sexta-feira, 23 de março de 2018

Cada país com sua capa...


A Time chega às bancas com uma capa desafiadora. "Basta", "Chega", "Já deu" é o grito de protesto dos jovens estudantes que lutam contra a tutela armada da poderosa National Rifle Association of America sobre os Estados Unidos. A NRA banca há décadas a eleição deputados e senadores republicanos e democratas e com isso impede mudanças na legislação que permite a venda de fuzis de combate até a  adolescentes. Nas escolas atacadas por esses "terroristas autorizados" crianças pagam  com a vida o até agora imbatível lobby das armas. 


A Época dá voz a um presidenciável que defende o caminho oposto. O empresário Flávio Rocha quer a liberação das armas no Brasil. Trata-se do candidato de um movimento da direita radical, o MBL, que a revista chama de "neoliberal regressivo", como são agora titulados os que defendem o liberalismo desenfreado na economia e o ultraconservadorismo fundamentalista nos costumes.
A matéria aborda os pontos polêmicos do ideário do empresário, é crítica em vários momentos, mas em geral resultou em um perfil digerível do citado candidato. Evangélico da igreja Sara Nossa Terra - a mesma de uma das estrelas da Lava Jato, o deputado Eduardo Cunha - ele é dono das Lojas Riachuelo. A candidatura do empresário não é oficial, não aparece nas pesquisas, mas a Época investiu na reportagem. Acompanhou o périplo de Rocha por cinco estados durante três semanas. Descreve diálogos e cenas do voo no jatinho do presidenciável. Aparentemente, pegou uma carona amiga - a revista não deixa isso explícito, nem informa se ressarciu o valor correspondente à passagem, o que é discutível do ponto de vista ético. 
Faltou explorar um dos mais importantes quesitos do "programa de governo" do Rocha. Ele propaga - como o texto informa - que as "leis divinas" estão acima de todas as leis. Fundamentalistas em geral - estão aí os islâmicos radicais para provar - gostam dessa ideia. Se eleito, Rocha respeitará a Constituição? Foi a pergunta que não fez check in no voo da Época.

Um comentário:

Guta disse...

Só aparece candidato mocorongo