segunda-feira, 5 de junho de 2017

Cinema fake news... o triunfo das vontades...

por O. V. Pochê

Sinal dos tempos. O Cinema Novo já passou nas telas, assim como a Itália teve o Neorrealismo e a França a Nouvelle Vague. O movimento cinematográfico mais em evidência no Brasil atualmente é o Neocoxismo Brasileiro.

Dizem que os cineastas integrantes desse fascio cultural não têm, aparentemente, problemas em levantar vultosos recursos para suas produções, embora, em pelo menos um dos filmes, os financiadores tenham preferido ficar ocultos, sabe-se lá porque, em uma espécie de caixa2 da humildade e contra a notoriedade.

O Neocoxismo já ostenta várias produções sob temas que vão da Polícia Federal, passando pela Lava Jato, plano econômico, a vida e obra do guru da direita Olavo de Carvalho etc. Vêm aí longas sobre o "papa" do fundamentalismo evangélico, o chamado "bispo" Macedo, sobre os "erros médicos" que teriam matado Tancredo Neves (não se sabe se haverá a participação de Aécio Neves) e sobre a epopeia do milionário Eike Batista.

Roteiristas com histórias no sovaco já batalham pela captação de patrocínio para filmes épicos sobre temas e personagens em voga no Brasil conservador. Aécio mesmo seria protagonista de uma das produções temporariamente adiada.  A ideia é que vários desses filmes entrem em cartaz no ano que vem, no calor das campanhas eleitorais. Um deles, que tentaria "humanizar" o Bolsonaro, já teria até um título: "O bruto também ama". Outro roteirista pesquisa a vida do Dória, tendo como paralelo a biografia e o twitter de Donald Trump. Haveria até em estudo um desenho animado crítico sobre Dilma, onde a ex-presidente apareceria como uma espécie da Cruella da política.  Estão na pauta para longas o próprio Temer que teria sua vida contada em "O menino do Tietê"; e a saga de Aloísio Nunes Ferreira, o tucano ex-guerrilheiro, inspiraria "Você é a doença eu sou a cura".

Um roteiro que tem sido bem recebido na Fiesp, que já foi denunciada por financiar a repressão, é um que "desmistifica" a tortura nos tempos da ditadura. Estaria também em fase de captação, mas já tem galá protagonista, estrela da Globo escalada e nome, é uma comédia: "Só DOI quando CODI", que pretende ser o primeiro blockbuster dos cineastas do Neocoxismo.

O diretor Josias Teófilo, que tem no seu currículo o filme sobre o guru da direita Olavo Carvalho, está, segundo o Diário de Pernambuco, trabalhando na produção de um documentário sobre o humorista Danilo Gentili. O longa pretende denunciar ao mundo o holocausto do humor cometido pelos vilões do politicamente correto.

Os cineastas do Neocoxismo também estão trabalhando ativamente para lançar nos próximos anos  séries on demand. Algumas estão em fase de procura de cast: "Milagre, a divina cura gay; uma minissérie-documentário sobre "Escola sem Partido", mostrando como o ensino distorcido leva alunos à cracolândia; "Sem terra e sem vergonha", sobre militantes latifundiários; e "Trabáia, trabáia, negro", longa que vai denunciar que a escravidão não existiu.
   

3 comentários:

Vieira disse...

Filmes golpistas são fracasso. Veh o livro do Aécio? Jah tah sendo vendido com 60 por cento de desconto. É ninguém quer essa merda.

Prof Honor disse...

Golpes sempre têm consequência cultural. Na ditadura, eram filmes 'patrióticos' como de D. Pedro, aa revolução Farroupilha celebrada em Um Certo Capitão Rodrigo, documentários sobre "Brasil Grande" que passavam nos cinemas e escolas. Como uma válvula, o governo militar permitia as pornochanchada. levando sexo para distrair o povo.
Agora temos filmes sobre a pornopolítica no novo golpe do governo Temer e aliados acusados na Lava Jato.

Ebert disse...

Vão fazer filme sobre a reforma da previdência e do trabalho. Mil dias no cafofo de Temer. Tem outro querendo fazer os heróis de CCC, comando de caça aos comunistas.