quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Casal Trump na tempestade: staff da Casa Branca faz Melania Trump trocar de roupa. Ela ia visitar área inundada do Texas com figurino de Fashion Week

por Clara S. Britto

Entre outras lições, a devastação provocada pelo furacão Katrina em Nova Orleans, em 2005, fez a Casa Branca rever protocolos.

George W. Bush, então presidente, só se tocou três dias depois do desastre, fez dois sobrevoos à região no Air Force One e pousou uma vez no aeroporto local. Diante só diante das reações à falta de interesse, fez outra visita e percorreu alguns bairros.

Bush viu a devastação do Katrina
no conforto da janela do Air Force One
e foi duramente criticado. Teve que
fazer outra visita e botar o pé na lama.
Foto: Official White House
O presidente da vez, Donald Trump, não demorou muito a reagir diante das inundações provocadas agora pela tempestade Harvey no Texas e na Louisiana. Mesmo assim, não escapou de críticas. Pelo menos a primeira-dama, não.

Segundo o site espanhol Vanitatis, Melania Trump embarcou toda produzida e grifada, de salto alto (12 centímetros, segundo a publicação), para verificar o lamaçal na região.

Melania - ironizou o Vanitatis -  tende a dar sinais de desconexão com a realidade. "Ela emergiu da Casa Branca, no meio do dilúvio, de salto alto, casaco verde cáqui e calças capri que marcaram sua figura espetacular. Muito adequado para caminhar por áreas inundadas".

Melânia embarca para o local da tempestada: salto alto para andar no lamaçal. Reprodução Vanitatis

Staff da Casa Branca trocou o figurino e ela desembarcou com uniforme para "cenário de devastação". Reprodução Vanitatis
Já à bordo, o staff presidencial achou melhor reformular a figura. Alguém com um pouco mais de noção abriu o closet da suite aérea e  argumentou que a primeira-dama que as circunstâncias sugeriam tênis brancos, casaco de chuva, rabo de cavalo e boné".

Foto autenticada: Taís Araújo na Women's Health, sem retoques


Taís Araújo tinha apenas 17 anos quando se tornou a primeira atriz negra a protagonizar uma novela: "Xica da Silva" , dirigida por Walter Avancini, na Rede Manchete, em 1996. Oito anos depois, foi a primeira negra a obter o papel principal em uma novela da Globo: "Da Cor do Pecado". Ao longo de mais de 30 anos de carreira, jamais deixou que a fama ofuscasse sua personalidade ou convicções. Taís, sempre autêntica, é capa da Women's Health de setembro. Foi fotografada por Bob Wolfenson e fez um pedido: que a revista não retocasse suas dobras na barriga nem sua estrias. (CSB)

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Lentes da curiosidade...

Unidos pela curiosidade: a foto do Hoover Center, jovens de olho no eclipse solar, lembra... 

uma imagem dos anos 1950, público na expectativa de um filme em 3D. 

Na palma da mão: houve que não se contentasse em apenas ver.
A foto é de Allison Bils, da NASA

Donald Trump deu uma de Donald Trump; desobedeceu à recomendação
de usar óculos especiais, encarou o sol e deu mau exemplo para as retinas dos conterrâneos.
O presidente foi flagrado pelo fotógrafo Andrew Harnik, da AP. 

Na foto da Nasa, feita a partir do Northern Cascades National Park, Washington, a pequena silhueta da Estação Espacial Internacional é vista  em órbita enquanto a sombra da lua começa a eclipsar o sol. 

O recente eclipse solar total foi visto apenas em algumas regiões dos Estados Unidos. Uma foto do Hoover Vision Center mostrou um grupo de jovens com óculos especiais para proteção da retina Lembrou outra imagem famosa, essa dos anos 1950, quando foi lançado um filme em 3D. Embora o sistema tenha sido criado nos anos 1920, o primeiro filme com a tecnologia não fez sucesso e a ideia foi praticamente abandonada para ressurgir só no pós-guerra. (Ed Sá)

18ª Bienal Internacional do Livro: a literatura vem à praia...

Para quem diz que carioca só gosta de praia, chope, samba, funk e futebol, começa amanhã, no RioCentro, a 18ª Bienal Internacional do Livro, que vai até 10 de setembro e recebe cerca de 700 mil pessoas.

Em termos de público só perde para o Réveillon e o Carnaval.

O Rock'n Rio, que não é evento anual, nem bienal, vendeu este ano um total de 700 mil ingressos.

Entre os 350 autores, há vários jornalistas com livros lançados ou convidados para participar de debates no Café Literário, entre os quais André Trigueiro, Álvaro Costa e Silva, Arnaldo Bloch, Artur Xexéo, Joaquim Ferreira dos Santos, Patricia Kogut, Edney Silvestre, Ruy Castro. Flávia Oliveira e Simone Magno,

VEJA A PROGRAMAÇÃO NO SITE OFICIAL DA BIENAL. CLIQUE AQUI


Desliga... Ataque de pânico e assédio moral...


(por Daniel Castro)

Uma editora da GloboNews teve um ataque de pânico e precisou ser levada ao hospital, na última sexta-feira (25), após passar por uma situação de extrema pressão e humilhação. O caso levou vários funcionários do canal de notícias d... Leia mais em http://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/denuncia-de-assedio-a-jornalista-leva-a-peregrinacao-na-globonews--16552?cpid=txt

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Tragédia no Texas: Foto viraliza nas redes sociais e salva vidas...

Foto Trudy Lampson/Twitter

Em meio às cenas dramáticas nas águas da tempestade tropical Harvey, que inunda várias regiões do Texas, uma foto se destacou nas redes sociais e na  mídia mundial.

Uma cena no Lar La Vita Bella, na cidade de Dickson, que mostra idosos com água à altura da cintura.

A foto foi divulgada por Kim McIntosh, mãe da dona do abrigo, Trudy Lampson. As equipes de salvamento foram contatadas, mas não tinham previsão de quando chegar ao local.

Com o prédio isolado, com pessoas em cadeiras de rodas ou ligadas ao oxigênio, Trudy fez a foto e a filha divulgou no Twitter. A imagem mostrou a gravidade da situação, logo foi compartilhada e viralizou nas redes.

Rapidamente, a Guarda Nacional chegou ao abrigo e resgatou o grupo.

Empresa aérea JetBlue inaugura loja de "souvenirs do escritório". A campanha trola workaholics americanos que não viajam a lazer. Aqui no Brasil vai cair bem para ilustrar a "flexibilização" das férias e da jornada de trabalho depois da reforma trabalhista...

A loja virtual Office Souvenirs, da Jet Blue


Para relembrar "momentos inesquecíveis" no escritório. Fotos Jet Blue/Divulgação

Em novembro, entra em vigor a reforma trabalhista. Alguns direitos passam a depender da negociação entre patrões e empregados. O "negociado" prevalece sobre o "legislado", segundo o governo.

Na verdade, essa possibilidade de negociação já existia na Justiça do Trabalho ou em dissídios, mas com a restrição de não poder retirar direitos garantidos na CLT. A "negociação" agora, com a força maior ao lado do patrão que tem o poder de demitir ou condicionar o emprego à aceitação das suas condições,  permitirá "flexibilização" da jornada de trabalho, das férias, do intervalo de descanso, banco de horas, mudança dos dias de feriados etc.

Dependendo desses acordos diretos, o empregado poderá passar mais tempo na empresa.

A Jet Blue acaba de lançar uma campanha que caberá bem no Brasil pós-reforma trabalhista.

Para a empresa aérea americana, de baixo custo, o objetivo é atrair workaholics que nunca tiram férias.

O tema é uma loja de lembranças do escritório, onde funcionários que evitam sair em férias, muitas vezes por medo da concorrência interna, podem comprar souvenirs inspirados no seu trabalho.

Não é porque não viajam, ironiza a campanha, que eles não têm direito a lembrancinhas dos "momentos inesquecíveis" no batente.

A Jet Blue diz que sente pena dessas pessoas e gostaria que elas pudessem passear. Daí, desenvolveu a loja de lembranças do escritório, que, aliás, funcionou por um dia, como ponto físico de vendas, em Manhattan, NY. O site Adweek tem mais detalhes sobre Office Souvenirs

Uma loja dessas cairá bem no Brasil a partir de novembro.

