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domingo, 17 de fevereiro de 2019

Imprensa que Eu Gamo 2019: tem que respeitar...




Foto Divulgação

Passaporte para a folia. Fotos bqvManchete

O Imprensa que eu Gamo 2019 espalhou Democracia nas ruas de Laranjeiras. Cerca de 10 mil pessoas cantaram o refrão "nesse mar de lama não vou me calar/eu sou imprensa, tem que respeitar/ninguém vai censurar a nossa alegria/a pauta hoje é democracia.

Ramiro Alves lembrado no bloco.

O bloco homenageou o seu diretor Ramiro Alves, ex-editor de política do Globo, que faleceu em agosto do ano passado.

sábado, 5 de janeiro de 2019

Quando a culpa é da imprensa - Jules Feffer revistado...

De Jules Feffer. Reprodução da revista Grilo



A revista Grilo, da Espaço-Tempo Contracultura, editada por Delfim Fujiwara, circulou entre 1971 e 1972.

Foram apenas 48 edições - a tiragem chegou a 30 mil exemplares - que apresentaram aos leitores nomes dos quadrinhos como Jules Feffer, Andy Capp, Wolinski, Guido Crepax, Crumb e outros desenhistas que surgiram na década anterior.

O conservadorismo e os preconceitos eram os alvos. A imprensa era tratada como "inimiga" do establishment e a liberdade de expressão, vítima do autoritarismo, era a bandeira dos quadrinistas em todo o mundo.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Do Knight Center: Em meio a ameaças à imprensa, Brasil prepara lançamento de rede de proteção a comunicadores

Valério Luiz Filho (Instituto Valério Luiz), Emmanuel Pellegrini (MPF), Raiana Falcão (MDH) e Andrew Downie (CPJ) durante encontro em São Paulo. (Foto: Marina Atoji / Abraji). Reproduzida do Knight Center. 

por Carolina de Assis (do Knight Center for journalism in the Americas)

Um encontro realizado em São Paulo no começo de dezembro reuniu comunicadores, organizações pela liberdade de imprensa e representantes do Estado para debater as ameaças enfrentadas pela imprensa, as medidas que o Estado vem tomando para combater a impunidade nos casos de violência contra trabalhadores da categoria e os próximos passos para o lançamento de uma rede de proteção a comunicadores no Brasil.

O Encontro Nacional de Proteção a Comunicadores aconteceu na capital paulista nos dias 4 e 5 de dezembro e foi organizado pelo Instituto Vladimir Herzog, pela Artigo 19, Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e pelo coletivo Intervozes.

O evento reuniu cerca de 50 pessoas de 11 Estados brasileiros para aprofundar o debate sobre a violência contra comunicadores e articular uma rede de proteção a estes profissionais que cubra os diversos contextos comunicacionais do país, disse Artur Romeu, da RSF, ao Centro Knight.

No primeiro dia do encontro, comunicadores de várias regiões do países participaram de mesas temáticas com membros das organizações e com representantes do Estado. Buba Aguiar e Gizele Martins, do Rio de Janeiro, Cláudio André, de Pernambuco, Cristian Góes, de Sergipe, e Valério Luiz, de Goiás, contaram casos vividos por eles de censura, criminalização, violência e impunidade em crimes que tiveram comunicadores como alvo.

“Trouxemos as principais violações que observamos com relatos em primeira pessoa de casos emblemáticos, para personalizar e gerar essa identificação, que funcionou bastante junto aos participantes”, contou Marina Atoji, gerente executiva da Abraji, ao Centro Knight. “Quando falamos em censura ou criminalização, parece uma coisa muito etérea. Mas quando contamos uma história e colocamos isso na figura de alguém, isso tem uma força maior.”

