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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Mídia - Vale tudo por dinheiro? Até fake news de bolsomédicos? Jornais recebem críticas por veicular matéria paga mentirosa sobre "tratamento precoce" contra a Covid-19.


por José Esmeraldo Gonçalves

O Brasil assistiu ontem a um derrame de fake news, provavelmente um dos maiores já registrados na grande mídia. A mentira foi levada aos leitores em forma de matéria paga. Os jornais O Globo, Folha de São Paulo, O Povo, Jornal do Commércio (PE), Estado de Minas, Correio Braziliense, Correio (BA), e Zero Hora (RS) publicaram o anúncio assinado por bolsomédicos de Pernambuco, que provavelmente seguem os ensinamentos do "Dr. Bolsonaro", representados por uma certa "Associação Médicos Pela Vida", pregando o uso de remédios como hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina no combate à Covid-19. 

A ineficácia desses medicamentos para o combate à Covid-19 está exaustiva e cientificamente comprovada por cientistas e institutos de pesquisa em níveis nacional e mundial, além da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). 

O estranho anúncio tem muito de ideologia e nada de ciência.  

A publicação do material comprovadamente mentiroso levantou uma questão; se os jornais apregoam "código de conduta" para o conteúdo jornalístico, como não exigir ética e honestidade das matérias pagas? Basta pagar que o jornal veicula? 

A repercussão foi péssima e hoje alguns jornais, como a Folha e O Globo, caíram na real é publicam matérias demonstrando a falsidade das alegações dos bolsomédicos. Melhor que essa contestação tivesse sido publicada na mesma edição da fake news paga. O material circulou por 24 horas e certamente ajudou a disseminar perigosas "informações" sobre a pandemia. 

De qualquer, forma, mesmo tardia, desmascara a informação falsa. Agências de checagem também desmentiram o tosco e suspeito "manifesto".


ATUALIZAÇÃO EM 25/02/2021 - O Centro Knight de Jornalismo, ligado à Universidade do Texas, fez matéria em português e nas versões internacionais do site sobre a repercussão da polêmica matéria paga publicada em jornais brasileiros. A reportagem é assinada por Julio Lubianco, Leia a seguir: 


"Pelo menos oito jornais brasileiros publicaram na terça-feira, dia 23, um informe publicitário em que uma obscura associação de médicos defende a adoção do chamado ‘tratamento precoce’ da COVID-19, cujo benefício não é cientificamente comprovado. A decisão das empresas jornalísticas de abrir espaço, ainda que publicitário, para a veiculação de informações falsas sobre a pandemia gerou críticas.

“Folha de S. Paulo e O Globo erraram feio em aceitar anúncio de tratamento precoce no caderno principal. Não dá para criticar as mídias sociais por difundirem desinformação e fazerem igual num meio com controle editorial. Às vezes os princípios precisam valer mais do que o dinheiro,” escreveu Pablo Ortellado, coordenador do laboratório interdisciplinar Monitor do Debate Político no Meio Digital da Universidade de São Paulo (USP), no Twitter.

Além de Folha e Globo, os dois maiores do Brasil, outros seis jornais estamparam o informe publicitário: Jornal do Commercio, Estado de Minas, Correio Braziliense, Correio, O Povo e Zero Hora. A organização que assina o anúncio é a Associação de Médicos pela Vida, cujo site esteve indisponível ao longo de terça e em parte de quarta-feira. "

A matéria completa está no link AQUI

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Do Knight Center: Em meio a ameaças à imprensa, Brasil prepara lançamento de rede de proteção a comunicadores

Valério Luiz Filho (Instituto Valério Luiz), Emmanuel Pellegrini (MPF), Raiana Falcão (MDH) e Andrew Downie (CPJ) durante encontro em São Paulo. (Foto: Marina Atoji / Abraji). Reproduzida do Knight Center. 

por Carolina de Assis (do Knight Center for journalism in the Americas)

Um encontro realizado em São Paulo no começo de dezembro reuniu comunicadores, organizações pela liberdade de imprensa e representantes do Estado para debater as ameaças enfrentadas pela imprensa, as medidas que o Estado vem tomando para combater a impunidade nos casos de violência contra trabalhadores da categoria e os próximos passos para o lançamento de uma rede de proteção a comunicadores no Brasil.

