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sexta-feira, 16 de março de 2018

"Quase Memória" nas telas...

O cartaz do  filme, reproduzido do site Adoro Cinema

O filme Quase Memória, do diretor Ruy Guerra, baseado no best-seller homônimo de Carlos Heitor Cony, chega aos cinemas no dia 19 de abril. No elenco, Tony Ramos, Mariana Ximenes e Charles Fricks.

A demora - o longa ficou pronto em 2015, quando foi premiado no Festival do Rio - se explica pela dificuldade que os filmes brasileiros têm para ultrapassar a barreira da distribuição e chegar ao circuito de cinemas.

O escritor e jornalista, que trabalhou durante quase três décadas na Manchete, lançou o livro em 1995. O quase-romance, como define o subtítulo do livro, começa em um cenário que era quase uma "filial" da Bloch: o Novo Mundo, a menos de 100 metros da sede da editora, logo ali na Rua do Russell. O bar e o restaurante do hotel eram uma espécie de entreposto, às vezes etílico, de muitos jornalistas da empresa ao fim do trabalho.

"O dia: 28 de novembro de 1995. A hora: aproximadamente vinte, talvez quinze para uma da tarde. O local; a recepção do Hotel Novo Mundo, aqui ao lado, no Flamengo. 
Acabara de almoçar com minha secretária e alguns amigos, descêramos a escada em curva que leva do restaurante ao hall da recepção. Pelo menos uma ou duas vezes por semana cumpro esse itinerário e, pelo que me lembre, nada de especial me acontece nessa hora e nesse lugar. É, em todos os sentidos, uma passagem. 
Não cheguei a ouvir meu nome. Foi a secretária que me avisou: um dos porteiros, de cabelos brancos, óculos de aros grossos, queria falar comigo. E sabia meu nome - eu que nunca  fora hóspede do hotel, apenas um frequentador mais ou menos regular do restaurante que é aberto a todos. 
Aproximei-me do balcão. duvidando que realmente  me tivessem chamado. Ainda mais pelo nome; não haveria uma hipótese passável para que soubessem meu nome. 
- Sim. 
O porteiro tirou os óculos, abriu uma gaveta embaixo do balcão e de lá retirou o embrulho, que parecia um envelope médio, gordo, amarrado por barbante ordinário" 

E assim parte Quase Memória que, segundo Ruy Castro, autor da apresentação na contracapa da primeira edição, é o Amarcord particular de Cony.