sábado, 31 de outubro de 2009

Um gol, um dia de mágoa, uma imagem e uma viagem


Você já deve ter visto a imagem centenas de vezes. 1950, Brasil e Uruguai decidem a Copa Jules Rimet. Ghiggia recebe a bola de Júlio Perez, corre, aproxima-se do gol, Bigode acompanha a jogada, pensa, talvez, que virá um cruzamento para a área, mas o uruguaio chuta direto a gol e vence o goleiro Barbosa. Uruguai campeão do mundo. O filme em 16mm, que a televisão tantas vezes exibe, mostra Barbosa caído. Um zagueiro leva a mão à cabeça em sinal de puro desespero. Aquele zagueiro era o titular Juvenal, que morreu ontem, aos 86 anos, na Bahia. Além da atuar na seleção, jogou no Palmeiras, Flamengo, Pelotas, Bahia, entre outros clubes. Como todos os craques daquela brilhante seleção, vice-campeã do mundo, Juvenal carregou pelo resto da vida a fama e o trauma de ser um dos protagonistas de uma derrota que entrou para a história. Sobre aquele dia de mágoa, que só agora, na última viagem, se apaga no coração de Juvenal, Carlos Heitor Cony citado na introdução do livro Anatomia de uma Derrota, de Paulo Perdigão (a propósito, dois outros craques, Cony e Perdigão, amigos que atuaram na revista Manchete), escreveu. "Deixei de acreditar em Deus no dia em que vi o Brasil perder a Copa do Mundo no Maracanã. Duzentas mil pessoas viram quando Ghiggia fez o segundo gol do Uruguai. Foi um lance claríssimo, sem qualquer confusão que pudesse suscitar dúvidas: havia apenas Ghiggia, Bigode, Juvenal e Barbosa. Pois bem: depois do jogo, não encontrei uma só pessoa que descrevesse aquele lance da mesma maneira. Então, como acreditar na versão de meia dúzia de apóstolos, os poucos que viram Cristo ressuscitar, meio na penumbra, num local ermo e obscuro?"
Se é lugar-comum, vale assim mesmo: que Juvenal, descanse em paz. A expressão é apropriada aos craques de 50, marcados e atormentados em vida pela derrota que o Brasil jamais entendeu e aceitou. Um sentimento que nem o Penta apagou. Vá entender... (nas reproduções, a cena do célebre documentário de Milton Rodrigues e a ficha de Juvenal dos arquivos da antiga CBD)

Nelson Rodrigues e Pelé

Jornais, revistas e TVs preparam matérias ou documentários para comemorar o Gol 1000 de Pelé, marcado em 19 de novembro de 1969. Quase às vésperas dos 70 anos - completou 69 anos agora em outubro - o eterno craque será alvo de muitas homenagens. Nenhuma, talvez, chegue perto da crônica que lhe dedicou Nelson Rodrigues, na Manchete Esportiva, em 1959. Pelé era apenas um garoto mas Nelson já via alí, no seu estilo inimitável, o deus dos estádios. Um trecho: "Olhem Pelé, examinem suas fotografias e caiam das nuvens. É, de fato, um menino, um garoto. Se quisesse entrar num filme de Brigitte Bardot seria barrado, seria enxotado. Mas reparem: é um gênio indubitável. Digo e repito: gênio. Pelé podia virar-se para Michelangelo, Homero ou Dante e cumprimentá-los com íntima efusão: Como vai, colega? (...) Na idade em que o ser humano anda quebrando vidraça, ou jogando bola de gude, ou raspando perna de passarinho a canivete, Pelé é um campeão do mundo".

Quem dá mais

por Eli Halfoun
Cada um se desaperta como pode: enquanto a classe média corre para o penhor da Caixa Econômica quem está acima, muito acima, disso adere ao que já se pode considerar um novo modismo: o leilão de jóias. As de Lily Marinho, leiloadas recentemente no exterior, bateram, um recorde de faturamento. Agora é a vez de Lucia Moreira Salles, ex-primeira dama do Unibanco (foi casada com Walter Moreira Salles) leiloar as suas tão preciosas jóias, o que acontecerá breve, muito breve, na Sotheby’s de Nova York. Espera-se um novo recorde no pregão já que são jóias de quem era “refinada, elegante e glamurosa”. São jóias com grife: criações Cartier, Van Cleef & Arpels, Bulgari e Jar. Especialistas garantem que cada jóia está valendo no mínimo US$ 200 mil. Como se vê a crise financeira mundial não livra a cara (nem o pescoço dos colares, os punhos das pulseiras e os dedos dos anéis) de ninguém. Perdem-se as jóias, mas não se perde a pose.

Dá na mesma

por Eli Halfoun
A idéia é antiga, mas tudo indica que dessa vez a Câmara Municipal do Rio de Janeiro vai mesmo mudar de endereço: a sugestão do competente vereador Stephan Nercessian é que a nova Câmara se instale na Zona Portuária, em prédio a ser construído (aí é que mora o perigo) porque isso ajudaria a revitalizar o local para o qual a Prefeitura tem anunciado muitos projetos. Acredita-se que com a revitalização da área e a presença da nova Câmara Municipal o número de ladrões diminuirá significativamente. Quando soube disso um escolado eleitor não fez por menos: “vão apenas trocar uns pelos outros”, o que evidentemente não inclui todos os vereadores, inclusive porque alguns realmente trabalham em benefício próprio, é claro, e da população. Se a sugestão de mudança for aceita, o atual prédio da Câmara (Praça Floriano, sem número, Cinelândia) poderá ser transformado em museu. Não é só: nos corredores da Câmara, onde sempre se fala muito, corre também o papo de que está em estudos a idéia da CMRJ criar seu próprio Fundo para que as final de cada ano a Câmara não tenha que devolver dinheiro para a Prefeitura, o que provocou outro comentário do eleitor escolado: “Vai ser um fundo sem fundo”.

A bola da vez


Por Eli Halfoun

Até quem não gosta de tênis (não confundir com a velha piada dos dois portugueses que foram jogar tênis e voltaram descalços) está mobilizado para ver a jogadora Maria Sharapova ao vivo: ela estará em São Paulo nos dias 6 e7 de dezembro para jogos-demonstração na Fazenda Boavista. O interesse em torno da tenista russa se justifica plenamente: foi eleita pela (quem diria!) revista americana People uma das 10 mulheres mais bonitas do mundo. Como se não fosse suficiente está também entre as mulheres mais ricas do esporte com uma fortuna calculada em US$ 15 milhões. Ela não come criancinhas. Só adultos.

Doping

Ou o Brasil acaba com o doping ou o doping continuará causando estragos entre os atletas olimpicos. Bom lembrar que antes dos jogos do Rio-2016, vem aí Londres 2012. Na fila dos que são flagrados usando substâncias proibidas entrou agora a ginasta Daiane dos Santos. A atleta se defende, alega que passou por uma cirurgia e não estava competindo. Polêmica à parte, o que preocupa é a sucessão de casos.

A bola é de todos

por Eli Halfoun
Considerado (com apenas 35 anos) velho e superado para o futebol Dejan Petkovic, o Pet dos torcedores, calou com uma inegável habilidade (parece até que é brasileiro) a boca dos que não o queriam mais no Flamengo porque é um velho que nada mais tem a oferecer”. A lição de que nunca se deve duvidar (e muito menos menosprezar) qualquer profissional não é a única que Pet nos deu e dá. Não digo isso com nenhum sentimento de orgulho rubro-negro até porque sou vascaíno e serei sempre na primeira, segunda, terceira divisão, onde o Vasco estiver. Mas torcer por um time não pode nos limita a aprender as muitas lições que o futebol costuma nos oferecer. Petkovic, por exemplo, está mostrando que os velhos (ele só é considerado velho para o futebol) podem surpreender em qualquer profissão, mesmo quando, como é o caso da maioria, desacreditado. A bola que hoje rola fácil nos pés de Petkovic pode ganhar outro formato nas mãos (e pés) de outros “velhos” profissionais em qualquer trabalho ou profissão. Basta rolar outra vez a bola para eles, que só são realmente velhos porque a sociedade quer.

Edney Silvestre lança livro

O jornalista Edney Silvestre, que foi correspondente da Globo em NY por mais de 10 anos e hoje faz reportagens para o Jornal Nacional, Bom Dia Brasil, Jornal da Globo e apresenta o programa Espaço Aberto Literatura, lança nesta terça-feira, 3, o livro "Se eu fechar os olhos agora",
às 19h, na Livraria da Travessa, no Shopping Leblon. Na sua estréia como romancista, Edney incursiona no mistério: em abril de 1961, quando Yuri Gagarin, o primeiro homem a entrar em órbita, voltava à Terra, dois garotos encontram um corpo às margens de um lago. O jornalista já publicou dois livros de crônicas: “Dias de Cachorro Louco” e “Outros Tempos”.