Os representantes do Estado, disse Atoji, trouxeram “a visão do Estado enquanto criador e executor de política pública”. Participaram Carlos Weis, da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Emmanuel Pellegrini, do Ministério Público Federal (MPF), e Raiana Falcão, do Ministério dos Direitos Humanos (MDH) e coordenadora-geral do Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores Sociais e Ambientalistas.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA E ACESSE OS LINK COMPLEMENTARES AQUI

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Da Carta Capital: E agora, imprensa?

por Tathiana Chicarino (para a Carta Capital)

A perda de legitimidade da imprensa tradicional nos leva a um diagnóstico de terra arrasada: a destruição de um espaço de mediação que deveria permitir que fatos fossem racionalizados

Ao declararmos a nossa independência em relação à imprensa tradicional, abriu-se uma caixa de Pandora

Não é nenhuma novidade para os atentos de mente e espírito que as instâncias de intermediação vêm passando por um profundo processo de reconfiguração, com suas primeiras bolas de neve nos fazendo revisitar o ano de 2013, quando uma avalanche pegou de sola os partidos políticos, que precisaram (e ainda precisam) de bons solavancos para fazer a ficha cair. O mesmo pode ser dito sobre os sindicatos, escolas, igrejas, fundações e outras organizações.

Se tomarmos os partidos como um caso ilustrativo, poderíamos elencar algumas hipóteses para nos ajudar a entender esses processos de mudanças, entre as quais, escolho duas.

A primeira delas é a perda da capacidade de fazer a articulação entre o poder político – em sua lógica de manutenção e reprodução do poder – e os interesses e necessidades dos indivíduos.

A outra é o espetáculo como técnica política. Quando as imagens adquirem um significado profundo em nossas vidas e, ancoradas na dramatização e no sensacionalismo, colocam a política em uma perspectiva demasiado personalista e superficial, como uma cruzada entre bem e mal, em uma caçada aos culpados, para regozijo dos salvadores.

Mas, se até então o questionamento quanto à legitimidade da imprensa estava restrito a alguns círculos acadêmicos e grupos ativistas, agora ele se espraia para além do razoável, já que não está fundamentado em uma sistematização dos seus conteúdos, em uma verificação factual ou em uma confrontação de perspectivas de análise do mundo, mas tão somente na expressão do momento: fake news!

No mínimo desde a transição da ditadura civil-militar para a democracia, conseguimos demonstrar que a imprensa seleciona temas ou torna noticiáveis determinados fatos e atores em detrimento de outros, além de operar alguns enquadramentos ou interpretações das notícias.

Essa é uma peleja importante para que possamos fundamentar nossas escolhas a partir de informações públicas diversificadas e qualificadas, tomando como pressuposto que a política está baseada em processos de comunicação.

Tá aí o X da questão! Aquele velho paradigma, onde poucos produtores de informação recebiam a atenção de muitos consumidores, ruiu com a chegada da internet, que permite, potencialmente, que todos possam ser, ao mesmo tempo, produtores e consumidores de conteúdo, em um modelo de comunicação híbrido.

Isso não quer dizer que a TV ou o rádio estão com os dias contados, mas que não são mais os únicos canais de difusão de informações socialmente relevantes.

PARA LER O ARTIGO COMPLETO, CLIQUE AQUI

sábado, 11 de agosto de 2018

Intercept Brasil critica matéria da Folha sobre assassinato da PM Juh Duarte em São Paulo...

Reprodução

Reprodução

(do portal Intercept Brasil) 

"JUH DUARTE – ou Juliane dos Santos Duarte, ou mesmo Dudu Duarte, como se apresentava em algumas ocasiões, segundo relatos de amigos – era Policial Militar. Foi brutalmente assassinada na semana passada em São Paulo. Ela desapareceu na favela de Paraisópolis, zona sul da cidade, e seu corpo foi encontrado quatro dias depois. Entrou para as estatísticas de policiais mortos – desde 2007 foram 680 no estado, a maioria fora de serviço – e também para a história do jornalismo, em um exemplo brutal da falta de sensibilidade do que chamam de ~isenção jornalística.

Nesta quinta, a Folha de S. Paulo publicou um texto narrando os “últimos momentos” da PM, dando atenção especial à sua orientação sexual, aos atributos físicos de sua companheira, a uma possível traição e detalhes sobre uma noite de diversão na favela. O texto, escrito por um homem, romantiza a relação de Duarte com suas amigas em uma noite de sábado, e usa como fonte o Boletim de Ocorrência. Em outras palavras: transforma o BO de um crime brutal em um conto erótico de quinta categoria."
LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO INTERCEPT BRASIL, CLIQUE AQUI

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Imprensa: o novo Jornal do Brasil pede passagem...

