As pilotos tinham um técnica que ajudou a firmar a fama de bruxas: elas ganhavam altitude, desligavam o motor e deslizavam em silêncio sobre os alvos vulneráveis. Lançadas as bombas, religavam os motores a apenas alguns metros acima dos acampamentos, a tempo de escapar da reação tardia dos artilheiros antiaéreos pegos de surpresa.
Até o fim da guerra, as 40 tripulações de bruxas - cada uma com uma piloto e uma navegadora- voaram cerca de 30 mil missões e lançaram 23 mil toneladas de bombas. Trinta morreram em combate, 23 sobreviveram e e receberam a mais alta condecoração da União Soviética. A última sobrevivente, Nadya Popova,  morreu em 2013, aos 91 anos. O então primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, homenageou a ex-piloto em comemoração aos 70 anos dos vôos das "nachthexen".
Nadya Popova em 1942, aos 20 anos, e...

homenageada pelo então primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, em 2013, aos 91 anos.