A caipirinha é nossa

por Eli Halfoun
A cerveja e o chope continuam sendo as bebidas preferidas do brasileiro (o Brasil está entre os cinco maiores consumidores do mundo do chamado precioso líquido, que também entra da lista de melhores cervejas mundiais), mas parece que qualquer mistura está valendo para justificar um generoso gole, mesmo que seja de um desses explosivos e geralmente muito ruins coquetéis. Na onda de misturas estranhas a nossa caipirinha ganhou vodka e frutas de todos os tipos e sabores, mas nada supera a verdadeira e tradicional caipirinha brasileiríssima preparada de maneira simples e saborosa. Nessa onda de misturas estranhas (há quem chame de exóticas) a caipirinha ganhou vodka e frutas de todos os tipos e sabores. A receita original é essa:
limão verde cortado em oito pedaços, sem o miolo, esmagados em um copo com duas colheres (café) de açúcar, combinados a duas doses de cachaça.
Como beber também é cultura e não só desculpa façamos um brinde ao surgimento da caipirinha: a receita foi criada entre os escravos (naquela época nem, se sonhava com barman) que trabalhavam nos engenhos de cana de açúcar do Brasil colônia. Nos anos 1920, quando estava mais aprimorada, caiu no gosto do escritor Oswald de Andrade que a transformou na bebida da moda entre os intelectuais. Vai ver é para parecer intelectual que muita gente bebe.

Memórias de um repórter

Nelson Brandão, que trabalhou no Globo, O Dia e Extra, está aposentado da batalha de redações mas não aposentou a memória. O jornalista lança na terça-feira, 3, o livro "Pô! Que mentira, pai" (Editora Multifoco), às 19h, na própria sede da editora, na rua Mem de Sá, 126, Lapa. Brandão relata com bom humor os bastidores do seu trabalho de campo como repórter.

Boa de livro, boa de cama

por Eli Halfoun
Enquanto nossos escritores penam um bocado para vender seus livros (o brasileiro ainda não tem o saudável hábito de ler) a americana Stephenie Meyer deita confortavelmente em um punhado de papéis, no caso as verdinhas notas de dólar: é a recordista na lista de livros vendidos no Brasil. Cinco de seus livros estão entre os 10 de maior sucesso de vendas na categoria ficção: a série Crepúsculo, sobre os novos vampiros, vendeu nada menos do que 2,5 milhões até o ano passado. Stephenie está partindo para mais um recorde com A Hospedeira, sobre alienígenas, que em apenas duas semanas superou a marca de 65 mil exemplares e inspirou dois subprodutos, um dois quais O Livro de Anotações, de Catherine Hardwick, a diretora da adaptação de O Crepúsculo para o cinema.
No Brasil sucesso literário, que nunca é dos maiores, não depende só de qualidade (e não nos faltam bons produtos nacionais). Um inesperado exemplo de sucesso é O Doce Veneno do Escorpião, escrito por Raquel Pacheco, a ex-prostituta Bruna Surfistinha, que chega ao mesmo tempo ao cinema com filme estrelado por Deborah Secco e dirigido por Marcos Baldini, e ao teatro: o diretor e crítico de cinema Rubens Ewald Filho promete estrear breve (e com cenas bem realistas) a adaptação de Doce Veneno (será também o título do espetáculo) para a qual o Ministério da Cultura autorizou a captação de R$ 2 milhões pela Lei Rouanet. Como se vê é na cama que ainda se fazem os melhores negócios.

Boas intenções, de novo

Já se falou aqui sobre o perigo das "boas intenções" que justificam tudo. Sou a favor da Copa de 20014 no Brasil e, ainda mais, da Olimpíada de 2016, no Rio. Mas há o risco de que, em nome desses eventos, desvios aconteçam. É a teoria do tudo-pode em função do pretexto. Tudo isso para falar que, hoje, está no jornais que o governo do estado está desistindo da parceria público-privada para a reforma do Maracanã. Aparentemente, não apareceu o parceiro privado disposto a botar dinheiro no projeto. Resultado: a obra será feita mesmo com dinheiro público e, quando pronta, entregue, aí sim, ao parceiro privado que administrará a "receita". Alguma novidade ou surpresa nisso? Claro que não. É a famosa receita da privatização-moleza desenvolvida nos anos 90. Para esclarecer: sou a favor de que o estado cuide de saúde, educação, serviços públicos, empresas mistas estratégicas e fomente o desenvolvimento, outros setores devem mesmo privatizados. Mas que tal o parceiro privado meter a mão no bolso também e não apenas usufruir dos lucros?

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Cordel bem vestido

por Eli Halfoun
Muitas restrições podem ser feitas em relação a algumas decisões do governo, mas não se pode negar que apesar de tudo o presidente Lula ainda consegue ter um extraordinário bom humor que certamente o faz divertir-se com as piadas que rolam sobre ele em todos os segmentos da sociedade. Lula tem sido, por exemplo, personagem constante do cordelista Miguezin da Princesa, que por conta da recente comprar de roupas de ternos, camisas, meias, terninhos e cintos realizada pela Presidência da República o brindou com um novo cordel intitulado “Mais de Mil Paletós”. É assim: “Um pregão impertinente/das profundas do inferno/comprou uma ruma de terno/pra vestir o presidente/com o dinheiro da gente/no corpo do cabeludo/ E eu com o fundo rombudo/ e sem elástico no cós/ São mais de mil paletós/pra cobrir o rei desnudo/Pra que tanta camisa/se há armário entupido/ e pra que tanto vestido/no corpinho de Marisa/Sei que ela não precisa/já tem vestido pra tudo/E mesmo o sapo barbudo/ prefere ficar a sós/São mais de mil paletós/pra cobrir o rei desnudo”. (na foto de Ricardo Stuckert, de divulgação de Presidência da República, o presidente Lula, de paletó, ao lado da bela Michelle Obama, em recente almoço oferecido pela rainha Margaret II, da Dinamarca).

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Intolerância

Geyse Arruda, 20 anos, aluna da Faculdade de Turismo da Uniban, de São Bernardo(SP), foi xingada e agredida verbalmente por colegas revoltados. O motivo? A menina usava uma "saia muito curta". Essa turma está atrasada: a minissaia foi inventada pela inglesa Mary Quant há 45 anos. Reação caipira à parte, a atitude é de intolerância. Por acaso esses alunos fazem parte de uma "polícia moral", coisa de países fundamentalistas dirigidos por aiatolás? Ao lado, reprodução de imagem de TV. Veja o vídeo no link (para o IG) Universitários caipiras

Deu no Blogão, novo livro de Aguinaldo Silva




Na quarta-feira, dia 4 de novembro, às 19:30h, o autor Aguinaldo Silva, lançará o livro Deu no Blogão, na Livraria da Travessa, Barra Shopping.

Ponto C, de carro?, ou Ponto G...

O novo comercial da BMW inova: a modelo fica tão impressionada com o desempenho do carro que tem um...orgasmo. Não acredita? Veja o vídeo no link BMW turbinado

Em nome de Deus

por Eli Halfoun
Todo mundo sempre quer ter ou fazer um bom negócio, ainda mais agora que o desemprego parece ser inevitável. Mesmo quem não discute (discutir é perda de tempo) ou não pratica qualquer religião concorda que uma igreja (qualquer igreja de qualquer credo) é um negócio rentável, ou seja, de lucro (bota lucro nisso) garantido. Que o diga o bispo Edir Macedo: acaba de inaugurar uma super-catedral (capacidade para 6.800 pessoas) em Johannnesburgo, na África do Sul. O bispo, que agora detém também 40% das ações da Renner Participações (controla o Banco Renner) acredita tanto em seu negócio que não se importou em demolir a antiga igreja de Johannesburgo, que só podia receber 4 mil fiéis, para construir seu novo palácio de orações, que permitirá receber mais pessoas e ter uma renda maior e garantida. Em nome de Deus

Delenda, aterro

Lembra a expressão delenda, Cartago (destruam Cartago)? Há algo em curso no Rio que parece quase isso. Os pretextos são vários, antes o argumento eram instalações para o PAN2007 na Marina da Glória; Eike Batista quer construir um trem suspenso entre o Hotel Glória e o Santos Dumont, os galpões da Marina da Glória viraram locais de festas, shows, convenções, semanas de moda etc. Agora, anuncia-se a construção de um prédio nas imediações da Marina destinado a abrigar o setor marítimo da Polícia Federal. Se estão recuperando a Zona Portuária não é melhor que esse setor marítimo fique... no porto? Marreélógico, mané. O projeto, dizem, é do arquiteto Paulo Casé, o mesmo que projetou o terrível obelisco de Ipanema e a tal passarela (essa, demolida). O Aterro é um dos espaços mais belos do Rio, um parque utilizado pela população. O que se espera é que os responsáveis pelas licenças ambientais defendam o patrimônio carioca dessas investidas imobiliárias. Saco!

