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quarta-feira, 27 de maio de 2020

Folha, Globo, UOL e Band suspendem cobertura das sórdidas entrevistas no "curral" do Alvorada

Globo, Folha, UOL e Band suspendem a cobertura jornalística no sórdido curral do Palácio do Alvorada, em Brasília. Ameaças e intimidação levaram os veículos optar por preservar a integridade dos seus profissionais  
Há muito, as bizarras "coletivas" de Bolsonaro eram, na verdade, um show de humilhações para os jornalistas escalados para visitar o "inferno" do Alvorada. Além de ouvir ofensas do próprio sociopata-chefe, eram verbalmente agredidos pela seita instalada em um curral ao lado. Esses ataques subiam de tom e deixavam antever que havia alto risco de agressões físicas por parte dos apoiadores que se sentem respaldados pelos xingamentos proferidos no local pelo próprio Bolsonaro. 


William Bonner é o novo alvo 
da milícia política bolsonarista

Nos últimos dias, William Bonner, editor e âncora do Jornal Nacional passou a receber ameaças da seita bolsonarista. Primeiro, hackers usaram dados do seu filho em tentativa de operação financeira. Agora, em mensagens enviadas aos celulares do apresentador e da sua filha, a título de intimidação, os milicianos quiseram mostrar que estavam de posse de informações pessoais de vários outro membros da família Bonner. 

A Globo divulgou um nota sobre o caso. Leia a seguir: 

A Globo repudia a campanha de intimidação que vem sofrendo o jornalista William Bonner e se solidariza com ele de forma irrestrita. Há dias, um fraudador usou de forma indevida o CPF do filho do jornalista para inscrever o jovem no programa de ajuda emergencial do governo para os mais vulneráveis da pandemia, para isso se aproveitando de falhas no sistema, que não checa na Receita Federal se pessoas sem renda são dependentes de alguém com renda, fato denunciado publicamente pelo próprio jornalista que apresentou notícia crime junto ao Ministério Público Federal no Rio de Janeiro.

Agora, tanto o jornalista quando a sua filha receberam por WhatsApp em seus telefones pessoais mensagem vinda de um número de Brasília com uma lista de endereços relacionados a ele e os números de CPFs dele, de sua mulher, seus filhos, pai, mãe e irmãos, o que abre a porta para toda sorte de fraudes.

A Globo o apoiará para que os autores dessa divulgação de seus dados fiscais, protegidos pela Constituição, sejam encontrados e punidos. William Bonner é um dos mais respeitados jornalistas brasileiros e nenhuma campanha de intimidação o impedirá de continuar a fazer o seu trabalho correto e isento. Ele conta com o apoio integral da Globo e de seus colegas e está amparado pela Constituição e leis desse país.

O avanço das agressões contra repórteres, câmeras e fotógrafos


As agressões à imprensa são uma marca do atual governo e das suas milícias políticas não apenas diante do Palácio da Alvorada como em São Paulo e várias outras capitais. Invariavelmente, ficam impunes. Alguns andam armados, como seus "coordenadores" admitem e o próprio Bolsonaro incentivou durante reunião ministerial no dia 22 de abril.
Um vídeo como esse, pulicado no Twitter por @MauricioRicardo , não precisa de legendas.
Veja AQUI

quarta-feira, 13 de maio de 2020

O Shabazz Aladeen de Brasília

Foto Marcelo Casalo Jr. Ag.Brasil
Alguém já sugeriu que a mídia deveria formar um pool para cobrir o espetáculo grotesco, geralmente pontuado por palavões, que são as "entrevistas" que Bolsonaro comete ao entrar e sair do Palácio da Alvorada.

Ele ofende jornalistas e incita a seita que se reúne diariamente para receber os perdigotos presidenciais a atacar a imprensa. O melhor seria a mídia montar um pool, que limitaria as equipes. Um câmera, um fotógrafo e um repórter a cada vez no cadafalso já aliviariam o linchamento moral diário.

Ontem, o espetáculo de baixo nível foi no Planalto. Precisamente, na rampa. Do alto da passarela para qual a  Niemeyer imaginou função mais digna, Bolsonaro, aos gritos, atendia ao repórteres. Ao fundo, também aos gritos, os apoiadores do sociopata faziam a performance fanática de sempre.



A foto no alto registra o grupo de jornalistas que empunha microfones, forçados a mendigar respostas de um Bolsonaro imperial, aboletado em cima de uma muralha, como se recriasse a reprodução acima.Parece um espetáculo bárbaro. Ou uma press conference ao estilo Shabazz Aladeen (se não liga o nome à pessoa, dê um Google).

O Palácio do Planalto é dotado de uma sala de imprensa própria para coletivas com um mínimo de civilidade, mas Bolsonaro prefere montar essas situações onde mostra o desconforto que sente e até o ódio que expele diante do jornalismo independente e de todos os profissionais que não sejam o submisso Datena, seu entrevistador preferido.

quinta-feira, 12 de março de 2020

Humilhados e moralmente assediados, jornalistas de Brasília vão reeditar manifestação histórica

Câmeras no chão, Figueiredo fora de foco.
Protesto dos fotógrafos em 1984.
Foto de J. França.
O Sindicato dos Jornalistas do DF organiza um protesto da classe na Esplanada dos Ministérios, marcado para o próximo dia 18 de março.

A ideia é mobilizar todos os profissionais que fazem a cobertura do Palácio do Planalto, do Congresso, além das equipes que sofrem assédio moral e são humilhadas por Bolsonaro e seus bozorocas todos os dias à saída do Alvorada.

O ato é em repúdio aos constantes ataques feito pelo capitão inativo. Na ocasião, os jornalistas repetirão uma manifestação histórica feita por fotógrafos que cobriam o Planalto durante o governo do último general-ditador do regime, o notório João Figueiredo, que costumava escorraçar profissionais da mídia.

