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domingo, 6 de novembro de 2011

Cinegrafista da Band morre ao cobrir operação policial em favela


Foto: Reprodução
 por JJcomunic
O Rio acordou sob o impacto dessa notícia. Embora sejam visíveis na cidade os bons resultados da política de ocupação de favelas dominadas por traficantes e milícias, a guerra está longe de chegar ao fim. O próprio Secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, tem alertado: o solução do problema demanda permanência, ações sociais e vigilância. O Estado retoma áreas dominadas pelo crime e não pode e não deve mais sair delas. Vê-se nas comunidades com UPPs a polícia, até o Exército, começam a chegar iniciativas sociais, de moradia, saúde, educação etc. O que não se vê é a Justiça encampando as ações e tornando-se mais coerente e rigorosa na interpretação dos dispositivos que deixam criminosos em liberdade. Quase invariavelmente, os bandidos presos ou mortos estavam de volta às ruas por conta de relaxamento das penas por suposto "bom comportamento", progressão, indultos, condicional, por aí. Todos certamente saem rindo da boa fé do juiz que abre sua cela. Alguns magistrados reclamam de leis extremamente liberais. É fato. Mas há também aqueles juízes que interpretam com impressionante liberalidade as tais leis "liberais". Nesse ritmo, fica a percepção de que a polícia prende e a Justiça solta e que a lei é incapaz de distinguir através de rigorosa avaliação os detentos que merecem condicional ou prisão domiciliar daqueles que usam a lei para voltam a chefiar seus bandos armados.
A Secretaria Estadual de Saúde divulgou a seguinte nota sobre a morte do cinegrafista da Band, Gelson Domingos da Silva, que registrava uma operação policial contra traficantes. "A Secretaria Estadual de Saúde  informa que Gelson Domingos da Silva chegou à UPA de Santa Cruz às 7h40 desta manhã de domingo, 6 de novembro, já morto, por perfuração de bala na região do tórax. Ainda assim foram feitas tentativas de reanimação, sem sucesso. O secretário de Estado de Saúde, Sérgio Côrtes, foi à unidade de saúde para prestar todo apoio à família. O corpo foi transferido ao IML ainda na manhã deste domingo". A Band também se manifestou: "O Grupo Bandeirantes lamenta a morte do seu funcionário Gelson Domingos, de 46 anos, na manhã deste domingo. O repórter cinematográfico foi atingido no peito em pleno exercício da sua profissão na cobertura de uma operação da polícia na favela de Antares, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio. Ele chegou a ser socorrido e levado para a Unidade de Pronto Atendimento da região, mas não resistiu. O funcionário estava de colete à prova de balas - modelo permitido pelas Forças Armadas, sempre usados por profissionais da Band em situações como esta. Ele foi atingido por um tiro de fuzil, provavelmente disparado por um traficante. Gelson Domingos deixa 3 filhos, 2 netos e esposa. Repórter cinematográfico da TV Bandeirantes, ele já trabalhou em outras emissoras como SBT e Record e sempre foi reconhecido pela experiência e cautela no trabalho que exercia. O Grupo Bandeirantes se solidariza com a família e está prestando toda a assistência."
A morte do Gelson Domingos provoca um reflexão. Não bastam coletes, caveirões, ocupação, UPP, helicópteros de guerra, polícia treinada e parceria com as Forças Armadas. É preciso que os bandidos presos permaneçam presos e cumpram suas penas. Já reparou como diminuiram os registros de grandes fugas de presídios? Pois é: hoje é mais fácil e menos arriscado sair pela canetada da... lei. Quando a Itália empreendeu a famosa Operação Mãos Limpas, polícia, Forças Armadas, Justiça, Executivo e Legislativo se uniram contra o crime. Por que não se consegue fazer o mesmo no Brasil?