Na Jet Blue, empregados poderão adquirir, por exemplo, globos de neve com uma impressora dentro, toalhas de praia com planilhas Excell, canecas, camisetas temáticas, estatuetas de telefones, de cadeiras de executivo, cartões postais do escritório, bonés com pedidos do tipo "não esqueça de me mandar mensagens" ou "eu amo trabalho noturno".

Para você nunca esquecer seus dias "inesquecíveis" e momentos "maravilhosos" no trabalho, os itens estão disponíveis na loja online da JetBlue e custam entre US $ 4,99 e US $ 15.


CONHEÇA A LOJA "OFFICE SOUVENIRS", DA JET BLUE, CLIQUE AQUI

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Prêmio Estácio de Jornalismo 2017 anuncia os 24 finalistas

Os vencedores do Prêmio Estácio de Jornalismo 2017 serão conhecidos no dia 5 de outubro em cerimônia no Hilton, no Rio de Janeiro. Foram inscritas 386 reportagens e já selecionados os 24 finalistas que concorrerão a premiações em nove categorias, entre R$ 10 mil (mídias regionais), R$ 15 mil (mídias nacionais) e R$ 25 mil (Grande Prêmio Estácio).

Os finalistas da Edição 2017 são:

Impresso Nacional:

Autor(es): Flávia Yuri Oshima
Reportagem: Um mestre de 176 medalhas
Veículo: Época

Autor(es): Sabine Righetti
Reportagem: Ciência sem fronteiras põe só 3,7% dos alunos em instituições ‘top’
Veículo: Folha de S.Paulo

Autor(es): Rodrigo Ratier e Jacqueline Hamine
Reportagem: A educação fez isto se transformar nisto
Veículo: Revista Nova Escola

Impresso Regional:

Autor(es): José Luís Costa
Reportagem: O homem da faculdade de papel
Veículo: Zero Hora (Porto Alegre)

Autor(es): Rafael Dantas
Reportagem: A aula faliu, viva a aprendizagem
Veículo: Revista Algomais (Recife)

Autor(es): Ana Paula Lisboa
Reportagem: De onde vem sua força para vencer?
Veículo: Correio Braziliense (Brasília)

TV Nacional:

Autor(es): Nathalia Castro
Reportagem: Um mês na UERJ
Veículo: TV GLOBO

Autor(es): Luciana Osório, Felipe Wainer, Flávio Lordello, Pedro Acyr, André Maciel, Eduardo Torres, Cláudio Vaz e Vanessa Backes
Reportagem: Falsos cotistas
Veículo: TV GLOBO

Autor(es): Bia Rónai, Pedro Bassan, Paula Levy, Alex Carvalho, Edilson Santos e Bruno Mota
Reportagem: Murinho da Honestidade
Veículo: TV GLOBO

TV Regional:

Autor(es): Renato Franco, William Felix, Bruna Cevidanes e Renata Marques
Reportagem: Startup – indústria criativa
Veículo: Rede Minas TV (Belo Horizonte)

Autor(es): Brenda Caramaschi, Alex Magosso, Talita Amaral, Silvio Rocha e Rubens Lima
Reportagem: Cianorte e o ensino superior – como a educação está transformando a capital do vestuário em capital da moda
Veículo: Rede Massa (Maringá – PR)

Autor(es): Bruno Faustino e Antônio Dutra
Reportagem: Águas do Espírito Santo: União para salvar Rio Doce
Veículo: TV Educativa (Vitória)

Rádio Nacional:

Autor(es): Rodrigo Resende
Reportagem: Série: na defesa – uma discussão sobre pós-graduação
Veículo: Rádio Senado (Brasília)

Autor(es): Maiara Bastianello Barroso
Reportagem: Série de reportagens – FIES
Veículo: Rádio BandNews

Autor(es): Paula Martini
Reportagem: Desafios da Matemática
Veículo: Rádio CBN

Rádio Regional:

Autor(es): Anderson Souza
Reportagem: Educação em tempos de crise
Veículo: Rádio CBN (Recife)

Autor(es): Júlio Vieira, Mickael Barbieri, Dimara Oliveira, Maria Fernanda Cinini e Ike Iagelovick
Reportagem: Os desafios de travestis e transexuais no ensino superior
Veículo: Band News FM (Belo Horizonte)

Autor(es): Paula Alkmim e Maria Dulce Miranda
Reportagem: Lugar de Mulher é na ciência
Veículo: Rádio UFMG Educativa (Belo Horizonte)

Internet Nacional:

Autor(es): Luiza Tenente
Reportagem: Após 15 anos, mulheres continuam sendo minoria nos cursos universitários de ciência
Veículo: G1

Autor(es): Igor Mello, Fábio Teixeira e Renan Rodrigues
Reportagem: Expansão das universidades federais do Rio custou R$ 490 milhões em cinco anos
Veículo: O GLOBO.COM

Autor(es): Alessandra Dantas
Reportagem: O professor de Anatomia que promete vida após a vida na busca por doação de corpos
Veículo: BBC (São Paulo)

Internet Regional:

Autor(es): Jéssica Welma, Rafael Luís Azevedo, Adriano Paiva e Mayara Rodrigues
Reportagem: Quem mata o mosquito
Veículo: Tribuna do Ceará (Fortaleza)

Autor(es): Arivaldo Hermes, Aline Camargo, Cleisiane Soares e Patrick Rodrigues
Reportagem: Especial Alfabetização – À luz das palavras
Veículo: Jornal de Santa Catarina Online

Autor(es): Nathan Santos, Geraldo de Fraga e Martina Arraes
Reportagem: Eles acreditaram na educação
Veículo: Portal Leia Já (Recife)

Fonte: Prêmio Estácio de Sá de Jornalismo

Armas inteligentes contra a estupidez da bancada da bala...


A nota acima é da Coluna do Ancelmo, no Globo de hoje. A Washington Ceasefire luta desde 1983 contra o poderoso lobby da indústria de armas dos Estados Unidos. E isso não é fácil na terra do Tio Sam. Donald Trump acaba de ser eleito apoiado pelo setor a quem prometeu liberalizar ainda mais o controle no país onde o porte de armas e fuzis é amplamente facilitado na maioria dos estados.

Uma pistola inteligente dispõe de bateria e de
um sensor de impressões digitais que
só destrava a arma quando empunhada pelo titular
do registro. Reprodução
Sem conseguir maior rigor no controle ou até a proibição, a Washington Ceasefire empreende uma campanha mais realista: que pelo menos seja obrigatório o dispositivo com trava digital chamado de smart gun que faz com que a arma só possa ser operada pelo usuário autorizado.

Desde 2000, mais de 2 milhões de americanos foram atingidos por armas de fogo e 500 mil morreram. Mais do que todas as mortes de soldados americano em combate desde o fim da Guerra Civil, segundo dados publicados no site oficial da Washington Ceasefire. A mesma página informa que a tecnologia inteligente pode começar a ser implantada, em breve, por alguns fabricantes. Tornar o dispositivo obrigatório não será fácil, ainda mais no governo Trump.

A maioria dos fuzis em mãos de traficantes brasileiros vem dos Estados Unidos. Para os especialistas, enquanto não for controlada  a exportação, no porto de saída, e, aqui, a entrada na fronteira, será difícil alguma avanço no controle de armas de guerra utilizadas pelo crime organizado.

É válida a iniciativa do Washington Ceasefire de ampliar a campanha para o mundo e sensibilizar fabricantes, incluindo aí a Taurus brasileira . Embora aqui, sob o governo Temer, a chamada bancada da bala tenha aumentado sua influência no Congresso, com riscos para o Estatuto do Desarmamento.

A Washington Ceasefire acredita que as smart guns reduziriam significativamente os índices de feridos e mortos por armas de fogo, as ocorrências de suicídios com armas de terceiros, mortes de crianças, o acesso de adolescentes a fuzis e pistolas, assassinatos de mulheres vítimas de violência doméstica e crimes cometidos com armas roubadas,


MTV VMA: Paris Jackson condena supremacistas brancos



por Ed Sá 

No MTV Video Music Awards, ontem, vários artistas condenaram o racismo. A fala mais forte coube a Paris Jackson, que subiu ao palco para revelar o vencedor do Melhor Video Pop.