Na época, os fotógrafo abaixaram as máquinas no momento em que o elemento descia a rampa.
O único fotógrafo a empunhar a câmera foi José Maria de França, o J. França, do Jornal do Brasil, que foi escalado pelo colegas para registrar o protesto e divulgá-lo à sociedade.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Mídia: jornalistas brasileiros têm hora marcada para sofrer assédio moral. Todo dia, na "coletiva" do escracho.

Foi cena recorrente em 2019. É uma espécie de calvário.

Jornalistas que são escalados para cobrir aquela paradinha abjeta em forma de "coletiva" que Bolsonaro oferece à nação todo dia, no portão do Alvorada, já saem das redações sabendo que vão para um cercadinho ser xingados, que as mães serão ofendidas, que ouvirão gritos, palavões e grosserias.

E, por tabela, também serão moralmente agredidos e ameaçados pela claque que é incentivada a aplaudir cada xingamento como se estivesse no auditório do Ratinho, do Datena ou do Sílvio Santos.

A culpa é do Bolsonaro? Claro, essa é a política oficial de comunicação. Mas o capitão inativo não é o único responsável pela cena deplorável de todas as manhãs. Os principais veículos têm coparticipação no espetáculo de assédio moral diário. Editores de fino trato continuam enviando os jornalistas para o curral da vergonha, com se mandassem gado para o abate.

Se fossem solidários, coleguinhas mais empoderados, como colunistas políticos e de mercado, articulistas fixos e convidados, editorialistas, âncoras de telejornais etc deveriam se voluntariar para substituir os pobres repórteres na "coletiva" do escracho, pelo menos durante um ou dois dias na semana.

Já tem plantonista apelando para o espírito cristão.

Afinal, tem mãe de jornalista que não aguenta mais ser esculhambada pelo presidente. 

domingo, 24 de novembro de 2019

Passaralho: jornais demitem jornalistas experientes. Assinantes e leitores deveriam reclamar no Procon... .

O megapassaralho que atacou no Globo e no Extra abalou os jornalistas cariocas. Nas redes sociais, foram muitas as mensagens em solidariedade aos profissionais atingidos por mais uma "reformulação" corporativa idealizada por tecnocratas e que têm um ponto em comum: abrem mão principalmente dos mais competentes e experientes.
Os cortes foram tão amplos que nesse ritmo os dois jornais em breve terão matérias do estagiário tal "supervisionada" pelo estagiário tal.
Os assinantes deviam protestar no Procon. Trata-se de um caso típico de perda de qualidade e de dano ao consumidor.

terça-feira, 12 de novembro de 2019

O Pasquim, 50 anos. Agora com um clique você viaja no tempo. A coleção do semanário que desafiou a ditadura foi digitalizada pela Biblioteca Nacional

O Pasquim número 1, junho de 1969. 

Uma edição que faz um link entre a ditadura e o Brasil de hoje: jornalistas ameaçados pelo governo
e pelas milícias digitais. 

Ao completar 50 anos (foi lançado em junho de 1969), O Pasquim ganha um ponte digital para as novas gerações e para o futuro. A Biblioteca Nacional acaba de digitalizar as 1072 edições do histórico semanário. Textos, fotos e charges poderão ser acessado na plataforma da Seção de Periódicos da BN.

A nova plataforma será lançada no dia 19 de novembro durante a abertura da exposição "O Pasquim 50 Anos", no Sesc Ipiranga, em São Paulo.

O Pasquim digitalizado chega, coincidentemente, em uma época difícil para a liberdade de expressão. Jornalistas são perseguidos e alguns veículos "chapa-branca" demitem, a pedido do governo da direita radical, profissionais que criticam a republiqueta bolsonarista.

A nova censura afeta a cultura, com registro de exposições, filmes e peças vetados por instituições oficiais.

O Pasquim volta, pelo menos em forma de memória jornalística,  mais atual do que nunca.

quarta-feira, 29 de maio de 2019

A tragédia na mesa ao lado: o dia mais triste do jornalismo carioca

A primeira página da Última Hora em 29 de junho de 1984.

Narinha e Erasmo Carlos: a última matéria do repórter Ulisses Madruga,
da Rede Manchete, A foto é de Masaomi Mochizuki 

por José Esmeraldo Gonçalves

Aquela quinta-feira, 28 de junho de 1984 abalou as redações do Rio de Janeiro. Ao se chocar com um morro, em Barra de São João, um avião Bandeirantes a caminho de Campos (RJ) matou dois tripulantes, dois funcionários da Petrobras e 14 jornalistas. 

A convite da Petrobras, as equipes cobririam em uma plataforma continental a marca de 500 mil barris diários extraídos pela empresa. A notícia do acidente causou um choque em jornais, revistas e emissoras de TV. Era a tragédia na mesa ao lado, tantos os colegas que se foram. E, para cada veículo, ainda apresentou-se uma obrigatória e dramática tarefa: cobrir e editar o acidente que vitimou amigos dos repórteres, fotógrafos e cinegrafistas escalados para registrar o resgate dos corpos. 

No acidente, a Rede Manchete perdeu três profissionais: o repórter Ulisses Madruga, o cinegrafista Luis Carlos Viana e o operador de VT Jorge Silva Martins.

O jovem Ulisses era o mais próximo das redações das revistas da Bloch. Iniciou sua carreira na Fatos & Fotos, em 1980. Um ano depois foi transferido para a Manchete. Quando a editora começou a montar a rede de televisão, ele demonstrou interesse em conseguir um espaço no novo veículo. Engajou-se na primeira equipe de jornalistas da Rede Manchete em 1983, mas volta e meia oferecia matérias para as revistas, geralmente desdobramentos de pautas televisivas. 

