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sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

ACONTECEU, FILMOU... DEPUTADA É VÍTIMA DE ASSÉDIO SEXUAL EM SESSÃO NADA NOBRE...


Faltava a disseminação de câmeras para a humanidade ser desvendada ou revelada. Câmeras de segurança e câmeras de celulares estão reescrevendo comportamentos. Para pior, com maior frequência, diante de tantas cenas degradantes que nos chegam via redes sociais e para melhor, quando os vídeos mostram dignidade, coragem, honestidade, solidariedade. 

As câmeras fazem, afinal, uma ultrassonografia útil e social e exibem os sociopatas em ação. É bom que eles se revelem. Melhor vê-los do que desconhecê-los. 

É estarrecedor o vídeo que circula desde ontem na internet e nos veículos jornalísticos. Durante uma sessão da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, um deputado abusador cola o corpo ostensivamente em uma deputada, toca-lhe o seio e aproxima o rosto do pescoço da mulher. Antes, parece avisar a um colega sobre o que iria fazer, e este, aparentemente, tenta impedir a investida. A jovem assediada é a deputada do PSOL Isa Penna. O importunador sexual é o deputado Fernando Cury, do Cidadania. Entre os colegas, já apareceram desclassificados que o defendem, talvez por acharem normal atacar as mulheres que começam a conquistar espaços que lhes pertencem e que o machismo estrutural lhes negava. Ou, talvez, por serem filhos de chocadeira, não têm filhas, irmãs, mães, esposas... 

A deputada Isa Penna contou à CNN Brasil que há outros casos de assédio na ALESP, a diferença é que este foi filmado. Deputadas também são importunadas em Brasília. Há muitos relatos de jornalistas que são assediadas por políticos vulgares no centro do poder. 

O crime cometido contra Isa Penna será apurado por comissões de ética. Espera-se que o importunador seja punido e que nenhum deputado apresente uma resolução para retirar as câmeras do plenário. Tirar o sofá da sala é, às vezes, a solução ditada pelo corporativismo.

VEJA O VÍDEO. É UMA CENA ABSURDA E GROSSEIRAMENTE REAL, AQUI

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Fotografia - Morreu ontem o último personagem da famosa e polêmica foto "The Kiss"

Na foto da capa da Life,  de Alfred Eisenstaedt, a enfermeira Greta Zimmerman aparece já rendida ao beijo do marinheiro George Mendonsa. . 


Em quadro anterior, a foto de Eisenstaedt mostra que Greta Zimmerman tenta resistir ao mata-leão de Mendonsa. 
por Ed Sá 

No último domingo, morreu o ex-marinheiro George Mendonsa, aos 95 anos, o último dos três personagens envolvidos em uma das mais famosas fotos da Segunda Guerra, celebrizada como "The Kiss".

O fotógrafo Alfred Eisenstaedt faleceu em 1995, aos 96 anos. A mulher, a enfermeira Greta Zimmer Friedman, morreu em 2016, aos 92 anos. Em comum, a longevidade, o trio passou dos noventa, e a polêmica.

A foto foi feita no dia 14 de agosto de 1945, quando o Japão anunciava sua rendição e a multidão comemorava a vitória na Times Square em Nova York. Eisenstaedt fazia a cobertura para a Life quando Mendonsa agarrou Greta, praticamente deu-lhe um mata-leão e tascou um longo beijo registrado em uma sequência de fotos na qual vê-se que ela tenta escapar, mas acaba se rendendo ao marujo parrudo.

Era um dia feliz e a mídia preferiu apenas o suposto e ocasional romantismo da cena. A Life colocou na capa a foto em que a enfermeira aparece sem reação, como se estivesse inebriada. Em fotograma anterior ela leva a mão ao pescoço do rapaz mas não tem força para afastá-lo.

O casal só voltou a se encontrar 67 anos depois durante uma entrevista para a CBS.

Hoje, em tempos de "não é não", a foto seria um símbolo de assédio sexual.

