quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Tiroteio em Las Vegas: a cobertura da mídia americana, perguntas ainda sem respostas e vídeos impressionantes




Na mídia americana, o tom da cobertura da tragédia do Mandalay Bay é de perplexidade. Algumas características da chacina em Las Vegas não batem. Comum no país, esse tipo de crime é, geralmente, cometido por jovens psicologicamente perturbados, por vingança, frustração, intolerância, raiva, surtos.

Stephen Paddock, o atirador de Las Vegas não tinha antecedentes nem qualquer ligação conhecida até agora com grupos terroristas ou de supremacia branca, neonazistas, algo do tipo. A família não sabia do seu interesse por amas. Era um aposentado, bem de vida, que apenas gostava de gastar dinheiro em cassinos.

A mídia tenta aprofundar um perfil do atirador ouvindo ex-colegas, vizinhos, funcionários de cassinos que ele frequentava. Foram localizadas duas ex-mulheres de Paddock, mas ainda não deram entrevistas.

A cobertura do crime faz mais perguntas do que as responde. O mistério só aumenta. Veja algumas das questões levantadas:

1) A polícia quase que imediatamente, antes da perícia, concluiu que o atirador se suicidou. Foram levantadas provas disso? Houve testemunha visual, provas técnicas?

2) Havia duas janelas quebradas e armas sobre tripés. A hipótese de um segundo atirador está sendo investigada, foi tecnicamente descartada ou nem foi considerada? A polícia não informou se foram colhidas impressões digitais ou outros indícios que garantam que Paddock esteve sempre sozinho no quarto de hotel. Também não foram reveladas imagens das câmeras do hotel, saguão, recepção etc que mostrem movimentação do atirador desde que se hospedou no Mandalay Bay.

3) O irmão do atirador confirmou que ele nunca teve experiência militar e não sabia da sua habilidade em manejar armas. No entanto, o atirador, segundo a polícia conhecia o equipamento e teria sido até capaz de transformar armas semi-automáticas em automáticas. Não apenas é livre a venda de armas nos Estados Unidos, dispositivos que transformam rifles em armas capazes de dar rajadas, como uma metralhadora, são legais no país.

4) Paddock transferiu 100 mil dólares para uma conta nas Filipinas uma semana antes do tiroteio. A polícia ainda não informou sobre destinatário e outros detalhes da transação.

5) Mesmo antes de ouvir a namorada de Paddock, Mariolu Danley, que estava nas Filipinas, a polícia concluiu que "provavelmente" ela não tinha nada a ver com o crime. Ela chegou ontem aos Estados Unidos e seu depoimento ainda não foi revelado. Não deu entrevistas, por enquanto. Mesmo que não tenha nada a ver com o massacre, a polícia espera que ela trace um perfil do atirador e dê alguma pista dos seus interesses, ideias ou do que se passava na cabeça do sujeito.

6) O número de armas e a presença de explosivos indicaria que Paddock estava preparado para um confronto ou planejava outros ataques.

7) As câmeras instaladas por ele na suite e no corredor tinham dispositivos de gravação local ou na nuvem ou eram apenas para observação e vigilância on line?

8) Qual a motivação de Stephen Paddock, de 64 anos? Ele, segundo o irmão, não tinha problemas mentais. De fato, o crime foi planejado com antecedência de semanas. O atirador não teve um surto e saiu disparando. A polícia ainda não encontrou mensagens, cartas ou posts em redes sociais que forneçam pistas.

9) Donald Trump já deu seu veredito antes mesmo dos peritos. Disse que Paddock é "demente". Mas do que uma explicação leiga é mal-intencionada. Trump quer assim defender a poderosa indústria de armas, grande financiadora da sua campanha e de centenas de deputados e senadores republicanos e, em número menor mas expressivo, também democratas.

10) Paddock entrou no hotel com dez malas com armas, instalou uma câmera sobre a porta do seu apartamento e outra em um carrinho de serviço no corredor. Passou três dias com um aviso de "não perturbe" pendurado na maçaneta. Nada disso chamou a atenção dos funcionários do hotel.

COMPILAÇÃO DE NOVOS VÍDEOS DA TRAGÉDIA DO MANDALAY BAY.
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Um comentário:

Zebrão disse...

Essa história tá mau contada