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quarta-feira, 21 de agosto de 2019

E Charles Bukowski virou personagem de sequestro no Rio de Janeiro...


No alto da capa do Dia, a mais impactante dos impressos, a sequência de fotos
do repórter fotográfico Ricardo Cassiano mostra o desfecho do sequestro: pouco antes dos tiros,
o gesto desafiador da William Silva na primeira imagem da esquerda para a direita. 


As tragédias cariocas moram nos detalhes e sempre surpreendem.

Pouco antes de ser fuzilado por um atirador de elite, durante o sequestro de um ônibus lotado na Ponte Rio-Niterói, William Augusto da Silva jogou uma mochila na direção dos policias que cercavam o veículo.

Verificou-se que além de uma faca, um teaser, uma arma de brinquedo e a garrafa pet com gasolina com que ameaçou os passageiros, o sequestrador portava uma 'arma" literária de alto impacto: o livro "O capitão saiu para o almoço e os marinheiro tomaram conta do navio", de Charles Bukowski.

A obra é póstuma, foi lançada em 1998 e reúne anotações do diário do escritor. Em meio à narrativa de encontros com outsiders desesperançados, Bukowski reflete sobre a miséria humana e  lamenta ter de conviver com "essa espécie insípida e tediosa". Ele mesmo provou dessa miséria, sofreu abusos do pai autoritário, foi expulso de casa, bebeu em excesso enquanto sobrevivia como faxineiro, carteiro, motorista de caminhão e o que mais o tirasse da fila de desempregados.

O último livro de Bukowski foi recebido pelos resenhadores como o seu "último canto desesperado". O escritor carregou seu drama por 79 anos. William se consumiu em apenas 20 anos. Não por acaso, se de fato foi lido, Bukowski pontuou o desespero final do sequestrador.

No decorrer das negociações com a polícia, William se expôs tanto ao aparecer fora do ônibus que parecia se oferecer como alvo. Despediu-se com um gesto obsceno e desafiador. O que remete a uma frase do escritor: "o horror é uma gentileza".

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Jornal O Dia publica excelente matéria com José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. Dos 50 anos da Globo, 31 foram sob seu comando. A entrevista é assinada por Paulo Ricardo Moreira. Boni critica a TV e revela que vai escrever um livro com os 3 mil memorandos que mandava para sua equipe e que são a origem do famoso "padrão Globo de qualidade".





Reprodução O Dia


por Paulo Ricardo Moreira (matéria exclusiva do jornal O Dia - link abaixo)
A história da Globo, que completa 50 anos no próximo domingo, quase se confunde com a trajetória de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, o ex-todo-poderoso da emissora. Depois de passar por Tupi e Excelsior, ele chegou em 1967 à tevê da família Marinho, onde criou uma programação bem-sucedida. Das cinco décadas da Globo, Boni sente orgulho de ter participado de 31 anos. Quando deixou o cargo de vice-presidente de Operações, no fim de 1998, para virar consultor, ele custou a assimilar o golpe. 
'A Globo não pode transmitir esse futebol chinfrim como obrigação comercial. Podia ser um pouco menos comercial e voltar a ser mais artística'
Foto:  André Luiz Mello / Agência O Dia
“Me senti meio que perdendo um filho”, confessa. Hoje, ele ainda assiste à programação do canal com olhar crítico. “Falta à Globo uma certa personalidade”, afirma. Ao avaliar os principais astros, ele conta que faria com que Faustão falasse menos no programa e comenta a saída de Xuxa. “Ela não vai conseguir fazer sucesso na Record”, aposta. 
APRESENTADORES 
Para Boni, artista que não rende mais nem dá audiência como antes deve ficar numa espécie de reserva técnica da Globo, fazendo participações em programas fixos da grade e estrelando especiais uma vez por ano. Ele diz não saber detalhes da saída de Xuxa, mas acredita que foi um mau negócio para ela e para a emissora. “Acho que ela fez uma besteira. Não vai conseguir brigar com a Globo. Se não estava dando audiência na Globo, com todo o poderio da emissora, como ela vai dar audiência na Record? Não vai conseguir fazer sucesso e vai sofrer um desgaste”, prevê. “Difícil a Record arranjar um bom conteúdo para ela”, completa.
Boni diz que Xuxa poderia ter continuado na Globo, seguindo o modelo que ele, antes de deixar o cargo, acertou, por exemplo, com Renato Aragão, que apresenta o ‘Criança Esperança’ e protagoniza especiais de fim de ano. “Não precisa ficar até o fim da carreira. Ele não podia continuar fazendo programa levando bofetada e caindo de cadeira”, avalia.
O ex-todo-poderoso considera Fausto Silva, Ana Maria Braga e Luciano Huck grandes vendedores de produtos. “O que eles anunciam vende. Mas o que fazer com eles em matéria de conteúdo? O problema é conteúdo”, analisa. No caso de Faustão, Boni conta que faria com que o apresentador falasse menos no ‘Domingão’. “Largar o cara apresentando ao vivo um programa de três horas é um desgaste. Eu arranjaria mais produção, para que ele aparecesse menos e o programa não dependesse tanto dele”, adianta.   
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