Foto Sarasota Police Department

ATUALIZAÇÃO EM 24/2/2019 - Uma estátua inspirada na foto de Alfred Einsenstaed foi vandalizda em Sarasota, na Flórida, dias depois da morte do ex-marinheiro George Mendonsa. Ativistas do movimento Me Too, que denúncia casos de assédio sexual, gravaram em tinta um protesto contra o beijo forçado em Greta Zimmer.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

O ator David Schwimmer mostra em série baseada em histórias reais que o assédio sexual pode ser sutil, mas não deixa de ser assédio...


David Schwimmer produziu seis vídeos curtos sobre assédio sexual em ambientes profissionais. A edição da Esquire, de abril, publica uma entrevista com ator e mostra dois episódios ("O chefe" e "O médico") de "That’s Harassment". São situações baseadas em histórias reais que deixam claro que o assédio não necessariamente é grosseiro, vulgar, pode ser sutil, encoberto por uma falsa capa de delicadeza, disfarçado por amabilidades e nem por isso deixa de ser opressivo ou fruto de uma condenável demonstração de poder a partir do momento em que a mulher diz "Não!".
Veja os dois vídeos e uma entrevista com David Schwimmer no site da Esquire, Clique AQUI

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Jornalismo investigativo - Repórteres disfarçadas se infiltram em festa beneficente onde o assédio sexual é "liberado".


Reprodução Financial Times
Até aqui, a mídia dedicou espaço e páginas às denúncias de assédio sexual. A partir delas, de Hollywood ao Rio de Janeiro, de Paris a Londres, depoimentos foram colhidos, psicólogos foram ouvidos e os RHs da empresas passaram a se preocupar com o assunto e até a criar códigos de conduta para prevenir comportamentos inadequados entre seus funcionários.

Para o Financial Times, pelo menos, essa fase passou. O jornal britânico incluiu o assédio sexual entre as pautas do seu núcleo de jornalismo investigativo.

Embora especializado em economia, uma das suas matérias mais destacadas, hoje, denuncia grandes empresários londrinos, alguns ligados à prefeitura da cidade, de promoverem um leilão beneficente black tie  - uma tradição de 33 anos -, onde o assédio sexual teria corrido solto. Isso apesar do programa impresso distribuído aos participantes pedir que não assediassem sexualmente o distinto público ou a equipe do evento. Fazia sentido. Apenas homens foram admitidos no leilão, mas a exceção era o problema: belas recepcionistas contratadas, várias delas jovens universitárias que tentavam anabolizar a renda mensal. Os lotes em leilão incluíam, entre outros, uma noite em um clube de strip tease e bônus de cirurgia plástica, com o apelo nada sutil de "Adicione tempero à sua esposa". As recepcionistas eram informadas de que os homens poderiam ser "irritantes", mas que trabalhariam em um lugar "inteligente e sexy". Elas deveria usar sapatos pretos, roupas íntimas pretas, cabelos e maquiagem impecáveis. A produção do evento forneceria os vestidos. Entre o grupo que topou o serviço  - ser alta, magra e bonita eram pré-condições  - havia advogadas em busca de contatos, executivas de marketing, dançarinas e modelos.

Agora, a polêmica jornalística: o Financial Times infiltrou duas repórteres disfarçadas entre as hostess para tentar registrar o bundalelê de assédio explícitos. Ao lado da repercussão da matéria, o método investigativo também virou motivo de discussão entre comunicólogos. Insistência em pegar nas mãos das recepcionistas, convites para uma visitinha ao quarto do hotel eram comuns na noitada chique, No clima de consumo de vodca, uísque, o passo seguinte era puxar as jovens para o colo. Uma das meninas contratadas queixou-se de abuso quando precisava ir às mesas e lhe passavam a mão na bunda e nas pernas, outra contou às repórteres que um alto executivo havia lhe mostrado o pênis. Uma das garotas defendeu os empresários e alegou que eles apenas "flertavam" sem maires consequências. Além disso, o staff feminino era incentivado a interagir com os convidados. Pelo menos uma delas, definiu a noite como "divertida", com a vantagem de poder beber no emprego. De uma hostess, as jornalistas ouviram um desabafo: "Não acredito que estou aqui de novo" - e confessou que era a quinta vez que ela participava da festa exclusivamente por precisar de dinheiro.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Memórias da redação: quando o assédio não atendia por esse nome

por José Esmeraldo Gonçalves 

Assédio sexual está na pauta. Nos jornais, nas revistas, na mídia digital, nas redes sociais, no rádio,  na TV, na mesa de jantar, no botequim.