Na véspera da viagem fatídica para Campos, Ulisses soube que substituiria uma colega impossibilitada de viajar. À tarde, subiu ao oitavo andar e  perguntou às chefias de reportagem da Manchete e da Fatos & Fotos se tinham interesse na pauta. Para ambas as revistas era o tipo de assunto, uma solenidade, que renderia apenas um registro, As revistas não mandariam equipes. Antes de se despedir, ele combinou  enviar um texto. Na manhã seguinte, ao lado do cinegrafista Viana e do operador Jorge embarcou para Campos. 

O Bandeirantes também levava uma jornalista muito ligada à Fatos & Fotos: a querida repórter Maria da Ajuda Medeiros dos Santos, então na TVE. Também estavam no voo, Ivan dos Santos, Jorge Coelho e Dario Fernandes (TVE); Luis Eduardo Lobo, Dário Silva, Levi Silva e Jorge Leandro (Rede Globo); Regina Sant'ana, Geraldo Veloso e Luis Carlos de Souza (TV Bandeirantes). 

Entre as equipes escaladas para cobrir o resgate e identificação dos corpos, o repórter Samuel Wainer Filho e o cinegrafista Luiz Felipe Ruiz de Almeida, da Rede Globo trabalharam o dia inteiro no cenário do acidente. Ao voltar para o Rio, com forte chuva na estrada, a camionete em que viajavam capotou em uma curva. Samuca e Almeida tornaram-se personagens da tragédia. Ninguém acreditou, parecia um pesadelo. 

No mês que vem, 35 anos depois, esses dias de comoção reviverão em uma geração de profissionais, muitos já fora das redações mas não longe das lembranças de um dos mais tristes momentos do jornalismo carioca.         

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Martins, barman do Novo Mundo, comemora 80 anos, 60 de balcão. Entre 1968 e 2000, ele testemunhou casos e acasos da Manchete, que morava ao lado...

Martins, o lendário barman do Novo Mundo, comemora 80 anos de vida e 60 como anfitrião de um bar
que faz parte da história do Rio de Janeiro e foi referência boêmia para gerações de jornalistas.
Foto de Marcelo Horn em 06/12/2018.

O bar do Hotel Novo Mundo já foi frequentado pelos presidentes que residiram no vizinho Palácio do Catete, por políticos, artistas, craques do futebol e jornalistas.

O hotel foi construído nos anos 1940 para receber os visitantes da Copa do Mundo de 1950 e, a pedido do então presidente Dutra, para dar maior comodidade aos brasileiros de outros estados e estrangeiros que tinham audiências na Presidência da República.

O bar do Novo Mundo, que já foi uma boate, recebia famosos, mas sempre teve a sua própria celebridade: Antonio Martins, o popular Martins. Nada menos do que o "presidente" daquela "república" carioca.

Martins comemora seus 80 anos, 60 de Novo Mundo, onde entrou aos vinte anos, quase às vésperas da transferência da capital para Brasília.

Em fins de 1968, há 50 anos, a Bloch inaugurava a luxuosa sede da Manchete, a poucos metros do Novo Mundo e do seu histórico bar.

Na época, o bar, no andar térreo, mantinha um estilo inglês, balcão de madeira e mármore, detalhes em couro verde. Havia dois ambientes. Um deles tinha jeito de restaurante comum. No outro, com a luz rarefeita ainda remanescente da antiga boate, as mesas eram mais baixas, as poltronas estofadas como de sala de visitas, o clima bem mais intimista.

Foi como juntar a sede com a vontade de beber. Logo o bar tornou-se um point para os jornalistas da Manchete.

Martins é a própria memória desse tempo que ele antecedeu e ultrapassa. Entre 1968 e 2000, ano da falência da Editora Bloch, o barman mais antigo do Rio foi testemunha das comemorações, das crises, dos romances, dos casos, das fofocas, dos encontros e desencontros das várias gerações e até das inúmeras conspirações em torno dos pequenos poderes das redações.

Além dos frequentadores do bar, o hotel hospedava os jornalistas das sucursais que vinham ao Rio para fechamento das suas matérias. Nos anos 1980, com a inauguração da Rede Manchete, tornou-se o hotel de apoio para artistas e diretores. A frequência do bar, naturalmente, triplicou.

Mas não esperem que esse mero texto revele o mundo que o bar do Novo Mundo deixava na penumbra.

Sob o mandato do Martins, sempre perene e renovado, a discreta "constituição" do Novo Mundo segue a lei maior de Las Vegas.

O que acontece no Novo Mundo fica no Novo Mundo.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Do Comunique-se: 20 impactos da reforma trabalhista para jornalistas

por Anderson Scardoelli (para o Comunique-se)

Jornalistas sofrerão impactos negativos com a reforma trabalhista. As afirmações são dos sindicatos da classe em São Paulo e no Distrito Federal

A reforma trabalhista elaborada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Michel Temer pode trazer malefícios aos profissionais da comunicação social. Quem garante isso são entidades ligadas a quem trabalha em órgãos da imprensa, como os sindicatos dos jornalistas do Distrito Federal e de São Paulo. As duas instituições chegam a endossar 20 pontos que impactam negativamente no setor.

A lista – elaborada pela jornalista Flaviana Serafim, publicada originalmente no site do sindicato de São Paulo e repercutida pela instituição da capital do país – traz o seguinte conteúdo:

1. Prevalência do negociado sobre o legislado
A mudança é que se podem reduzir direitos. Hoje, já é permitido que os sindicatos negociem com as empresas pontos previstos em lei, mas só para melhorar as condições de trabalho. Os direitos trabalhistas legais são o mínimo. O projeto permite que as empresas forcem negociações nocivas aos trabalhadores, sem a necessidade de qualquer contrapartida.

2. Fim da homologação no sindicato
Atualmente, quando o trabalhador é demitido (com mais de um ano no emprego), a empresa tem de homologar sua demissão no Sindicato dos trabalhadores. Isso permite que a entidade sindical confira as contas e alerte o trabalhador sobre os direitos que a empresa possa estar sonegando. Além do mais, também permite que o Sindicato tenha conhecimento das demissões que ocorrem na categoria. O projeto prevê que a homologação seja feita diretamente pela empresa, sem a participação do Sindicato.

