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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Tirole defende a regulação do mercado. Acaba ganhar o Prêmio Nobel. Mas aqui no Brasil o economista francês corre um risco: alguns colunistas de economia vão achar que ele é um perigoso "bolivariano"


Jean Tirole. Foto Stephen Jaffe IMF
Jean Tirola, economista e professor da Universidade de Toulose, na França, acaba de ser anunciado como o vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 2014. Tirole não é queridinho dos colunistas de economia tupiniquins. Por um motivo muito simples: ele analisa o poder e regulação de mercado e aponta os risco de deixar a fera solta. Pelo mesmo motivo, passa longe de ser guru dos eventuais candidatos a ministro da Fazenda de Aécio Neves ou de Dilma Rousseff. Um lado mais, outro menos, a regra por aqui é adotar o mantra neoliberal de deixar os mais fortes agirem livres e soltos, a concorrência que se dane, usuários e consumidores que paguem o preço. A premiação de Tirole é oportuna. Ele mostra como o mercado sem regras é capaz de destruir décadas de políticas sociais. Em comunicado oficial, sob o título “A ciência de domar as empresas poderosas”, a Academia Real da Suécia discorre sobre as teorias de Tirole ressaltando “muitas indústrias são dominadas por um pequeno número de grandes empresas ou por monopólios. Sem regulação, tais mercados, muitas vezes, produzem resultados socialmente indesejáveis”.
Com essas ideias, Tirole corre o risco de, no Brasil, ser chamado de "bolivariano".