Em meio à onda de denúncias na indústria do entretenimento americano, o manifesto das francesas trouxe à superfície a discussão sobre o suposto tom inquisitorial do movimento e atribuiu o que chamou de "exageros" à cultura puritana da terra do Tio Trump.

O documento pôs mais combustível no incêndio.

O "teste do sofá"

As mulheres brasileiras se manifestam nas redes sociais desde que a repercussão do caso do ator José Meyer, denunciado por uma figurinista, quebrou silêncios e provocou milhares de posts na linha do "me too" ("eu também").

Embora o "teste do sofá" seja uma antiga metáfora do poder masculino no mundo do entretenimento nacional, José Meyer parece permanecer até aqui, quase solitário, como o "assediador número 1" do Brasil, pelo menos no ambiente das celebridades. Muitas atrizes deram depoimentos genéricos, tornaram públicas experiências que gostariam de esquecer, mas quase todas preservaram nomes, bem ao contrário do tsunami moral americano que expõe o presente e o passado de Hollywood.

Falta alguém, ou alguéns, ao lado do Zé Meyer?

Revisionismo sexual 

O fato é que 50 anos depois da renovação de valores que Maio de 68 simbolizou está em curso o maior revisionismo sexual do comportamento desde a chegada da pílula anticoncepcional e do amor livre que as farmácias ajudaram a prosperar. Mas o assunto, aqui, é abordado como uma superficial "memória das redações" e não como tese sociológica, coisa que os especialistas já estão tratando.

Papo de botequim

Uma mesa de jornalistas em um botequim, na semana passada, levantou a pergunta que ronda a polêmica. E o assédio sexual nas redações?  Nesse campo afeito ao blog poucos casos vieram a público. O mais rumoroso talvez tenha sido de um editor do JB que, no fim dos anos 1970, manuseou os seios de uma recepcionista. O jornalista foi apelidado de "o amigo do peito" - e a jovem foi demitida.

Nas revistas, se é lenda ou verdade, sabe-se lá, dizia-se que o caminho de algumas modelos fotográficas iniciantes rumo a matérias de capa passava pela cama do diretor. Conta o folclore que outros, sem poder para determinar capas, faziam testes de produção fotográfica com aspirantes a modelos a pretexto de arquivar material no banco de imagens da Bloch "para uso futuro". Algumas produções até eram aproveitadas pelos editores, outras não tinham chance, se esgotavam no test drive.

Sem o rastilho da rede social, a maioria dos casos era comentada na rádio corredor e ficava por isso mesmo. A tendência das direções das empresas era considerar o assédio, isso quando tomavam conhecimento, uma "questão pessoal" dos envolvidos. Até os anos 1980, a prática de assédios moral e sexual ainda não se transformara em questão trabalhista e as corporações preferiam fingir que não era com elas.

"Estagiárias da PUC"

Nos anos 1960, jornalismo do tipo hard news era uma atividade majoritariamente masculina. As mulheres já estavam presentes em revistas femininas e nos suplementos dos jornais, mas eram minoria nas demais editorias. Na virada para os 70, as escolas de comunicação começaram a lançar no mercado as "estagiárias da PUC", como Nelson Rodrigues denominava nas suas crônicas as meninas que quebravam barreiras e conquistavam espaço nas redações. Nelson tentava depreciá-las com o apelido jocoso, mas elas nada tinham de ingênuas, eram talentosas e não pareciam indefesas naquele clube do Bolinha.

