sexta-feira, 4 de maio de 2018

Fake News na Memória: Beatles gravam Asa Branca e fazem turnê no Brasil. A mídia achou que a Sweet London era aqui...

Como informa no texto, a revista Intervalo "parou as máquinas"
para noticiar uma fantasiosa turnê dos Beatles no Brasil. Reprodução Pinterest

O Estadão anunciou que os Beatles gravariam Luiz Gonzaga. Reprodução


Fake news está na moda. Pra quem chegou agora, o fenômeno é associado principalmente às redes sociais.

Errou.

Muito antes da internet, a mídia imprensa vendia, às vezes, fantasias e ilusões. Os exemplos acima são da área do entretenimento. Isso não quer dizer que as editorias de política, polícia, esporte e outras não praticassem eventualmente o caô jornalístico. São muitos os exemplos que podem ser garimpados nos arquivos implacáveis. Tanto que o blog cria agora a rubrica "Fake News na Memória" para relembrar vacilos involuntários ou vaciladas intencionais bem antes dos bits, bytes e algoritmos da internet. Aceitamos sugestões.

As reproduções da Intervalo e do Estadão registram fake news que agitaram o Brasil.

A Intervalo, da editora Abril,  anunciou que os Beatles fariam shows no Rio e em São Paulo, com direito a desfiles apoteóticos nas avenidas das duas cidades.

Os Beatles ainda preparavam o hoje célebre Álbum Branco quando o Estadão, entre outros veículos,  entrou em modo êxtase em agosto de 1968 ao noticiar que o quarteto ia gravar a música Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.

Os Beatles jamais vestiram o jibão e nem pensaram em forrock. Tinham mais o que fazer e nunca pediram visto para tocar nos trópicos. Ambas as notícias foram desmentidas pouco depois.

Durante algumas semanas, a pátria de sanfona sonhou que o sertão podia virar Sweet London.

E, sim, a fake news de Asa Branca foi inventada por Carlos Imperial. Com muitos amigos nos jornais e revistas da época, foi fácil para ele espalhar a "notícia". 

2 comentários:

Viegas disse...

Mão Branca foi uma fake news famosa, uma idéia.

Maura disse...

Boimate, a mancada gigantesca da Veja merece ser lembrada