É preciso ouvir a voz das mulheres

por Eli Halfoun
As mulheres representam cerca da metade da população do planeta e nada mais lógico (e justo) que conquistem uma cada vez maior participação na política e na administração pública. No Brasil, segundo dados do TSE, 51,71% dos 125.529.686 de brasileiros aptos a votar são do sexo feminino. Ainda assim são poucas as representantes femininas no Congresso, no Senado, nas Câmaras Municipais e Assembléias Legislativas. As deputadas federais são apenas 8.8% e as senadoras são 13,3%.
As mulheres querem aumentar essa participação e contam com o apoio da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres, que as incentiva porque há uma janela para a participação maior da mulher na política: 67% dos eleitores acham que "se a participação política da mulher fosse maior, o nível da política seria melhor”.
É apenas “achologia”, mas mesmo assim a participação da mulher não deve ser vista com programas que atendam apenas os interesses femininos. A mulher não precisa necessariamente candidatar-se para merecer maior atenção política. O voto feminino pode fazer a diferença e nesse caso políticos de uma maneira geral devem estar atentos em suas promessas e programas de governo aos anseios das mulheres. Anseios que refletem o desejo de toda a população no estado, no município, no país.
A participação das mulheres na sociedade é cada vez maior e mais ativa: recente estudo revela números que mostram isso: a População Ocupada do Brasil tem hoje participação de 45,4% de mulheres e 54,6% de homens, enquanto a População em Idade Ativa é de 53,7% de mulheres e 46,3% de homens. Os dados mostram também que a População Economicamente Ativa é de 46,2% de mulheres e 53,8% de homens. As estatísticas revelam o crescimento da participação da mulher no mercado de trabalho contribuindo cinco anos menos do que os homens (elas se aposentam antes) para a Previdência. Com toda essa participação é impossível não reconhecer que a voz do povo tem a cada dia mais o tom aveludado que soam da alma das guerreiras mulheres desse país ainda e infelizmente machista. Se não no discurso certamente na maioria das atitudes.A luta das mulheres é antiga e é historicamente registrada a partir do dia 8 de março de 1857, quando operárias americanas de uma fábrica de tecidos fizeram a primeira greve para brigar por justas reivindicações. No Brasil o dia 24 de fevereiro de 1932 é considerado um marco feminino: nesta data foi instituído o voto feminino e o direito de serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.Há quem acredite (e muitas mulheres fazem parte dessa descrença) que o eleitorado ainda não confia plenamente na atuação das mulheres na política. É preciso que as mulheres se unam em torno de um trabalho que mostre disposição e capacidade para ouvir as mulheres e assim ouvir todo o eleitorado. A voz das mulheres é que é a voz de Deus.

A triangulação que deu certo

A Rede Manchete foi vendida no embalo de uma engenharia comercial que incluiu a TV Ômega, que adquiriu as cinco concessões dos Bloch (Rio, São Paulo, Recife, Fortaleza e Belo Horizonte) e a TV Manchete Ltda, que comprou equipamentos, grande parte do acervo de programas e se responsabilizou pelas dívidas trabalhistas da TV. Posteriormente, a Justiça incluiu no acervo o prédio da emissora em SP (os demais prédios e patrimônio utilizados pela TV pertenciam à Bloch Editores, que faliu em 2000 e cuja Massa Falida se destina a cobrir dívidas trabalhistas de cerca de 3 mil funcionários, jornalistas, pessoal do administrativo e gráficos da editora e da gráfica). Para os radialistas e empregados da extinta Rede Manchete - que, é bom lembrar, não faliu, foi vendida - restou entrar na Justiça para obrigar a TV Manchete Ltda e a Rede TV (que ficou com as concessões compradas pela TV Ômega) a pagar as indenizações dos ex-funcionários da RM. História complicada? Bota confusão nisso? A TV Manchete Ltda, a que ficou com as dívidas e equipamentos hoje obviamente obsoletos, sumiu e não teria bens; a TV Ômega teria sido formada apenas para comprar as concessões; a Rede TV, que efetivamente recebeu as concessões, chegou a ser declarada pela Justiça sucessora da Rede Manchete e, por isso, responsável pela dívida aos ex-funcionários da antiga TV dos Bloch. A questão foi parar nas instâncias superiores de Brasília. Hoje, a coluna da jornalista Patricia Kogut, do Globo, informa que o STF decidiu a favor da Rede TV e considerou que essa empresa, apesar de ter herdado o bem mais valioso da Rede Manchete, as concessões, não é sua sucessora e não deve nada aos ex-funcionários. Complica-se a situação dos trabalhadores que perderam o emprego, quando a RM foi vendida, e agora perdem os direitos legítimos levados por uma operação triangular para a qual se formaram empresas, no mínimo, duvidosas. E, pela informação do Globo, operação considerada legal pelo STF.

Cartilha na mão contra o ladrão

por Eli Halfoun
Aqui tem muita, e pelo visto cada vez mais, mas corrupção não é “privilégio” do Brasil: segundo o FMI a corrupção movimenta no mundo por ano, cerca de US$ 1 trilhão, ou seja, mais do que os US$ 740 milhões gastos no mundo todos os anos com o ensino fundamental, segundo dados da UNESCO. É lamentável, mas o Brasil avança a passos largos (bastas ler o noticiário diário para constatar isso) para a conquista de uma “medalha de ouro” ou uma “medalha de prata” em corrupção e deverá atingir em 2010 sua melhor “performance” movimentando, segundo estimativas (não oficiais é claro até porque oficialmente todos são ou se dizem honestos) US$ 12 bilhões.
Tudo indica que no Brasil a coisa deve continuar correndo leve, livre e solta (nenhum corrupto vai pra cadeia), mas o mundo está se precavendo: segundo a revista Fortune, as 500 maiores empresas mundiais estão adotando (a cada dia com mais rigor) uma política específica de combate à corrupção. Não são apenas as empresas que se cuidam: agora mesmo, por exemplo, o Escritório das Nações Unidas sobre Crimes e Drogas desenvolveu o manual “Anticorrupção: políticas e medidas”. É na verdade uma cartilha que visa diminuir ( triste ilusão) a ação dos corruptos em empresas e, principalmente, na administração pública. Quer dizer: vai todo mundo voltar para escola, cartilha na mão, para aprender o que já devia saber e praticar a muito tempo.

Talibãs tupiniquins

Alguém lembra do que foi escrito neste paniscumovum sobre o "ovo da serpente" que é a interferência da religião na política e na administração pública? Pois é, o ovo continua chocando. Em Macaé, professores evangélicos baniram de uma escola pública um livro que fala sobre religião de origem afro. Há denúncias também que outra lei do estado do Rio de Janeiro, esta de caráter polêmico e implantada pela administração também evangélica dos Garotinho, a que obriga a contratação de professores de religião, não está sendo cumprida em relação ao ensino de temas de orgiem afro. Há dois perigos aí: um, o fanatismo evangélico avançando, outro, essa própria lei, também fundamentalista, que leva pastores e padres para doutrinar crianças em escolas públicas onde a religião deveria entrar como história e não como pregação e proselitismo. O Brasil está brincando com essa onda talibã. Não demora muito teremos apredejamento de ateus, chicotadas em adúlteros e dízimo descontado na fonte

Sem piada

por Eli Halfoun
Engana-se muito quem pensa que Portugal é apenas e tema de piada. O país está no topo do mundo em matéria de, entre outras coisas, turismo e acaba de ter sua capital, Lisboa, eleita o melhor local turístico. Portugal recebeu cinco prêmios, entre os quais o de melhor destino de cruzeiros, além de ter incluído dois de seus hotéis lisboetas entre os melhores do mundo. A eleição foi baseada nas opiniões de milhares de profissionais e não profissionais que costumam consultar sites sobre turismo. O resultado tem o aval da WTA (Wold Travel Award) que em 2008 deu esse mesmo prêmio para Copenhague. Londres foi escolhida como melhor destino turístico. É bom lembrar que Portugal fica na Europa.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Impresso no Brasil: livro mostra a arte gráfica de 1808 a 1930

A capa de J. Carlos para a revista Para Todos, de 1927...
...está no livro de Rafael Cardoso, assim como...


...o rótulo em cores vivas dos cigarros Nair e...

...a embalagem dos cigarros Tango, do começo do século passado.

Será lançado na próxima sexta-feira, no Rio, o livro Impresso no Brasil, do historiador de arte e escritor Rafael Cardoso. A obra, da editora Verso Brasil, traz 350 impressos, de 1808 até 1930, garimpados na Biblioteca Nacional - a sétima maior biblioteca do mundo com um valioso acervo iconográfico - e textos de Isabel Lustosa, também historiadora, do designer e fotógrafo Joaquim Marçal Ferreira de Andrade, de Lúcia Garcia e do próprio Rafael Cardoso. Impresso no Brasil mostra caricaturas, rótulos, jornais, anúncios, cardápios, baralhos, livros e revistas e traça um painel da evolução das artes gráficas no Brasil, o advento da litografia industrial, soluções surpreendentes, a experimentação e a sofisticação da apresentaçaõ de texto e imagens. A chegada da litografia - como o paniscumovum mostrou recentemento reproduzindo jornais parisienses de impecável qualidade gráfica em impressão a cores no século 19 -, revolucionou as artes gráficas no Brasil. No livro, há numerosos exemplos de peças de alta criatividade e qualidade. Uma boa pedida.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Chico&Alaíde X Bracarense: briga boa

A revista VIP foi conferir e botou no papel o placar da disputa entre dois bons botecos cariocas: o tradicional Bracarense e o novo mas com jeitão de gente grande, o Chico & Alaide. A matéria é do jornalista Roberto Friede, que ganhou a difícil missão de tomar muito chope e comer muito bolinho para chegar a alguma conclusão. Concluir alguma coisa nesse terreno é difícil. No fim, deu um quase empate: 30 pontos para o Braca, 36 para o Chico&Alaíde, também conhecido como C&A. Friede recomenda o Braca para agito e azaração e o C&A para sossego e bom atendimento. Elogia o bolinho de bacalhau do primeiro e o bolinho de abóbora com carne-seca crocante e temperado no capricho do segundo.