O Rio amanheceu com o JB de volta às bancas. A edição N° 1, do Ano 127, é institucional. A notícia é o próprio renascimento de um jornal que já foi o mais identificado com a cidade, o jeito de ser, de consumir, a cultura e o comportamento dos cariocas.

Vale a pena dar uma olhada. Visualmente, do logotipo à tipologia, tem moléculas do DNA do original. Se terá o código completo, as próximas edições dirão. Da mesma forma, o tempo responderá se a iniciativa está apoiada em bases empresariais sólidas.

A edição de hoje é apenas uma espécie de preparação para a verdadeira reestreia, a de amanhã.

Mas passe rapidamente as páginas com depoimentos de governantes e políticos investigados ou indiciados. Vários deles podem sujar suas mãos. E não vai ser de tinta.

São figuras que não merecem entrar na sua casa em um domingo. Em todo caso, finja que não os viu, dê um crédito ao novo JB e ao seu bom time de colunistas. Estes, sim, podem fazer diferença no cenário atual, onde, com raríssimas exceções, os articulistas em exposição na prateleira da grande mídia lembram um jogral que declama em coro a opinião única. E ecoam apenas os interesses corporativos e políticos dos seus poderosos patrões.

A essa altura, relançar um jornal impresso é, em si, um desafio imenso. Mas há outro obstáculo a superar, e muito mais importante do que a plataforma utilizada, seja qual for. Além do impresso o JB anuncia a reformulação do site e o lançamento da TVJB. Mas só fará diferença em todos esses canais se espelhar uma pluralidade necessária, se investir em jornalismo autêntico, honesto e se mostrar como uma alternativa aos carteis que dominam a informação.

Se não voltou para fazer isso, melhor dar meia volta rumo à memória do jornalismo.

sábado, 16 de abril de 2016

Acha que vida de golpista é fácil? Se o golpe for vitorioso, ninguém quer entrar para a História como militante da chapa Temer-Cunha...

por José Esmeraldo Gonçalves
O que é a natureza - diria Zé Trindade. As forças que chutaram o traseiro da democracia já dão o golpe como certo. Com isso, nos últimos dias, - e aí, para citar a única frase histórica que a ditadura produziu - "às favas todos os  escrúpulos", do coronel Jarbas Passarinho -, caíram todas as máscaras.

Houve, e há, de tudo: vazamentos de discursos de posse, uma capa de revista festejou antecipadamente a "vitória", outra produziu para cada região do país um cartaz, que lembra os de "procurados" pelo regime militar, com fotos dos deputados indecisos ou que estariam decididos a votar contra o "golpe constitucional", sites de direita divulgaram endereços pessoais de políticos e até de magistrados para orientar ação de "comandos" de intimidação etc.

Com a conspiração chegando ao fim, na visão da oposição, foi curioso observar uma certa mudança de tom, nos últimos dias, por parte de alguns analistas que já devem avaliar ter cumprido a missão. Passaram a conceder, nas suas análises, um arremedo de falso "equilíbrio", de suposta "isenção", deram-se ao direito de "criticar", mesmo que levemente, alguns aspectos da provável sucessão.

Embora tenham ajudado - na hipótese do golpe vitorioso -, a colocar no poder a chapa Temer-Cunha, isso feito, parecem querer se dissociar da "vitória".

Queiram ou não, certos sociólogos, juristas, políticos, antropólogos, economistas, entre outros ofícios, atuaram fortemente na grande mídia como agentes da comunicação do processo de derrubada de um governo democraticamente eleito. Fizeram, sem querer querendo, sem querer ou querendo, o que um tal de Joseph Goebbels propôs ao listar os princípios do seu trabalho como Ministro da Propaganda.  Algumas dessas normas são bem identificáveis no quadro geral da atual crise. Goebbels resumiu seus manuais, que são extensos e detalhados, em princípios básicos próprios para a imprensa, o rádio e o cinema. Embora a televisão já existisse na Alemanha (as Olimpíadas de 1936 chegaram a ser transmitidas para um público restrito) não era ainda relevante como veículo de propaganda. Quanto à Internet, esta não frequentava nem a ficção científica de H.G. Wells, o autor de "A Máquina do Tempo", que morreu em 1946.