O Encontro Nacional de Proteção a Comunicadores aconteceu na capital paulista nos dias 4 e 5 de dezembro e foi organizado pelo Instituto Vladimir Herzog, pela Artigo 19, Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e pelo coletivo Intervozes.

O evento reuniu cerca de 50 pessoas de 11 Estados brasileiros para aprofundar o debate sobre a violência contra comunicadores e articular uma rede de proteção a estes profissionais que cubra os diversos contextos comunicacionais do país, disse Artur Romeu, da RSF, ao Centro Knight.

No primeiro dia do encontro, comunicadores de várias regiões do países participaram de mesas temáticas com membros das organizações e com representantes do Estado. Buba Aguiar e Gizele Martins, do Rio de Janeiro, Cláudio André, de Pernambuco, Cristian Góes, de Sergipe, e Valério Luiz, de Goiás, contaram casos vividos por eles de censura, criminalização, violência e impunidade em crimes que tiveram comunicadores como alvo.

“Trouxemos as principais violações que observamos com relatos em primeira pessoa de casos emblemáticos, para personalizar e gerar essa identificação, que funcionou bastante junto aos participantes”, contou Marina Atoji, gerente executiva da Abraji, ao Centro Knight. “Quando falamos em censura ou criminalização, parece uma coisa muito etérea. Mas quando contamos uma história e colocamos isso na figura de alguém, isso tem uma força maior.”

Os representantes do Estado, disse Atoji, trouxeram “a visão do Estado enquanto criador e executor de política pública”. Participaram Carlos Weis, da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Emmanuel Pellegrini, do Ministério Público Federal (MPF), e Raiana Falcão, do Ministério dos Direitos Humanos (MDH) e coordenadora-geral do Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores Sociais e Ambientalistas.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA E ACESSE OS LINK COMPLEMENTARES AQUI

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Viu isso? Curso gratuito sobre análise de dados na cobertura das eleições


(Conteúdo transcrito do Knight Center)

Mais de 140 milhões de brasileiros vão às urnas este ano eleger seus representantes. Jornalistas que souberem analisar dados dos candidatos e dos resultados dos pleitos, pesquisas de intenção de votos e enxergar o que desperta o interesse do eleitorado vão sair na frente na cobertura. Para ajudar neste desafio, o Centro Knight para o Jornalismo nas Américas e a Associação Nacional dos Jornais (ANJ), em parceria com a Google News Initiative, lançam o curso online gratuito "Como cobrir eleições sem errar: dados e pesquisas para entender o eleitor".

O curso reunirá grandes especialistas no tema, sob a coordenação de José Roberto de Toledo, editor da revista Piauí que leva no currículo a cobertura das últimas 17 eleições. Além dele, os alunos contarão com a experiência de Keila Guimarães, editora de dados do Google News Lab, Cláudio Weber Abramo, co-fundador da Dados.org e ex-diretor-executivo da Transparência Brasil, e Daniel Bramatti, presidente da Abraji e editor do Estadão Dados.

VEJA MAIS, CLIQUE AQUI

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Se você leu jornal, viu TV, ouviu rádio ou acessou a internet, é grande a chance de alguém ter lhe passado uma notícia falsa ou deliberadamente incompleta. Seja um checador. Curso de fact-checking (não exclusivo para jornalistas) ensina o cidadão a pegar na mentira instituições públicas, privadas, políticos, empresários, a mídia em geral e as redes sociais...


Com o apoio do Google, o Centro Knight para o Jornalismo nas Américas promove o curso online gratuito "Fact-Checking: a ferramenta para combater notícias falsas", ministrado por Cristina Tardáguila, fundadora e diretora da Agência Lupa. O curso é totalmente online e dura quatro semanas, de 5 de junho a 2 de julho de 2017. Inscrições já abertas. No programa, as técnicas e metodologias por trás do fact-checking, os bastidores de alguns dos trabalhos de maior repercussão da agência Lupa e exercícios práticos.

O curso, que não é exclusivo para jornalistas, está aberto para qualquer cidadão que tenha interesse em checar a informação que consome nas várias plataformas, desde as mídias impressa e digital, ao Rádio, à TV e redes sociais. Um fast-checking abrangente e ampliado, que alcance todos os meios, é um instrumento que está ao lado da liberdade de expressão e da confiabilidade dos veículos corporativos e independentes..