Você é famoso? Faça sua própria revista

Um passo a mais no segmento de jornalismo de entretenimento. O projeto MyMag, lançado nos Estados Unidos, faz com que a celebridade tenha sua própria revista. São publicações personalizadas com matérias dedicadas à dita figura. Cada edição custará 10 dólares e terá 100 páginas. Se tiver bala na agulha, o "famoso quem" também pode encomendar sua revista. A modelo Olívia Munn está abrindo a fila. Essa onde é boa? Serve para alguma coisa? Sei lá...

Paz e guerra: há 70 anos, blitzkrieg sobre Praga

As estátuas dos Gigantes em Luta, de Ignaz Platzer, que coroam os portais do Castelo de Praga, testemunham, em outubro de 2009, a paz e o passeio dos turistas flagrados por Jussara Razzé...
...mas há 70 anos, no mesmo local, sob os mesmos imponentes e impotentes Gigantes, o clima era de guerra e o som era de fúria. Em outubro de 1939, Praga foi declarada capital do protetorado nazista da Boêmia e da Morávia. E as botas cadenciadas e invasoras das tropas alemãs anunciaram os dias de horror. A foto, famosa, é de Heinrich Hoffman, reproduzida do site Third Reich in Ruins, do colecionador Geoff Walden.

Com que roupa?

por Eli Halfoun
“Com que roupa eu vou ao comício (samba) que você me convidou” – Lula poderia adaptar o samba no qual de Noel Rosa faz a pergunta e utilizá-lo como música da Presidência da República. É isso o que sugere a grande compra de roupa feita no Palácio. Os números não são, é claro, oficiais, mas falam em gasto de R$ 145 mil na compra de 1440 ternos azul marinho/noite (R$ 99 cada, o que significa que não são de tão boa qualidade assim), seis terninhos femininos (R$ 220 cada), além de 2461 camisas sociais, 2461 pares de meia (pretas), e 853 cintos dupla face em couro legítimo. Das duas um: ou Lula resolveu estar entre os mais elegantes ou o Palácio Alvorada vai virar um grande Magazine (a C&A que se cuide). Lula poderá usar um terno azul marinho por dia, mesmo que a coisa esteja preta.

Palavras (e não só balas) perdidas

por Eli Halfoun
Depois de classificar o Rio como uma nova Medellín, o colombiano Elkin Velásques, novo coordenador do Programa Cidades Mais Seguras que faz parte do também Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos, anunciou que enfim teremos ação (só palavras não resolvem nada e já estamos cansados dês promessas e discursos). Um dos compromissos é implantar projetos de mediação local de conflitos em comunidades carentes brasileiras, além de estipular (olha aí mais um tiroteio de palavras) ações até 2016. E depois? Voltaremos a ser uma área de combates diário? O coordenador colombiano garante que o trabalho de mediação será feito também em São Paulo e em outro estado ainda não escolhido. O representante da ONU Não dispensa um discurso: ”Vamos fazer um trabalho complementar de prevenção da delinquência e criminalidade, principalmente no que diz respeito às favelas”. Esse tipo de trabalho leva anos para ter êxito, mas a verdade é que o Rio não tem mais saúde e paciência para esperar. Nesse momento, com as balas comendo soltas por aí, precisamos de ações imediatas. Imediatamente. Elkin Velásques usa a Colômbia como exemplo de bons resultados É, convenhamos, um exemplo nada animador embora ele ínsita em dizer que “em Medellín, onde a deliquência é alta fizemos um trabalho de integração, melhorando a convivência entre as pessoas e investimos também nas comunidades onde estava o foco da violência, o que contribuiu muito para a melhoria das estatísticas”. Então ta: vamos esperar sentados. Ou melhor: deitados atrás de trincheiras que nos protejam. Palavras não protegem ninguém. Aliás, o jornal americano The New York Times tem utilizado muito espaço para falar da violência no Rio que chama de “cidade da carnificina e da cocaína”. Nesse caso é bom lembrar ao jornalão americano um velho ditado popular: “macaco, olha teu rabo”. O Rio não é (mesmo abençoado por Deus em sua natureza) um paraíso, mas é bom não esquecer que quando Londres, a capital inglesa, foi escolhida para a Olimpíada de 2014 terroristas explodiram bombas em trens e ônibus fazendo 60 vítimas fatais e deixando mais de 700 feridos. O mundo fala demais, mas o Rio é nosso. Maravilhosamente nosso. (Na foto, de Jussara Razzé, entardecer em Ipanema)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Nada se cria, tudo se copia e plágio virou releitura

Polêmica na mídia. A revista Época fez uma matéria de capa sobre o Kindle, o leitor eletrônico que guarda milhares de obras e pretende aposentar o livro impresso. Tudo bem, o tema está em alta, os editores convidaram Paulo Coelho para posar para a foto, o diretor de arte bolou um corte em close com o Kindle escondendo metade do rosto do escritor. Original? Não. A composição foi totalmente chupada da Newsweek. Um leitor criticou a atitude da Época em email enviado ao site Blue Bus, sentindo-se enganado. O editor da Época se defendeu alegando que fez apenas um "releitura" da capa da revista americana. E acrescentou que em um blog, o Faz Caber, foi dado o devido crédito à Newsweek. "Magoado" por ter sido acusado de plágio, ainda pediu retratação ao Blue Bus. Como assim? Na revista mesmo que é bom a Época não faz qualquer referência à "releitura", mas conta a historinha da cópia em um blog e por isso se julga absolvida do plágio? Ô Época! Calma aí. Não é melhor criar suas próprias capas em vez de ficar "relendo" a dos outros?

Curiosidades: jornais de ontem...


O Supplément Illustré, do Le Petit Journal (acima), é de setembro de 1892. A França comemorava o centenário da proclamação da República. O suplemento publica na capa a litogravura que mostra o carro alegórico da Paz, antecipando o que os parisienses veriam em cortejo comemorativo. O "carnavalesco" autor do carro, o Joaozinho Trinta da época, era o pintor M.Garpezat. O que é surpreendente é a qualidade da impressão em cores.
Passando da história para a moda, o Rio recebeu estilistas, modelos e cantores, como Mariah Carey e P. Diddy, no último fim de semana, para o Oi Fashion Rocks, no Jockey Club Brasileiro. O paniscumovum não foi lá, mas entra nessa matéria, tema das revistas que chegam às bancas nesta quarta-feira. Nas revistas, você verá Carol Trentini, Isabeli Fontana e outras tops. Aqui, você viaja até janeiro de 1908 nas paginas da publicação mensal La Mode Illustrée (abaixo), também em cores e com grifes de então exibidas em bem acabadas gravuras. A moda, vê-se pela envelopada madame, escondia os tesouros. Hoje, um século depois, dão - ainda bem - o mapa da mina. Ou da discreta elegância das "minas", como se diz em Sampa.








Boticão assassino

por Eli Halfoun
A principal função de um dentista é salvar dentes. Um dente só deve ser arrancado se não houver nenhuma maneira de recuperá-lo. Pelo menos é assim que devem proceder os bons profissionais da Odontologia, mesmo agora que os implantes estão na moda e custam muito caro, ou seja, o dentista ganha muito mais. O avanço técnico da Odontologia faz muito mais absurda a notícia de quem um jovem de 27 anos teve todos os seus dentes saudáveis arrancados criminosamente por um dentista (?) no Hospital da Asa Norte, em Brasília.
Virou caso de polícia e nem poderia ser ao contrário: o que se cometeu foi um crime – um crime que vitimou um paciente jovem e certamente vai respingar (como aquela água que escorre o motorzinho) em toda uma categoria profissional que sempre foi assustadora para qualquer cliente. Todo mundo sempre teve medo ( lembra daquela imagem que a gente fazia do velho boticão?) de ir ao dentista. Agora terá muito mais.
O que também é estranho, muito estranho, nessa questão é que o nome do profissional que cometeu esse absurdo não é citado nas reportagens. Deveria ser para que outros pacientes fujam de suas mãos criminosas. As informações da polícia dão conta de que os dentes saudáveis arrancados desnecessariamente foram encontrados com o dentista, que guardou em casa a prova do crime como se fosse um troféu. É um troféu da mais absoluta incompetência.
O Brasil tem uma das melhores odontologias do mundo e o fato colocará isso em questão mesmo que não seja correto colocar em dúvida o trabalho de toda uma classe profissional que tem, sim, muita gente competente. Por isso mesmo a Sociedade Brasileira de Odontologia precisa vir a público dizer alguma coisa, se é que se pode dizer alguma coisa diante de procedimento tão grave e absurdo. As notícias também dão conta de que os dentes saudáveis arrancados brutalmente seriam utilizados para ensinar aos alunos. Que professor é esse que ensina tudo errado?

domingo, 25 de outubro de 2009

Que droga!

