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sábado, 26 de abril de 2014

Dias de fúria: tá difícil para os repórteres de campo ficarem cara a cara com alguns manifestantes...

(da Redação)
Assim como jornalismo não ganha nada ao se deixar levar pela contaminação partidária, a intolerância não favorece a circulação de fatos e imagens que devem levar o cidadão a formar sua opinião. Desde o ano passado, repórteres de veículos de grandes corporações ou de mídias alternativas estão entre o fogo cruzado da violência da repressão e das ofensas e agressões de alguns manifestantes. Esse conflito dentro dos conflitos já resultou em feridos, veículos incendiados, prisões e em uma vítima fatal, o cinegrafista da Band Santiago Andrade, atingido por um artefato lançado por manifestantes. Circula na rede um vídeo que reproduz essa tensão das ruas. Na semana passada, durante o enterro do dançarino Douglas Rafael, morto a tiro no Morro do Cantagalo, no Rio, a repórter Bete Lucchese, da TV Globo, foi vítima dessa hostilidade. Aos gritos de "cai fora", a jornalista foi repetidamente ofendida. O nervosismo era evidente, tanto que o vídeo capta também uma discussão entre a própria equipe, que não conseguia realizar o seu trabalho, aparentemente por um problema de áudio que incomodou a repórter. As imagens foram registradas pelo jornal A Nova Democracia.  "Vai falar que UPP é pra que?!", "Estão cagando o Brasil, vão trabalhar para os americanos!", "Vão dizer que é culpa do trabalhador!", disparava um homem irado, entre outras ofensas. A ironia do incidente é que Bette Lucchese, excelente repórter, tem uma longa história de coberturas em comunidades e, com o seu trabalho, ajuda a repercutir e levar à sociedade e autoridades situações de crises ou de graves carências em regiões desassistidas do Rio de Janeiro. Mesmo na cobertura do dia-a-dia da cidade, fora dos momentos críticos como inundações ou desabamentos, é habitualmente escalada, em função do seu vasto conhecimento dessas áreas, para levar ao ar reivindicações de moradores, desde pedidos por serviços de saúde, limpeza urbana, policiamento, fornecimento de água, luz, questões de funcionamento de escolas etc. Uma atuação comunitária que certamente está muito acima dos xingamentos que Bette Lucchese foi obrigada a ouvir. Por sorte, tudo não passou de agressão verbal. Ainda bem, já que no clima tenso do local, a gritaria podia facilmente ter incitado a multidão a coisa pior. Apesar da situação crítica, a jornalista e equipe realizaram sua reportagem. Não deve ter sido fácil naquela situação.
VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI 


Jornal  A Nova Democracia-Reprodução do You Tube