Meninas poderosas

Um dia algum comunicólogo vai reconhecer que muitas repórteres daquela geração revigoraram o jornalismo em uma época difícil para a mídia em geral e, na sequência, fizeram carreiras brilhantes e importantes.

E, sim, eram novidades, eram jovens, bonitas e impulsionavam a tensão dos megawatts nos fechamentos.

Havia a paquera, o termo da época, que se fosse insistente importunava quem dizia não. Certamente, aconteciam situações constrangedoras tão mais lamentáveis na mesma proporção da falta de educação do interessado, mas a rádio corredor não registrava ou não chegava a captar situações de uso de violência. E havia os casos de consentimento. Muitas dessas relações legítimas e naturais em um ambiente que, no caso da extinta Bloch, juntava centenas de homens e mulheres até viraram casamentos. Nos anos 70, apenas na Fatos & Fotos e em um espaço de menos de dois anos, aconteceram quatro casamentos. Os filhos e netos desses pares estão aí para confirmar. E a F&F nem tinha assim uma reportagem e uma redação tão numerosas.

Condução coercitiva 

Não se trata de analisar aqui o que acontece hoje. Culturas, comportamentos e tempos são outros. Quem viveu aqueles primórdios pode constatar que muitas daquelas meninas assediadas foram capazes de dizer nãos. O que não implica em desqualificar as atuais denúncias e as histórias pessoais de cada mulher.

Um não que aconteceu na Bloch. Uma repórter foi convidada para jantar e, após o encontro, o colega lhe deu carona para casa, No meio do caminho, sem avisar, o cara mudou a rota e subiu a rampa de um motel. Uma típica condução coercitiva. A repórter reagiu, ameaçou fazer um escândalo. Só assim o rapaz percebeu que o motel não estava necessariamente incluído no jantar. E aprendeu que não é não!

Ou o case da repórter que durante uma viagem foi cantada por um fotógrafo que, nessas ocasiões, arriscava um enfoque mais romântico. Ele, que tinha fama de bem dotado, ouviu um não e voltou resignado para o seu quarto. Não sem antes vaticinar: "você não sabe o que está perdendo, garotona". Os dois, aliás, permaneceram amigos a vida inteira.

Em sentido contrário, a Bloch teve uma repórter em meados dos ano 60 que de tão liberada incorporava uma Simone de Beauvoir e assediava os rapazes, geralmente com sucesso. Poucos anos depois, foi para a TV, ficou famosa, mas não perdeu o jeito.

Paredão

Um episódio mais agressivo, fora da Bloch, foi o de uma repórter assediada por um editor que a empurrou contra uma parede em um final de fechamento e com a redação quase deserta. Mesmo assim, ela conseguiu escapar. Era colaboradora e desligou-se da revista. O editor não sofreu qualquer consequência.

Mulheres que cobrem o Congresso Nacional já revelaram em entrevistas que é preciso muito jogo de cintura para fugir do assédio de algumas das suas excelências. Monica Iozzi, ex-repórter do CQC,  relatou o que sofreu. Em geral, o silêncio ainda impera naquele terreno.

Um episódio público recente foi o da repórter Giulia Pereira, que foi assediada pelo cantor MC Biel. Ela levou o caso à Justiça, mas acabou demitida pelo portal IG, onde trabalhava. Já a youtuber Carol Moreira foi assediada ao vivo durante uma entrevista com o ator Vin Diesel. Repórter do Warner Channel, ela registrou seu desconforto na rede social, recebeu apoio e não perdeu o emprego. O ator divulgou depois um pedido de desculpas.

Predadores existiam, mas eram minoria

Não há dúvidas de que alguns chefes em posição de poder fizeram estragos, embora fossem exceções. Que não fique a impressão de que as antigas redações eram reduto de canalhas.

A maioria era do bem, estava em outro nível, sabia chegar sem atropelar. E nem teriam qualquer chance se assim não agissem. Intuíam que as mulheres há muito já não eram o "sexo frágil".