Mais detalhes na página http://journalismcourses.org/FC0517.html


sábado, 8 de abril de 2017

A reinvenção do New York Times


por Teresa Mioli (para o Centro Knight)

O Centro Knight publicou o novo livro eletrônico em espanhol "A reinvençao do The New York Times: Como a ‘dama cinza’ do jornalismo está se adaptando (com êxito) à era móvel", do jornalista catalão Ismael Nafría.

A partir da análise da disrupção da indústria informativa após o surgimento da revolução digital,  Nafría examina a reinvenção do Times durante os últimos 20 anos. A meta: descobrir lições úteis para outros meios, "independente de seu tamanho ou localização".

“A transformação vivida – e que no entanto continua a acontecer – pelo The New York Times é um dos processos de reinvenção mais proeminentes ocorridos na história da indústria jornalística. O produto jornalístico, o modelo de negócios, a relação com os leitores e anunciantes, a maneira de trabalhar, a configuração da equipe, tudo mudou", escreveu Nafría. “Apenas uma coisa se manteve invariável durante todo esse tempo: a inequívoca vontade da empresa editora de apostar a todo momento no jornalismo e na informação da mais alta qualidade possível como base principal do seu negócio".

O livro, dividido em quatro partes, começa com textos concisos e resumos visuais sobre a inovação e a transformação do Times, incluindo dez conclusões e lições sobre a reinvenção digital do jornal.

Na segunda parte, Nafría faz uma crônica das “duas décadas de reinvenção digital” no Times, desde o lançamento do @times no America Online em 1994 até 2017, quando as edições impressa e digital do Times acumularam mais de três milhões de assinantes.

Na terceira seção, Nafría foca em projetos digitais específicos desenvolvidos pelo Times nos últimos anos, incluindo o NYT Beta e as numerosas newsletters produzidas pela publicação. Finalmente, a quarta parte analisa as outras fontes de receita do The New York Times, entre elas a organização de eventos ao vivo e conferências, assim como as viagens educativas.

“Eu acredito que este livro pode interessar a diferentes públicos. Por um lado, qualquer pessoa relacionada ao negócio dos jornais: o caso do Times oferece lições que podem ajudar.  A primeira parte do livro foi especialmente desenvolvida para eles", disse Nafría ao Centro Knight. “Por outro lado, aqueles que gostam, têm interesse ou sentem curiosidade em saber mais sobre o The New York Times encontrarão muita informação neste livro”.

Ismael Nafría (Foto de cortesia)
O autor acrescentou que o livro pode ser lido facilmente por partes, em função dos temas que mais interessam cada leitor.

“Espero –como aconteceu comigo- que os amantes do bom jornalismo descubram o grande trabalho que o Times realiza. O livro está repleto de links que permitem ampliar a informação ou consultar os trabalhos jornalísticos mencionados”, adicionou Nafría.

Consultor, editor e diretor de meios durante os últimos 30 anos, Nafría escreve do ponto de vista de um consumidor de notícias, um consultor da indústria, de um estudante permanente das inovações jornalísticas e de um .

O livro traz ainda visualizações de dados minuciosamente compilados por Nafría, depois de buscar entre montanhas de informação sobre o jornal referência dos Estados Unidos.

O autor disse que, durante este processo, uma das coisas que mais lhe chamou a atenção foi a profunda vontade de mudança, de transformação e de adaptação aos novos tempos que se pode notar em toda a organização". Apesar dessa aceitação da mudanla, Nafría assinala que o jornal mantém a todo momento "um compromisso inquebrantável com o jornalismo de qualidade".

“Fiquei surpreendido de maneira positiva pelo grau de transparência e vontade de se explicar que pode ser visto em algumas iniciativas do jornal, ainda que às vezes pode parecer o contrário", disse Nafría. “Se você sabe como procurar e tem paciência, você pode descobrir muitas coisas sobre o Times, e creio que o livro é uma prova disto”.

O professor Rosental Alves, diretor do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, destacou o otimismo do livro de Nafría sobre o futuro, tanto do Times quanto do jornalismo como um todo.

“La reinvención de The New York Times serve para renovar nossa esperança de que as companhias jornalísticas tradicionais podem sobreviver e prosperar em um novo mundo que emerge da revolução digital. Mas também têm que compreender as enormes dimensões das mudanças que estão ocorrendo no mundo, para logo tratarem de se reinventar e se reposicionar", escreveu Alves no prólogo do livro de Nafría. “O exemplo do que se passou com o The New York Times, analisado de forma sem precedentes neste livro, será de grande ajuda para quem se interessa em ajudar os jornais na difícil transição que eles têm que fazer".