3. Criação de uma nova modalidade de demissão sem justa causa…
Na qual o trabalhador recebe apenas metade da multa do FGTS e do aviso-prévio, além de só poder sacar apenas 80% do Fundo de Garantia e perder o direito ao seguro-desemprego – abre uma nova forma de pressão contra o trabalhador, forçando acordos de demissão com redução de direitos.

4. Criação de banco de horas por acordo individual, sem a intermediação do sindicato
Hoje, a lei garante o respeito à jornada de trabalho, com o pagamento de horas extras (se as empresas não cumprem, violam a lei). Mas é possível flexibilizar a jornada, se houver acordo com o Sindicato. Isso permite que os trabalhadores negociem coletivamente a questão com as empresas. O acordo individual acaba com isso: como a empresa é a parte forte das relações de trabalho, ela pode impor sua posição ao assalariado individualmente.

5. Jornada de 12 horas X 36 horas por acordo individual, ou seja, sem a participação do sindicato
É o mesmo problema do ponto anterior. Na relação de trabalho frente ao assalariado, a empresa tem posição de força e pode impor o que quiser.

6. Autorização para demissões coletivas, sem exigência de negociação prévia com o sindicato de trabalhadores
Hoje, há jurisprudência considerando que, em caso de demissões coletivas, as empresas têm de avisar previamente as categorias, por meio dos sindicatos, para que haja uma negociação. Com base nisso, o SJSP tem conseguido forçar negociações que estabeleceram contrapartidas, barraram demissões e até chegaram à reintegração de demitidos. Agora, a lei “libera” demissões em massa.

7. Retirada da natureza salarial de verbas pagas a título de “ajuda de custo”, diárias de viagens, abonos, vale-refeição (ainda que pagos em dinheiro) e prêmios pagos ao empregado
A medida “legaliza” o salário “por fora” (sem incidência de Fundo de Garantia, férias, 13º salário etc.), propiciando que as empresas fixem um salário baixo (como um piso salarial) sobre o qual incidem direitos, e determinem o restante do salário como verbas adicionais, sem direitos associados.

8. Limitação dos valores em caso de condenação por danos morais em no máximo 50 salários nominais
A determinação inclui até acidentes de trabalho, mesmo em casos de responsabilidade direta do empregador. Com isso, um trabalhador pode sofrer um dano que o impeça de ter uma vida produtiva, mas a empresa responsável não poderá ser condenada a arcar com as consequências de seu ato.

9. Em três pontos: dificulta a responsabilização solidária do grupo econômico em caso de não pagamento ao trabalhador, livra o ex-sócio de empresa da dívida trabalhista de seus antigos empregados e deixa os débitos à empresa sucessora, impedindo que o empregador originário seja acionado
Hoje, já são muitos os casos em que trabalhadores ganham ações trabalhistas, mas não conseguem ser pagos (pois a antiga empresa alega não ter patrimônio, bem como os seus donos, para honrar os compromissos). Os jornalistas sabem muito bem disso, como nos casos da Gazeta Mercantil, TV Manchete e Diários Associados. A lei introduz ainda mais obstáculos para que se responsabilize judicialmente empresas do grupo, seus donos ou seus compradores, facilitando aos empresários que “esvaziem” empresas em dificuldades e deixem os trabalhadores na mão.

10. Desestimula o ingresso de reclamações trabalhistas, pois limita a concessão de gratuidade da Justiça e impõe o pagamento ao trabalhador de honorários advocatícios e periciais (ainda que ele ganhe vários pontos do processo)
Hoje, o trabalhador entra com ação judicial para reclamar de questões legais não respeitadas pelas empresas. No caso de jornalistas, são correntes ações pelo não pagamento de horas extras (situação generalizada na categoria), não pagamento de adicional noturno, não cumprimento de intervalo intrajornada, acúmulo de função e equivalência salarial (decorrente do exercício de função de responsabilidade sem que a empresa formalize o cargo). Segundo o projeto, mesmo que o trabalhador ganhe em diversos pontos, terá de pagar honorários para os pontos que a Justiça não lhe der ganho de causa. A medida visa expressamente bloquear o ingresso de ações trabalhistas.

PARA LER MAIS 10 TÓPICOS DA REFORMA TRABALHISTA QUE PREJUDICAM JORNALISTAS, CLIQUE AQUI

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Polícia do pensamento ? Folha enquadra atuação dos seus jornalistas e colaboradores até em contas privadas das redes sociais

Quase chegando lá. Polícia do Pensamento, sabe-se, é a instituição do país fictício criado por George Orwell no livro 1984. Uma espécie de força-tarefa do MP da Oceânia, Lestásia e Eurásia destinada a antecipar o controle de idéias, pensamentos e abortar ações subversivas quando ainda gestadas no cérebro.

Quando o humorista Danilo Gentili reclamou de uma critica ao seu filme "Como se tornar o pior aluno da escola", a Folha demitiu o autor da entrevista, o repórter Diego Bargas. Coincidentemente, o jornal anuncia parceria de marketing em torno da obra que originou o longa-metragem, na base do compre o livro e veja o filme. Mas isso não deve ter nada a ver.

Diego dançou e a Folha alegou que opiniões antigas emitidas pelo jornalista nas redes sociais estariam em desacordo com as normas da redação.

Daí, danem-se os escrúpulos, o jornalão dos Frias baixou o que a redação está chamando de AI-5. Digamos que no "decreto" há itens aceitáveis em relação à responsabilidade profissional sobre informações internas da redação, bastidores de reportagem, sigilo sobre conteúdos, matérias exclusivas etc. O problema é quando o documento amplia o AI-5  e veta pensamentos ou atitudes como um jornalista da Folha, imagine, "apoiar um dos lados em uma controvérsia", isso mesmo, até fora do horário de trabalho e nas redes sociais privadas.