por Eli Halfoun
O assassinato da menina (não era mais do que isso) enforcada por um amigo drogado coloca novamente no balcão a interminável discussão em torno da dependência química. O pai do jovem músico assassino (26 anos e uma vida, a dele, jogada no lixo). O pai (o produtor cultural Luiz Fernando Proa) levanta mais uma polêmica ao culpar o Estado por não obrigar os viciados a manter tratamento. Não é bem assim: o Estado pode (e deve) até criar centros que ofereçam tratamento, mas não tem o poder de obrigar qualquer tipo de doente de submeter-se ao tratamento. Obrigar o dependente a tratar-se o trancando em centros de recuperação será criar um novo sistema prisional e o dependente químico não é, até cometer qualquer crime (o que quase sempre se torna inevitável), um bandido, mas sim um doente é como tal que deve ser cuidado.
Tem razão o pai do jovem assassino quando diz que “todo viciado se torna perigoso por causa da droga e deveria ser mantido (isso nada tem a ver com aprisioná-lo antes de cometer um delito) em tratamento para defesa da própria sociedade porque coloca em risco a vida não só de desconhecidos, como dos próprios entes queridos”. É, lamentavelmente, assim mesmo: o viciado não pensa em ninguém, a não ser na droga que precisa consumir a qualquer preço e aí não mede conseqüências: rouba e mata com a maior tranquilidade. Aí sim se transforma em um bandido que, como todo bandido, tem que ficar na cadeia. De preferência para sempre.
Mesmo que se tire de circulação os traficantes e, portanto, dificultando a aquisição dos produtos, a questão da dependência química está longe de ter uma solução definitiva. Nem mesmo os especialistas (médicos, psicólogos) se entendem: enquanto alguns defendem a tese de que só é possível cuidar do doente quando ele procura tratamento, outra corrente médica acredita que o dependente químico deve ser tratado à força porque essa e a única maneira. Não há estatística (nenhum dependente químico assume o vício) que calcule o número de drogados no Brasil, mas mesmo sem estatística é fácil perceber que é cada vez maior o número de dependentes químicos – e esse número cresce em conseqüência da ainda facilidade de adquirir em qualquer esquina todo tipo de droga, do crack è maconha. O que parece fundamental (e cada vez mais) é ensinar ao jovem antes que chegue ao vício mortal que viver não é uma droga.

Deu no Fuxico...

"Sensualidade"
Daniella Cicarelli faz topless ao lado de Rico Mansur
Por: Marina Forte
Foto: Ag.News - 24/10/2009 18:03
"O sábado (24) de sol levou muitas celebridades às praias cariocas. Em Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro, Daniella Cicarelli deu um show de sensualidade. Depois de desfilar as belas formas, ela resolveu fazer um discreto topless nas areias.
Acompanhada do empresário Rico Mansur, a apresentadora da Band permaneceu deitada enquanto conversava com o amigo. E, ao notar que estava sendo clicada pelos paparazzi, tratou logo de colocar a parte de cima do biquíni. "
(reprodução do site O Fuxico)
Comentário do paniscumovum: não é a mesma moça que protagonizou um ardente clipe nas praias da Espanha em tempos não muito remotos?

Um novo olhar para o futuro

por Eli Halfoun
Olhar para o futuro não significa mais apostar todas as fichas (na verdade nunca se fez isso nesse confuso Brasil) apenas nos jovens, mas também enxergar com atenção, muita atenção, que o novo olhar para o futuro incluiu o cada vez maior e mais significativo número de idosos em todo o país, no Rio ( terceira capital nacional da terceira idade com 14,9% de idosos contra 11% da média nacional) principalmente. Basta andar pelas ruas para perceber o cada vez maior número de homens e mulheres com 60 ou mais anos que se e movimentam nas lojas, nos bancos. Na vida. São, quando lhes permitem, idosos bastante ativos e que se lhes derem oportunidades ainda podem (e devem) ser muito úteis, mas o que geralmente se faz é “enterrá-los” ainda vivos ou jogá-los em um canto qualquer como se fossem um velho objeto que não serve para mais nada.
Esse comportamento tem de mudar diante da nova realidade: dados do IBGE mostram que o número de idosos no país dobrará nos próximos 20 anos. Não seremos mais um país de jovens, mas também de velhos com os quais é fundamental aprender urgentemente a conviver. Especialistas repetem que é preciso adaptar as cidades para que os idosos tenham mais segurança em todos os aspectos. As adaptações são, sim, necessárias, mas não é só: a primeira medida é ensinar aos ainda jovens sempre impacientes com a velhice dos outros a lidar melhor e mais carinhosamente com a nova realidade, o novo velho futuro. Mais do que adaptar pisos (precisam ser antiderrapantes) de lojas, ruas e calçadas é fundamental ensinar aos jovens e também à nova população de terceira idade, como lidar com os idosos.
Não cabe só à iniciativa privada adaptar-se a nova realidade (o que custará milhões), mas também e principalmente ao poder público criar programas sociais que permitam aos idosos uma vida mais saudável – e saudável nesse caso não significa apenas estar bem de saúde, mas também viver (viver bem) em uma cidade na qual não seja um sacrifício locomover-se. Especialistas lembram que “a adequação de estabelecimentos bancários e comerciais é um exigência do público idoso que, cada vez mais, ajuda a mover a economia: os consumidores da terceira idade representam parcela significativa e são clientes fiéis e insubstituíveis.
Sabemos que por aqui leis, estatutos e regras costumam ficar apenas no papel, só são só para constar, mas o momento exige que isso também seja modificado e se cumpra fielmente o que determina o Estatuto do Idoso. É preciso mudar materialmente muita coisa, mas é fundamental aprender que agora o futuro também começa aos 60 anos. E precisa começar bem.

O Trem? Que trem?

Hoje, li com tristeza uma reportagem no jornal O Globo em que foca o abandono em que se encontram as ferrovias, privatizadas ou não, da malha ferroviária do país. O estranho nessa história é que os países,– fora os EUA – que colaboraram na nossa colonização sempre priveligiaram o transporte ferroviário. A velha Europa tem o seu continente cortado de norte a sul e de leste a oeste por llnhas férreas que o levam a qualquer parte dele. Sem falar no "Orient Express", uma composição – de alto luxo – que transportava o seu passageiro, de Londres a Istambul, na Turquia, passando por vários paises. O "Orient Express" serviu até de cenário para um dos romances p0liciais de Agatha Christie. A Índia, colonizada pelo Império Ingles , até hoje tem nos seus trens o seu melhor meio de transporte implantado por esses mesmos ingleses, que vieram implantar no Brasil a "Leopoldina Raylwais", que parece ficou nisso. Para citar o EUA, que para conquistar e implantar o o seu domínio, atravessou o país do Atlântico ao Pacífico com a estrada de ferro ou, o chamado "Cavalo de Ferro", assim chamado pelos habitantes naturais do oeste americano, os Índios selvagens americanos.
O Brasil não chegou nem a ter uma linha férrea, que ligasse Rio de Janeiro a São Paulo com eficiência e produtividade.
Agora, a megalomania de um governo, que não sabe nem que é governo, quer criar o "trem bala" ligando Rio a São Paulo. Imagina, se nem conseguiu a proeza, simples, de fazer essa comunicação tradicional, quer fazer através de um meio complexo e de alto custo tecnológico, que não tem.
O presidente Juscellino Kubischek, que dizem progrediu o país cincoenta anos em cinco, conseguiu acabar com a malha ferroviária, que não era tão boa, para implantar as rodovias, que atravessariam o país, favorecendo desta maneira as montadoras de automóveis.
Hoje, temos estradas por todos os Estados brasileiros pagando um preço muito alto por esse transporte rodoviário. O país progrediu cincoenta anos em cinco? Na minha opinião, não. Acho até que regrediu.
Há cincoenta anos atrás existia no Brasil um serviço marítimo de cabotagem, por pequenos navios batizados de "Ita", que faziam o transporte, não só de passageiros como o de cargas comerciais e alimentos. Esses "Itas"iam parando de porto em porto descarregando as suas encomendas por um preço baixo o que facilitava a sua comercialização. Acabaram também com essa modalidade de transporte barato que facilitava as trocas comerciais sem inflacionar o mercado. Praticamente a única forma de transporte no brasil, sem falar no avião, que é um transporte caro, é o automóvel e o caminhão, transportes em nada econômicos se comparados com o trem e o navio mercante.
Mas, é assim que esse país vem funcionando, porque é assim que as grandes empresas, nacionais ou não, querem, para se enriquecerem, na venda dos seus combustiveis, às custas do bolso do povo.