"Sexo frágil" não colocaria nas ruas a revolução feminista que elas praticaram no século passado.

O tema aqui foi o assédio, mas é bom não generalizar: havia vida inteligente e não só machismo e predadores nas antigas redações.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Aplicativo de consentimento pode acabar com riscos de assédio sexual

por Ed Sá

Inspirada em um episódio do seriado Black Mirror, a empresa holandesa LegalThings está desenvolvendo um aplicativo que vai facilitar o contato entre eventuais futuros parceiros, ou não, sem que um dos dois corra o risco de ser acusado de assédio sexual.

Em teoria, o recurso tornará mais claro o jogo de sinais de Ok ou de Não.

Com um simples toque, as coisas se esclarecem em torno do consentimento ou da negação sexual validando manifestações que, no quadro atual das relações, podem ser sutis demais. Um contato visual, uma mão no ombro, um elogio casual, um 'não' acompanhado de um leve sorriso abrem ou fecham o sinal?

O aplicativo pode ser usado no trabalho ou no lazer e permite aos usuários avançarem por fases. Além disso, funciona como uma espécie de contrato. E fica tudo registrado na nuvem como uma garantia contra falsas acusações. A qualquer momento qualquer um dos parceiros pode retirar seu consentimento, até mesmo durante o ato sexual.

O celular tem que ficar por perto, o app funciona como uma espécie de Whatsapp.

O projeto é polêmico e recebe críticas. Especialistas em comportamento afirmam que, a julgar pelo momento, o futuro do sexo seguro vai exigir esse tipo de tecnologia.

Pois é, sexo vai depender de uma boa conexão. Não aquela que você está pensando. A da internet mesmo.


quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Robótica: as androides já chegaram e dão até entrevista...

Reprodução
por Ed Sá
O cinema já mostrou muitos robôs a serviço do homem. Geralmente eram mordomos, secretários ou aventureiros como os simpáticos R2d2 ou C-3PO de StarWars. Mas isso era ficção. Na real, os robôs humanoides que estão no mercado e cada vez mais evoluídos são as bonecas sexuais inteligentes. Você só não se deparou com uma dessas no quarto do seu sobrinho nerd porque o preço ainda é proibitivo: os modelos mais sofisticados custam em torno de 20 a 30 mil reais dependendo da configuração e dos requisitos que o freguês desejar. Não por acaso, os maiores compradores estão nos países desenvolvidos, pela ordem, Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e França.
Elas demonstram emoções, têm um vocabulário básico (algumas conversam fluentemente e guardam milhares de frases no HD), sensores em zonas erógenas e foram esteticamente aperfeiçoadas (esqueça aqueles jurássicos modelos infláveis que só motivavam presidiários nas solitárias de Alcatraz).
O mercado está em alta com a evolução da robótica e da nanotecnologia, mas o que impulsiona a indústria é o modo de vida atual, com menos oportunidades de convivência social. Os marqueteiros da nova indústria partem para a provocação e adicionam um novo quesito nessa análise: bonecas não fazem denúncia de assédio sexual. Isso não envolve qualquer crítica às mulheres que defendem seu direito de dizer não e reagem aos importunadores, mas é um novo dado mercadológico em avaliação pelos fabricantes. A tendência é que muitos homens, principalmente aqueles sem ficha corrida de assédios e conscientes dos novos comportamentos, redobrem a cautela e evitem abordagens que corram o risco, mínimo que seja, de serem interpretadas como inapropriadas. Estes se sentirão mais seguros com a imitação tecnológica.
Se serão felizes, o tempo dirá. Mas, com certeza, será difícil esperar que uma androide, por mais aperfeiçoada que seja, inspire um Vinicius de Moraes do futuro. 
VEJA UMA CÔMICA ENTREVISTA COM UMA ANDROIDE. CLIQUE AQUI

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Na capa da Time, o predador sexual de Hollywood...

por Ed Sá 
A polêmica que envolve o mega produtor de Hollywood Harvey Weinstein, 65, é capa da Time dessa semana.

