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domingo, 26 de agosto de 2018

Pornochanchada na ditadura: os filmes que os censores liberavam no escurinho do cinema da Divisão de Censura




por Ed Sá 

O documentário "Histórias que nosso cinema não contava", sobre os filmes brasileiros que mais atraiam público nos anos 1970 entrou em cartaz.

Dirigido pela cineasta Fernanda Pessoa, o filme retrata o fenômeno das pornochanchadas em plena ditadura militar. Em centenas de filmes, o gênero expôs o machismo e a visão estereotipada da mulher, mas revelou comportamentos, ambientes e referências do Brasil sob o regime militar.

Na época, a revista EleEla, da Bloch Editores, lançada em maio de 1969, estava sob censura prévia. Decreto dos militares, número 1077,  assinado em janeiro de 1970, declarava guerra à sensualidade e estabelecia o veto a revistas ou livros que exibissem mulheres nuas.

Curiosamente, no escurinho das salas da Divisão de Censura de Diversões Públicas da Polícia Federal, censores e censoras que mal seguravam a excitação moral e cívica não passavam a tesoura na nudez das musas da pornochanchada e deixavam escapar muitas cenas de sexo. Na época, dizia-se que interessava aos guardiões da família liberar um pouco de sacanagem. Seria o circo oportuno para disfarçar as putarias propriamente ditas que o regime fazia com o país fora das salas de cinema.

Veja o trailer, clique AQUI

terça-feira, 28 de março de 2017

Documentário exibido na França mostra o que o sexo no cinema brasileiro dos anos 70 tinha a ver com a ditadura explícita


A pornochanchada chega à academia. Depois do recente lançamento livro "Pornochanchando em nome da moral, do deboche e do prazer", de Claudio Bertolli Filho e Muriel Emídio P. do Amaral e noticiado aqui, a cineasta Fernanda Pessoa levou ao Cinelatino, festival que aconteceu em Toulouse, na França, neste final de março, o documentário "Histórias que nosso cinema (não) contava" ("Des histoires que notre cinéma racontait (jamais)", no título que o letreiro do cinema ABC-Salle 1 exibia).

A sinopse distribuída ao público francês explicava que, "em plena ditadura militar, um gênero popular toma direções inesperadas e a "pornochanchada" torna-se um canal crítico do terror político e econômico que se instalou no Brasil". Através de comédias eróticas que escaparam à censura - diz a sinopse - relações cruéis de trabalho, a misoginia, o racismo e a violência política são filtrados pela irreverência.
Em entrevista, a diretora Fernanda Pessoa (foto menor) esclarece: "o tema do meu filme não é a pornochanchada. A pornochanchada é o meio para chegar em outro lugar. O filme é sobre o Brasil dos anos setenta e a ditadura militar. Assim, os temas são a cultura industrial, o milagre econômico, a tortura, a violência".
Em breve, o documentário será exibido no Brasil.

VÁ AO SITE DE FERNANDA PESSOA, VEJA MAIS INFORMAÇÕES E O TRAILER DO FILME "HISTÓRIAS QUE NOSSO CINEMA (NÃO) CONTAVA, CLIQUE AQUI

terça-feira, 21 de março de 2017

Em nome do deboche e do prazer, livro tira a pornochanchada do armário acadêmico

por Ed Sá

Quando moralistas emplacam suas teses em um país, o resultado é autoritarismo, preconceito, restrições e perseguições. Um vento desses varre o Brasil com impactos na mídia e nos meios acadêmicos. 

Assim como, nos tempos da ditadura, o pensamento conservador impôs às escolas a esdrúxula disciplina de "Moral e Cívica", a onda direitista atual plantou uma reforma do ensino médio segundo a qual é proibido pensar. A onda moralista é, agora, acelerada pela influência das religiões fundamentalistas a caminho de um talibanismo tropical.






Pesquisadores paulistas acabam de lançar uma coletânea sobre um fenômeno de comunicação que desafiou alguns padrões da época da ditadura: a Pornochanchada. No escurinho do cinema, a temática erótica a atraia multidões. Na vida real, os jornais divulgavam casos como o de um deputado mineiro que incomodado com as saias curtas das estudantes subiu à tribuna da Assembleia e fez um longo discurso pedindo duras leis, multas e até prisão para quem exibisse coxas em praça pública. A frase final do pronunciamento, dita a berros patrióticos, foi um brado de moralismo: "Ninguém levanta a saia da mulher mineira".

Claudio Bertolli Filho e Muriel Emídio P. do Amaral, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), 
abordam no livro"Pornochanchando: em nome da moral, do prazer e do deboche", que conta com 15 artigos de pesquisadores das áreas da Ciência e Comunicação o que chamam de o "confronto esquecido: pornochanchada x moral e civismo. Apesar de celebrar a transgressão, os textos não deixam de apontar os estereótipos de filmes, sejam de classe ou de gênero.  

O livro "Pornochanchando: em nome da moral, do prazer e do deboche" pode ser acessado gratuitamente no site da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (Faac), da Unesp (link abaixo). Para quem preferir a versão impressa, é só aguardar: a Cultura Acadêmica vai lançar o livro nos próximos dias. CLIQUE AQUI PARA LER GRATUITAMENTE 

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Nicole Puzzi: musa do cinema revela a epopeia das pornochanchadas e homenageia gênero recordista de bilheterias do cinema brasileiro

Os bastidores do cinema em livro. 
Nicole Puzzi na capa da Status e...
... em destaque e...

...matéria na revista Amiga, da Bloch Editores.
A atriz e apresentadora do Canal Brasil, Nicole Puzzi, que foi estrela da era da pornochanchada, lança o livro "A Boca de São Paulo", onde revela os bastidores de um tempo em que o cinema brasileiro ousava e faturava com produções como "Damas do Prazer", "O prisioneiro do sexo", "Ariella", "O Convite ao Prazer", "Perdida em Sodoma", "Tessa, a gata" e dezenas de outros filmes. Atualmente, Nicolo apresenta o programa "Pornolândia" no Canal Brasil. No livro, ela ressalta o cinema da época e homenageia os profissionais que encararam o desafio de levar filmes brasileiros a milhões de espectadores.