A linguagem do AI-5 da Folha parece detalhada, como se fosse uma peça jurídica, mas tem brechas de imprecisão. Quer ver? Teoricamente, se a mulher de um repórter tiver uma desavença com a sogra e este apoiar um dos lados da "controvérsia" e publicar isso no seu Face, estará infringindo a lei de segurança da Folha. Se vibrar Facebook ou no Instagram com a vitória do Palmeiras será chamado aos costumes. Se postar um vídeo de uma "controvérsia" nas ruas, por exemplo, um magistrado dando carteirada e ofendendo um guarda municipal poderá ser enquadrado. Mas há também trechos de puro bom humor, como o que diz que a da Folha "tem o apartidarismo como princípio editorial".

O que o jornal botou no papel é o seguinte; a Folha acredita que ao pagar um salário aos seus funcionários e remunerar seus colunistas e colaboradores está comprando também suas ideias e pensamentos fora do horário de trabalho e fora das funções de cada um. E deixa isso bem claro para quem manda e para quem obedece.

Curiosamente 1: o manual vazou. O que já implica em um "infração" por parte de quem divulgou um "documento interno" da empresa. Mas a Folha não deve reclamar disso, já que legitimou tantos vazamentos nos últimos anos.

Curiosamente 2: a Folha enquadra a rede social quando demissão do repórter Diego Borges não teve a ver com internet mas com matéria publicada no impresso. E aí fica a pergunta: a "sharia" da Folha não vai inibir críticas ou aguçar instintos de sobrevivência? Vai que o dono do filme, do livro, da empresa, do museu, do ministério, da prefeitura não goste do que for publicado?  Vai valer a "jurisprudência" do caso Diego Borges?

Melhor o pessoal criar avatares para suas contas pessoais na rede. E avatares acima de qualquer suspeita. "Gentili do Morumbi", "Bolsonaro do Tatuapé", "Temer do Jaburu" e "Kataguiri da Vila Matilde" são boas sugestões.

Conheça ato institucional da Folha

1. A Folha encoraja seus profissionais a manter contas em redes sociais. Podem ser ferramentas úteis para fazer novos contatos e cultivar antigos, pesquisar pautas, tendências e personagens, agilizar apurações e promover conteúdo próprio e de colegas de jornal, expandindo o alcance do material publicado;

2. Nas redes sociais, a imagem pessoal tende a se misturar com a profissional. Parcela do público pode pôr em dúvida a isenção daquele que, na internet, manifesta opiniões sobre assuntos direta ou indiretamente associados a sua área de cobertura, especialmente as opiniões de cunho político-partidário e em áreas de cobertura de tópicos controversos;

3. Mesmo que o faça fora do horário de trabalho e ressalve que aquela é uma posição pessoal, o jornalista fica sujeito a suspeição, assim como o veículo. Revelar preferências partidárias e futebolísticas ou adotar um lado em controvérsias tende a reduzir a credibilidade do jornalista e a 
da Folha, que tem o apartidarismo como princípio editorial;

4. A melhor maneira de evitar armadilhas é assumir que conteúdo postado na internet é público, nunca desaparece e pode ser facilmente descontextualizado. O alerta também vale para ferramentas de comunicação privada nas redes sociais ou aplicativos de mensagens;

5. A responsabilidade pelos comentários em página pessoal nas redes sociais é exclusiva do jornalista, mas uma manifestação imprudente, mesmo que não diga respeito a sua área de cobertura, pode dificultar o trabalho de colegas de Redação e, eventualmente, sua própria atuação futura. Assim como repórteres acompanham as redes sociais de pessoas públicas, as fontes, os possíveis entrevistados e grupos de pressão também consultam o perfil digital de jornalistas;

6. Tenha cuidado ao compartilhar conteúdos externos. O ato pode ser interpretado como endosso à opinião ou à veracidade da notícia. Ao postar conteúdo opinativo ou polêmico de terceiros, adicione uma introdução neutra. Exemplo: Dilma atacando o ex-vice. @dilmabr: A onda regressiva do governo golpista vai se agravando;

7. Além de seguir as orientações acima, o profissional não pode:

— antecipar reportagens e colunas que serão publicadas (incluindo teasers), mesmo as de sua autoria, salvo com autorização de seus superiores ou, se colunista, da Secretaria de Redação;
— divulgar bastidores da Redação ou dados e documentos internos da empresa, a menos que seja decisão do jornal;
— divulgar informação que o jornal decidiu não publicar por colocar em risco pessoas ou empresas (como sequestro em andamento ou boatos de falência, por exemplo);
— emitir juízos que comprometam a independência ou prejudiquem a reputação, a isenção ou a linha editorial da Folha ou de seus jornalistas;
— utilizar contas da Folha nas redes sociais em desacordo com os procedimentos e as condutas prescritas no Manual;
— destratar quem quer que seja. Em caso de insultos ou ofensas pessoais, responda educadamente ou ignore, mas jamais troque desaforos com quem quer que seja. Se pertinente, os superiores hierárquicos devem ser informados da altercação. Esse comportamento também é esperado de colunistas;
— postar conteúdo integral de reportagens e colunas. Em vez disso, deve-se publicar um link para a Folha, de preferência com uma amostra do material jornalístico. Na publicação de conteúdo jornalístico, incluindo imagens, o profissional da Redação deve dar prioridade às plataformas da Folha. O mesmo vale para análises e opiniões, dado que o jornal cultiva uma política de exclusividade;

8. A Empresa Folha da Manhã S.A. oferece serviço de assistência jurídica aos profissionais que dela necessitem em decorrência de sua atuação na Folha. Além disso, consultores jurídicos ajudam a esclarecer questões legais relacionadas a conteúdos jornalísticos que a Redação queira publicar.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Sindicato realiza pesquisa sobre assédios moral e sexual no jornalismo

(do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo)

A Comissão de Jornalistas pela Igualdade de Gênero do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) organizou uma enquete para retratar o impacto dos assédios sexual e moral sobre a categoria.

