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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

E o mico dourado do Oscar vai para a... TV brasileira




NAS REDES SOCIAIS, A ATRIZ GLÓRIA PIRES FOI A CAMPEÃ DOS MEMES. REPRODUÇÕES
por Flávio Sépia
Parecia a cobertura da TV da Coréia do Norte com link direto com a emissora do atol de Tuvalu. Um bate-cabeça sem fim. A rede social, atenta, registrava on line, segundos depois, cada mancada de Glória Pires, a campeã em memes da noite na bancada da Rede Globo. Enquanto Maria Beltrão e Arthu Xexéo tentavam segurar a onda, Glória confessava não ter visto filmes concorrentes, não demonstrava ter a informação cinematográfica do falecido José Wilker, que tradicionalmente ocupava aquele posto, e resumia suas opiniões em curtos vocábulos. Dramático. Não poucas vezes, Maria Beltrão era surpreendida por receber a bola de volta tão direta e rapidamente. Assim o papo não rendia. Restou a impressão de que a simpática atriz não tinha a menor afinidade com a tarefa para a qual foi escalada.
Foi duro de ver para quem não tinha TNT, que optou por tradução simultânea e comentários de Rubens Ewald Filho e Domingas Person, com a vantagem de ser "local" na terra do Oscar e ter quatro repórteres com acesso privilegiado ao tapete e aos bastidores da premiação.
Já a cobertura do GNT, ao vivo, no tapete vermelho, estava estranhamente desarticulada. Parecia aquele time de futebol que joga sem técnico confiando no atacante que diz 'passa pra mim que eu chuto' ou o goleiro que se garante na base do 'deixa comigo'. Excesso de confiança que resultou em desastre.
Claro que não é fácil obter entrevistas com atores e atrizes no disputado red carpet. Por isso, os repórteres contam com apoio de equipes de produtores que se dedicam a "pescar" entrevistados ou com a ajuda dos assessores das distribuidoras dos filmes concorrentes. O mercado de cinema, no Brasil, é um dos maiores do mundo, e em outras edições, repórteres brasileiros devem ter conseguido sensibilizar o staff das distribuidoras já que, em várias ocasiões e canais, conseguiram acesso e entrevistas, vá lá, poucas mas decentes.
No caso da GNT, no estúdio, o mais comum era o enquadramento do trio (Astrid Fontenelle, Lilian Pacce e Flávio Marinho) com olhar torto ou perdido para algum ponto ao lado do câmera onde deveria estar um telão, comentando cenas supostamente "incríveis" que infelizmente não eram acessadas pelo assinante, no caso, simplesmente, o mané que pagou para ver. Especialistas, ele em cinema e ela em moda, Flávio e Lilian parecia subaproveitados e também não resistiram ao improviso. Uma pergunta frequente na cobertura do GNT, seja da âncora ou do repórter que entrava numa fria, ao vivo, diretamente do tapete, era "vocês viram fulano?", "gente, fulano já passou?" "produção, ajuda aí".
Não, ninguém viu, nem o pobre do assinante que pagou para ver.
No tapete, jogado às feras, o "repórter" era o blogueiro Hugo Gloss, que atuava como se fosse apenas um fã no "sereno", aquele espaço informal das estreias onde tietes se limitam a ver os ídolos passarem enquanto emitem gritinhos para chamar atenção. Completamente "vendido", o máximo que ele conseguiu foi pedir para o "Brazil" um aceno de Matt Damon e todos da GNT ficaram aparentemente felizes com o feito, provavelmente o "ponto alto" e certamente o diferencial da trapalhada do canal.
Não sou dessa geração, apenas conheço a lenda, mas imagino que na Era Boni, o próprio teria entrado ao vivo no estúdio para botar ordem na casa.
No ano passado, algumas atrizes de Hollywood criaram a hastag #AskHerMore para incentivar repórteres a perguntarem no tapete vermelho algo mais consistente do que o vestido que elas usavam. Já estavam de saco cheio de responder a isso.
Não sei que hastag criariam se vissem o que vimos na TV. Provavelmente #OhMyGod. A mais indignada sigla da web: OMG!