Ao ganhar a guerra, os aliados não importaram apenas os cientistas do foguete V2. As técnicas de Goebbels também foram rapidamente assimiladas. Aí vão alguns tópicos, apenas como exemplos desse tipo de marketing.

-  Simplifique não diversifique, escolha um inimigo por vez. Ignore o que os outros fazem concentre-se em um até acabar com ele.

- Divulgue a capacidade de contágio que o inimigo tem. 

- Atribua todos os males ao inimigo.

- Exagere as más noticias até desfigurá-las. Transforme um delito em mil delitos. 

- Espalha os boatos até se transformarem em 'notícias'.

Já viu isso em algum lugar? Pois é.

As últimas pesquisas mostraram que, apesar de todo o bombardeio, quase metade dos brasileiros não concorda com tudo o que lê, ouve e vê por aí. Daí, nessa reta final, vários dos citados articulistas identificados com o longo processo do golpe tentam, de alguma forma, limpar a imagem, um pouco que seja, se não para a História, pelo menos para seus filhos, netos, o açougueiro, o porteiro e o vigário da paróquia.

Devem ter razão: muitos profissionais do passado ficaram indelevelmente associados, como o foram, ao golpe de 1964.

E não deve ser fácil botar a cabeça no travesseiro após levar ao poder a chapa Temer-Cunha.

sábado, 29 de março de 2014

Algumas das capas mais criticadas das revistas americanas... e uma polêmica capa brasileira dessa semana

(da Redação)
O site Global Grind listou nessa semana as capas de revistas americanas mais polêmicas e que alcançaram altos índices de rejeição pelos leitores. Não há levantamento semelhante no Brasil mas, por coincidência, está nas bancas uma dessas capa controversas. A revista Placar vem recebendo críticas por uma capa e entrevista que publica com o goleiro Bruno, ex-Flamengo, condenado por sequestro e assassinato da ex-namorada e mãe do seu filho Eliza Samúdio. Alguns leitores revoltados cometam a reportagem em sites, criticam a revista por dar espaço a um assassino que agora posa de coitadinho, outros já antecipam que ele logo estará na rua e pedem penas mais rigorosas. Outro fala que "todo assassino vira evangélico na cadeia". Isso porque Bruno teria tentado o suicídio e foi "salvo" por uma bíblia. Veja as capas detonadas.

Os fãs de Michael Jackson não gostaram da capa chocante. 

A referência a Jesus incomodou religiosos. 

Essa foi considerada racista. Nela Lebron faz pose de King Kong ao lado da loura Gisele Bundchen. 

O moleque tem 13 anos e não abandonou o peito. Leitores se escandalizaram com a cena. 


Durante o famoso escândalo da estagiária, Bill Clinton posou como a estátua de Lincoln, em Washington. Leitores não gostaram da pose. Muitos acharam que ele está com cara e jeito de quem espera a Monica Lewinski entrar em ação oral.

VEJA MAIS NO SITE GLOBAL GRIND, CLIQUE AQUI


Já no Brasil, a capa da Placar tem provocado polêmica na rede. Leitores dizem que a revista coloca o ex-goleiro Bruno, preso por assassinato, como "coitadinho". 

sábado, 11 de setembro de 2010

Já que no Rio ninguém se mexe, São Paulo digitaliza o Ultima Hora carioca

1963: a capa da edição que estampava a morte de Kennedy
Carros incendiados e destruição na sede do UH, no Rio, em 1964: ato terrorista promovido pelo MAC (Movimento Anticomunista) e Ibad (Instituto Brasileiro de Ação Democrática) em apoio ao golpe. Foto:Arquivo Público de São Paulo/UH)
A coluna de Aguinaldo Silva, hoje autor de novelas da Globo: a ditadura condena um escritor à prisão e o cronista reclama que intelectuais não se manifestaram contra o fato.