Nafría teve a ideia do livro em 2013, e trabalhou nele a fundo desde setembro de 2016, quando iniciou sua estância no Centro Knight para o Jornalismo nas Américas da Universidade do Texas em Austin como jornalista residente.

“Decidi escrever este livro porque me parecia ser muito útil para toda a indústria jornalística -que atravessa uma crise muito importante de modelo de negócio- entender realmente o esforço de transformação que o Times estava realizando”, disse Nafría. “Eu tenho vivido estes problemas diretamente, dentro da indústria, e tenho tentado extrair lições do caso do NYT que possam ajudar outros meios".

O autor no edificio do The New York Times em Manhattan (Foto de cortesia)
Nafría trabalhou previamente como diretor de inovação digital e diretor de conteúdos digitais do Grupo Godó, na Espanha, e como subdiretor de conteúdos da Prisacom. De 1999 a 2005 ele escrevia a coluna semanal “La Crónica” no La Vanguardia Digital, onde foi redator chefe durante dois anos.

Este é o quarto livro de Ismael Nafría. O autor já publicou “Internet es útil” (2008), “Web 2.0. El usuario, el nuevo rey de Internet” (2007) e “Sr. Director: Les millors cartes dels lectors de La Vanguardia”.

Durante o período na Universidade do Texas em Austin, como jornalista em residência, Nafría organizou palestras, participou de conferências e ajudou a organizar e editar uma série especial sobre inovação digital no jornalismo latinoamericano para o blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight. Ele também mantém um blog sobre jornalismo digital.

“La reinvención de The New York Times: Cómo la ‘dama gris’ del periodismo se está adaptando (con éxito) a la era móvil” está disponível gratuitamente em formato digital no site do Centro Knight e na página de Nafría. Também se pode adquirir cópias impressas do livro na Amazon.

O Centro Knight para o Jornalismo nas Américas publica livros eletrônicos gratuitos em espanhol, inglês e português desde 2007. Recentemente, o Centro publicou o livro do jornalista brasileiro Ricardo Gandour "A New Information Environment". Outros títulos de sucesso incluem “Cómo escribir para la web”, de Guillermo Franco, e “Herramientas Digitales para Periodistas”, de Sandra Crucianelli.

CÓPIAS FÍSICAS DO LIVRO PODEM SER ADQUIRIDAS NA AMAZON. UMA CÓPIA EM PDF, EM ESPANHOL, ESTÁ DISPONÍVEL AQUI

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Oportunidade: curso gratuito de jornalismo de dados no Knight Center



O Knight Center está lançando um novo curso online sobre jornalismo de dados. As inscrições estão abertas e as aulas serão ministradas pelos professores Alberto Cairo e Heather Krause. Serão seis semanas de curso, de 16 de janeiro a 26 de fevereiro de 2017, onde jornalistas serão treinados a encontrar dados, como baixá-los e como analisá-los. A web não é apenas um fabuloso manancial de informações que podem enriquecer uma reportagem mas uma inestimável fonte de pautas e uma plataforma hoje indispensável ao jornalismo investigativo, com os dados digitais fornecendo os caminhos que levam aos personagens reais de uma história. O jornalismo de dados é uma das especializações em alta nas redações.
Leia mais detalhes sobre o curso, clique AQUI. 

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

México, em sexto, e Brasil, em nono, estão na relação de países com maior impunidade em crimes contra jornalistas, segundo o Comitê para proteção dos Jornalistas (CPJ). Grupos radicais islâmicos da Somália, Iraque, Síria, Filipinas e Sudão lideram a lista

Capa do informe sobre o índice Global de Impunidade

por Silvia Higuera/ME (para o blog Jornalismo nas Américas)

Pelo segundo ano consecutivo, México e Brasil são os únicos países da América Latina que fazem parte do Índice Global de Impunidade do Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ), cuja edição de 2016 foi publicada em 27 de outubro.

Esse índice, que classifica os países onde os jornalistas são assassinados e “os responsáveis pelos crimes ficam impunes”, é publicado pelo CPJ todo ano no Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas que se celebra no dia 2 de novembro.

