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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Olé, Catalunha

por Gonça
Em votação histórica, deputados catalães aprovaram a proibição de touradas na região a partir de 2012. Em toda a Espanha já há parcela da população que desaprova a crueldade que ensanguenta as arenas. Há alguns anos, em viagem à Espanha, eu e a Jussara procuramos uma mesa de bar para uma pausa em um passeio, vencidos pelo calor de Toledo. Pedimos informações ao garçom sobre as "corridas" do dia. Ouvimos do rapaz, que se mostrou um militante, uma pequena pregação contra as touradas. Ele entendia nossa curiosidade de turista, mas lamentava que a Espanha ainda oferecesse aos visitantes e ao seu próprio povo um show de sangue e primitivismo. Mesmo assim, fomos às touradas. Compramos ingressos em mãos de cambistas, setor do sol, e entramos na arena, que parecia um caldeirão. Valeu para matar a curiosidade. Dos seis touros da tarde, vimos o fim de três animais. O touro, como sabem, é sistematica e covardemente ferido antes de ser servido, cansado, ao toureiro que o mata. Torcemos o quanto pudemos pelo touro. Mas o animal luta em absurda desvantagem. O resto é firula. Esqueça o romantismo de filmes como "Sangue e Areia" ou as descrições apaixonadas de Hemingway, não há beleza naquele espetáculo. A alegação de que é manifestação cultural e por isso as touradas devem ser preservadas é furada. Crueldade não é cultura. Se fosse, ainda seríamos canibais. (Foto: Jussara Razzé)