O jornalista Eli Halfoun, colaborador deste blog, mantinha a coluna Rio-Noite. Elisete Cardoso, uma festa inspirada na novela O Sheik de Agadir, Norma Benguell, Tito Santos, Grande Otelo, com espetáculos em boates, eram os assuntos do dia (20 de julho de 1966, uma quarta-feira).
por José Esmeraldo Gonçalves
O Arquivo Público de São Paulo possui no seu acervo uma vasta documentação do jornal Ultima Hora carioca. Ainda bem. Lá, esse valioso material jornalístico está preservado e ao alcance do público. São 166 mil fotografias, 500 mil negativos, 2.223 ilustrações e uma coleção de edições da Ultima Hora do Rio de Janeiro entre os anos de 1951 e 1970, em papel ou microfilme. Já foram digitalizadas 36.000 páginas correspondentes a 60 meses de jornal. Além de acontecimentos marcantes como a morte de Getúlio Vargas, a visita de Fidel Castro ao Brasil, a inauguração de Brasília, o golpe de 1964, a ditadura, o bicampeonato mundial de futebol e fatos e personagens da cidade, o acervo - que já está disponível na internet - permite às novas gerações de jornalistas acesso ao time de colunistas do UH. Vejam a escalação: Nélson Rodrigues, Aguinaldo Silva, Arthur da Távola, Inácio Loyola Brandão, Jô Soares, Jaguar (caricatura), Eli Halfoun, Juca Chaves, Nelson Motta, Rubem Braga, Walter Negrão, João Saldanha e Stanislaw Ponte Preta. À medida em que a digitalização avança - ainda há muita coisa a caminho do scanner - o Arquivo Público de São Paulo promete lançar mais documentos no site. Um bom exemplo para as instituições do Rio. Aqui, nos últimos anos, várias publicações sairam das bancas direto para os porões das suas respectivas massas falidas. Outras, simplesmente desligaram as rotativas. Só o arquivo fotográfico da extinta Bloch Editores reune cerca de 20 milhões de imagens. O Jornal (o acervo pertence aos Diários Associados), Diário de Notícias, Correio da Manhã (este permanece aberto a consultas do Arquivo Nacional e já foi mostrado, em parte, em uma exposição de fotografias), Diário Carioca, Jornal do Sports, Tribuna da Imprensa, revistas Manchete, O Cruzeiro (com algumas edições na rede por iniciativa de particulares), Amiga, Fatos e Fotos, Senhor, só para citar alguns títulos, aguardam projetos que levem suas páginas para a internet. Segundo especialistas, o custo da digitalização e classificação de um acervo da dimensão do que extinta Bloch Editores acumulou em meio século, por exemplo, não sairá por menos de R$8 milhões. Em um país onde a maioria dos empresários tem, infelizmente, ojeriza a iniciativas culturais, resta esperar que uma instituição pública aqui do balneário siga o exemplo do Arquivo Público de São Paulo. Ou aguardar que o próprio Arquivo paulista conclua o projeto UH, que começou em 2008, e se ocupe de preservar o conteudo de outras publicações que reinaram ao pé do Corcovado. Que tragam o scanner. E, cariocas, sem bairrismo, já que a internet não tem fronteiras.
Para conhecer a página do jornal Ultima Hora no Arquivo Público de São Paulo, clique AQUI

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Lula fora da História

Por Leandro Fortes

Em linhas gerais, Luís Fernando Veríssimo disse, em artigo recente, que as gerações futuras de historiadores terão enorme dificuldade para compreender a razão de, no presente que se apresenta, um presidente da República tão popular como Luiz Inácio Lula da Silva ser alvo de uma campanha permanente de oposição e desconstrução por parte da mídia brasileira. Em suma, Veríssimo colocou em perspectiva histórica uma questão que, distante no tempo, contará com a vantagem de poder ser discutida a frio, mas nem por isso deixará de ser, talvez, o ponto de análise mais intrigante da vida política do Brasil da primeira década do século XXI.