A rumorosa sequência de "testes do sofá" forçados que se concretizaram ou ameaçaram atrizes ao longo de anos é teme que domina a imprensa e os meios digitais americanos.

Um incêndio midiático que supera até o fogo destruidor em curso na Califórnia.

Tanto o sofá quanto o silêncio guardado em torno desse tipo de assédio em Hollywood, e em todos os lugares, são uma tradição machista. Titãs de Hollywood, como Howard Hughes, Darryl F. Zanuck, Alfred Hitchcock etc já foram acusados de obter benefícios sexuais em troca de papeis em filmes ou, em sentido oposto, de ameaçar carreiras de estrelas caso não se submetessem aos seus vestibulares de sacanagens. A novidade é que, de uns tempos para cá, o silêncio virou barulho. Mas é surpreendente que o cala-boca tenha protegido Weinstein por décadas. Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Cara Delevigne, Rose McGowan, Ashley Judd, Rosana Arquette, Heather Graham, Mira Sorvino, Jennifer Lawrence... é longa a lista e envolve estrelas da várias gerações. Gwyneth Paltrow, hoje com 45 anos, foi assediada aos 17 anos. Kate Beckinsale, 44, também era adolescente quando foi atacada pelo produtor. Cara Delevigne e Jennifer Lawrence são da nova geração de Hollywood e já entraram na mira telescópica de Weinstein. As acusações vão de cantadas insistentes a pedidos de massagem, exibicionismo, bolinação, sexo oral e estupro.

Ashley Judd revelou há dois anos, em entrevista à revista Variety, que Weinstein  a assediou nos anos 90. Curiosamente, essa primeira denúncia não se propagou.  Agora, depois que  New Yorker publicou  há três dias acusação feita pela atriz italiana Asia Argento, dezenas de atrizes tornaram públicas suas experiências com o produtor. Ele nega ter forçado situações, diz que foi sexo consentido e alega que não sabe se aproximar de mulheres de "outro jeito". O site TMZ revelou que constava no contrato de trabalho do produtor uma cláusula inusitada que lhe dava uma certa imunidade para praticar assédio sexual. Segundo a norma, ele não poderia ser demitido em função de acusações do tipo desde que pagasse uma indenização para a vítima, caso fosse considerado culpado.
Mesmo assim. Harvey Weinstein, que a Time chama de "predador", foi demitido.

ATUALIZAÇÃO EM 14/10/2017 - Segundo o Huffpost Brasil, o repórter freelancer Ronan Farrow ofereceu a  matéria sobre a prática em cascata de assédio sexual por parte de Harvey Weinstein à NBC News. Executivos da emissora boicotaram a reportagem. Farrow, então, levou o assunto à New Yorker, que detonou a bomba.

domingo, 16 de outubro de 2016

Capa da Time: derretimento de Donald Trump... a continuação



por Jean-Paul Lagarride

A mídia americana tem divulgado uma sequência de depoimentos de mulheres que foram sexualmente atacadas por Donald Trump.

Hoje, divulgam o relato de uma ex-participante do programa O Aprendiz, que ele apresentava na TV.

Segundo ela, Trump forçou um beijou na boca e fez-lhe uma promessa de emprego. Outra mulher, hoje septuagenária, denuncia que foi tão apalpada por Trump que em certo momento achou que o atual candidato à Casa Branca tinha umas oitos mãos, algo como um polvo, tal a capacidade de estar presente em tantas partes do seu corpo no mesmo momento frenético.

Tudo indica que tais revelações podem decretar o naufrágio da candidatura republicana.

Se isso acontecer, o mundo ficará devendo essa às mulheres que Trump assediou.

A revista Time deu há algumas semanas uma capa do Trump derretendo (Meltdown). Não sei se o fato é inédito entre as grandes revistas do mundo, mas a edição dessa semana é ilustrada por uma espécie de continuação da mesma capa.

Na Time Parte II, Trump aparece ainda mais liquefeito (Total Meltdown).