Para o índice, o CPJ conta o número de assassinatos não solucionados de jornalistas, em um período de dez anos, como uma porcentagem em relação à população do país.

Dos 13 países que fazem parte do índice este ano, o México ocupa o sexto lugar e o Brasil, o nono. Ambos os países subiram duas posições no índice, isto é, a situação nesses locais piorou.

“A violência que o crime organizado e funcionários locais perpetraram contra os jornalistas permitiu que a impunidade aumentasse na América Latina, e Brasil e México subiram duas posições no índice deste ano”, disse Carlos Lauría, coordenador sênior do programa das Américas do CPJ, ao Centro Knight. “Mas algumas das mais elevadas taxas de impunidade do assassinato de jornalistas [no mundo] podem ser atribuídas aos assassinatos perpetrados por grupos radicais islâmicos”.

Assim como explica Lauría, ainda que neste ano o CPJ tenha concluído que os índices mais altos de impunidade são de assassinatos cometidos por grupos radicais islâmicos, também descobriu que “funcionários e grupos criminosos locais assassinam com frequência os jornalistas, como represália por seu trabalho de informação, sem ter que enfrentar a justiça”, como ocorre no México, Brasil, Filipinas e Rússia.

A impunidade nos assassinatos de jornalistas incentiva potenciais assassinos e obriga os meios de comunicação a trabalharem em um clima de medo, que por sua vez restringe as informações disponíveis para o público", disse Elisabeth Witchel, autora do relatório e consultora do CPJ para a Campanha Global contra a Impunidade, em comunicado da organização. "Os Estados precisam resolver urgentemente esta situação com mecanismos robustos para proteger, investigar e reprimir quando jornalistas são ameaçados ou atacados."

De acordo com o CPJ, 21 jornalistas foram assassinados com “total impunidade” no México na última década. As vítimas eram jornalistas locais que cobriam temas relacionados com o crime organizado e a corrupção em estados dominados por grupos de narcotraficantes. Os responsáveis por esses crimes, segundo o CPJ, são os próprios grupos de criminosos.

O caso emblemático do México, para o CPJ, é o do fotógrafo Rubén Espinosa assassinado em agosto de 2015 na Cidade do México. Espinosa havia chegado à cidade fugindo do Estado de Veracruz após ter recebido ameaças. O fotógrafo foi encontrado morto em seu apartamento com outras quatro mulheres. Todos tinham um disparo na cabeça e marcas de tortura.

Ainda que o CPJ destaque como um avanço a prisão de três pessoas envolvidas no crime, também lembra que vários jornalistas questionaram a forma que a investigação foi realizada.

Além disso, considera como um retrocesso no México o fato de que, apesar das autoridades terem adotado em 2013 uma lei que dá maior jurisdição a autoridades federais para investigar crimes cometidos contra a liberdade de expressão, "ninguém foi processado por este mecanismo e pelo menos oito jornalistas foram assassinados por seu trabalho desde então”.

O México, assim como outros sete países do índice, estiveram presentes na lista todos os anos desde 2008, quando foi lançada, “o que indica quão arraigada está a impunidade em alguns países”.

No caso do Brasil,15 jornalistas foram assassinados na última década "com total impunidade”. Os responsáveis são funcionários dos governos e grupos criminosos, segundo o CPJ. As vítimas cobriam política e corrupção em cidades no interior do país.

No entanto, o CPJ cita como avanço que o Brasil condenou suspeitos em seis casos de homicídios de jornalistas nos últimos três anos, “mais do que nenhum outro país onde o CPJ tenha documentado” esses assassinatos. Acrescenta, no entanto, que somente em um deles foi alcançada a justiça plena.

Editor João Miranda do Carmo assassinado em Goiás: ele
denunciava tráfico de drogas e envolvimento de políticos
em esquemas de corrupção.
Reprodução Facebook 
O assassinato do editor João Miranda do Carmo, nos arredores da sua casa, em julho de 2016 foi escolhido como caso emblemático pelo CPJ. Carmo era conhecido pelas suas críticas a funcionários locais e tinha sido ameaçado em pelo menos em duas ocasiões – em uma delas, seu carro foi queimado. As ameaças foram denunciadas na polícia.

O CPJ afirmou que em mais da metade dos homicídios analisados no Brasil as vítimas tinham denunciado anteriormente ameaças que receberam.