A reação da velha mídia nativa ao acordo nuclear do Irã, costurado pelas diplomacias brasileira e turca chega a ser cômica, mas revela, antes de tudo, o despreparo da classe dirigente brasileira em interpretar o força histórica do momento e suas conseqüências para a consolidação daquilo que se anuncia, finalmente, como civilização brasileira. O claro ressentimento da velha guarda midiática com o sucesso de Lula e do ministro Celso Amorim, das Relações Exteriores, deixou de ser um fenômeno de ocasião, até então norteado por opções ideológicas, para descambar na inveja pura, quando não naquilo que sempre foi: um ódio de classe cada vez menos disfarçado, fruto de uma incompreensão histórica que só pode ser justificada pelo distanciamento dos donos da mídia em relação ao mundo real, e da disponibilidade quase infinita de seus jornalistas para fazer, literalmente, qualquer trabalho que lhe mandarem os chefes e patrões, na vã esperança de um dia ser igual a eles.

Assim, enquanto a imprensa mundial se dedica a decodificar as engrenagens e circunstâncias que fizeram de Lula o mais importante líder mundial desse final de década, a imprensa brasileira se debate em como destituí-lo de toda glória, de reduzí-lo a um analfabeto funcional premiado pela sorte, a um manipulador de massas movido por programas de bolsas e incentivos, a um demagogo de fala mansa que esconde pretensões autoritárias disfarçadas, aqui e ali, de boas intenções populares. Tenta, portanto, converter a verdade atual em mentiras de registro, a apagar a memória nacional sobre o presidente, como se fosse possível enganar o futuro com notícias de jornal.

Destituídos de poder e credibilidade, os barões dessa mídia decadente e anciã se lançaram nessa missão suicida quando poderiam, simplesmente, ter se dedicado a fazer bom jornalismo, crítico e construtivo. Têm dinheiro e pessoal qualificado para tal. Ao invés disso, dedicaram-se a escrever para si mesmos, a se retroalimentar de preconceitos e maledicências, a pintarem o mundo a partir da imagem projetada pela classe média brasileira, uma gente quase que integralmente iletrada e apavorada, um exército de reginas duartes prestes a ter um ataque de nervos toda vez que um negro é admitido na universidade por meio de uma cota racial.

Ainda assim, paradoxalmente, uma massa beneficiada pelo crescimento econômico, mas escrava da própria indigência intelectual.


Gostei muito deste texto e compartilho da opinião do autor. Visto originalmente no blog Brasília, eu vi

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Internet e políticos: mera coincidência?

por Eli Halfoun
O craque Gonça fez recentemente um perfeito post sobre a situação atual da imprensa, a nossa, é claro e informou que nenhum de nossos jornais abriu espaço para fazer chegar ao público e aos profissionais de comunicação os temas discutidos em também recente seminário, na UFRJ, Rio. É (e foi) sempre assim: qualquer assunto que possa alimentar de informação e conhecimento os profissionais de imprensa, os jornais preferem ignorar, como se manter informados os seus profissionais não fosse vantagem maior para os próprios veículos, o que faz acreditar que está mais do que na hora dos profissionais de imprensa produzirem seu próprio veículo (um tablóide ou um simples boletim).
Como o Brasil continua com a pobre mania de achar que tudo o que vem de fora e melhor abriu generoso espaço (no Jornal do Brasil) para o jornalista francês Jean Pierre Lengellier, correspondente do jornal Le Monde no Brasil. Jean Pierre não poupou elogios para a imprensa brasileira (da qual de certa forma agora ele também faz parte hoje) e deitou falação. Ele com a palavra: “Vejo a imprensa brasileira com bons olhos. Claro que ela tem características peculiares: não está muito à esquerda, é centrista de modo geral. Mas tem muitos pontos fortes. A parte econômica, por exemplo, é impressionante. É muito forte. Há mais espaço aqui do que no Le Monde e nos jornais ingleses, com exceção do Financial Times. E a cobertura cultural não é ruim. Eu acompanho tudo que se faz na imprensa cotidiana generalista, que considero como sendo de bom nível”.
Ao contrário de muitos jornalistas o francês Jean Pierre não está assustado com a cada vez maior força da internet e diz: ”A internet não tem a mesma legitimidade do que o papel: mesmo quando a informação veiculada é verdadeira, não temos como saber se ela é de fato verdadeira”.
Em outras palavras: a internet é igual a político. Não dá para acreditar.