40 anos: gol mil do Pelé























Na noite de 19 de novembro de 1969, cerca de 100 mil pessoas testemunharam no Maracanã um dos mais esperados acontecimentos esportivos da época: o gol mil de Pelé. A festa do craque foi contra o Vasco, que brigou em vão para botar água no chope da comemoração. O primeiro tempo acabou em 1x1. No segundo tempo, aos 34 minutos, o zagueiro Fernando fez falta em Pelé. Pênalti cobrado no canto esquerdo de Andrada. O bom goleiro argentino foi na bola e quase defendeu o chute. Daí a sua famosa cena, revoltado, esmurrando o gramado. A preocupação de Andrada, contou o próprio anos depois, era passar à história do futebol não como um jogador de méritos e conquistas no Brasil e na Argentina mas simplesmente como "o goleiro que tomou o gol mil do Pelé". Há muitas "teorias da conspiração" sobre a história do gol mil. Em outubro, cerca de um mês e meio antes do fim do campeonato - não era o Brasileirão ainda mas o Robertão, Torneio Roberto Gomes Pedrosa, ampliado pela então CBD - Pelé tinha 989 gols. Faltavam onze gols e o Santos forçou a barra e programou jogos amistosos além de cumprir a tabela oficial. Havia a suspeita de que a direção do clube queria que o gol mil acontecesse no Maracanã. Pelé foi enfileirando e fuzilando goleiros. Faltavam dois gols quando, em um desses jogos amistosos contra o Botafogo de João Pessoa, foi marcado um pênatli contra o time nordestino. A torcida vibrou e pediu em coro que Pelé batesse a penalidade. O que foi feito, saiu o gol 999. Havia um boato de que qualquer outra bola que Pelé chutasse na direção do gol naquele jogo entraria. Lula, o treinador do Santos, sabendo disso, tomou precauções. Como algo que parecia combinado, o goleiro do Santos, Jair Estevão, começa e se contorcer e cai em campo. O reserva quem era? Pelé. E o técnico logo determina que ele assuma a posição. A torcina paraibana fica na saudade. O resto é história. A bola da vez fica com o Vasco. Com direito a paradinha, Pelé marca, beija a bola, pede pelas crianças, dá a volta olímpica. O jogo é interrompido por cerca de 20 minutos e o Vasco, prejudicado pela festa, não tem mais tempo de reagir. Pelo menos, algo da comemoração fica em casa: Pelé, sabe-se, é vascaíno assumido e apaixonado.
Melhor ficar com um trecho da crônica que Nelson Rodrigues escreveu no Globo, no dia seguinte: "Quando a bola foi colocada na marca do pênalti criou-se um suspense colossal no estádio. O meu colega e amigo Villas-Bôas Corrêa, que não tinha nada de passional, estava comovido da cabeça aos sapatos.A louríssima, por mim citada, sentia-se cada vez mais noiva de Pelé. O marido, ao lado, parecia concordar com o noivado e dar-lhe sua aprovação entusiástica. Eu não sei como dizer. Estávamos todos crispados de uma emoção, um certo tipo de emoção, como não conhecíamos. Ao que íamos assistir já era História e já era Lenda. Imaginem alguém que fosse testemunha de Waterloo, ou da morte de César, sei lá. (...) No ex-Maracanã fez-se um silêncio ensurdecedor que toda a ciade ouviu. No instante do chute, a coxa de Pelé tornou-se plástica, elástica, vital como a anca do cavalo. (...) Pelé voou, arremessou-se dentro do gol. Agarrou e beijou a bola. E chorava, o divino crioulo. Cem mil pessoas de pé, aplaudiam como na ópera. Depois, assistimos a volta olímpica. Pelé com a camisa do Vasco. Naquele momento, éramos todos brasileiros, como nunca, apaixonadamente brasileiros".
De resto, foi mesmo uma noite histórica. Gonça, que estava lá, não viu, mas segundo Nelson até a grã-fina de narinas de cadáver vibrava nas cadeiras especiais. Era a noite, ainda segundo o genial cronista, em que os vivos deviam sair de suas casas e os mortos de suas tumbas.
(Na sequência acima, imagens reproduzidas da revista Manchete)

sábado, 24 de outubro de 2009

Um bom finalzinho de sábado para todos

Com tantas notícias tristes de violência na nossa cidade maravilhosa (para mim será sempre maravilhosa), uma imagem para dar uma relaxadinha na tensão...

Alô Eduardo Paes!

A prefeitura gasta dinheiro para recuperar a vegetação nativa das dunas de Ipanema e permite a instalação de mafuá na área. Vá entender...

Metrô quase chegando

Um belo sábado na cidade olímpica!

Me dá um dinheiro aí

por Eli Halfoun
Vem mais uma eleição por aí (pra que tanta eleição se quem ganha esse bom “emprego” não resolve nada a não ser a própria boa vida?) e uma velha discussão voltará ao palanque: a utilização do chamado horário gratuito (mas mesmo assim comercializado por baixo do tapete) que custa uma fortuna para os cofres públicos e acarreta um enorme prejuízo nas grades de programação das emissoras de rádio e televisão – isso sem contar o estrago que faz na paciência do eleitor, cansado de tantas promessas e baboseiras. As opiniões se dividem: alguns políticos acham que a propaganda gratuita ajuda a eleger e outros acreditam que esse tipo de propaganda não acrescenta nada e, pelo contrário, abala ainda mais a já desacreditada (e bota desacreditada nisso) imagem da política e, evidentemente, dos políticos. No ano que vem a propaganda política custará mais 272% se comparada aos gastos de 2006. Os cofres públicos não desembolsam dinheiro vivo, mas por conta da isenção fiscal permitida aos veículos de comunicação os cofres públicos que são engordados com o exagerado número de impostos que pagamos perdem milhões. A estimativa da Receita Federal é a de que as emissoras de comunicação deixarão de pagar em 2010, por conta isenção fiscal com o horário gratuito, nada mais nada menos do que R$ 851,1 milhões. Nos últimos oito anos a isenção fiscal permitida às emissoras de rádio e de televisão provocou aos cofres públicos perdas de 2,8 bilhões. Pesquisa realizada no ano passado concluiu que 61% dos eleitores admitem que o horário político no rádio e televisão influencia sua decisão de voto. Vai ver é por isso que continuamos votando errado. (Na reprodução, uma charge antológica e atualíssima do Mariano, publicada na revista Fatos, edição número 22, em 1985. Mariano era um dos principais colaboradores da revista semanal de informação e análise dirigida por Carlos Heitor Cony, da extinta Bloch Editores)

Família Obama fotografada por quem já fez Manchete

Foi divulgada a foto oficial dos Obama, atuais inquilinos da Casa Branca. A autora de imagem, Annie Leibovitz, que é uma espécie de fotógrafa oficial da família, conhece a turma há cinco anos e já apontou a câmera para o clã em várias ocasiões, incluindo um ensaio para a Vanity Fair.
Certa vez, a jornalista Daisy Prétola, uma das autoras do livro Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou (Desiderata), foi ao Copacabana Palace para entrevistar a modelo Jerry Hall, então top das top, que estava no Brasil para sessões de fotos justamente com a Annie Leibovitz. Ao se apresentar como repórter da revista Manchete, falando com a modelo, ao lado da fotógrafa, e ressaltando que pretendia fazer uma matéria para a capa, Daisy se surpreendeu ao ouvir da badalada Leibovitz que conhecia e admirava a revista brasileira e gostaria de fazer as fotos. E mais, não cobraria nada pelo trabalho. Para Adolpho Bloch, melhor assim e assim foi feito. Jerry Hall foi capa da Manchete, fotografada por Annie Leibovitz, uma das mais disputadas profissionais do mundo.
E aí estão Obama, Michelle, Malia e Sacha clicadas pela mesma autora de um certa capa da Manchete no começo dos anos 80. (Foto Annie Leibovitz/Divulgação/Casa Branca)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Prêmio Imprensa Embratel

O Prêmio Imprensa Embratel divulga finalistas. Os vencedores serão conhecidos no dia 11 de novembro, em cerimônia no Rio de Janeiro. São 52 trabalhos que concorrem em 17 categorias, além do Grande Prêmio Barbosa Lima Sobrinho para o melhor trabalho. Os nomes dos profissionais premiados serão conhecidos na festa de entrega dos troféus, no Rio de Janeiro. A edição 2009 teve 1.219 trabalhos inscritos de todo o país. São 956 trabalhos nacionais e 263 regionais concorrendo a 18 premiações.
Confira a relação de finalistas, por categoria:
Jornal e Revista
A ENFERMARIA ENTRE A VIDA E A MORTE / A MULHER QUE ALIMENTAVA, de Eliane Brum - Revista Época;
FAVELA S.A., de Sérgio Ramalho, Cristiane de Cássia, Dimmi Amora, Fernanda Pontes, Selma Schmidt, Carla Rocha e Luiz Ernesto Magalhães - Jornal O Globo;
OS ANTI-HERÓIS - O SUBMUNDO DA CANA, de Joel Silva e Mário Magalhães - Jornal Folha de São Paulo;
Televisão
EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA, de Alan Severiano e equipe - TV Globo – Rio;
ESCRAVOS DO SÉCULO 21, de Mauricio Ferraz e equipe - TV Globo – Rio;
O HORROR DA PEDOFILIA, de Lúcio Sturn, com participação de Alline Passos e Christina Lemos - TV Record;
Jornalismo investigativo
A FARRA DAS PASSAGENS, de Lúcio Lambranho, Edson Sardinha e Eduardo Militão - www.congressemfoco.com.br;
A MÁFIA DA MERENDA ESCOLAR, de Vinicius Mello Costa - TV Record;
CASO ZOGHBI, de Andrei Meireles e Matheus Leitão - Revista Época;
FILA DA VIDA ESTÁ PARADA, de Pâmela Oliveira - Jornal O Dia;
Reportagem Econômica
ATÉ ONDE VAI ESTA CRISE (E COMO ELA PODE AFETAR O BRASIL), de Angela Pimenta, Tatiana Gianini, Tiago Maranhão e Luciene Antunes - Revista Exame;
CRISE ECONÔMICA, de Ana Paula Padrão e equipe - TV SBT;
O BRASIL QUE EMERGIRÁ DA CRISE, de Ricardo Allan, Vânia Cristino, Mariana Flores, Letícia Nobre, Edna Simão, Vicente Nunes, Luciana Navarro, Karla Mendes e Luciano Pires - Jornal Correio Braziliense;
Responsabilidade Socioambiental
A MORTE LENTA DA FLORESTA DO MAR, de Leonardo Cavalcanti - Jornal Correio Braziliense;
ESTÁ EM SUAS MÃOS, de Paulo Rebelo, Luciana Veras, Júlia Kacowiez, Thiago Marinho, Eduardo Costa, Phelipe Rodrigues, Marcel Tito, Taciana Góes e Tatiana Sotero - Diário de Pernambuco;
TRÁFICO DE ANIMAIS: NA ROTA DA EXTINÇÃO, de Fábio Diamante e equipe - TV SBT;
Reportagem esportiva
A COPA DO MUNDO É NOSSA, de Helvídio Mattos e equipe - ESPN Brasil;
APARTHEID - PORTUGUESA SANTISTA, de Marcelo Outeiral e equipe - TV Globo Rio; ARAGUARI, PIONEIRAS DO FUTEBOL FEMININO, de Renato Peters e equipe - TV Globo – Rio;
Reportagem Fotográfica
CRISE, QUE CRISE?, de Marcelo Carnaval - Jornal O Globo;
LADRÃO EM FUGA, de Adenilson Nunes - Jornal Correio da Bahia;
TIROS E SOCOS NAS LARANJEIRAS, de Daniel Ramalho - Jornal do Brasil;
Reportagem cinematográfica
ATOL, A BELEZA MARINHA DENTRO E FORA D\'ÁGUA, de Josimar Parahyba - TV Globo Nordeste;
FLAGRANTE SUPERVIA, de Eduardo Torres - TV Globo – Rio;
JOVEM MORTE, de Junior Alves - TV SBT;
Rádio
CAMINHAR SOBRE RODAS: A VIDA DOS USUÁRIOS DE CADEIRAS DE RODAS NO BRASIL, de Cristina Coghi e Fernando Gallo - Rádio CBN;
OBESIDADE INFANTIL: UMA EPIDEMIA CONTEMPORÂNEA, de Marcelo Santos - Rádio Catarinense;
PERIGO NA TELA: O VÍCIO DO NOVO SÉCULO, de Marcelo Santos - Rádio Catarinense;
Jornalismo cultural
100 ANOS DE CARTOLA, de Lívia Carla - Rádio MEC;
MACHADO DE ASSIS - 100 ANOS DE MEMÓRIA, de Ana Lúcia do Vale e Kamille Viola - Jornal O Dia;
MACHADO DE ASSIS SOMOS NÓS, de Schneider Carpeggiani e Fabiana Moraes - Jornal do Commercio / PETecnologia da Informação, Comunicação e Multimídia;
Veículo Especializado
CAMINHOS DIGITAIS DO CEARÁ, de Thiago Cafardo, Luiz Henrique Campos e Demitri Túlio - Jornal O Povo;
RETRATO DE UMA DÉCADA, de Gilberto Pavoni Junior, Vitor Cavalcante, Felipe Dreher e Ana Lúcia Moura Fé - Information Week Brasil;
SEGURANÇA NO E-COMMERCE, de Sandra Cunha - Revista SecurityTecnologia da Informação, Comunicação e Multimídia;
Veículo Não-Especializado
INTERNET, de Patrícia Travassos - TV SBT;
TECNOLOGIA PARA ESPECIAIS, de Julia Tavares - Rede Minas de Televisão;
VOCÊ JÁ USOU O TWITTER? SOB O OLHAR DO TWITTER, de Renata Leal e Ivan Martins - Revista Época;
RegionalCentro-Oeste
MENINOS SEM FUTURO, de Vinicius Jorge Sassine - Jornal O Popular;
O CAMINHO DA ILUSÃO, de Carmen Souza - Jornal Correio Braziliense;
OS DIREITOS DA INFÂNCIA, de Erika Klingl - Jornal Correio Braziliense;
Nordeste
ARQUIVO MORTO - MÁFIA DAS EXECUÇÕES EM FORTALEZA, de Demitri Túlio, Cláudio Ribeiro e Thiago Cafardo - Jornal O Povo;
FERIDAS ABERTAS DA FOME, de Carol Almeida e Ciara Carvalho - Jornal do Commercio / PE;
VÍTIMAS DA OMISSÃO, de Isly Viana e equipe - TV RecordNorte;
DA ESCURIDÃO PARA A LUZ, Silvio Martinello - Jornal A Gazeta;
TRABALHO ESCRAVO, de Nyelsen Martins e equipe - TV Record;
WAIMIRI-ATROARI, MASSACRES, RIQUEZAS E MISTÉRIOS, de Ricardo Oliveira e Orlando Farias - Jornal Amazonas em Tempo;
Sudeste
CONSELHO DE MARAJÁS, de Alana Rizzo, Amaury Ribeiro Jr. e Alessandra Mello - Jornal Estado de Minas;
INFÂNCIA INTERROMPIDA, de Jussara Soares - Jornal Diário de São Paulo;
O GOLPE DO SINAL AMARELO, de Antero Gomes - Jornal Extra;
Sul
A EPIDEMIA DO CRACK, de Itamar Melo e Patrícia Rocha - Jornal Zero Hora;
GOLPISTAS DA MENSAGEM PREMIADA DETALHAM ESQUEMA QUE ATINGE VÍTIMAS NO RIO GRANDE DO SUL, de José Renato Ribeiro - Rádio Gazeta AM 1.180;
MÁFIA LARANJA, de Mauri König - Gazeta do Povo

Vote na Melhor Capa do Ano






















A ANER, Associação Nacional de Editores de Revistas, promove a escolha da Melhor Capa do Ano. Nas reproduções, algumas publicações que concorrem ao título. Quem quiser pode votar no link Melhor Capa do Ano

Destak em alta

A partir de segunda-feira, 26, o jornal Destak passa a circular em São Paulo com 200 mil exemplares. Na sexta, alcançará 250 mil exemplares, segundo o diretor comercial do Destak, Claudio Zorzett. A publicação estará em 500 pontos fixos, além de 200 entregadores na rua, em 180 cruzamentos. O Destak passa a ser o jornal com maior circulação na cidade de São Paulo, segundo o IVC - Instituto Verificador de Circulação.

Correspondente da guerra urbana

Você quer fazer um tour pela Guerra do Rio? Visite o site do fotógrafo Ayrton Camargo, profissional que foi da Manchete, e se sinta por dentro dos combates em imagens de 360º. Entre no link.
A guerra carioca, por Ayrton Camargo

Na rua, na chuva e sem renda

por Eli Halfoun
Quem é obrigado a circular, mesmo que seja de carro, pelas principais avenidas do centro do Rio o faz apressado e nervoso (é o medo), mas mesmo assim dá para perceber um grande número de pessoas que se acumulam debaixo de marquises, especialmente na altura da Central do Brasil: nem todos são, ao contrário do que se pensa, moradores e rua. Pelo contrário: são trabalhadores que têm onde morar (mal, é verdade), mas que não podem retornar às suas casas por falta de dinheiro para as passagens de ônibus, trem, seja lá o que for. A matemática é, ao contrário daquela praticada oficialmente, simples: se o cidadão trabalhador sai do trabalho e volta para casa não terá dinheiro para voltar ao trabalho no dia seguinte e muito menos para comprar o feijão com arroz do dia a dia da família.Esse é mais um problema social ao qual não se dá a menor bola e o resultado é o aumento de itinerantes “moradores” de rua. Vejamos: quem ganha R$ 500 ou R$ 600 mensais (nenhum trabalhador desses que realmente pegam no pesado), ganha mais do que isso não pode pagar no mínimo R$ 10 por dia de passagem até porque trabalharia somente para pagar a condução. Dirão os patrões ( e os governos) que existem os vales transporte e refeição, mas nem todas as empresas os distribuem como deveriam. Além do mais sabemos todos que esses vales são na maioria das vezes, trocados por dinheiro vivo para cobrir despesas do obrigatório sustento diário (saco vazia não fica em pé, como se diz popularmente).O elevado preço da (das) passagem tem provocado também o desemprego de muitas diaristas: nenhum patrão, que geralmente também é um mal pago assalariado, pode dispor todos os dias de R$ 10 ou R$ 15 para a passagem, além da diária que nem anda tão baratinho assim. A conseqüência é o desemprego: a classe média (a que mais utiliza esse tipo de serviço) não tem condições de arcar com mais uma despesa mensal com de diarista e passagens, o que a faz abrir mão do quase sempre necessário auxílio de uma faxineira, que, aliás, trabalham cada vez menos aumentando o número de empregados informais. Não é muito raro ver em lojas estabelecimentos assim: ”precisa-se de balconista que more perto”. Não, o patrão não está preocupado com o desgaste físico do empregado no corre-corre da locomoção diária, mas sim em não ter quer desembolsar o vale transporte ou outro vale qualquer que geralmente não vale nada. O alto preço das passagens (e essa já é outra discussão) está cerceando a liberdade do trabalhador de ir e vir. Ou ele vem e não volta (haja marquises) ou simplesmente não vem mais e acaba aumentando a estatística de um desemprego que não deixa esse país caminhar realmente (e não necessariamente a pé) pra frente. Pra frente como se a população é obrigada – e cada vez mais – a estacionar debaixo de qualquer marquise imunda.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

TV mundial


O You Tube experimenta transmitir acontecimentos ao vivo. Está a um passo da TV mundial. O site fez isso durante uma coletiva de Barack Obama e agora se prepara para transmitir ao vivo, no dia 25 de outubro, uma show da banda U2. Poderá ser visto em 16 países, Brasil incluido. É só entrar no You Tube, canal da banda, às 20h30, horário de Los Angeles, 15h30 hora do Brasil.