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Chefão do jornalismo assedia âncora que foi miss é é demitido...

A âncora Gretchen Carlson derruba chefão do jornlismo americano
de direita. Reprodução Facebook
por Ed Sá
A Fox News é uma trincheira da direita americana. Assume que seu jornalismo é relativizado pela militância política, que vem sempre em primeiro lugar.
Um dos ideólogos da Fox News, já há duas décadas, é o poderoso Roger Ailes.
Era.
Recentemente foi defenestrado do cargo. Alies concebeu e implementou o canal conservador, desde o início tido como um braço midiático do Partido Republicano e acolheu as bandeiras da direita, do moralismo exacerbada em relação aos costumes à defesa da posse de armas para civis etc. Antes, trabalhou com Nixon, Ronald Reagan e George Bush. Foi ele que incentivou Bush a responder com uma bliztkrieg ao atentado de 11 de setembro. Alies levou a Bush dados que, segundo ele, mostravam que a opinião pública queria sangue imediato como reação aos terroristas.
Roger Ailes deixa o cargo após acusações de assédio sexual. Na verdade, colecionou dezenas de vítimas que o seu poder calou. Até que uma mulher venceu o medo.
Gretchen foi Miss América em 1989. Sua beleza chamou a atenção
do chefão da Fox News, que a assediou. Reprodução Instagram
A mídia americana aponta com responsável por desnudar Ailes a âncora Gretchen Carlson, ex-Miss América.
Ela própria uma espécie de padrão e arquétipo do tipo de jornalista preferido pela Fox News: loura, conservadora, anti-intelectual. Ela denunciou que Ailes começou por elogiar suas pernas e sugerir que usasse roupas justas. A âncora comentou o fato com seu chefe imediato. Ailes, que monitorava telefones e email, soube e apenas passou a dizer que ela não sabia conviver com homens.
Depois disso, a jornalista foi transferida para um programa matinal.
A denúncia de Gretchen Carlson puxou outras. Surgiram acusação de que Ailes, em reuniões, frequentemente pedia a mulheres para se levantar e dar "uma rodadinha" de modo que ele pudesse conferir o "material".
A cultura do medo imposta no canal impedia, então, que Ailes fosse acusado. Funcionários informaram que o chefão mantinha uma arma na gaveta e era paranoico.
Com um iPhone, a âncora assediada ajudou a desmontar o reinado do chefão da Fox.
Ela secretamente gravou cantadas dele. Uma das frases nada sutis: "eu acho que você deveria ter tido uma relação sexual comigo há muito tempo. Dessa forma os problema seriam mais fáceis de resolver".
 A Fox agiu rápido. Como está engajada no apoio a Donald Trump, temeu que o escândalo impactasse sua cobertura da a campanha eleitoral. O canal distribuiu um pedido de desculpas e demitiu o chefão. Diz a mídia americana que Ailes guarda tantos segredos que saiu com uma milionária indenização.
O que não impede que vá trabalhar com Donald Trump caso o republicano chegue à Casa Branca.
Ailes já estaria colaborando informalmente com o comitê de campanha. Tudo a ver.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Repórter que acusa o cantor Biel de assédio sexual dá entrevista exclusiva ao programa do Gugu, na Record, que vai ao ar hoje

A repórter Giulia Pereira se emociona durante a entrevista.
Foto; Reprodução/Rede Record
Hoje, o programa Gugu entrevista com exclusividade a jornalista Giulia Pereira, 21 anos, que acusa o cantor Biel de assédio durante uma entrevista para o IG.
Giulia fez queixa à polícia e dias depois foi demitida pelo portal.
O áudio da entrevista com evidências do suposto assédio foi anexado ao inquérito
A jornalista dá detalhes da "cantada" e responde a críticas que recebeu na web sobre sua postura durante a entrevista que gerou a acusação ao cantor. O programa Gugu via ao ar hoje logo depois do Jornal da Record.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Cantor Biel assedia repórter do portal IG e a revista Todateen tem que explicar às leitoras porque botou o funkeiro na capa...

