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quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Jornalista define Jogos Paralímpicos como "espetáculo grotesco"

O jornalista Joaquim Vieira condena a Paralimpíada. Foto Reproduçao Facebook

por Jean-Paul Lagarride

O jornalista português Joaquim Vieira, que já trabalhou no canal RTP e foi diretor da revista Expresso, escreve na sua página do Facebook que a Paralimpíada é um "número de circo".

E usa um argumento racial que Hitler gostaria de ter assinado como regra dos Jogos de Berlim, em 1936:

"Jogos Olímpicos só há um, e, como eu também já disse, destinam-se a premiar os melhores da raça humana, homens e mulheres, em cada modalidade. Os Jogos Paralímpicos, sinceramente, não sei a que se destinam. Lamento desiludir muita gente, mas há só um Usain Bolt e um Mark Phelps. Não existe o Usain Bolt nem o Mark Phelps dos Paralímpicos. Por muito que alguns nos queiram convencer do contrário". 
Vieira, que pela opinião - nem falo do visual 'ariano', que seria preconceituoso -  não está entre "os melhores da raça humana", foi criticado veementemente por internautas brasileiros e portugueses.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

O outro lado: "A elite rastaquera do Itaquerão e o tiro pela culatra"

por Luciano Martins Costa (para o Observatório da Imprensa)
Os jornais desta 3a, 17, derramam elogios ao desenrolar da Copa do Mundo no Brasil. Alguns textos, como o editorial do Globo, ainda procuram destacar certos problemas remanescentes na estrutura que foi construída ou reformada para o evento, acusando o ex-presidente Lula da Silva de megalomania ao imaginar uma Copa maior que todas as anteriores. Mas o conjunto das análises mostra que a imprensa finalmente se rendeu ao espírito esportivo.
Trata-se de uma mudança importante, mas insuficiente para dissimular o viés que acompanha, como uma sombra, quase tudo que se torna notícia por aqui. Prevalece no material publicado o espírito festivo imposto pelos torcedores, que transformam a disputa em alegre confraternizaçao, com irrelevantes e raros episódios de desentendimento, quase todos protagonizados por argentinos que viajaram para as cidades onde sua equipe se apresenta, sem ingressos para os jogos e sem reserva nos hotéis.
Além disso, as partidas têm preenchido com grande profusao de gols e jogadas memoráveis a expectativa que se cria com o confronto dos melhores times nacionais de cada continente. A surpresa, elemento fundamental na apreciaçao do futebol, tem feito suas apariçoes, o que aumenta a alegria dos espectadores e produz o tipo de emoçao capaz de manter a competiçao restrita ao campo esportivo.
Mas a tarefa de analisar o desempenho da imprensa brasileira se complica, mesmo no contexto em que o desejo de celebrar abafa as objeçoes e os ensaios de protestos – justamente pela obsessao da mídia de vincular todo e qualquer contratempo ao cenário das eleiçoes de outubro.
Têm esse aspecto, por exemplo, as vaias dirigidas contra a presidenta Dilma Rousseff por parte de espectadores presentes ao estádio do Corinthians na 5a feira, 12. A grosseria, protagonizada justamente nos camarotes que concentravam convidados VIP e onde o ingresso chegava a custar mais de R$ 900, tem uma relaçao direta com o clima beligerante insuflado nas camadas privilegiadas da populaçao pela própria imprensa.
Um tiro pela culatra
Imagens e relatos postados nas redes sociais mostram jornalistas, entre eles uma colunista de jornal, e celebridades da televisao, gritando o verso bizarro contra a presidenta. Importante registrar que, no dia seguinte, todos os jornais destacaram a vaia como se tivesse sido uma manifestaçao espontânea de todo o estádio.
Nas mesmas ediçoes, candidatos da oposiçao foram procurados para reforçar a tese de que a manifestaçao de incivilidade era resultado de uma suposta impopularidade da presidenta da República. Somente no fim de semana apareceram os primeiros textos colocando em questao o aspecto básico de que em nenhuma circunstância se poderia tolerar tamanha falta de educaçao. Manifestaçoes como o do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, condenando esse comportamento, substituíram as declaraçoes oportunistas ligadas às candidaturas do senador Aécio Neves (PSDB) e do ex-governador Eduardo Campos (PSB).
Nesta 3a feira, 17, quando a seleçao brasileira voltou a campo para enfrentar o time do México, os jornais reproduziam análises de especialistas dando conta de que o resultado das vaias foi um tiro pela culatra: alguns textos afirmam que o ataque pode ter produzido um efeito benéfico na apreciaçao da presidenta da República, porque muitos cidadaos passaram a considerar que ela foi injustiçada.
Considera-se que a Copa vem sendo um sucesso de organizaçao e de emoçoes, e, afinal, a presidenta nao entra em campo para chutar a bola.
O que falta à imprensa é certa autocrítica para assumir que, ao abrigar em suas páginas e nas telas certos colunistas que trocam o jornalismo pela panfletagem, está insuflando a irracionalidade e apostando no aumento da virulência com que se debatem as ideias políticas por aqui.
As vaias saíram das bocas de gente com alta escolaridade e nenhuma educaçao básica. Nao exagera quem afirmar que esses indivíduos socialmente desqualificados se consideram a nata da sociedade e sao daqueles que costumam engrossar o coro da viralatice que rejeita a identidade nacional.
É nessa elite rastaquera que os jornais depositam suas esperanças?
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