domingo, 1 de outubro de 2017

Ministro de Temer conta como ganhou a guerra do Rio. Só que depois da "Operação Tempestade na Rocinha" traficantes mostram quem manda no pedaço...

por Ed Sá  

O filme é pacifista, foi dirigido por Richard Lester, é cheio de típico humor negro britânico e foi lançado em 1967. Passaram-se 50 anos até que um ministro da Defesa de Temer, o Montgomery da Rocinha Raul Jungman, refilmasse "How I won the war" (no Brasil, "Como Ganhei a Guerra") com locações do Rio de Janeiro de hoje.

O original conta a história de um comandante de uma tropa cuja missão era construir um campo de críquete atrás das linhas inimigas.

A unidade é dizimada aos poucos, mas Goodbody tenta manter as aparências e substitui os soldados mortos por bonecos de plástico.

O ator Michael Crawford vive o comandante trapalhão Goodbody que, no final, para poupar esforços, tenta comprar uma ponte dos alemães em vez de encarar uma cansativa batalha para tomá-la.

John Lennon (na foto à direita) interpreta um soldado que nem luta com muito entusiasmo pois antes da guerra participava de organizações fascistas na Inglaterra.

Na guerra do Rio, Jungman declarou vitória. "A Rocinha está estabilizada", disse. Desde que ele mandou retirar das trincheiras as Forças Armadas, a polícia carioca voltou à rotina e já encarou tiroteios com bandidos duas ou três vezes. A opção de comprar o morro, como no filme, está descartada. Sairia muito caro e comprometeria o ajuste fiscal de Temer. A Rocinha é um dos mais valiosos pontos de venda de drogas do Rio.

Depois da "guerra" e da operação "Tempestade na Rocinha", os traficantes baixaram um medida
provisória para mostrar quem manda na Rocinha. 
Os moradores da favela não fazem ideia do que foi "estabilizado". Só se foi o "governo" dos traficantes que ontem publicaram em um cartaz sua primeira medida provisória após o ministro ir para a TV contar "como ganhou a guerra".

O comandante Jungman podia pelo menos ter deixado uns bonecos de plástico na entrada da Rocinha. Rendia imagem no Jornal Nacional e salvava as aparências militares do governo Temer e dessas desencontradas operações que nem campos de críquete estão construindo.

Um comentário:

J.A.Barros disse...

Mais um fracasso da intervenção do exército brasileiro nas favelas do Rio de janeiro. Ora, com todo aquele aparato militar capturar só um revólver é piada. Melhor ficar nas casernas, gozando das mordomias militares do que servir de piada nas favelas. Os bandidos devem estar rindo até hoje dessa "intervenção " do Exército Brasileiro nas comunidades faveladas.