Revista teve que explicar aos leitores porque pôs na capa
um cantor acusado de assediar uma repórter do IG. Segundo a editora da Todateen, a edição foi fechada
há várias semanas, antes da polêmica.
por Clara S. Britto
Nos últimos dias tem repercutido nas redes sociais uma denúncia de assédio sofrido por uma repórter do portal IG. A jornalista deu queixa à polícia após ter sido alvo de comentários e convites por parte do funkeiro Biel durante uma entrevista. O cantor a chamou de "gostosinha", além de revelar à jornalistas o que gostaria de fazer com ela: "Menina, se eu te pego, te quebro no meio".
Depois de receber milhares de críticas na web (tem também machistas que o defendem), Biel já prova algumas consequências do seu ato. A TV Globo suspendeu convite ao funkeiro para participações em programas, teria retirado da trilha sonora de uma novela um das músicas dele, até que a situação se esclareça totalmente, e a revista Todateen se justificou junto às leitoras porque a capa da edição que chegou às bancas é o Biel. A editora explica que a edição foi fechada há várias semanas, bem antes da polêmica.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Ministro puxa elástico da calcinha de jornalista

por Niko Bolontrin
O ministro das Finanças da França Michel Sapin está preocupado com a crise econômica mas não pensa só nisso. O caso aconteceu em 2015, foi denunciado por um grupo de mulheres, mas não resultou em qualquer consequência mais séria para o político. Na semana passada, ele divulgou uma nota se explicando, já que a questão voltou à tona. Durante o Forum Econômico de Davo, no ano passado, uma jornalista se abaixou para pegar uma caneta. Ela usava uma calça de cós baixo e, ao curvar-se, ouviu do ministro Sapin, que vinha logo atrás. "O que você está me mostrando ! - empolgou-se ele, referindo-se ao "cofrinho". Em seguida, a autoridade puxou o elástico aparente da calcinha da jornalista.
Da série "Girls in the undies vs Zombies",
de John Masse. Reprodução
O caso Sapin voltou à mídia no embalo de outro episódio político-sexual. Há poucos dias, Denis Baupin, vice-presidente da Assembléia Nacional francesa, foi obrigado a renunciar depois de ser acusado de mandar sms apimentados para colaboradoras e funcionárias, além de fazer tentativas menos virtuais de beijos e carícias não autorizadas. As mulheres não apresentaram queixas por temer demissões, mas grupos feministas estão apoiando as vítimas.
Ambos negam as acusações. Baupin deixou o cargo e Sapin divulgou a nota onde disse que fez um comentário sobre a roupa da repórter e "pousou" a mão nas suas costas. Admitiu que o gesto foi impróprio mas não agressivo e que se desculpou com a repórter, cujo nome não foi revelado.

Há algum tempo, o site Zombie Pop publicou trabalhos do artista gráfico John Masse intitulados "Girls in the undies vs Zombies". Algo como "Garotas em suas roupas de baixo versus Zumbis". Vai ver o ministro Sapin se inspirou no delírio nerd de Masse.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

E depois falam do carnaval de Salvador. Em Colônia, Alemanha, repórter belga é assediada no meio da folia...


Colônia foi palco, na virada do ano novo, de um arrastão sexual. Jovens imigrantes, em maioria, e também grupos de alemães, todo de pilecão, atacaram, apalparam e tentaram estuprar meninas que comemoraram a virada do ano. Agora, a vítima foi uma repórter belga Esmeralda Labye, da RTBF, que cobria o carnaval local. Ela foi atacada por trás por um rapaz que faz gestos nada sutis. Segundo a repórter, o sujeito beijou seu pescoço e perguntou se ela queria dormir com ele naquela noite. Depois, com a câmera desligada, foi apalpada nos seios. O caso, segundo ela, não tem relação com o conflito em que imigrantes se envolveram no réveillon. Labye ressaltou que foi atacada por jovens alemães. VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI