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domingo, 8 de abril de 2012

Manchete, 60 anos: Roberto Muggiati na TV Brasil. Um data oportuna para denunciar mais uma vez o sumiço do arquivo fotográfico da extinta Bloch

Manchete Nº 1/ Reprodução
Ancelmo Góis e Roberto Muggiati. Foto de Ana Paula Oliveira/Divulgação
por José Esmeraldo Gonçalves
Como parte das comemorações dos 60 anos da revista Manchete (foi para as bancas pela primeira vez no dia 28 de abril de 1952), o jornalista e escritor Roberto Muggiati, o diretor de redação que mais tempo ficou à frente da publicação, foi entrevistado por Ancelmo Góis para o programa "De Lá Pra Cá", da TV Brasil. Os dois conversaram nos jardins do Palácio do Catete, próximo ao prédio onde funcionou a revista, na Rua do Russell. Muggiati e Ancelmo foram fotografados por Ana Paula Oliveira, que também fez parte da sua trajetória profissional nas revistas da extinta Bloch.  
O programa "De Lá Pra Cá" (que terá outros depoimentos)) vai ao ar do próximo domingo, 15 de abril, às 18 horas. E será reprisado no dia 20/4, sexta-feira, às 20h30. Mas nem tudo é festa. A matéria é oportuna, ainda mais tratando-se de uma TV pública,  por ser uma chance de relembrar a importância do Arquivo Fotográfico da Manchete, hoje oficialmente desaparecido. Como este blog já noticiou, o acervo foi leiloado pela Massa Falida da extinta Bloch. Fotógrafos que trabalharam nas revistas do Russell entraram com uma ação judicial, através do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, para tentar informações sobre o destino, o estado de conservação do arquivo, além de exigir pagamento de percentual de direitos autorais por fotos que tenham sido eventualmente vendidas e até reivindicar a anulação do leilão. Até o momento, o oficial de Justiça designado para entregar a intimação ao suposto proprietário não o encontrou. Impressiona também o silêncio e a omissão do Ministério da Cultura, do Arquivo Nacional, da Biblioteca Nacional e de outras instituições como o Museu da Imagem do Som e a Associação Brasileira de Imprensa. Pela lei, um orgão como Arquivo Nacional, por exemplo, pode solicitar até a desapropriação legal do Arquivo, se provado que este está em risco. O mesmo AN, que detém, atualmente, o importante acervo que pertenceu ao Correio da Manhã, promove mostras e exposições que levam as imagens às novas gerações. No caso do sumido Arquivo da Manchete, pesquisadores, historiadores, fotógrafos e escritores buscam frequentemente, mas sempre em vão, fotos que foram publicadas pelas cerca de 20 revistas da ex-Bloch.
Antes do fracassado leilão, a Comissão dos Ex-Empregados da Bloch Editores, presidida por José Carlos Jesus, enviou correspondência formal a orgãos públicos e privados, solicitando apoio e  providências. Não obteve êxito.
A Manchete faliu em 2000. Durante 48 anos anos, portanto, cobriu acontecimentos políticos, esportivos, culturais, econômicos, científicos, ecológicos, guerras, paz, o comportamento dos brasileiros e as várias etapas do desenvolvimento do país.
Em vista do descaso com que é tratado um patrimônio de mais de 10 milhões de imagens jornalísticas, tudo isso parece às autoridades aparentemente banal.