sábado, 29 de março de 2014

Abaixo a Copa, a Olimpíada, o Carnaval, a Semana Santa, o São João, a falta de chuva, o excesso de chuva, o Dia de Finados, o Natal, o Réveillon...

(da Redação)
Internamente, diz-se, a Fifa estaria arrependida da política de descentralização das sedes da Copa do Mundo implantada nas últimas décadas. Foi desde gestão do brasileiro João Havelange que, sob o pretexto de difundir o futebol e ampliar suas fronteiras, o maior evento esportivo do mundo passou a incluir como anfitriões países nos quais o futebol não era exatamente uma tradição como Coréia do Sul-Japão, Estados Unidos e África do Sul. Como resultado da sua campanha para internacionalizar ainda mais a FIFA, Havelange orgulhava-se de ter dado à entidade mais países-membros do que a ONU. Aparentemente, essa política tem data marcada para ser encerrada. O motivo, embora seja este o "país do futebol", são os problemas de conclusão dos estádios, a perspectiva de manifestações violentas e a forte campanha contra a Copa empreendida no Brasil. Para a Fifa, é algo inédito conviver com uma rejeição da mídia e da parte da população, segundo pesquisas. É inédita também a contaminação política: o Mundial se transformou em um "programa" de governo, como o Bolsa Família e o Mais Médicos e passou a ser tão violentamente combatido pela dobradinha oposição+mídia como as duas iniciativas sociais citadas. Pelo jeito, manifestantes que vão às ruas com as bandeiras do "Não vai ter Copa" e, vem aí, o "Não vai ter Olimpíada" (a não ser que a oposição vença as eleições e os Jogos passem a ser vistos como uma evento esportivo e não como uma iniciativa do governo), não terão com que se preocupar. Pelo menos, não em relação a grandes eventos no Brasil. As próximas Copas acontecerão na Rússia e, em seguida, no Catar porque já estão contratadas. Mas as seguintes deverão voltar para sedes europeias. Mesmo o revezamento entre continentes, será duvidoso ou talvez extinto. O Brasil virou lição e o risco de ter uma Copa com influência de fatores políticos, estruturais, religiosos, raciais etc, o que deverá acontecer, por exemplo, no Catar, será evitado. Espanha, Alemanha, França, Inglaterra, Holanda, Itália, Dinamarca e Suécia agradecem e serão favoritas invencíveis nas próximas décadas. 
A rejeição à Copa 2014,  intensamente veiculada, deverá ter como consequência extra, segundo avaliação de produtores locais de grandes congressos, shows e competições internacionais, uma certa exclusão do Brasil do calendário de megaeventos mundiais. A maneira como a mídia focaliza a Copa é até risível. Nos primeiros cadernos, com o tal enfoque eleitoral, é pau puro; nos cadernos esportivos, a imprensa se divide entre criticar de leve e exaltar muito já que a Copa rende lucros em projetos de marketing e publicitários e é do interesse do leitor. 
Mas a politização da Copa se traduz até na difusão de notícias infundadas. Na semana passada, publicou-se que a Fifa estava "preocupada" porque o interesse dos torcedores europeus em vir à a Copa estaria baixo. No dia seguinte, o mesmo jornal divulgou uma pesquisa de um instituto internacional demonstrando o oposto. 
Nos próximos anos, coisas como torneios de golfe, competições de hipismo, tênis, esportes de elite etc que acontecem em ambientes onde o povão não entra poderão até resistir, dizem, mas eventos de massa sujeitos a grandes públicos nem pensar. Logo após a Copa, o Brasil vai sediar reunião dos Brics, em Fortaleza, o que já é motivo de preocupação. Mesmo a visita do Papa, a recente, do Francisco, foi alvo de protestos agressivos. Foi tudo muito bem, tudo muito bom, mas convidado para a Copa, o papa argentino preferiu não arriscar. Há até dúvidas se presidentes ou mandatários dos países competidores virão ao Brasil. 
Diante do exposto, pode-se dizer que os manifestantes podem ficar tranquilos. Com exceção da Olimpíada tudo indica que não haverá grande evento no horizonte que motive faixas de protesto. A não ser que invistam contra o Rock'n Rio, o Carnaval, os 450 anos do Rio, o Fashion Week, as festas de São João, o especial de fim de ano de Roberto Carlos, a novela das oito, a falta de chuva, o excesso de chuva, a praia, o Big Brother Brasil, a Semana Santa, o Dia de Finados, as marchas evangélicas, shows de sertanejos, o Natal, o Réveillon...

2 comentários:

Wilson disse...

Copa, olimpíada criam empregos, esses manifestantes como já disse aqui são una grandes babacas, tudo desoriantado, playboy e baderneiro ladrão

Márcia Carvalho disse...

Quando foi anunciado, O Brasil, como sede da Copa, houve uma grande festa e alegria do povo brasileiro. Depois, tudo foi pelo lado político. Agora a Copa é culpada pelo país ser um desastre em relação a gestão de seus governantes.
O povo deverá primeiro saber votar. Aí sim, poderemos pensar num país melhor, com ou sem copa.