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sexta-feira, 23 de junho de 2017

Alô correspondentes estrangeiros. Dá pra não sujar ainda mais o nome do Rio de Janeiro? Falô...










por Niko Bolontrin 

Apesar de tudo, o Rio ainda resiste entre os principais destinos turísticos do mundo, entra no ranking das cidades mais divertidas, mais bonitas etc.

Temos problemas, claro: assaltos, alagamentos, Sérgio Cabral, Eike Batista, Adriana Ancelmo, os cariocas elegeram Crivella, Picciani, os Bolsonaro, Romário, os BBBs quando acaba o reality vêm morar aqui, o Carnaval tá a perigo, o Maracanã quase inativo...

Reconhecemos a maré braba e o baixo astral.

Mas pedimos a quem não puder ajudar que não atrapalhe, faz favor.

Mesmo não sendo o Rio a capital do país, muitos correspondentes estrangeiros ainda têm aqui sua base. Isso já foi uma enorme vantagem e facilitou a divulgação e a visibilidade da cidade. O Rio se saiu bem ao sediar os últimos eventos internacionais, do Pan 2007 passando por Jornada Mundial da Juventude, Copa da Confederações, final da Copa do Mundo e até a Olimpíada. OK.

Foi bom enquanto durou.

Com o Brasil em parafuso e com o vendaval de corrupção e propina que varre a relação entre políticos e empresários, o golpe e a crise econômica, ter correspondentes como vizinhos deixou de ser vantagem.

Temer viaja e, na imprensa internacional, a repercussão da desastrada incursão internacional do ilegítimo e irrelevante, é relatada como originária do Rio de Janeiro. Se a cana dura enquadra o presidente, tá lá, Rio de Janeiro: Relatório da Polícia liga Temer a esquema de suborno. 

Se os Estados Unidos proíbem a entrada de carne brasileira no país, a reportagem dos correspondentes estrangeiros sobre o assunto é aberta com o indefectível Rio de Janeiro, que não tem nada com isso, pouco conhece de boi, não gosta de rodeio e só associa carne a churrasco na laje, Fátima Bernardes e Tony Ramos.

Isso só para citar duas matérias do New York Times de hoje. Porque rebelião de preso, lamaçal no Rio Doce, cracolândia paulista, zika vírus, E.T de Varginha, Helicoca e desmatamento na Amazônia, tudo sai lá fora com a marca Rio de Janeiro abrindo a reportagem.

Caros correspondentes, vocês não têm culpa da atual suruba política e econômica do Brasil. Mas o Rio já tem problemas demais para assumir as trapalhadas alheias. Enquanto não passar essa onda, dá para identificar suas matérias nacionais como originárias de Brasília?

É a nossa capital e, para ela, uma sujeira a mais nem chega a fazer diferença.

Os cariocas agradecem.