A filha de Michael Jackson condenou o ódio e a discriminação. "Espero que saiamos daqui essa noite lembrando que devemos mostrar esses idiotas nazis e supremacistas brancos em Charlottesville e em todo o país que nação com liberdade é o nosso slogan, temos zero tolerância com sua violência, o ódio e sua discriminação. Devemos resistir".

Paris foi aplaudidíssima.
VEJA O VIDEO , CLIQUE AQUI

Brasil terá novo Presidente. É o deputado Fufuquinha.

por O.V.Pochê

O bicheiro Giovani Improta, interpretado por José Wilker na novela "Senhora do Destino", usava e abusava da expressão "Felomenal".

O bordão já pode ser revitalizado. O Brasil de hoje é "Felomenal".

Na Câmara dos Deputados, por exemplo, não se sabe o poço tem fundo ou se o aterro sanitário tem teto. Nos últimos dias, "suas excelências" discutem a reforma política que começou ruim e foi ficando péssima. Agora só falam em semidistritão, semi-presidencialismo, semicoligações. Falta assumir um novo rótulo: semideputados. Ainda sob os bordões de José Wilker, no remake da novela "Gabriela" seu personagem era o Coronel Jesuíno, um bicho bruto e conservador até as pregas. A frase dele quando queria transar com a comadre era  "Deite aí que vou lhe usar". Captou a "vossa mensagem"? É assim que as bancadas do atraso mantêm o Brasil: deitado eternamente.

Conduzida por uma maioria cheia de astúcia quando se trata de cuidar dos interesses pessoais, a Câmara dos Deputados não para de surpreender.

Fufuquinha será presidente do Brasil por alguns dias.
Foto:Reprodução
Segundo o site Conexão Jornalismo, "o grande nome da Câmara dos Deputados a partir desta terça-feira será ninguém menos do que André Fufuca. O parlamentar, do PP do Maranhão, era chamado até outro dia de Fufuquinha - já que o Fufuca era seu pai, prefeito de uma cidade lá do interior. Mas como agora virou um cara importante, é vice-presidente da Câmara, Fufuca tirou o diminutivo do nome".

Rodrigo Maia, presidente da Câmara, vai viajar. O primeiro vice-presidente, Fábio Ramalho, vai acompanhar Michel Temer em viagem à China.

E o Brasil que pede "Fora Temer" vai ganhar um novo presidente por alguns dias, o segundo vice-presidente da Câmara.

É o Fufuquinha. Segundo o Estadão, fiel escudeiro de Eduardo Cunha.

Não dá nem pra organizar uma passeata de protesto.

Gritar "Fora Fufuquinha" desmoraliza qualquer manifestação.

ATUALIZAÇÃO EM 29/8/2017 - Ainda não está confirmada viagem de Rodrigo Maia, que, nesse caso, substitui Temer. Fufuquinha (PP) assume a presidência da Câmara por oito dias. Nesse prazo, qualquer impedimento ou ausência de Maia fará do nobre Fufuca, como ele prefere ser chamado, o mandatário do Brasil. Então é isso, ele está em vias de "fufucar" no Planalto.

Rose Nogueira, homenageada no Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, fala ao Portal Imprensa sobre sua trajetória e o jornalismo atual



por Marina Oliveira

Em conversa com o Portal Imprensa, ela lembrou sua trajetória, falou sobre a admiração à profissão e ponderou sobre o jornalismo atual; Dom Paulo Evaristo Arns e o jornalista Tim Lopes dividem com Rose as homenagens desta edição.

“Eu tô entrando no banho, podemos falar mais tarde?”, assim uma agitada Rose Nogueira atende ao pedido de entrevista do Portal Imprensa para comentar a homenagem recebida na 39.ª edição do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, que acontece dia 31 de outubro, em São Paulo.

Horas mais tarde, na terceira investida, conseguimos conversar com calma. Rose recebia um grupo de estudantes de jornalismo em sua casa e alertou que estávamos sendo gravadas. “É bom que elas já usam minhas respostas, vamos lá”, disse a jornalista aposentada há quatro anos, depois de mais de 50 dedicados ao ofício da notícia e dos direitos humanos.

Rose lembrou os tempos de TV Cultura e o amigo Vladimir Herzog. “Quando recebi a ligação para dizer que eu seria homenageada, eu tremia tanto, nunca imaginei e olha que sou amiga da Clarice [esposa de Vlado]. Eu espero ter honrado as áreas dos Direitos Humanos e do jornalismo. Quando fui para a Cultura em 1973, já tinha quase 10 anos de imprensa, mas não entendia nada sobre movimento, quem me ensinou tudo foi o Vlado”, lembra.

Na época, era ele quem fechava o jornal e profetizou: “você leva jeito, menina”, palavras que Rose guarda com muito carinho. “O Vlado salvava a matéria e com ele aprendi a cortar, respeitar a respiração do entrevistado. Ele era super rigoroso, quando ele chegava todo mundo parava de fofoca e se punha a trabalhar. Ele foi um grande amigo que perdi, como tanto outros”, lamenta a jornalista que passou nove meses detida no presídio Tiradentes, em São Paulo onde, afastada de seu filho de apenas um mês, foi duramente torturada durante o regime militar.

Por ousadia de Vlado, ela cobriu a Revolução dos Cravos, em Portugal. “Sem ele e Gabriel Romero não teríamos feito isso, na época só a [Sandra] Passarinho cobria internacional assim”, comenta. Além da Cultura, Rose também passou pela “Folha da Tarde” e a “Editora Abril.

Foi ousando, conforme ensinou Vlado, que ela acabou trabalhando com Nilton Travesso na TV Mulher, da Rede Globo. “Falávamos em feminismo por um veículo de comunicação de massa. A TV Mulher foi a oportunidade que eu tive de trabalhar com linguagem. A TV interfere na vida das pessoas e elas devolvem o que veem à sociedade. Acham que é um veículo de mão única, mas não é”, defende.

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Dalva Ventura, ex-Pais & Filhos, lança livro em Nova Friburgo


A jornalista Dalva Ventura, que fez parte de uma das revistas mais bem sucedidas e admiradas da extinta Bloch Editores, a Pais & Filhos, lançou em Nova Friburgo, na semana passada, "Nossos Médicos: esses homens deixaram sua marca na história de Nova Friburgo".

Com o apoio da Associação Médica de Nova Friburgo, o livro reúne histórias de médicos que tiveram suas trajetórias ligadas à cidade. Além da dedicação e competência dos seus profissionais, Nova Friburgo tornou-se referência de medicina desde a primeira metade do século passado por instituições como o Instituto Hidroterápico e o Sanatório Naval. Por seu clima e propriedade das águas, Nova Friburgo era procurada por pacientes de todo o país.

Na foto abaixo, Dalva Ventura na redação da Pais & Filhos, nos anos 1980.


Redação da Pais&Filhos nos anos 1980. Da esq. para a dir: Amélia Gonzalez, Eliane Sondermann,
Cristina Dória e Dalva Ventura. Foto reproduzida do blog da jornalista Eliane Sondermann. 

domingo, 27 de agosto de 2017

Palácio do Planalto vasculha sites em busca de opositores... Pode isso, Arnaldo?

Coluna Lauro Jardim/O Globo/Reprodução

Gerou polêmica e foi parar na Justiça, nos Estados Unidos, a pressão da Casa Branca para que um provedor fornecesse dados de cidadãos que participaram de protestos em Washington no dia da posse de Donald Trump. O governo de indiciados de Michel Temer também bisbilhota cidadãos. Nota publicada hoje na coluna de Lauro Jardim, do Globo, dá conta que o Planalto passa pente fino nos seus sites oficiais a ponto de identificar frequentadores, entre os quais "7 milhões de petistas e assemelhados". Para isso, obviamente, a vigilância vai além da contagem de cliques e likes e pode acessar perfis e cookies que os internautas deixam no sistema. O staff de Temer não está caçando crimes, mas opiniões. Não deixa de ser um ensaio para vasculhar opositores como "Tio Trump" recomenda.

Pesquisa Ipsos monta o tabelão da rejeição aos políticos. Temer, Aécio e Eduardo Cunha puxam o cordão dos repelidos


Brasil em manchete na BBC...


(da BBC Brasil)
Publicada no Diário Oficial da última quinta-feira sem alarde, o decreto que determina a extinção da Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), na Amazônia, surpreendeu muita gente e ganhou manchetes alarmadas no Brasil e nos principais jornais do mundo.
Não foi o que ocorreu com investidores e empresas de mineração canadenses. Em março, cinco meses antes do anúncio oficial do governo, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, anunciou a empresários do país que a área de preservação amazônica seria extinta, e que sua exploração seria leiloada entre empresas privadas.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA AQUI

Memória da redação: quando uma foto-bomba da EleEla abalou a moral e os costumes da ditadura...

Alexandre Garcia: Reprodução da foto principal da matéria "O porta-voz da Abertura"
publicada na EleEla, em novembro de 1980. A foto de Frederico Mendes provocou
a demissão do jornalista, na época assessor de imprensa do general João Figueiredo.

Em fins outubro de 1980, Alexandre Garcia, então porta-voz do general João Figueiredo, foi entrevistado pela EleEla. A foto de abertura da matéria incomodou a ditadura. Garcia foi fotografado por Frederico Mendes para uma entrevista sob o título: "O porta-voz da Abertura". A EleEla foi para as bancas no começo de novembro daquele ano. Em seguida, a Veja publicou na seção de política a nota "Vulgaridade Palaciana", onde criticava a matéria. As senhoras da República militar sofreram tremores morais noturnos e a alta cúpula do Planalto reagiu. O porta-voz foi demitido.

Gervásio Baptista e Alexandre Garcia.
Foto publicada no Facebook de Dalva Tosta, que atuou
nos setores administrativos e financeiros da Bloch
dos tempos áureos e assessorou Adolpho Bloch.
Na mesma época, Adolpho Bloch começava a equipe e a estrutura da Rede Manchete em Brasília e contratou Alexandre Garcia como diretor de jornalismo da sucursal de Bloch Editores e da futura Rede Manchete, que entrou no ar em 1983.

Foi lá que o jornalista conheceu Gervásio Baptista, o fotógrafo da Manchete, com quem acabou convivendo em Brasília durante quase quatro décadas (Alexandre Garcia transferiu-se para a Globo no fim dos anos 1980 e Gervásio foi fotógrafo oficial de Tancredo Neves e da Presidência no governo Sarney, a partir de 1985).

Na semana passada, Alexandre Garcia, 76, visitou Gervásio, hoje com 95 anos, em Brasília.

Quanto ao episódio da entrevista à EleEla, foi narrado pelo próprio Alexandre Garcia no seu livro de memórias "Nos bastidores da notícia", nos trechos abaixo. Em meio ao relato, uma informação curiosa: Figueiredo era leitor da seção Forum, da EleEla, um espaço da revista que selecionava depoimentos e fantasias sexuais nada constitucionais.

"Entreguei  um (exemplar) para  o  presidente,  pedindo  que  lesse  a entrevista,  e  outro  para  Heitor (N.R. Heitor de Aquino,secretário particular de Figueiredo)  O  presidente  leu.  Foi  o  que demonstrou  no  dia  7  de  novembro,  uma  sexta-feira.  "Tínhamos trocado de avião no aeroporto Santos Dumont. Saímos do Boeing e tomamos um Buffalo, que nos levaria a Pindamonhangaba, para a inauguração  de  uma  aciaria  da  Villares.  Na  cabeceira  da  pista, estourou  um  conduto  hidráulico  dentro  da  fuselagem  e  o  fluido molhou toda a roupa do presidente. Eu estava sentado  diante  dele, do outro  lado,  pois era um avião de pára-quedistas. Ele começou a tirar a roupa e me olhou com um jeito maroto: "Será que estou seguro, tirando as calças na tua frente?" Eu  ri  e  ele  continuou,  contando  uma  história  que  o impressionara  e  estava  no  "Fórum"  daquela  edição  de  Ele  &  Ela. Naqueles dias, a revista já estava nas bancas." (...)

"Na  segunda-feira,  10 de  novembro,  o Kraemer (N.R. Marco Antonio Kraemer, assessor de Figueiredo) veio avisar-me  de  que  Farhat (N.R. Said Farhat,  ministro da Comunicação Social do governo Figueiredo)  desejava  falar  comigo.  Eram  umas  quatro  da tarde, e  o  ministro estava  saindo  para  tomar um  jatinho da  FAB na  base  aérea.  Iríamos  conversar  no  Galaxie  ministerial,  no caminho para  o aeroporto. Mal deixamos  o  palácio,  Farhat pôs a mão no meu joelho e disse: 

—  Nós dois sabemos que o nosso relacionamento nunca foi bom.  Eu  falei  com  o  presidente,  e  achamos  que,  depois  daquela entrevista, é melhor você pedir demissão. 

—    Meu  presente  de  quarenta  anos  —  respondi.  E  pedi tempo para pensar. Queria confirmar se o presidente havia mesmo autorizado a demissão. Mas Farhat não queria esperar. 

—    Aqui  está  a  minha  carta  aceitando  o  seu  pedido  de demissão.  

—  A  carta  tinha  a  data  de  meu  aniversário,  11  de novembro. 

sábado, 26 de agosto de 2017

Maioria do STF decidiu proibir o cancerígeno amianto. Mas há ministros que alegam que a decisão só vale para São Paulo

Há 20 anos, a França proibiu a fabricação, o uso, a comercialização, importação e exportação de produtos à base de amianto. No Brasil, ainda prevalece o lobby dos fabricantes com forte influência política e institucional que permite que um componente comprovadamente cancerígeno, usado em telhas e caixas d'água e vetado em mais de 60 países continue produzindo vítimas de câncer.

Alguns poucos estados - São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, entre eles - aprovaram legislação proibindo o amianto. Mas são frequentes as pressões para revogação dessas leis. A Lei Federal 9.055/1995, aprovada pelo Congresso e sancionada no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, permite a "exploração controlada" do cancerígeno.

Ontem, ao julgar ação que tentava derrubar a proibição em São Paulo, o STF considerou inconstitucional o artigo que permite o uso e a comercialização do cancerígeno no país.
Mas logo surgiu uma interpretação levantada por ministros que são pro-amianto: a proibição valeria apenas para o Estado de São Paulo.

Se prevalecer essa linha, o resto do Brasil pode continuar a inalar ou engolir câncer na veia.

Votaram a favor do amianto: Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello.

Contra:  Rosa Weber, Edson Fachin, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e a presidente do STF, Cármen Lúcia.

Declararam-se impedido por já terem atuado no tema como advogados: Luís Roberto Barroso e Dias Toffoli.

Ex-chefe de reportagem da Manchete narra incrível 'caso verdade' que viveu em hospital federal

Políticas de ajuste fiscal que privilegiam o mercado e perdoam dívidas de grandes empresas, conglomerados do agronegócio, concessionários de serviços públicos e liberam verbas bilionárias para uma escandalosa compra de apoio político são criminosas. Quando o rentismo explícito leva ao corte de verbas para serviços essenciais de saúde, segurança, de políticas sociais, de meio ambiente, de educação, enquanto favorece grupos e setores, começa a "contingenciar" - a palavrinha que as autoridade usam com o poder destruidor de uma AR-15 de bandidos -  vidas.

A saúde pública tem sido uma vítima maior dos indiciados que governam o país. Cada SUS, cada unidade de emergência, cada hospital público, registra diariamente dramas e tragédias provocadas pelo desmonte de toda uma estrutura que, se sempre teve problemas e carências, hoje é o resultado agudo da construção do caos empreendida pelo desgoverno Temer.

Ontem, o blog recebeu de José Carlos Jesus, ex-chefe de reportagem da Manchete, a mensagem que aqui transcrevemos:

"Estou há um ano esperando vaga no SUS para operar uma hérnia inguinal. Pois bem, finalmente na sexta-feira passada recebi uma ligação que me convocava para internação no Hospital Universitário Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, UniRio.  Ao completar quatro dias de internado no Serviço de Clínica Cirúrgica B, e com a indicação da cirurgia para hoje (ontem), fui comunicado por uma jovem doutora de que a operação tinha sido cancelada por falta de material na sala de cirurgia. Várias cirurgias foram canceladas. Imagina a minha cabeça".

José Carlos ressalta o profissionalismo e o atendimento humano de médicos e enfermeiras, vítimas que são da falta da precariedade das condições de trabalho. No mesmo dia, outros procedimentos foram suspensos e os pacientes avaliados como em condição de alta foram liberados.

Os quatro dias de internação serão lembrados como um período de "estágio" ou de "esquenta". Na semana que vem, começa tudo de novo: em princípio, a cirurgia do colega foi remarcada para a próxima terça-feira.

"Vamos esperar que tudo se resolva", finaliza a mensagem.

ATUALIZAÇÃO EM 03/09/2017 - José Carlos Jesus foi operado, já está em casa em passa bem. Ele pediu ao blog que agradecesse às manifestações dos colegas, às boas energias e aos votos de plena recuperação. 

Deu no DCM: sobre os 445 quilos de cocaína que até hoje voam sem dono





Uma decisão liminar da 6a. Vara de Justiça Civil do Distrito Federal proíbe o Diário do Centro do Mundo de utilizar a palavra pela qual ficou conhecido o caso do helicóptero da família do senador Zezé Perrella, apreendido com 445 quilos de pasta base de cocaína.

Os advogados do DCM, Francisco Ramos e Caroline Narcon Pires de Moraes, estiveram em Brasília e formalizaram à juíza Gabriela Jardon Guimarães de Faria, da 6a. Vara Cível, que concedeu a liminar, que reconsiderasse a decisão.

Nesta sexta-feira, 25 de agosto, a magistrada decidiu mantê-la:

“A determinação de fl. 248 não me parece impossível de cumprimento, como alegam os contestantes. Ainda que a expressão “helicoca” tenha se sagrado como de uso corriqueiro pela imprensa de uma maneira geral para se referir ao episódio da apreensão de droga no interior do helicóptero de propriedade do autor, a proibição de que a mesma não seja, por ora, mais utilizada nas publicações de autoria dos requeridos é perfeitamente executável para eles, que podem (e devem) continuar a exercer o seu munus jornalístico no relato do episódio, sendo este o caso, mas com desprezo à expressão e eleição de outras em substituição”, determinou a juíza.

O DCM recorreu ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO DCM, CLIQUE AQUI

Atualização em 27/8/2017: as redes sociais reagiram e a palavra proibida, HELICOCA, bombou ontem nos trend topics. #helicoca

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

A Veja caça o Coelho...



Paulo Coelho completou 70 anos, ontem. Hoje deve ter acordado com uma ressaca mística. Ou sonhou que era um coelho que passava pela Marginal Pinheiros, em São Paulo, e um caçador o alvejou a partir de uma janela, como um Lee Oswald virtual. Deve estar preocupadíssimo com o texto que um escritor catarinense, ex-seminarista, escreveu na Veja. Foi seu "presente" de aniversário. O cara demoliu Paulo Coelho, a quem chama de "carioca mitômano".

O texto-hater é assinado por Maicon Tenfen, cujo perfil na Wikipedia fala mais sobre sua vida, de como ia de bicicleta para a escola, do que sobre sua obra. Mas Tenfen já escreveu 11 romances e tem dois prêmios: Concurso Nacional de Contos de Araçatuba (SP) e Concurso Nacional de Contos Paulo Leminski, em Campos de Toledo (PR), cidade que é conhecida pela sua maior festa, a do "Porco no Rolete".

"Pode ser um escritor de estilo frouxo, mas pintou e bordou no mundinho miúdo da literatura brasileira. Sua principal contribuição já está dada, e é preciosa num cenário carente de autocrítica. Escancarou a extraordinária grandeza da nossa mediocridade". Com essa última frase, Teffen finalizou sua pensata na Veja.

Nem sempre foi assim. Em 2008, Maicon Tenfen foi entrevistado pelo blog "Sarau Eletrônico" e comentou que sua tese de mestrado era o best-seller e Paulo Coelho, a quem chamou de "fenômeno", seu objeto de estudo. Na época, admitiu que existem narrativas de best-seller "que realmente são muito boas, que têm novidade".

Mais adiante, resumiu sua opinião: "Quanto ao Paulo Coelho, por exemplo, digo que não gosto do tipo de livro que ele faz, vejo alguns problemas sérios na elaboração do texto, na trama, mas para mim é inegável que ele tem uma autenticidade. Principalmente nos primeiros livros ele veio com uma proposta “verdadeira”, na qual ele mesmo acreditava. E fez aquilo com naturalidade. Depois, claro, vêm as imitações, e às vezes o próprio autor vira um plágio de si mesmo"

No artigo para a Veja, Maicon Tenfen não chega a ser original na ferocidade. Paulo Coelho foi admitido na Academia Brasileira de Letras, mas nunca deixou de ser alvo dos críticos, especialmente os brasileiros. Tem legiões de seguidores e também de "haters" na internet.

Talvez seja apenas um escritor que aplica uma receita descomplicada, um "mago" que não faz grandes mágicas na linguagem, não cria personagens de grande profundidade, mas consegue oferecer aos leitores das mais diversas culturas um dial para sintonizar didática e parábolas aplicadas às vidas de cada um. Compra quem quer. Nas letras que fez para Raul Seixas já havia ingredientes dessa fórmula.

Não é nenhum Prêmio Nobel, mas nem críticas, nem teses de doutorado foram capazes de explicar Paulo Coelho e seus 210 milhões de exemplares vendidos no mundo, publicados em mais de 170 países e em 81 idiomas.

Nem a Veja ou Maicon Tenfen e seus sei lá quantos livros vendidos.

O Salgueiro tem, há décadas, o lema "Nem melhor, nem pior, apenas uma escola diferente.

Vai ver, o carioca Paulo Coelho é Salgueiro.

Memórias da Blochwood: no tempo em que Vera Fischer era estrela de... fotonovelas da Sétimo Céu




O nome era pomposo: Central Bloch de Fotonovelas, um espécie de Blochwood.. E o ritmo de trabalho era intenso.

Vera Fischer ficou conhecida em 1969, quando foi eleita Miss Brasil. Seu primeiro trabalho em cinema foi em 1972, no filme "Sinal Vermelho, as Fêmeas".  Antes de estrear sua primeira novela, em 1977 ("Espelho Mágico"), na Globo, ela protagonizou fotonovelas na Sétimo Céu.

Até o começo dos anos 1970, as fotonovelas era importadas, geralmente, da Itália, onde o gênero era popular. Foi a Sétimo Céu que no começo dos anos 1960 começou a contratar cantores (entre os quais Roberto Carlos, Jerry Adriani e Wanderley Cardoso) para posarem como galãs nos romances em fotos e nacionalizou o segmento, que vendia milhares de exemplares..Na década seguinte, entre uma novela e outra, atores e atrizes da Globo eram figurinhas fáceis  - e por módicos cachês - no elenco da Blochwood.

A história acima, "A Força do Destino" foi fotografada por Paulo Reis, da equipe de repórteres fotográficos da Manchete e Fatos & Fotos. Além de Vera Fischer, contava com a participação de Urbano Lóes e Agnes Fontoura, entre os mais conhecidos.

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

No Charlie Hebdo: capa polêmica sobre atentado em Barcelona e o "terrorismo ecológico" de Michel Temer


Em janeiro de 2015, o jornal satírico Charlie Hebdo foi vítima de um ataque terrorista que deixou mortos e feridos, entre editores, cartunistas, revisores e colunistas, após retratar Maomé em várias capas polêmicas.

A edição que foi para as bancas ontem em Paris volta a fazer bullying com os seguidores do profeta.

A chamada de capa "Islã, religião da paz... Eterna" é ilustrada por um desenho de duas pessoas mortas por uma van.

Como já disse, certa vez, Laurent Léger, ex-Paris Match e um dos jornalistas do CH, em entrevista à  revista New Yorker, “o objetivo é fazer rir. Queremos rir dos extremistas, sejam eles muçulmanos, judeus ou católicos. Todo mundo pode ser religioso, mas não podemos aceitar atos extremistas”.

E edição também traz uma estocada na Catalunha: "Barcelona, turismo e islamismo, porque escolher". A matéria se refere a manifestações de catalães contra turistas. Fato, aliás, que tem se repetido em alguns países europeus em protesto movidos por quem considera que algumas cidades recebem visitantes demais, com alegado impacto em aumento de preços de aluguéis e serviços, além de acusações de depredação de monumentos.


TEMER NO CHARLIE HEBDO




Nem tudo é humor. Na mesma edição, sob o título que pode ser livremente traduzido por "A Amazônia versus uma mala de dinheiro", o Charlie Hebdo denuncia o ataque de Michel Temer à floresta.

Coincidentemente, ontem, como uma conta a pagar do golpe, o ilegítimo e acusado de envolvimento em corrupção acabou por decreto com uma reserva florestal e liberou às mineradoras uma imensa área - que irá a leilão - onde há aldeias indígenas e ecossistemas raros.

Sem surpresas: que importância teria isso para o arrastão do PMDB a quem só interessa ficar no poder a qualquer custo?

Não demora muito o "provisório", com o Charlie Hebdo chama a triste figura sem voto que deu um bote na Presidência, vai ser acusada em tribunal internacional por crime contra a humanidade.

Se não vai, já fez por merecer.

Sacco e Vanzetti, 90 anos: um passado não tão distante...



Sacco e Vanzetti - Uma tragédia estadunidense

por Augusto Buonicore (*)

Há noventa anos, em 23 de agosto de 1927, Nicolau Sacco e Bartolomeu Vanzetti foram executados na cadeira elétrica numa prisão estadunidense. Este foi considerado um caso flagrante de erro judicial e causou enorme indignação. Manifestações de protesto ocorreram em todo o mundo. Mesmo sem provas, eles foram condenados à morte.

A principal razão dessa sentença injusta foi o preconceito de classe. Os dois eram imigrantes italianos e anarquistas. Na época, os Estados Unidos viviam em meio a uma violenta onda anticomunista. Milhares de militantes de esquerda estavam sendo presos e dezenas deportados.

Os anos que se seguiram à Primeira Grande Guerra Mundial foram bastante conturbados para o povo estadunidense. Haviam vencido a guerra, mas os soldados que voltavam do front tinham dificuldades em arranjar empregos numa indústria que tentava se reconverter para um tempo de paz. A inflação cresceu e agravou-se o arrocho salarial. Esta situação gerou descontentamentos, protestos e também criminalidade.

Durante o ano de 1919 mais de 4 milhões de trabalhadores entraram em greve e foi fundado o Partido Comunista nos Estados Unidos - na verdade foram criados dois partidos comunistas: um dirigido por Charles Rutenberg e outro por John Reed. Eles se unificariam apenas em maio de 1921.

Naqueles tempos agitados, alguns militantes anarquistas partiram para ações terroristas. Em abril, o prefeito de Seattle afirmou ter recebido uma bomba pelo correio e outra explodiu quando aberta pela empregada de um senador - que havia sido presidente da comissão para emigração. Segundo a polícia, trinta e duas bombas haviam sido endereçadas às autoridades e a grandes empresários estadunidenses. Estranhamente nenhum deles se feriu.

Em maio de 1919 o líder anarquista Luigi Galleani foi expulso dos Estados Unidos. Em resposta, a casa do procurador-geral dos Estados Unidos, Alexander Mitchell Palmer, foi atingida por bombas. No local foram deixados panfletos anarquistas. A opinião das classes médias, insuflada pelos meios de comunicação conservadores e o governo, se voltou contra os imigrantes. Exigiram leis ainda mais severas e a expulsão sumária dos estrangeiros suspeitos de subversão. A partir de então, se desencadeou uma verdadeira caçada policial aos militantes "vermelhos": anarquistas, comunistas e socialistas.

No dia 7 de novembro de 1919 - data do segundo aniversário da Revolução Russa-, as sedes dos dois partidos comunistas, que nada tinham a ver com os atentados, foram invadidas e depredadas. Milhares de pessoas foram presas e processadas. Esse foi o prelúdio de uma perseguição ainda maior. Semanas depois, em janeiro de 1920, foram realizadas batidas policiais em 33 cidades. Foram expedidos mais de seis mil pedidos de prisão e relacionados os nomes de mais de 3 mil estrangeiros para deportação. Em Boston cerca de 500 imigrantes marcharam acorrentados até a casa de correção.

Um fato iria indignar a opinião pública progressista. Em maio, a polícia comunicou que o líder anarquista André Salsedo saltara do 14º andar do prédio do Departamento de Justiça na cidade de Nova Iorque, onde participava de um interrogatório. As autoridades afirmaram que ele havia se suicidado, mas muitos duvidaram da versão oficial.

Vários liberais, que até haviam ficado assustados com os atentados terroristas, não concordaram com a repressão massiva e indiscriminada levada a cabo contra os imigrantes. Dezenas de advogados e jornalistas condenaram as práticas autoritárias e ilegais empregadas. Se a repressão assustou os liberais, pode-se imaginar o efeito terrível causado entre a população de imigrantes pobres e constantemente ameaçada de expulsão.

Tendo perdido parte do apoio dos operários e das classes médias, os democratas foram derrotados na eleição presidencial em 1920. Iniciou-se então uma Era Republicana, que duraria até 1933. O slogan do presidente eleito, Warren Harding, era "Primeiro os Estados Unidos!". Uma onda nacionalista conservadora varreu o país de ponta a ponta.


O Caso Sacco e Vanzetti

As classes médias - insufladas pela grande burguesia - temiam pela sua situação privilegiada. Sentiam-se ameaçadas pela massa de imigrantes provinda da Europa. Eram espanhóis, portugueses, e especialmente italianos. Além de sua fisionomia e língua latinas, traziam estranhas ideias que pareciam colocar em risco a ordem e o modo de vida norte-americano: o anarquismo e o socialismo.

No dia 15 de abril 1920 ocorreu um assalto a uma fábrica de calçados na pequena cidade de South Braintree, estado de Massachusetts. Na ocasião, o agente pagador e um segurança da empresa foram mortos. Tudo indicava que este era mais um crime realizado por uma das muitas quadrilhas que infernizavam a vida de fabricantes e comerciantes da região. A "boa sociedade" impaciente e amedrontada com a escalada de violência exigia uma rápida solução para o caso.

Algumas semanas depois, em 5 de maio, dois homens foram presos próximos de Boston. Para sua desgraça, estavam armados, coisa comum para a maioria dos cidadãos dos Estados Unidos. No entanto, havia três outros fatos que deporiam contra eles: eram operários, estrangeiros e anarquistas. Estereótipo de tudo aquilo que não deveria ser um cidadão estadunidense modelo. Seus nomes eram Nicolau Sacco e Bartolomeu Vanzetti.

Quando os prenderam, os policiais perguntaram se eram socialistas, anarquistas ou sindicalistas. Isso reforçou neles a desconfiança de que se tratava de simples perseguição política. Não imaginaram que pudessem ser envolvidos numa conspiração visando a imputar-lhes um duplo homicídio. Assim, negaram sua militância e procuraram não envolver os demais camaradas. Mas a polícia já tinha suas fichas: os suspeitos eram "perigosos" anarquistas.

Imediatamente se montou um processo-farsa visando a incriminá-los e conduzi-los à cadeira elétrica. Os inimigos da América livre precisavam receber uma lição exemplar. O preconceito de classe e de "raça" conduziu o júri a condenar à morte dois homens sem provas conclusivas.