A partir do levantamento de dados, o SJSPP visa melhorar as condições para debater amplamente o problema, proteger as mulheres e homens jornalistas vítimas de assédio e para cobrar das empresas de comunicação medidas de combate.

Participe da pesquisa acessando http://bit.ly/EnqueteAssedio. A pesquisa é objetiva e rápida, podendo ser respondida em menos de cinco minutos, e o sigilo é garantido.

A pauta de reivindicações da Campanha Salarial de Jornais e Revistas da Capital 2017-2018, entregue às empresas no último 24 de abril, foi a primeira a ser apresentada com nova redação sobre o tema. A cláusula também será incluída na pauta de Jornais e Revistas do Interior, já aprovada em assembleia, e deve fazer parte das próximas campanhas dos demais segmentos (Rádio e TV, Internet).

Apesar da luta do SJSP, que há anos vem pressionando os empresários nas mesas de negociação, a atual Convenção Coletiva de Jornais e Revistas da Capital tem uma redação ainda genérica: "As empresas promoverão regularmente, palestras e campanhas de conscientização contra a prática de assédio moral e sexual, a todos empregados".

Assim, na busca por avanços, a redação da cláusula na pauta da Campanha Salarial que se inicia é mais enfática quanto à abordagem da questão.

Pressão e mobilização contra o assédio

Uma das preocupações da direção do Sindicato foi a de separar a forma de encarar o assédio moral do sexual. O primeiro é uma prática de abuso dentro do local de trabalho, associada ao desrespeito aos direitos trabalhistas e à pressão pela produtividade, e por isso a entidade cobra a responsabilidade das empresas. A forma encontrada foi a de oficializar um canal de denúncias, como hoje existe em vários sindicatos filiados à Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Já o assédio sexual é crime e precisa ser tratado como tal. Neste caso, a principal preocupação é que a vítima possa se sentir segura e protegida para fazer a denúncia contra o assediador, e a reivindicação é pela proteção que a empresa precisa garantir às vítimas.

Em ambos os casos, sejam mulheres ou homens jornalistas vítimas de assédio, o intuito é combater as práticas, exigindo apuração e punição.

Os e as sindicalistas destacam que, por enquanto, trata-se de uma proposta apresentada pelos jornalistas às empresas. Contudo, para pressionar e fazer com que a cláusula passe a fazer parte da próxima Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), haverá uma reunião aberta a participação de todos os e as jornalistas, no próximo dia 22 de maio (hoje), às 20h, no auditório Vladimir Herzog, na sede do Sindicato, à Rua Rego Freitas nº 530, sobreloja, centro da capital.

Veja abaixo a íntegra das cláusulas com reivindicação sobre o assédio:

"CLAUSULA 41ª – ASSÉDIO MORAL

Para prevenir e combater a prática de assédio moral no local de trabalho, as empresas e o Sindicato dos Jornalistas estabelecem o seguinte Procedimento de Combate ao Assédio Moral.

Parágrafo 1º - O sindicato profissional disponibilizará canal específico aos jornalistas para o encaminhamento de denúncias, reclamações, sugestões e pedidos de esclarecimento.

Parágrafo 2º - O encaminhamento e a solução das questões suscitadas observarão os seguintes procedimentos:

a) apresentação de denúncias, reclamações e pedidos de esclarecimento, devidamente fundamentados, por parte do empregado, ao sindicato;

b) a apuração dos fatos, por parte da empresa, deverá ser concluída em até 60 dias corridos a partir da apresentação da questão pelo sindicato. Neste período, não poderá haver qualquer divulgação do fato denunciado e dos nomes envolvidos, nem pelo sindicato, nem pela empresa;

c) ao final da apuração, a empresa presta esclarecimentos ao sindicato profissional, dos fatos apurados e das medidas tomadas caso a denúncia se confirme;

d) ao sindicato profissional fica garantido acesso a todas as informações apuradas;

e) a denúncia encaminhada pelo sindicato à empresa poderá preservar o nome do denunciante.

Parágrafo 3º - Compete ao sindicato profissional signatário decidir sobre o encaminhamento, ou não, da denúncia a ele formulada.



CLAUSULA 42ª – PROTEÇÃO À VITIMA DE ASSÉDIO SEXUAL

Os jornalistas profissionais que, vítimas de assédio sexual, realizarem denúncia formal ao Poder Público, passam a fazer jus às seguintes medidas de proteção:

a) garantia de sigilo por parte da empresa, que não divulgará nome ou qualquer informação que possa identificar a vítima, sem a anuência desta;

b) impedimento de demissão imotivada até a conclusão do inquérito, sendo que no caso deste ser convertido em ação penal, o impedimento durará 12 meses a partir da data do recebimento da denúncia pela Justiça;

Parágrafo 1º - As medidas de que tratam este artigo serão garantidas tantos aos empregados que denunciem casos de assédio sexual no local de trabalho da empresa, como aqueles acontecidos no cumprimento das pautas jornalísticas

Parágrafo 2º – Confirmado assédio na ação penal, o assediador deverá ser punido nos termos da legislação trabalhista."

Fonte: Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Fenaj: sindicatos de jornalistas mobilizam categoria para Greve Geral nesta sexta-feira

(do site da Fenaj - Federação Nacional dos Jornalistas) 

A Greve Geral nesta sexta-feira, 28, vai paralisar trabalhadores de diversas categorias, em todo o País. Organizada pelas centrais sindicais brasileiras, a Greve deve demonstrar a força da classe trabalhadora, que está cada vez mais unida contra as reformas trabalhista e da previdência e as novas regras da lei da terceirização.

A Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ tem orientado seus sindicatos a mobilizarem suas bases para a greve.  E grande parte das entidades, nos Estados, está com alguma atividade planejada. Passeatas, roupas pretas, planfletagens, atos em frente às empresas de comunicação e a própria paralisação do trabalhador são algumas das formas de protesto contra o retrocesso de direitos.

Na região Norte, por exemplo, o Sindicato dos Jornalistas de Roraima está integrando a Frente Sindical, Popular e de Lutas, que congrega mais de 40 sindicatos, associações e movimentos populares e está realizando ações desde fevereiro. E nesta sexta-feira, a entidade participa da greve nacional e convidou a categoria para paralisar e participar das manifestações populares, na capital Boa Vista. No Estado do Amazonas, o Sindicato dos Jornalistas, além da divulgação convocando a categoria para participar da manifestação do dia 28, vai integrar as atividades organizadas em conjunto com outros sindicatos e centrais sindicais. No Tocantins, o Sindjor/TO está mobilizando os jornalistas para participarem da manifestação contra as Reformas. A concentração da passeata será na Avenida JK, em frente ao colégio São Francisco, a partir das 8h, na capital Palmas.

No Sudeste, o Sindicato de Jornalistas do Espírito Santo deliberou em Assembleia Geral Extraordinária, ocorrida no dia 19, por orientar os jornalistas a se manifestarem vestindo de preto e participando das ações que serão realizadas pelas centrais sindicais. Já em São Paulo, a orientação do Sindicato de Jornalistas é pela paralisação do trabalho em todos os lugares nos quais for possível. A entidade também promoveu assembleias e reuniões nas empresas, sob esta orientação. Ainda, os trabalhadores da Carta Capital, através de reunião, também decidiram aderir à Greve Geral, paralisando o trabalho das 0h às 14h de 28 de abril. Além disso, o Sindicato está participando das atividades preparatórias, como reuniões da CUT e de outras entidades.

Em Minas Gerais , o Sindicato dos Jornalistas e o Sindicato dos Radialistas conclamam os as duas categorias a participarem ativamente da Greve Geral. E os jornalistas e radialistas mineiros estão decidindo participar do protesto e demonstrar de várias formas sua insatisfação com as reformas. Em Belo Horizonte, os trabalhadores da Rede Minas decidiram parar, mantendo 30% de funcionamento, por se tratar de serviço público. Os trabalhadores da Rádio Inconfidência farão assembleia para decidir como será a paralisação. Em outras redações os jornalistas também vão aderir. Já o Sindicato de Jornalistas do Rio de Janeiro informou que haverá mobilizações programadas na EBC do Rio e a participação da diretoria e da categoria no ato na Cinelândia no dia 28, às 17h. Mais cedo, ao meio-dia, a entidade estará nas ruas do Centro panfletando sobre a importância da Greve Geral para barrar as reformas de Temer.

No Nordeste, o Sindicato de Jornalistas do Ceará está convocando os associados a participarem do ato público da Greve Geral em Fortaleza, marcado para 9h, na Praça da Bandeira. A diretoria do Sindjorce faz a cobertura colaborativa das manifestações para a Frente Brasil Popular Ceará, por meio do coletivo Comunicadores pela Democracia. Já os jornalistas de Pernambuco, farão um ato de protesto de uma hora, em frente ao Diário de Pernambuco contra as reformas, e em seguida participarão da passeata que percorrerá as ruas do centro de Recife.

No Distrito Federal, a categoria aprovou em assembleia, no dia 17, pela adesão à Greve Geral, em 28 de abril. Além disso, o Sindicato dos Jornalistas realizou panfletagem na EBC, bem como fizeram atividade de debate sobre as reformas com o representante do Dieese na EBC. A entidade também está realizando panfletagem, esta semana e, no dia da Greve, fará concentração com ato em frente à EBC. Posteriormente, os jornalistas irão se juntar às demais categorias em ato unificado na Esplanada dos Ministérios a partir das 11h, organizado pelo comitê local da Greve Geral, que reúne diversas entidades, entre elas o SJPDF.

Com informações dos Sindicatos de Jornalistas dos Estados do Espírito Santo, Roraima, Amazonas, Tocantins, Ceará, São Paulo, Distrito Federal e Pernambuco.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

FENAJ e Sindicatos homenageiam vítimas e solidarizam-se com os familiares dos atingidos pelo acidente na Colômbia

(do site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro)

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Município do Rio de Janeiro, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Rio Grande do Sul e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de Santa Catarina lamentam profundamente o acidente aéreo ocorrido na madrugada desta terça-feira (29/11), na Colômbia, que provocou, segundo as autoridades colombianas, a morte de 75 pessoas, entre elas 21 profissionais de imprensa brasileiros, a maioria com a atuação no Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.

O avião da empresa aérea Lamia transportava a delegação do time Chapecoense, que disputaria, amanhã, a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional, em Medellin.  Com 81 pessoas, a aeronave caiu a cerca de 30 quilômetros do aeroporto da cidade. Seis pessoas sobreviveram, entre elas o jornalista Rafael Valmorbida Henzel, da Rádio Oeste Capital, de Chapecó.

A tragédia vitimou fatalmente profissionais de jornalismo esportivo de jornais, emissoras de rádio e de televisão que fariam a cobertura jornalística da disputa. A FENAJ e os Sindicatos de Jornalistas do Município do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Santa Catarina prestam sua homenagem póstuma a esses profissionais e expressam sua solidariedade aos familiares e amigos de todos os atingidos nesse momento de dor.

Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Município do Rio de Janeiro

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de Santa Catarina

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Rio Grande do Sul

29 de novembro de 2016.

Jornal Nacional: emoção e aplausos na homenagem aos jornalistas


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segunda-feira, 27 de junho de 2016

Deu no Portal Imprensa: ameaça a jornalistas da Gazeta do Povo



(do Portal Imprensa) 
Cinco profissionais do jornal Gazeta do Povo podem ser condenados por faltarem a uma audiência na última sexta-feira (24/6). Eles se ausentaram, pois tinham outra oitiva agendada quase no mesmo horário e a 400 quilômetros de distância do local.