Como um ponto positivo em geral, o CPJ ressalta que os países que aparecem no índice, com a exceção de três, participaram do mecanismo de prestação de contas sobre a impunidade da Unesco “que solicita informação sobre o estado das investigações dos assassinatos a jornalistas para o relatório bienal sobre segurança dos jornalistas da agência da ONU”.

Para a análise deste ano foram levados em conta os homicídios de jornalistas ocorridos entre 1 de setembro de 2006 e 31 de agosto de 2016. O relatório também inclui uma tabela com estatísticas e as classificações de cada país que faz parte do índice.


VEJA A MATÉRIA E O RELATÓRIO NO SITE DO KNIGHT CENTER, CLIQUE AQUI

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Jornalismo Empreendedor: curso online gratuito em espanhol sobre como rentabilizar e gerenciar mídia digital

(do Knight Center) 

Confrontados com a crise na indústria de jornalismo tradicional e graças às facilidades oferecidas pelas tecnologias digitais, novos meios de comunicação proliferam na Internet. No entanto, jornalistas empreendedores enfrentam muitas dificuldades em seus esforços para alcançar a sustentabilidade financeira dos seus meios digitais.

Precisamente, com o objetivo de ajudar todos os empresários da região a resolver este problema, o Centro Knight para o Jornalismo nas Américas e a SembraMedia oferecem o curso online em espanhol " Jornalismo Empreendedor: como rentabilizar, promover e gerenciar mídia digital".



Clique aqui para saber mais sobre o curso e se registrar.

Este MOOC será ministrado em espanhol (Curso Online Massivo e Aberto, por sua sigla em Inglês), e terá a duração de quatro semanas, não tendo atividades ao vivo. Cada estudante pode acessar os materiais nos dias e horas mais convenientes, dentro do período de duração do curso. O curso "Jornalismo Empresarial: como rentabilizar, promover e gerenciar mídia digital" será ministrado por Janine Warner, James Breiner e Mijal Iastrebner de 17 de outubro a 13 de novembro de 2016.

O programa é projetado para ensinar habilidades práticas para pessoas que estão criando, pensando em criar ou já lançaram projetos de jornalismo digital. O curso dará ênfase especial aos seguintes pontos:

Como desenvolver diferentes fontes de renda que incluem vários níveis de publicidade, patrocínio, filiação, e muito mais.
A importância da diversificação das fontes de renda.
Como criar, medir e estudar tanto o público como a concorrência.
Como inovar em suas métricas.
Como criar e gerir uma equipe.
Como preparar um orçamento e gerenciar o fluxo de caixa de uma empresa.
E como promover a sua ideia.

Fonte; Knight Center

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sexta-feira, 10 de junho de 2016

Do Knight Center: WhatsApp cancela contas do jornal Extra

Fábio Gusmão, editor on line do Extra.
Foto reproduzida do Knight Center
por Heloisa Aruth Sturm (do Knight Center) 

O jornal Extra, do Rio de Janeiro, é conhecido internacionalmente como um pioneiro no uso de plataformas digitais de messagens, principalmente o WhatsApp, em sua comunicação  com milhares de leitores. Mais de 70 mil usuários do WhatsApp e leitores do Extra, no entanto, foram prejudicados pelo súbito cancelamento de contas do jornal porque os robots da plataforma de mensagens as identificam como possível spam, de acordo com o jornal.

Há duas semanas, a conta usada pelo jornal foi bloqueada pela quarta vez e, nesta segunda-feira, 6, o novo número divulgado há apenas quatro dias foi banido pelo aplicativo, afirmou Fábio Gusmão, editor online do Extra, em entrevista ao blog do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas.
“O mais triste é que quando tem bloqueio por algum juiz, o CEO do WhatsApp faz um discurso liberátrio dizendo que são 100 milhões de brasileiros punidos. Mas e os meus 70 mil que são cadastrados e nos procuram? E as pessoas que estão agora neste momento sofrendo com abuso policial e nao têm canal pra falar com a gente?”, afirmou Gusmão.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO SITE DO KNIGHT CENTER, CLIQUE AQUI


Atualização em 11/6 - O Extra informou ontem à tarde que sua conta no WhatsApp foi desbloqueada. Os leitores já podem voltar a enviar fotos, vídeos e áudios.