O Promotor procurou apresentá-los como maus americanos ou mesmo não-americanos, pois haviam se recusado a lutar na Primeira Guerra Mundial e se refugiado no México, como milhares de outras pessoas. Diante de tais acusações, Sacco respondeu: "durante treze anos trabalhando duro, não consegui juntar dinheiro no banco. Não consegui que meu filho fosse para um colégio (...). Eu vi que os melhores homens (...) tinham sido presos e morreram na prisão e ninguém os tirou de lá. Debs, um grande homem em seu país, está preso por ser socialista. Queria que as classes trabalhadoras tivessem melhores condições de vida, mais educação (...), mas puseram-no na prisão. Por quê? Porque a classe capitalista é contra isto; a classe capitalista não quer que nossos filhos tenham educação superior ou que entrem em Harvard (...), n&atild e;o querem que os trabalhadores se eduquem; querem que os trabalhadores fiquem sempre por baixo.".

Sobre suas posições diante da guerra mundial, da qual ele havia se recusado a participar, afirmou: "Nós não queremos lutar com fuzis; não queremos destruir os jovens. A mãe sofre para criar o filho (...), quando chega o dia de obter uma recompensa daquele menino, os Rockefellers, os Morgans e outras pessoas da classe alta os mandam para a guerra (...). Não é uma guerra para a civilização dos homens. São guerras para negócios. Ganham-se milhões de dólares nestas guerras. Que direitos temos de nos matar uns aos outros? Trabalhei com irlandeses, com alemães, com franceses. Amo-os tanto quanto poderia amar minha mulher e o povo que me recebeu (...), por isso não acredito na guerra."

Mais de 107 pessoas testemunharam que os acusados não estavam na cena do crime. Entre elas estava um garoto que vendia peixes com Vanzetti e um funcionário da embaixada italiana, local que Sacco havia visitado no dia do crime. Tudo foi desconsiderado pelo juiz e o júri. As testemunhas de acusação, sob forte pressão de opinião pública conservadora, se contradiziam. Um especialista em balística afirmou que o projétil que matou os dois funcionários poderia ser da arma de Vanzetti (e não que teria sido). Isso pareceu aos linchadores de plantão uma prova mais que definitiva contra os réus.

Sem poderem contar com um processo justo, em 14 de julho de 1921, Sacco e Vanzetti foram condenados à morte na cadeira elétrica. "Não se esqueçam. Estão matando dois homens inocentes", gritou Vanzetti. Sacco, por sua vez, escreveu uma carta para seu filho no qual afirmava: "eles podem crucificar os nossos corpos, como estão fazendo, mas não podem destruir nossas ideias que permanecerão."

O Comitê de Sindicatos de Roma enviou um apelo ao presidente dos Estados Unidos solicitando-lhe que a pena fosse comutada. A Internacional Comunista conclamou a constituição de uma frente operária mundial em defesa de Sacco e Vanzetti. No mês de outubro, o Partido Comunista Francês organizou uma grande manifestação em frente à embaixada norte-americana. Segundo a imprensa comunista, foram necessários 10 mil policiais e 18 mil soldados para deter a multidão indignada. Mobilizações contra as condenações ocorreram na Itália, Suíça, Holanda, Espanha, Portugal, Inglaterra, México, Chile, Argentina, Panamá e Brasil. Até na China e na Índia os trabalhadores protestaram.

Supostos anarquistas, por sua vez, continuavam ameaçando as autoridades com suas bombas. Isso levou o Comitê de Defesa a lançar uma nota que dizia: "Os planos sinistros e as ameaças atribuídas a pessoas presumivelmente ligadas ao movimento Sacco e Vanzetti são de tal maneira nocivos aos esforços envidados para salvar nossos companheiros da cadeira elétrica que só podem ter tido origem entre os nossos inimigos. Ou foram planejadas por pessoas desejosas em desmoralizar a causa dos dois prisioneiros."

Logo após a decretação da sentença de morte, o imigrante português Celestino Madeiros confessou ter participado do assalto em South Braintree e apresentou uma versão bastante razoável do ocorrido. Negou categoricamente o envolvimento de Sacco e Vanzetti no crime. Um policial chegou a afirmar que na época do latrocínio havia sérias suspeitas em relação a uma quadrilha de assaltantes profissionais que atuava na região. Os Morelli, como era chamado o bando, assaltavam carretas de fretes. Uma das áreas onde atuavam, e na qual tinham "olheiros", era justamente South Braintree.]


Outro policial, o agente Fred Weyand, afirmou que "era opinião corrente entre os agentes locais do Departamento de Justiça, que tinham algum conhecimento do caso, que aquele crime havia sido obra de um grupo de assaltantes profissionais." Diante das novas provas, a defesa pediu outro julgamento. Entretanto, o juiz rejeitou o pedido.

O processo foi tão viciado que começou a comover não somente os setores de esquerda, mas também amplos setores sociais, inclusive os liberais. Intercederam por eles Romain Rolland, Thomas Mann, Albert Einstein, Anatole France, Madame Curie e Bernard Shaw. Até mesmo o Vaticano pediu clemência para os dois condenados. Os editoriais dos principais jornais europeus lamentaram a sentença e advogaram um novo julgamento.

Em junho de 1925 foi criado um ramo estadunidense do Socorro Vermelho. Esta entidade, sob direção comunista, produziu inúmeros materiais de propaganda e organizou comícios por todo o país. Vanzetti, agradecido, escreveu a James Cannon, então dirigente do Partido Comunista: "O eco de sua campanha em nosso favor tocou-me muito fundo. Repito e repetirei sempre que somente o povo, nossos camaradas, nossos amigos, o proletariado revolucionário do mundo, é que poderão nos salvar do poder maligno das hienas capitalistas e reacionárias e vingar o nosso nome e o nosso sangue perante a história."

No mês de maio de 1926, a Suprema Corte de Massachusetts indeferiu os pedidos de novo julgamento. Em abril do ano seguinte - depois de sete anos de prisão -, a sentença de morte foi confirmada. Nova onda de protestos se espalhou pelo país e o mundo. Escreveu Vanzetti: "não apenas não cometi um delito em toda a minha vida (...), como combati toda a vida para eliminar os crimes que a lei oficial e a lei moral condenam, como também o delito que a moral oficial admite e santifica: a exploração do homem pelo homem." E concluiu: "estou tão convencido de que estou com a razão e que se vocês tivessem o poder de matar-me duas vezes e eu pudesse nascer duas vezes, voltaria a viver para fazer exatamente o que fiz até agora."

Vanzetti fez um apelo de clemência ao governador de Massachusetts, Tufts Fuller. Enquanto isso, crescia a pressão internacional. O próprio ditador italiano Mussolini escreveu uma carta ao governador: "A agitação dos elementos de esquerda pelo mundo afora aumenta de intensidade, nestes últimos dias, como se pode depreender dos atentados em Buenos Aires contra a fábrica da Ford e a estátua de Washington (...). Espero que S. Excia.possa dar um exemplo à humanidade. Este exemplo demonstrará (...) a diferença entre os métodos bolcheviques e os da grande República norte-americana, ao mesmo tempo em que retirará das mãos dos elementos subversivos um instrumento de agitação."

Num artigo o escritor ficcionista H. G. Wells provocava a justiça estadunidense: "Não posso compreender que pessoas de bom-senso (...) possam ter outra convicção senão a de que Sacco e Vanzetti são tão inocentes dos assassinatos de South Braintree, pelo qual foram condenados à morte, quanto Júlio César ou - para citar um nome mais próximo do assunto - Karl Marx."

Formaram-se piquetes na frente da sede do governo estadual que eram dispersos violentamente pela polícia. Na cidade de Nova Iorque, cerca de 100 mil trabalhadores fizeram uma paralisação de protesto. Para desembaraçar-se do problema, o governador nomeou uma comissão especial de advogados e figuras iminentes, liderada pelo juiz Lowell, para estudar o caso e dar um parecer. Esta comissão, depois de alguns dias, confirmou a justeza da sentença de morte. A Suprema Corte e o presidente dos Estados Unidos recusaram o indulto.

Bombas explodiram nas cidades de Nova Iorque e Filadélfia. Uma grande força policial, como havia muito não se via, foi mobilizada nas principais cidades estadunidenses. O Partido Comunista organizou uma grande manifestação contra as execuções. O adiamento da sentença criou expectativas positivas, mas falsas. O jornal soviético Pravda afirmou: "A poderosa onda de protesto da União Soviética, juntando-se à voz da classe operária do mundo inteiro, forçou a burguesia plutocrata norte-americana a hesitar e transacionar". O jornal do Partido Comunista Alemão, por sua vez, disse: "Os milhões de trabalhadores na frente avançada da batalha contra a injustiça social tiveram uma primeira vitória. Sacco e Vanzetti estão provisoriamente salvos."

Poucos dias depois eles voltaram ao corredor da morte da penitenciária de Charleston. E foram executados na madrugada do dia 22 para 23 de agosto de 1927. O primeiro a ser morto foi Celestino Madeiros, aquele que se dizia um dos verdadeiros culpados pelo crime. Logo em seguida Nicolau Sacco enfrentou-se com os seus carrascos. Ao entrar no recinto da execução exclamou: "Viva a Anarquia!". Enquanto o corpo do seu camarada era retirado, Bartolomeu Vanzetti ingressou na sala da morte. Suas últimas palavras foram: "Sou um homem inocente. Agora desejo perdoar algumas pessoas pelo que fizeram contra mim." Em poucos segundos a tragédia estava consumada. Dois trabalhadores inocentes estavam mortos.

No dia seguinte, o jornal comunista L'humanité exibia em letras garrafais a manchete "Assassinos!". Uma grande indignação tomou conta dos operários franceses, que depredaram lojas e atacaram a polícia. Uma multidão enfurecida avançou em direção à embaixada dos Estados Unidos. No conflito que se seguiu, centenas de pessoas ficaram feridas.

Na Alemanha realizaram-se manifestações e também ocorreram choques com a polícia. Num dos maiores comícios já visto na República de Weimar, o líder comunista Ernest Thalmann comparou a morte de Sacco e Vanzetti ao assassinato de Rosa de Luxemburgo e Karl Liebknecht. Em Londres uma multidão concentrou-se à frente do Palácio de Buckingham e cantou o hino socialista Bandeira Vermelha. Os deputados do Partido Trabalhista protestaram. O governo soviético deu a uma rua de Moscou o nome dos dois mártires. Mais tarde virariam nome de fábricas e escolas. Eclodiram conflitos violentos em Portugal e na Espanha. Na Argentina foi decretada greve geral.

Entre os dias 22 e 23 de agosto realizaram-se inúmeras manifestações de protestos no Brasil. Deixemos a palavra com o historiador e sociólogo Clóvis Moura: "Na Lapa houve conflitos sérios entre trabalhadores e policiais (...). No Ipiranga esses conflitos se repetiram: em Frente à Fábrica Nami Jaffet um piquete convidava os colegas a participarem da greve e do comício em solidariedade. A diretoria da empresa, no entanto, chamou a polícia que efetuou várias prisões. Entre os presos estavam três jovens operárias (...). Na estamparia A Liberty, na rua Piratininga, a polícia agiu com violência (...). Às onze horas foram pedidos reforços para as fábricas Matarazzo, na Água Branca, e Crespi, na Mooca." Os trabalhadores se reuniram num grande comício na Praça do Patriarca.

Greves ocorreram também no Rio de Janeiro. A União dos Operários em Fábricas de Tecidos lançou um manifesto no qual afirmava: "É hoje o dia designado pela justiça norte-americana para o assassínio de nossos companheiros Sacco e Vanzetti (...). É necessário que os operários em fábrica de tecidos não trabalhem hoje, dia 23 de agosto de 1927, como um protesto à eletrocussão de Sacco e Vanzetti (...). Que nenhum operário trabalhe hoje em sinal de protesto pelo assassínio de dois inocentes, vítimas do capitalismo." Além dos trabalhadores das indústrias de tecidos, paralisaram-se os das indústrias de mobiliários. Houve greve generalizada e grande comício na cidade de Petrópolis. Manifestações operárias, organizadas por anarquistas e comunistas, se viram em quase todos os estados brasile iros.

Ao velório dos dois mártires compareceram mais de cem mil pessoas, a maioria delas era de operários. O chefe de polícia impediu que os caixões fossem carregados pelo povo e que o cortejo pudesse ser acompanhado por uma banda de música. Também foram proibidos cartazes ou qualquer manifestação política de protesto contra as autoridades. Os participantes deveriam permanecer em silêncio durante o percurso.

O enterro de Sacco e Vanzetti: a Marcha da Tristeza. 

Calcula-se que cerca de duzentas mil pessoas participaram do cortejo, que seria denominado Marcha da Tristeza. Em certos momentos, durante o trajeto, bandos policiais atacaram a massa que trazia braçadeiras vermelhas com a inscrição "Recordem a justiça crucificada". Somente 50 anos depois daqueles assassinatos, o governador de Massachusetts, Michael Dukakis, reconheceu os erros grosseiros cometidos durante o julgamento e indultou os dois operários anarquistas.

Antes de morrer, Nicolau Sacco deixou uma última mensagem ao seu filho Dante: "lembre-se sempre dos dias de alegria e não use tudo apenas para você, desça um degrau e ajude sempre os mais fracos que gritam por ajuda, ajude as vítimas e os perseguidos, porque eles serão os seus melhores amigos." De fato, seriam os mais fracos e as vítimas das perseguições políticas impostas pelo capitalismo que procurariam manter as lembranças daqueles que tombaram pela causa da liberdade e da emancipação humana.

(* )Historiador, mestre em ciência política pela Unicamp

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

O teclado do estagiário perdeu o "V". Sobrou pra repórter Bianka Carvalho...


por Niko Bolontrin

Deu no Blasting News. A repórter Bianka Carvalho, da TV Globo de Recife, fazia uma matéria de "Cidade", que já é aquela dureza de mostrar rua sem asfalto, bueiro vazando e poste caído (no caso, era até uma reportagem sobre um bebê que se engasgava e que um bombeiro salvou ao dar instruções à mãe, por telefone), quando o responsável pelo gerador de caracteres esqueceu de teclar o "V" do sobrenome da jornalista, Carvalho. Deu no que deu. Culpa, certamente, do estagiário. Ainda bem que é de Pernambuco. No Rio, ele poderia errar um nome que já está pedindo para virar gafe: o da rua Bulhões de Carvalho.

Masterchef: a noite em que o merchandising do Carrefour azedou...



(da RedaçãoAdnews) 

Ontem (22) foi a final do Masterchef, o programa de culinária de maior audiência e repercussão da televisão brasileira. Se geralmente a atração é líder de comentários no Twitter daqui, ontem ficou no topo dos Trending Topics mundial. Certamente os patrocinadores do reality show ficaram radiantes com tamanha exposição, certo? Menos o Carrefour.

Tudo porque a vitória da participante Michele Crispim quase ficou comprometida por conta de um coco estragado. A competidora sentiu um cheiro estranho no item de sua sobremesa e, ao provar, concluiu que a fruta estava azeda. O problema? O supermercado oficial do programa, onde os cozinheiros “compram” seus produtos, é o Carrefour.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO ADNEWS, CLIQUE AQUI

Alta tensão: Anitta de fita isolante repercutiu no Reino Unido...




por Ed Sá
A cantora Anitta faz seu próprio marketing. Aliás, foi ao postar um vídeo no You Tube, em 2010, que ela foi procurada por uma gravadora e deu início à carreira. Foi empresariada, desistiu, e criou sua própria agência.
Nos últimos meses, sua carreira ganhou um gás extra com alcance internacional. Em função dessa repercussão, sua empresa, a Rodamoinho, tem sido procurada para administrar carreiras de outros cantores. O primeiro cliente é o ator e cantor pop Micael Borges.
Cada rolo desses (10 metros) dá para fazer
de três a quatro biquínis. 

Nessa semana, a brasileira tornou-se mais uma vez assunto internacional. Entre outras publicações, o jornal Daily Mail destacou a gravação do clipe de uma nova música, "Vai Malandra", no Morro do Vidigal, no Rio.

Na reprodução acima, Anitta e seu biquíni de fita isolante colado diretamente no corpo. Isso mesmo, a peça, sucesso nas comunidades do Rio e que agora é globalizada, foi criada por Erika Bronze como uma técnica de "bronzeamento natural" para cariocas que fazem questão de exibir "marca de biquini".

VEJA MAIS ANITTA NO DAILY MAIL, CLIQUE AQUI