Fritos e mal pagos

por Eli Halfoun
Dois mil policiais militares estão nas ruas (nos campos de batalha) para combater a marginalidade que nos tem atormentado. A mobilização tem, não há dúvidas, a principal missão de capturar os marginais que derrubaram o helicóptero que resultou na morte de PMs em serviço oficial. Diante dessa informação uma pergunta é inevitável: se agora é possível tirar dos quartéis dois mil policiais, onde eles ficam e atuam o ano inteiro? Não seria mais competente se esses mesmos dois mil policiais estivessem nas ruas todos os dias para tentar evitar que conflitos como os de agora sejam figurinha repetida, uma história que estamos cansados de conhecer? É verdade que enquanto (até quando?) policiais estiverem agindo próximo aos morros, onde se transformam em verdadeiros alvos humanos, as coisas por lá certamente ficarão mais calmas. Todo mundo sabe que sem poder agir em seus quartéis generais os traficantes procuram (e acham) outra maneira de faturar e assim colocam seus paus-mandados em locais movimentados para cometerem pequenos furtos ou grandes assaltos, o que significa que a maioria da população continua desprotegida. A polícia está, sim, mobilizada, mas essa guerra está longe de acabar: por mais que mostre serviço a polícia não tem (será que um dia terá) o mesmo poder de fogo dos marginais armados até os dentes.Agora mesmo os jornais noticiam que foram apreendidos cinco poderosos fuzis (com poder idêntico aos que derrubaram o helicóptero) supostamente comprados das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Cinco foram apreendidos, mas certamente muito outros chegaram às mãos dos bandidos. A Policia Militar enfrenta uma luta desigual contra um poderoso gigante armado. Mesmo com todo o momentâneo esforço da polícia só nos resta a esperança de que um dia o pequeno David (no caso a polícia) consiga derrotar o gigante bandido, que são os marginais. Enquanto isso ao acontecer e bom precaver-se (principalmente agora) nas ruas, onde os bandidos buscam novas fontes (e essas fontes somos nós) de renda. Pelo visto continuaremos fritos e mal pagos. Aliás, fritos sempre estivemos. Mal pagos também.

Bala perdida

Viver é muito perigoso, já dizia Guimarães Rosa. Viver no Rio de Janeiro nos dias de hoje é muito mais perigoso do que pensava o nosso laureado escritor. A bala perdida vai te encontrar dormindo em sua cama, saindo do cinema depois da última sessão ou chupando um picolé no quiosque do MacDonald ou mesmo flertando com a lourinha sentada ao seu lado no onibus 119. A bala perdida não tem hora certa nem lugar marcado. Ela chega nos momentos mais imprevisiveis que se pode imaginar. Não tem a história daquele cidadão que cansado da vida e por ser maluco mesmo queria se matar, mas não pelas próprias mãos resolveu se suicidar morto por bala perdida. Bem informado, sabia os dias e as horas que o BOPE ia invadir os "morros dos macacos"do Rio e corria para ficar entre o fogo cruzado entre o BOPE e os bandidos. Mas, as balas perdidas se recusavam a encontrar o senhor suicida. Elas, durantes essas ações mataram mais uns tres ou quatro pessoas, inclusive um menino de dez anos, que era puxado pela mão por sua mãe que fugia das balas que cruzavam as ruas onde ocorria o confronto. O senhor suicida permanecia muito vivo e muito irritado, quase perdendo a paciência por não conseguir atingir o seu objetivo. Durante à noite, onde se podia ver as balas traçantes, iluminadas, cortando o breu da noite, o senhor suicida corria atrás delas na esperança de se chocar com uma delas no meio do caminho. Nada dava certo. O senhor suicida começou a ficar famoso. A imprensa falada, escrita e televisiva passou a perseguir esse maluco na esperança de focar o momento decisivo desse encontro fatal que se tornaria a maior foto e a maior reportagem do século XXI. Em todo confronto entre a polícia e a bandidagem dos morros e no meio o senhor suicida, lá estava a mídia com toda a sua parafernália na espera desse momento. Na verdade alguns repórteres e fotógrafos foram atingidos por bala perdida. Um deles morreu no ato com uma bala perdida na cabeça. Alguns editores pensaram em contratar um atirador profissional para que no meio da ação, o atirador encondido em um terraço de um prédio qualquer, acertasse o senhor suicida e a sua reportagem estaria feita.
A tentativa foi feita mas o atirador profissional errou. Um dos jornais contratou uma enfermeira para acompanhar o senhor suicida e aonde ele ia ela ia atrás. A enfermeira era uma mulher bonita, nos seus quarenta anos e cumpriu fielmente o seu contrato,
No último confronto da polícia e os bandidos o senhor suicida não apareceu, esse confronto foi, na opinião dos entendidos o que mais teve bala perdida, Uma delas atingiu um cameraman jogando-o a tres metros de distância.
Desesperada, a Mídia procurou por todos os cantos da cidade o paradeiro do maluco suicida. O suicida não foi encontrado. No dia seguinte vieram a saber que o senhor suicida tinha fugido com a enfermeira e se achava escondido na prais de Búzios, em Cabo Frio, gozando alegremente das delícias do amor com a sua nova obsessão, a enfermeira Deollinda.

A bolsa e a vida


por Eli Halfoun

Não faz muito tempo quando se falava em assalto vinha imediatamente a frase “a bolsa ou a vida”, famosa e de certa forma descritiva também por conta de uma também famosa crônica. Hoje os ladrões não pedem mais a bolsa: vão logo e violentamente arrancando relógio, celular, carteira e se bobear também a nossa roupa.. e muitas vezes a vida. A bolsa da moda não é a que os ladrões nos tomam, mas a que o governo dá: a Bolsa Família já distribuiu exatos R$ 57,7 bilhões para 12 milhões de famílias, a metade no nordeste, o que prova uma vez mais que é preciso dar mais atenção (e não só dinheirinho) para o bravo povo de um nordeste que nem os nordestinos aguentam mais. A Bahia de tantas músicas e um alegre carnaval está em primeiro lugar entre os estados beneficiados: foram contempladas - se é que se pode chamar de prêmio a mísera gorjeta dessa Bolsa - 1,5 milhões de famílias baianas. Dados oficiais confirmam quer hoje 25% da população de 5.564 municípios recebe o benefício (varia entre R$ 22 e R$ 200) da Bolsa Família... e, pelo visto, mais nada. Não é nada, não é nada... é coisa nenhuma.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

E os jovens favelados?

É muito fácil do alto de um mandato de Presidente de um País soltar frases feitas, a torto e à direita, como se fosse salvar ou consertar situações como a do Rio de Janeiro com relação ao banditismo e o tráfico de drogas que domina essa cidade. Não será com Tropas Especiais de assalto que acabará com o bandido das favelas. Resultará em muitas mortes, é verdade, mas não acabará com o bandido. O banditismo no Rio se tornou um problema social e só com soluções sociais, a longo prazo, teremos, senão erradicado, pelo menos substancialmente reduzida a bandidagem que hoje impera e manda na cidade, que dizem "maravilhosa".
Escolas primárias muitas escolas no entorno das favelas. Postos de saúde, saneamento básico nas favelas, urbanização dessas favelas, transformando os seus barracos em moradias dignas e saudáveis. Fazendo essas obras o Rio terá recuperado os jovens favelados, que perdidos num mundo sem objetivos se voltam para o crime como única alternativa para a sua vida, pobre e miserável. Não será com a força e muita bala de fuzil AR-15, que esse problema será resolvido.

A censura avança

Depois da Globo, que, segundo informações veiculadas pela imprensa, instituiu normas internas sobre os blogs, twitters, sites etc dos seus contratados, os estúdios de Hollywood anunciam que pretendem restringir facebooks e twitters dos seus atores para evitar vazamento de imagens e conteúdos dos seus filmes. Atores como Cameron Diaz e Mike Myers já teriam renovado seus respectivos contratos sob as novas normas. Diz-se que a NBA, a liga de basquete americana, também estuda censurar atletas e treinadores. A livre circulação de informações parece assustar algumas instituições, a própria mídia, especialmente no segmento de entretenimento. Obviamente, empresas e entidades têm o direito de preservar informações essenciais de iniciativas, projetos e estratégias. Assim como os profissionais contratados e envolvidos nessas operações têm o dever de preservar tais informações. Mas é preciso cuidado para que tanto controle não venha a sufocar os direitos pessoais e as manifestações de opinião.
É o grande risco. E seria uma censura inadmissível.