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sábado, 27 de abril de 2019

Mídia - a repercussão da entrevista de Lula, quem fez jornalismo e quem ficou emburrado e fingiu que não viu...

A hastag #FalaLula chegou aos trending topics mundiais do Twitter. Foi imediata a repercussão das entrevistas exclusivas que o presidente concedeu à Folha de São Paulo e ao El Pais.
Do ponto de vista da mídia brasileira, houve particularidades. O Jornal Nacional ignorou o maior acontecimento político do dia. O Globo de hoje, idem. O Estadão passou ao largo.
Pela transcendência do fato, que foi abordado pelas mídias internacionais, não vale o argumento de que o assunto era da concorrência. O Dia não escondeu. Alguns jornais regionais, como Estado de Minas e Correio do Povo registraram a entrevista nas primeiras páginas, discretos, mas registraram. O Globo preferiu destacar o caso da propaganda da Petrobras e uma matéria sobre os milhões de brasileiros que apenas ganham para sobreviver.  O Estadão bateu o bumbo da reforma da Previdência e deu maior espaço para os patinetes elétricos da polícia paulistana. Não repercutiram, não criticaram, não elogiaram e sequer foram saber a opinião de Bolsonaro e do governo sobre o assunto. Apenas, simbolicamente, acomodaram os glúteos sobre a notícia. Esses veículos deliberadamente abriram mão do jornalismo. Se essa decisão editorial caipira fizesse algum sentido, os jornais americanos teriam ignorado o Caso Watergate, que resultou de uma investigação exclusiva do Washington Post. 











sexta-feira, 17 de junho de 2016

Jornalistas brasileiros são vítimas de agressão racista por parte de torcedores alemães. Polícia francesa se recusa a agir contra os hooligans neonazistas.

O cinegrafista Oliveira foi agredido
por alemães em Paris.
Reprodução/Band 
por Jean-Paul Lagarride 

Uma equipe da Band foi agredida por torcedores racistas, em Paris. A repórter Sonia Blota e o cinegrafista Fernando Oliveira estavam em frente à Gare du Nord, de onde partem trens que levam Stade de France, quando foram cercados por alemães - esses grupos de torcedores são geralmente gangues de neonazistas - que aos gritos  de "go out niggers" empurraram e chutaram os jornalistas. um deles ainda os ameaçou com uma pedaço de madeira e deu um tapa na cara do cinegrafista. Os repórteres procuraram ainda no local policiais que, na prática, foram coniventes sob a alegação de que não podiam fazer nada já que não havia feridos e que se interviesse poderia iniciar um conflito mais grave.
A repórter Sonia Blota: vitima
de torcedores neonazistas alemães. 

As vítimas não foram atendidas na Gare e se dirigiram a uma delegacia onde levaram quatro horas só para registrar a queixa.

A polícia francesa já está sob a suspeita de promover uma repressão seletiva aos hooligans. torcedores violentos ingleses e alemães que não têm sido alvos de medidas mais rigorosas, embora tenham protagonizado tumultos e cenas como a que atingiu os brasileiros. Até o momento, o alvo principal são os hooligans russos, dezenas deles presos e dois já condenados a dois anos de cadeia. Esses grupos, como os assemelhados que atacam os estádios brasileiros, são formados basicamente por bandidos independentemente das suas nacionalidades. E não podem ser combatidos seletivamente apenas por razões de política e geopolítica. Especula-se que, no momento em que a Inglaterra está às vésperas de decidir sair ou não a União Europeia, as autoridades não querem criar problemas com repercussão diplomática ou na opinião pública britânica.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Racismo no futebol: ou a Fifa, a CBF e demais entidades eliminam clubes cujos torcedores praticam atos de intolerância racial ou serão coniventes com as agressões. E o Bom Senso FC deveria recomendar aos jogadores que interrompam o jogo assim que ouvirem as ofensas racistas. E a bola só volta a rolar quando a polícia localizar e prender os criminosos nas arquibancadas

(da JJcomunic)
A vítima mais recente, e não será a última, foi o volante Arouca, do Santos. Durante jogo contra o Mogi-Mirim, ontem, pelo Campeonato Paulista, o jogador foi vítima de ofensas racistas. Arouca (que, aliás, fez um golaço no jogo) reagiu com uma dignidade que parece ausente nas entidades que dirigem o futebol. Leia a nota que ele mandou para a imprensa (no destaque) e uma análise do revoltante episódio: 

"Na saída do jogo desta quinta-feira, contra o Mogi Mirim, fui alvo de insultos racistas de um torcedor do time adversário. É lamentável e inaceitável que ainda haja espaço para esse tipo de coisa hoje em dia. Isso só mostra que o ser humano ainda tem muito a evoluir e a crescer, que não estamos nem perto de um mundo que viva a harmonia entre as pessoas e todas as suas diferenças. 
Tenho muito orgulho das minhas origens africanas, que foi o que o sujeito tentou usar para me ofender, dizendo que eu deveria procurar alguma seleção de lá para jogar. Dando a entender que um negro igual a mim não serve para defender a seleção brasileira. Como se algumas das páginas mais bonitas da história da nossa seleção não tivessem sido escritas por jogadores como Leônidas, Romário e pelo Rei Pelé, também negros. Não ouvi os gritos de 'macaco' que alguns repórteres disseram ouvir, mas, caso tenha realmente acontecido, é ainda mais triste." (Arouca)

O fato merece um comentário. Já está mais do que claro que não basta a Fifa levar para os estádio faixas contra o racismo, não basta a CBF dar declarações superficiais sobre episódios que se repetem no futebol brasileiro. As federações não se manifestam. Quanto aos dirigentes sul-americanos, são ainda mais omissos como ficou claro no episódio que envolveu o jogador Tinga, do Cruzeiro, no jogo contra o Real Garcilaso, que já devia ter sido eliminado da Libertadores. Na semana passada, o juiz Márcio Chagas, do jogo Esportivo e Veranópolis, pelo Campeonato Gaúcho, em Bento Gonçalves, foi ofendido e teve seu automóvel amassado no estacionamento do estádio. Eram cerca de 20 torcedores perfeitamente identificáveis, agredindo o árbitro.
Enquanto não houver punição rigorosa, as ofensas continuarão. No caso do Arouca, o juiz nem colocou o fato na súmula. Os clubes devem ser punidos, a maioria passa a mão na cabeça desses torcedores. Se o clube sofrer ameaça de punição, perda de pontos, suspensão ou até eliminação do torneio, se sentirá responsabilizado e, além disso, os demais torcedores, aqueles que vão ao estádio ver o jogo, sem preconceito, se encarregarão de defender seu time e apontar os idiotas autores das ofensas. O juiz deve interromper a partida no exato momento em que as manifestações racistas começaram nas arquibancadas. Uma sugestão ao Bom Senso FC, movimento que cobra melhores condições de trabalho no futebol brasileiro: os jogadores, se o juiz não interromper o jogo, devem isolar a bola e parar de jogar no momento em que ouvirem as ofensas racistas. Há câmeras em alguns estádios que mostram as cenas de racismo com possibilidade de identificação dos racistas. Há leis que obrigam restaurantes e boates a instalar câmeras de vigilância. Estádios de futebol precisam desses dispositivos. A polícia precisa agir e flagrar os racistas nos estádios. Eles cometem um crime, porque então não se tem notícia de torcedor racista preso no ato?   Não só no futebol, parece haver uma espécie de convivência com crimes de racismo. É comum, em delegacias, casos de racismo ganharem registro mais ameno de apenas "ofensa moral". Com isso, o racista sai pela porta da delegacia já "ofendendo moralmente" o primeiro negro que encontra. Recentemente, foi noticiado o caso de uma australiana que ofendeu funcionários de um salão de beleza em Brasília. É uma criminosa assumida. Foi presa mas a caneta rápida da justiça logo a liberou. Você ouviu falar se essa "elementa" foi punida?   
VEJA O VÍDEO, CLIQUE 


Atualização: A FPF (Federação Paulista de Futebol) divulgou uma nota com a fragilidade de sempre em que afirma que o caso será analisado pelo Tribunal de Justiça Desportiva do estado e o estádio de Mogi Mirim será interditado para os próximos jogos. Segundo a nota, o regulamento prevê multa e até perda do mando de campo pra o clube. 
É pouco, isso aí é quase impunidade. 
O presidente do Mogi Mirim é o ex-jogador Rivaldo, que estava preocupado com uma possível punição ao clube, e declarou que não concorda com a responsabilização do clube. "Não podemos controlar a boca dos torcedores", disse. Errado. Pela lei, o clube mandante é responsável por brigas e invasão de campo. Racismo é crime, o que faz parte da mesma carga de responsabilidade. Para não serem coniventes, o que os clubes devem fazer nessas situações é acionar a segurança interna para identificar os criminosos e chamar imediatamente a polícia. Mas a arma mais eficiente está nos pés dos próprios jogadores. À primeira ofensa racista, devem parar a bola e esperar providências. Enquanto os criminosos não forem presos, não tem jogo. É até simples. 
Alô, Ministério Público, está na hora de fazer com que os clubes assumam suas responsabilidades nesses casos e tomem providências na hora em que o crime de racismo ocorre nos estádios. No caso de Mogi Mirim, embora os torcedores racistas estivessem visíveis, a omissão foi tamanha que ninguém sequer chamou a polícia.