De acordo com o G1, desde abril, o grupo já percorreu mais de nove mil quilômetros. “Fisicamente é impossível. A não ser que a gente se teletransportasse de um lugar para o outro, não teria como comparecer as duas ao mesmo tempo”, explicou o jornalista Chico Marés, um dos profissionais que responde aos processos.

O jornal virou alvo de ações judiciais, movidas por promotores e magistrados, depois da publicação de uma série de reportagens que mostrou salários acima do teto constitucional pagos pelo Tribunal de Justiça (TJ) e pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR).

Os textos indicavam dados dos portais da transparência dos órgãos e foram publicados em fevereiro. Desde então, os jornalistas são obrigados a comparecer em todas as audiências, marcadas em diferentes comarcas.
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terça-feira, 24 de maio de 2016

O Dia: jornalistas em greve



(do site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro) 

Os jornalistas de ‘O Dia’ e ‘Meia Hora’ decidiram iniciar uma greve a partir de segunda-feira (23/05) por conta dos recorrentes atrasos salariais, incluindo o 13º salário, e da redução de benefícios.

Em assembleia nesta quinta-feira (19/05), os trabalhadores decidiram que o mobilização será progressiva e começará em uma paralisação de uma hora com ato público na porta da Ejesa, na Rua dos Inválidos 198, na Lapa, às 16h de segunda (ontem).

A pauta de reivindicações dos jornalistas foi protocolada pelo Sindicato nesta sexta-feira (20/05) junto com o comunicado de greve. Nela, os trabalhadores exigem a regularização imediata dos salários atrasados, do 13º salário e das férias de todos os funcionários – celetistas e pessoas jurídicas. Os funcionários também reivindicam a recomposição salarial de 2015 (7,13%), com o retroativo; a regularização e a manutenção do plano de saúde e do vale-refeição; e a quitação dos depósitos atrasados de FGTS e INSS. A carta exige ainda o pagamento integral das verbas rescisórias dos funcionários que foram demitidos recentemente e a garantia de diálogo permanente com os donos/gestores da empresa.

Nesta quarta-feira (18/05), a direção da Ejesa comunicou a redação que fracassou uma operação financeira que poderia sanar todas as dívidas da empresa. Na mesma ocasião, foi anunciada chegada do executivo Mário Cuesta, do ‘Diário de S.Paulo’, que deverá atuar como ‘gestor’ da Ejesa por um ano e já sinalizou intenção de cortar 30% dos custos, incluindo a folha salarial atual. Na assembleia desta quinta, os trabalhadores se manifestaram contrários a novas demissões. Pelo arranjo apresentado pela empresa, Maria Alexandra Mascarenhas e Nuno Vasconcellos continuariam como donos da Ejesa.

A greve nas redações de ‘O Dia’ e ‘Meia Hora’ é o passo mais recente da via crúcis que atravessam os jornalistas da Ejesa há dois anos. Os atrasos salariais começaram em 2014 e, de lá para cá, foram se tornando cada vez mais longos e sistemáticos. No ano passado,  a empresa demitiu mais de 40 jornalistas de ‘O Dia’, ‘Meia Hora’ e ‘Brasil Econômico’ – que foi encerrado. Esses trabalhadores até hoje não receberam integralmente suas verbas rescisórias, pois a empresa não honrou o compromisso de pagamento parcelado. Uma série de atos, assembleias e paralisações de funcionários e ex-empregados dos jornais pressiona, desde meados do ano passado, a empresa a cumprir suas obrigações. A pedido do Sindicato, a empresa hoje também é fiscalizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e alvo de inquérito em curso no Ministério Público do Trabalho.

Fonte: SJPMRJ

ATUALIZAÇÃO (17H): Os jornalistas de ‘O Dia’ e ‘Meia Hora’ prometem cruzar os braços de vez a partir desta quarta-feira (25/05) caso a Ejesa não apresente respostas efetivas às reivindicações dos trabalhadores. Nesta segunda-feira (23/05), mais uma vez, a empresa não honrou compromisso feito com os jornalistas de pagar os salários atrasados de março e abril aos empregados que trabalham com carteira assinada. Em resposta, os funcionários paralisaram as atividades por uma hora antes do fechamento e se reuniram em plenária com o Sindicato para discutir a intensificação da greve – deflagrada ontem -, com a manutenção de apenas 30% dos jornalistas trabalhando, como prevê a lei. (Fonte: SJPMRJ)

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Alerj se curva aos patrões e retira direito de jornalistas do Rio ao piso regional

(do site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro)
Atendendo ao desejo dos patrões, a maioria dos deputados estaduais excluiu os jornalistas da Lei do Piso Regional 2016. Em reunião no Colégio de Líderes no início da tarde de quarta-feira (06/04), o presidente Jorge Picciani (PMDB) e a bancada governista formaram maioria para retirar o direito da nossa categoria a um salário-base – apesar de, até dia 05/04, as negociações se encaminharem favoráveis à nossa permanência. Uma emenda apresentada em plenário posteriormente pelo deputado Paulo Ramos (PSOL) pela inclusão dos jornalistas na lei foi derrotada por 32 a 17 votos. A vergonha foi consumada um dia antes do Dia do Jornalista e no plenário que leva o nome de um jornalista, Barbosa Lima Sobrinho, sob a justificativa – claramente sem fundamento – de que a crise econômica levaria as empresas à falência caso o piso regional beneficiasse a nossa categoria.  Além de indignação e revolta, este 6 de abril representa um chamado à mobilização dos jornalistas do Rio contra o acelerado processo de precarização e perda de credibilidade da nossa categoria. Este Sindicato seguirá incansável na luta por direitos e bradando aos quatro ventos: #nãopisenomeupiso.
Fonte: SJPMRJ